No quarto, Angélica já tinha trocado de roupa: um vestido de preto de “bolonas” brancas, tão curto, quanto rodado , e como se não bastasse isso, também era de costas-nua. Estava fazendo uma trança no cabelo quando Phillip passou e á viu:

-Onde vc vai vestida assim?

-Vou sair com meus amigos.

-Assim?- É  claro que ela já havia usado roupas curtas e de costas-nua antes, mas nunca os dois juntos, por isso ele ficou tão irritado.

-Qual o problema?

-Tá parecendo... -Ele não completou, não queria ofende-la, mas também tinha que por juízo na cabeça dela, partiu pro bom senço:

-Vc não acha que esse vestido está fazendo muita divulgação do seu corpo?

-Tô parecendo vulgar? – Perguntou ela.

-Não, mas também não está parecendo nenhuma moça de família.

-Ótimo. - Disse ela passando um batom escuro nos lábios.

-Vc não vai sair assim.

-Quem é vc pra me impedir?- Perguntou ela já com raiva começando uma briga de vozes alteradas:

-Eu sou o homem que sustenta essa casa, e enquanto vc morar comigo vai fazer o que eu pedir, e eu estou pedindo que vc tire esse vestido!

-Vc não manda em mim! E eu não dependo do seu dinheiro!

-Ah, é isso que vc vai me dizer quando algum pervertido te ver na rua a achar que tem acesso livre ao seu corpo, por causa do seu vestido?

-Vc ta me ofendendo! Eu não sou nenhuma vagabunda !!!

-Tá agindo como uma. - As palavras saíram como uma espada atingindo Angélica de uma forma mais séria do que ela esperava, sentiu vontade de chorar, mas no momento em que a mãe entrou no quarto para ver o que estava acontecendo ela pegou a bolsa que Andressa lhe deu, já arrumada e saiu.

Phillip não conseguiu dizer nada á Andréa, só ficou lá parado se arrependendo amargamente de ter dito aquilo á sua enteada.

Do lado de fora do prédio, Angélica, esperava impaciente por Miguel, que já avisado do que acontecera, demorou o mínimo possível mesmo assim, era tempo demais pra ela. Encostada no muro do prédio, chorou um pouco mas ao ver o irmão se aproximar limpou as lagrimas e disfarçou:

-As meninas vão esperar a gente onde?

-No píer 9.

-Vamos então. - Ela disse saíndo, mas antes Miguel á puxou e á abraçou.

Alguns minutos depois, encontraram as outras garotas no píer 9 como o combinado, e elas foram seguindo Angélica, para uma praia próxima, onde Leo, estava esperando por ela.

Lá chegando, Leo estava sentado no capô do seu carro, com uma latinha de cerveja na mão, quando as amigas de Angélica passaram por ele indo em direção á areia, ele olhou pra traz e á viu. Ficava linda á luz da lua -ele pensava- se lembrando da primeira vez que ficaram juntos, ali naquela mesma praia.

Ele também estava lindo-pensava ela- como é que alguém pode ser tão perfeito? Os pais dele capricharam muito na hora da produção (kkk’)

Se aproximando lentamente, pegou na mão dela e disse Oi, ela um pouco tímida só sorriu enquanto caminhavam para a areia.

Se sentaram e finalmente conversaram enquanto ela tirava as sandálias, não era de salto, mas estava incomodando mesmo assim.

-Que bom que vc veio.

-Vim pegar meu presente!- Disse com cara de convencida.

-Ah é né? O presente... - Ele disse se aproximando e á beijou, lentamente.

-Esse era o meu presente?- Disse, como se estivesse decepicionada, apesar de ter gostado.

-Vc não gostou?

-Adorei. - Disse beijando ele de volta.