Um Trapaceiro No Acampamento Meio Sangue escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo.
Mas uma vez veenho pedir que indiquem minha história.
Obrigada :)



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-Piper- cochichou Annabeth

Piper se remexeu sobre a rede.Ela resmungou e abriu os olhos.

-Não consigo dormir...precisamos sair daqui.

Annabeth estava com os olhos inchados e vermelhos.

-Muito desconfortável?-perguntou Piper

-Muito.

Piper se levantou e calçou seus sapatos.

-Acordamos Serafina?

Annabeth respirou fundo,embora o lugar tenha um cheiro esquisito de coisas velhas e bolor.

-Por que deuses ela nos colocaria num lugar como essa?-ela deu de ombros- Afinal,se é tão importante que eu seja filha de Atena,por que não nos deixou em condições melhores?-Annabeth se levantou e calçou seus sapatos.

-O que mais você podia querer?-indagou Piper- Estamos em uma caverna!E o quarto dela não deve ser muito melhor que o nosso.

Annabeth abriu a porta e o ar gélido da chuva invadiu o quarto.Era um ar puro e leve,muito melhor do que o cheiro desagradável do quarto quente e úmido.

Elas saíram,fecharam a porta com uma leve batida e então bateram na segunda porta ao seu lado.

-Vamos agradecer e ir- informou Annabeth- Diga que tem coisas para fazer e que precisamos mesmo ir.Seja persistente...

-Acho que se talvez você tentasse...Ela não negaria.Afinal,ela é uma cerva de Atena não é?

-Apenas faça o que digo- Annabeth bateu na porta mais uma vez.

Serafina demorou para atender.

-Ah!...O que fazem de pé e vestidas- Serafina olhou para trás como se tivesse alguém a vigiando- a essa hora da madrugada?!

Annabeth e Piper se entreolharam

-Acabei de me lembrar que tenho coisas para fazer em meu chalé- comentou Piper- Precisamos partir...

-O que raios você teria que fazer as três da manhã?-quis saber Serafina, sínica.

-Meus irmãos são bem temperamentais...

Os olhos azuis esverdeados de Piper eram visíveis mesmo com a pouca luz na caverna.Ela notou,pela postura da garota,que ela usava o charme para persuadir Serafina.

-...E eu não queria ouvir poucas e boas quando chegasse- continuou ela- Somos gratas pelo que fez por nós,pela Annabeth principalmente.- Piper sorriu de uma forma tão meiga que fez Serafina gaguejar.

-Se precisarem de algo...Sabem onde estamos.

Os olhos de Serafina eram leitosos e desfocados.

Annabeth e Piper se despediram,pegaram seus pertences e deixaram a caverna.

-Ei!- berrou Serafina aproximando-se das garotas- Por favor,não digam onde nos escondemos.Isso é...importante.

-Não íamos dizer.Seu segredo está seguro conosco.

-Por favor Annabeth,se for contar sobre o que a coruja escreveu,por favor,não cite nossa localização.Invente alguma coisa.

-Mas...-começou Piper -Por que os outros não podem saber?

-Isso é mesmo relevante,Piper.Mas há séculos que estamos aqui sob a proteção apenas de Atena.Dionísio não aprova que estejamos escondidas em seu acampamento.Os deuses não ligaram para a história,os fatos e arquivos que transformaram o mundo no que ele é hoje.Estamos tentando salvar tudo e restaurar o que já está tão velho que quase não dá para ler.Ainda temos muito o que fazer,mas precisamos que isso continue em segredo.

-Mas como foi que Clarisse encontrou vocês?-perguntou Annabeth

-A caverna aparece para aqueles que precisam de respostas.Se elas forem de coração,as palavras surgem nas paredes como vocês puderam ver.

-Neste caso Annabeth precisava de respostas,por isso conseguimos encontrar a caverna- concluiu Piper

-Exatamente.

Embora contrariada com o fato de não poder citar as corujas,Annabeth era grata.Mas da mesma maneira a carta não adiantaria muito.Ela não podia contar que esteve com as escrivãs de Atena sem mencionar sua localização,por tanto,não teria sentido mostra-la.

-Sou realmente grata por tudo o que fizeram- comentou Annabeth- Mas precisamos ir.Ficaremos melhor em casa sem incomoda-la.

-Uma milha de Atena nunca nos incomodaria- Sorriu Serafina- Ah,e garotas simpáticos como você também não,Piper.

A chuva cessara.Embora as poças ainda estivessem sobressalentes no chão de terra batida da floresta do acampamento.

A madrugada era escura e estrelada,a brisa leve e gelada fazia com que se formassem gotículas de água sobre as folhas das copas das árvores.

As corujas escrivãs já tinham saído para caçar,deixando a floresta repleta de animais super dotados e alfabetizados.

