Angel escrita por Dayane Alves de Oliveira


Capítulo 49
Capítulo 49


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Odeio escrever finais, e como ta acabando, eu fui ficando deprimida, mas espero que gostem ^^



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A partir daí, eles assumiram o posto de casal. Um belo casal. Podiam se ver a qualquer hora, ela podia ir á casa dele, e ele á dela. Podiam ir juntos para a escola, e ficar sozinhos na cachoeira. No dia seguinte, deitados juntos no sofá da casa da vó de Angélica, ela disse:

-Dá pra acreditar?

Ele sorriu, e não respondeu, ela continuou:

-Tipo... a gente juntos, aqui, sem a minha vó falar nada. E ninguém olhar torto.

-E não está bom?

-É que nem parece que sou eu.

-Por que?

-Isso nunca aconteceu comigo. Eu nunca tive um relacionamento certinho assim.

-Mas começou errado.

-Você entendeu...

-O que importa é que estamos juntos. No sofá da sua sala... –E riram.

-Tava pensando em cortar meu cabelo... –Ela diz.

Ele olhou desconfiado e falou:

-Curto?

-É.

-Mas... você nunca cortou seu cabelo assim.

-É como um... renascimento.

-Hum.. gostei, vai ficar linda.

E ficaram conversando o resto da tarde. Aproveitando a calmaria. Ambas já sabiam como era bom ficar juntos, mas ficar juntos sem ter que se esconder de ninguém era ainda melhor.

Uns dias depois, a vó recebeu uma ligação, da clinica onde Natália havia feito os exames.

-Alô? É da casa da senhorita Angélica?

-Sim. –Respondeu a vó.

-Ah.. é da clinica do Dr. José Almeida, estou ligando para dizer que os exames da senhorita Angélica já estão prontos, e o Dr Pediu urgência em vê-la.

-Ah.. Ta bom. –E desligaram. –Angélicaaa!

-Oi? –Disse ela chegando á sala.

-Que exames foram esses que você fez?

-Exames?

-Acabaram de ligar da clinica de um tal de José Almeida, dizendo que seus exames estão prontos.

-Ahhh... é, que eu já tinha ido ao médico vó.

-Sem nem me consultar?

-Mas você não ia poder fazer nada.

-Eu to dizendo que... ah! Ta bom! Você vai fazer o pré natal lá então?

-Isso.

-Hum... o Dr disse que quer te ver urgentemente.

-Por que?

-Não sei.

Angélica ficou preocupada, mas não disse nada. Foi até o quarto falar com a prima. Trancou a porta:

-Natalia! –Chamou ela, que estava dormindo. –Acorda! Natália!!!

-Ai.. quê?

-A moça do consultório ligou. Os exames estão prontos.

-Hum... e aí?

-O medico disse que precisa me, te ver ver urgentemente.

-Que estranho, será que é algum problema?

-Não sei...

A noite, novamente conversando com Raphael na varanda, ela falou sobre o assunto com ele:

-Você precisa ir ao medico com a Natalia.

-Ta bom... quando.

-O mais rápido possível. Ligaram do consultório hoje. Ele pediu urgência em vê-la.

-Ah...

Ele ficou em silêncio, depois disse:

-Amor?

-O que?

-Tem uma coisa... não sei se é impressão ou verdade.

-O que?- Ela olhou pra ele.

-Sua mãe. Ta muito calma. Será que sua vó ainda não contou pra ela?

-Verdade... mas se eu bem conheço minha mãe, ela logo logo vai aparecer com a sua opnião.

-E se ela quiser te levar embora?

-Eu na casa dela com um bebê?? Ela não teria coragem. –Disse ela rindo.

-Angie... –Ele estava realmente preocupado. –Não quero ficar longe de você.

Ela sentiu a mesma emoção que ele, e se aproximou mais;

-Eu não vou. Nem que minha mãe apareça aqui com um exercito á cavalaria! Nunca mais vou ficar longe de você. –Falou quase chorando.

-Eu não ia aguentar... já perdi o meu pai, que era a pessoa que eu mais amava no mundo. Não posso perder você.

