Erros Do Passado escrita por bunny


Capítulo 4
Capítulo 4 - Um incomodo para os Castillo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem =)



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 (POV Violetta)

- Sou Dominique - A menina disse. - Filha de Lúcia.
 

Ela era um pouco mais alta que eu. Tinha a pele muito branca, os olhos verdes bem delineados com maquiagem preta e os cabelos muito escuros. Usava uma calça jeans, uma blusa preta e um par de all-star de mais de dois anos de idade.
 

Olhou cada um de nós com curiosidade. Até parar os olhos no meu pai e fitá-lo como se quisesse matá-lo.

 Acho que só eu percebi esse olhar mortal que Dominique mandou para o meu pai, porque Angie continuava com aquele rostinho de anjo, olhando bondosamente para a garota parada na porta.

 Meu pai não falava nada. Ele nem piscava, parecia hipnotizado.

- Sou... sou Germán. - Disse ele, parecendo um robô e apertando a mão da garota. - Entre. Vamos colocar suas malas lá em cima.
 

Dominique assentiu, tímida, olhando ao seu redor. Enquanto eu e Olga estavámos lado a lado observando o jeito da menina.

- Bom. Meu nome é Angie - Exclamou Angie, percebendo que se ela não começasse uma conversa ninguém mais ali faria. - Essa é Olga.

 Olga olhou com curiosidade para Dominique, mas sinceramente, ela não pareceu gostar muito da menina. A olhou com aquela cara que ela costumava fazer quando via minha "colega-de-studio" Ludmila.

- E essa é Violetta.

 Dominique me fitou com um sorrisinho simpático. Por algum motivo, tive a impressão de que aquele sorriso não combinava com ela.

- Oi, Dominique.
 

Eu tinha prometido para o meu pai que seria educada. Que tentaria ajudar Dominique. Eu sabia que não fora fácil descobrir sobre uma filha com outra mulher naquele momento. E justo no momento que pensamos viver uma vida normal.

- Tudo bem, melhor nós conversarmos, não? - Perguntou Angie.  
- Violetta, queríamos falar a sós com a Dominique...
 

Assenti, me levantando e indo até o quarto. Eu já tinha escrito tanto que estava cansada, e não queria ficar no quarto sem fazer nada.

 Foi aí que o rosto dele veio na minha mente e eu sorri automaticamente. Afinal, León fazia isso acontecer comigo. Quando eu pensava nele eu ficava sorrindo igual uma boba - e eu nem percebia isso.
 

Peguei meu telefone e liguei para ele, torcendo para que não estivesse ocupado.

(POV Dominique)
 

Me sentei no sofá um pouco nervosa. Eu estava mais tímida do que de costume, mas achei aquilo completamente normal, afinal, eu estava em Buenos Aires, na casa do meu pai - que eu acabo de conhecer. Isso era tão estranho.

- Então... - Começou Germán, mas Angie o interrompeu.

- Onde você morava, exatamente, antes de vir para Buenos Aires? - Perguntou.
 

Não entendi muito bem o porquê da pergunta, mas de qualquer jeito, não achei problema nenhum em responder.

- Eu ficava em uma escola interna nos EUA. Joddine Way School, conhece? - Perguntei e os dois negaram com a cabeça. Germán parecia um robô, e tive a impressão de que ele estava bem assustado e mais nervoso que eu.

- E sua mãe?
 

Vi que Germán ficou bem desconfortável com essa pergunta. Se mexeu na cadeira, tentando desviar a atenção de mim ou da Angie.

- Ela morava na espanha. Eu ia visitá-la no Natal e no Ano novo.

- Você sabia alguma coisa sobre seu pai?

 Germán mais uma vez fingiu não prestar atenção na conversa, olhando para o teto sem nem piscar.
 

- Bom, minha mãe nunca falava nada dele, pensei até que já estava morto. - Respondi, dando uma risadinha baixa e desanimada. - Mas aí, de repente, ela me envia uma carta explicando sobre o Germán e... bom, me mandou para cá.

- Porque?  

 "Estou ficando assustada, isso está parecendo um interrogatório" Pensei e ri baixinho pelo nariz, antes de responder a pergunta da Angie.

- Acha que "seria bom para mim passar um tempo com meu pai". - Respondi, repetindo exatamente oque minha mãe tinha dito e dando de ombros.

- Tá bom, chega de conversa, acho que só nos conheceremos de verdade com o tempo, quando você se sentir mais a vontade aqui nessa casa.

 Olhei admirada para Angie. Ela parecia ser muito inteligente, parecia sempre falar as coisas certas e dar bons conselhos. Aquilo seria bom.

- Bem vinda á familia. - Disse Angie bondosamente.

 Senti alguma coisa estranha. Percebi que era surpresa. Bom, não era sempre que alguém conseguia me surpreender, mas Angie tinha conseguido. Também não era sempre que as pessoas eram simpáticas comigo, elas costumam achar que sou o tipo grosseira, valentona... o típico "julgar sem conhecer".

 Pela primeira vez desde que chegara a Buenos Aires, sorri verdadeiramente. Espera... eu estava feliz por ser bem-vinda na familia Castillo? Isso era tão estranho.
 

Porque na verdade, meu plano era incomodá-los tanto que eles teriam que me mandar de volta para minha escola. Eu queria transformar a vida deles em um inferno. Por pura vingança. Mas espera... vingança?
 

Vingança parece uma palavra tão forte, oque eu queria fazer era algo tão bobo e infatil. Fazer eles ficarem irritados, ser um verdadeiro incomodo. Isso pode ser chamado de vingança? Não tenho muita certeza.

 É claro que eu ainda queria fazer isso, com meu pai, Germán. Afinal, ele praticamente me abandonou. É normal eu querer vingança, não é? De qualquer jeito, Angie me lembrava uma mãe. Só que Angie ainda era um pouco melhor.

 Quer dizer, eu nunca tive um bom relacionamento com minha mãe também. Acho que eu nunca tive um bom relacionamento com ninguém.

- Bem vinda á familia, Dominique. - Disse Germán um pouco sem graça, passando por mim sem nem me olhar.

 Fitei Germán com raiva e me virei, seguindo Olga - que não parecia muito feliz - até meu futuro quarto.

 O quarto era menor do que o da escola, obviamente, já que na escola tinhamos 5 colegas de quarto. Tudo era numa cor azul-claro, eu gostei, me passava paz, calma... algo que nós realmente não tinhamos na escola. Apesar de tudo eu estava com saudade da Joddine Way School. Da escola e não das pessoas de lá.
 

Eu sei que as vezes pareço antisocial e é por isso que me acham tão estranha. Acredite se quiser, é díficil para mim ser uma pessoa bem relacionada com outras trancada em uma escola quase o ano inteiro.

 Quero dizer, todo mundo precisa de um pouco de liberdade, não é?

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Notas finais do capítulo

É isso, ainda está chatinho e nada demais aconteceu, mas esse capítulo é muito necessário para continuar a história, espero que entendam e que tenham gostado.
Vejo vocês no próximo capítulo?