-Precisamos ir-despediu-se Annabeth

-Quem sabe até outro dia,Serafina- Piper lhe estendeu a mão.Serafina a segurou por alguns momentos e então a soltou

-Ficarei feliz em vê-las de novo,mas será mais seguro para ambas de nós se esse lugar ficar em segredo.

-Certamente que sim.

Annabeth se despediu,e então,ela e Piper puderam voltar para seus chalés mais confortáveis e harmoniosos do que o apertado quartinho com cheiro de mofo.

Até que chegassem até a nascente do rio Zéfiro fora uma jornada muito perigosa.A escuridão não ajudava,além de que os animais e monstros viviam livres na região durante o lúgubre da floresta.

A inquietude de voltar para a segurança de seus chalés foi a pior inimiga que Annabeth já teve- Com algumas exceções- ela não pode evitar de tropeçar em algumas pedras e raízes pelo caminho.

-Estamos chegando- informou ela- Consigo ouvir o rio bem próximo daqui.

Piper parou,quieta,ao lado de Annabeth.Provavelmente tentando escutar o som da água pelas corredeiras.

-Também escuto...mas..Ei- Piper se virou para trás- Este som.

Annabeth olhou para trás,imitando a amiga,e então apurou os ouvidos.

-Melhor não ser o que estamos pensando.

Piper cruzou os dedos em figas- Torcendo para não ser.

-Piper- chamou Annabeth- Quero que corra na frente caso a “coisa” nos alcance.Vou para-la para que você ganhe tempo,ok?

Piper fitou a amiga por alguns segundos,num silêncio que incomodou Annabeth.Então ela fez algo que realmente,em outras condições,teriam feito Annabeth lhe dar um soco.Ela aprofundou o olhar nos olhos cinzentos da garota e se aproximou,então disse:

-Não vou fazer isso.Nem você.Vamos escapar da “coisa” juntas.Ninguém vai ficar para trás,não é?

Enquanto Piper usava seu poder de persuasão contra Annabeth,ela se esquivou perdendo-se em pensamentos involuntários.De repente as folhas do chão se tornaram atrativas.

A voz de Piper não fizera efeito algum.

-Não tente isso comigo- rosnou Annabeth,voltando a realidade- Não funciona.

Piper fez uma careta

-Não quero que...-ela voltou a olhar para trás,seus olhos coloridos saltaram as órbitas,então ela se virou para Annabeth.-Que dia é hoje?

Annabeth mordeu os lábios- dezesseis ou dezessete de Agosto,talvez.-Os olhos dela também esbugalharam-se.

-Terça-Feira?

Piper balançou a cabeça positivamente.

-Droga.

Annabeth e Piper começaram a correr.Nem mesmo os obstáculos que a floresta escondia eram piores que o enorme e perigoso Grifo que habitava nas altas rochas empilhadas do acampamento.Muitos não visitavam o punho de Zeus com medo de encontrar com o grande e faminto monstro com corpo de cavalo,metade águia,metade leão.

Todas as noites de terça-feira,os seguranças do acampamento eram responsáveis por libertá-lo,para que ele ajudasse a garantir a segurança e ainda mente-se em equilíbrio o nível de animais que lá habitam.

Enquanto corriam as garotas escutaram o poderoso relincho\pio do Grifo.Ele não parecia estar perseguindo-as,mas por garantia,elas se apressaram.O quanto antes saíssem da floresta,mais rápido estariam a salvo.

Assim que chegaram a última linha habitada por vegetação,elas desabaram.Sobre respirações ofegantes e rostos suados,estavam duas garotas sonolentas e loucas para despencar sobre suas camas macias.Elas trocaram olhares,que mesmo no escuro eram significativos.Elas sorriram e começaram a rir,mesmo que não houvesse graça nenhuma em fugir de um monstro devorador de semideuses.

-Você viu?-perguntou Piper entre risos- Tropecei em minhas próprias pernas mas não parei de correr...achei que ele nos ouvira.

-Isso foi...muito legal.

Piper e Annabeth se ajeitaram,espalmaram as calças sujas e cabelos escorridos pela sujeira e suor,então Annabeth disse:

-Obrigada por me ajudar

Piper sorriu- Não muito legal.Mas o que você vai fazer a respeito da carta?Como pretende contar sobre a testemunha sem apresenta-la.Você conhece o senhor D. ele é cabeça dura e não está feliz com você.Vai querer que você mostre provas concretas,além de acusar você de...

-Ter forjado a carta- completou Annabeth- Pensei sobre isso.

Elas conversaram durante todo o caminho de volta para os chalés.As garotas tomaram cuidado para não chamar a atenção das Harpias enquanto cochichavam uma para a outra.

-E é assim que pretendo fazer,mas ainda tenho que pensar muito bem sobre isso.É perigoso eu sei,mas tenho que fazer.


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Notas finais do capítulo

RECOMENDEM E COMENTEM PLEASE :)



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