Angel escrita por Dayane Alves de Oliveira


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Agora tudo vai começar a mudar pra Angélica...



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Uma semana depois, finalmente acordou, no hospital. Estava com um colar cervical e com o braço engessado, havia quebrado o mesmo braço que da ultima vez, quando caíra da escada, mas sabia que não estava alí por que tinha caído da escada.

Olhou em volta, o quarto era frio e vazio, nenhum sinal de alergia ou cuidado humano. Queria se levantar, mas não conseguia sentir as pernas. Moveu o braço e viu o gesso, tinha algo escrito:

“Melhore logo amiga! Não podemos perder nosso anjo.”

Ela sorriu. Quando nesse momento uma enfermeira entrou no quarto com medicamentos e uma bolsa de soro.

-Ah, a senhorita acordou- Passou a mão por seu cabelos - Que bom que está de volta.

Sem conseguir dizer nada, Angélica apenas acompanhava os movimentos da enfermeira com os olhos.

Ela ajeitou o travesseiro pra Angélica, trocou o soro, e pareceu injetar mais medicamentos nela.

Ela saiu e logo um homem alto de cabelos brancos veio vê-la.

-Bom dia Angélica! Como se sente? - Disse o médico pegando na mão dela.

Ela não respondeu, ainda tinha dificuldades de assimilar o que estava acontecendo.

-Eu sei que está tudo confuso, mas me faça um favor Angélica. Se estiver me entendendo, aperte minha mão.

Ela apertou, fazendo-o entender que ela ainda estava alí.

-Otimo! Muito bem!, agora... vc sabe porque está aqui?

Ela não apertou a mão dele, e ele entendeu isso como um não.

-Vc está no hospital. Semana passada vc sofreu um acidente de carro. Lembrou agora?

Ela teve flashes rápidos, mas logo apertou a mão dele, indicando que sim.

-Isso, tente lembrar, não se forçe muito, vc está sendo bem cuidada aqui.

O medico saiu, e mandou avisar a família de que ela havia acordado. Também, mandou reduzir os remédios dela, para ver se aos poucos ela voltava a falar.

Algumas horas depois, um pouco mais lucida, sem o efeito de tantos remédios, já conseguia pronunciar algumas palavras.

Phillip entrou no quarto com Angelina, que segurava flores pra a irmã: Violetas, as favoritas dela.

Angelina se sentou na cama e beijou a irmã, Phillip também fez o mesmo.

-Que bom que vc acordou!

Ela apenas mecheu a boca, no que deveria ser um sorriso.

-Como se sente?

-B-bem... –Disse um pouco cansada.

-Que bom. –Disse ele, passando a mão nos cabelos dela- Todos querem muito que vc se recupere.

-Q-quero ir pra casa ...- Disse ela apertando a mão dele.

-Vc vai, assim que se recuperar. Vc lembra do que aconteceu né?

-Ma-mais ou menos...

-Vc vai se lembrar, não se preocupe. Seu pai ligou, disse que vai vir te ver assim que der. E quando sua mãe sair do trabalho passa aqui tá?

Mas ela não estava interessada nisso, não queria saber de quem á visitaria, se era o pai, á mãe, o presidente do E.UA, sua preocupação desde que acordou era apenas uma:

-M-miguel...

Ele ficou sério o soltou a mão dela. Andou um pouco pelo quarto, e decidiu falar de uma vez:

-Infelizmente... , ele estava sem cinto de segurança..., e com os ferimentos... - A cada palavra, Angélica de desesperava mais, as primeiras lágrimas começavam a escorrer, quando ele completou, também com lagrimas nos olhos. - Ele morreu na hora.

Ela nem conseguia acreditar no que estava ouvindo. Miguel, seu irmão com nome de anjo havia morrido. Tão jovem, tão cheio de vida, tão doce e companheiro. Havia morrido, assim, de graça, num acidente de trânsito que ela mesma havia provocado.

Começou a chorar desesperadamente e sem margem para consolo.

Philip, não sabia o que fazer ao vê-la assim, então contou o restante da história:

-Vc também estava sem cinto, mas diferente do Miguel, vc não foi lançada pra fora do carro. Com o impacto, a Carol que estava atrás de vc foi lançada pra frente, então ela ficou sobre vc comprimindo seu corpo contra o Alberg.  Ela chegou a ser socorrida, mas.. .- Não, Carol não!, pensou ela- Ela faleceu á caminho do hospital.

Ela chorava ainda mais, enquanto ele continuava, já pegando em sua mão novamente.

-A Andressa era a única que estava com cinto, e sofreu apenas ferimentos leves.

Longe de se confortar com isso, ela não parava de chorar.

-No outro carro... infelizmente... ninguém sobreviveu.

Sem conseguir parar de chorar, ela só conseguia pensar na noite anterior, mas sem lembrar de nada. Só conseguia se culpar.

5 pessoas haviam morrido naquela noite. Noite em que ela deveria ter ficado em casa. Noite que ela não deveria de brigado com Phillip. Noite que era pra ser feliz, mas com irresponsabilidade acabou em tragédia.

5 pessoas haviam perdido a vida por causa dela. Por causa do maldito dia que ela nasceu- Ela pensou.

Estava com falta de ar, e foi logo tentando arrancar o colar servical.

-Não! Para com isso. –Disse Phillip tentando conte-la.- Sua coluna ainda está sensível por causa da cirurgia

Cirurgia? Droga!- Pensou ela, sem dizer nada.

-Quando a Carol estava em cima de vc, comprimiu muito sua coluna, vc teve que ser operada para não ter danos permanentes. O médico disse que com a fisioterapia, vc vai voltar a andar normalmente.

-E- eu.. estou... - Ela não acreditava, realmente, não conseguia sentir as pernas, mas não achou que fosse tão grave, que ficaria presa á um cadeira de rodas.

Quando o mesmo médico de manhã entrou no quarto, Angélica que não conseguia parar de chorar, ignorou sua presença, e ele decidiu deixa-la sozinha um pouco, Phillip e Angelina se despediram, e ela ficou só novamente.

Não conseguia aceitar que num dia tudo estava bem, e no outro sua vida tinha virado de cabeça pra baixo. E era tudo culpa dela mesma. Se não tivesse saído de casa, nada disso teria acontecido. Ainda estaria andando, falando. Seu irmão e sua melhor amiga ainda teriam a vida toda pela frente, e ela ainda poderia ter um futuro com Leo. Seus amigos ainda voltariam para casa de manhã.

Depois do choro, veio a negação, absolutamente imóvel, ficou simplesmente odiando tudo e todos, pra ela isso não era justo.

Até que uma outra enfermeira entrou no quarto e com um remédio milagroso, fez com que ela dormisse.

O sono, apesar de ter sido induzido, foi pesado e perturbador, sonhou que estava num labirinto, perdida, sem conseguir encontrar a saída, já em outro sonho, era persseguida por corvos.


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