-Não vai. Me escuta. Vai dar tudo certo. Tudo vai se ajeitar no final, e nos vamos ficar juntos. Você querendo ou não vai ter que me aguentar pro resto da vida, vamos nos casar não é?

Ele sorriu e disse:

-Com toda a certeza.

-Te amo. –E ela o beijou.

Angélica entendia o medo dele. Também não queria perde-lo. Ela sempre teve que conviver com pessoas que ela amava a deixando. Era difícil ter que confiar que nada os separaria. Mas ela se sentia forte por ele. Não se  imaginava com mais ninguém, sendo parte de mais ninguém.

No dia seguinte, “O quarteto fantástico” (Rapha, Angie, Natalia e Edu) foram ate a cidade vizinha para a consulta da futura mamãe.

Enquanto esperavam do lado de fora, Angélica perguntou á Eduardo:

-Você não está com medo?

Ele olhou confuso pra ela, pensou um pouco e respondeu:

-Eu fiquei... não me acho preparado pra ser pai. Mas depois...  –Ele ficou em silencio.

-Despois...?

-Acho que os imprevistos que fazem o que somos. Se tudo fosse do jeito que a gente quer, qual seria a graça de aprender?

-Melhor seria não ter que errar pra aprender.

-Então a gente não ia aprender.

Ela ficou pensativa, e ele continuou :

-Um bebê é uma benção. Uma prova de que o nosso amor não é mais só nosso, se tornou uma outra vida. Estou muito feliz.

-Então por que não enfrentar minha vó? Tudo isso é muito poético, mas na hora de assumir as consequências ninguém quer né??

-Isso foi decisão da Natália. Ela sabe que pecamos.

-Pecado... amor... vocês são muito confusos! –Disse se encostando no banco.

-Por eu queria te agradecer... pelo que você e o Raphael tem feito por nós.

Ela ficou surpresa e não respondeu.

Quando de repente, Natalia volta chorando com Raphael, e abraça a prima, que se levantou imediatamente:

-O que foi? –Perguntou Angélica.

-O médico... ele disse.... que minha gravidez é de risco... –Falou chorando mais.

Todos ficaram em silencio. Mais um problema para a lista tão vasta.

Os dias iam passando lentamente. Angélica fazia de tudo para parecer gravida, e Natalia para parecer não gravida. As duas se aproximaram. A cumplicidade e pleno entendimento de Angélica foram vitais. Ela foi muito compreensiva com a prima, o que ganhou a admiração de Natalia. Daria até pra dizer que elas se tornaram amigas, compartilhando seus pensamentos e sentimentos mais íntimos.

Numa noite qualquer, Angélica viu a prima chorando no quarto;

-O que foi? –Perguntou a Natalia.

-Eu estou gorda... –Falou chorando como se fosse o maior problema do mundo.

-Não está não. Nem apareceu a barriga ainda...

Mas Natalia não parava de chorar, então ela se deitou ao lado da prima e á abraçou;

-Você é linda Natália. Não pode ficar assim. –Angélica nem acreditava que estava dizendo isso.

-É muita coisa... eu não aguento mais, toda essa confusão que eu causei pra você, e o risco de perder meu bebe...

Angélica acariciou o cabelo dela;

-Vai dar tudo certo, por favor, fique bem...

Mas Natália não parou de chorar. Angélica continuou deitada com ela.

Ficou pensando em tudo que estava acontecendo e entendeu o desespero de Natália. Nada disso estava certo, tudo parecia fora do lugar.

Pensando na própria situação, estava mesmo perdida e salva ao mesmo tempo, se toda a verdade aparecesse, estava perdida, se não aparecesse também, mesmo amando muito Raphael.

Ela e Natália eram jovens, e corações jovens não deviam sempre parecer que vão para, como sempre elas sentem. Mesmo com a gravidez Natália dormia pouco.

Elas adormeceram. Duas pessoas diferentes que se odiavam, foram unidas pela queda de um castelo de cartas. Que num sopro, se desfaz.


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