Universo Em Desequilíbrio escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 53
Siga em frente


Notas iniciais do capítulo

A música que a Monica vai cantar nesse capítulo se chama "pequenas maravilhas" e pode ser ouvida nesse link: http://www.youtube.com/watch?v=Xul-eurSim0

Se quiserem, podem ouvi-la a medida que a Monica a canta.

E esse é o fim da história. Resolvi postar os tres ultimos capitulos de uma vez já que estao prontos. Agora eu vou ver se penso na proxima fanfic. Vai levar um tempinho porque nem comecei ainda. Espero que tenham gostado da história.

E olha, ela vai ter continuação, tá? Só que depois, no futuro.



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Ela jogou a mochila para o lado e deitou-se na cama com o Sansão nos braços. Que diabos, ela não conseguia se acostumar com aquele quarto minúsculo! Depois de passar alguns meses podendo gastar sem reserva, vestindo as melhores roupas e jóias, ela estava custando a se acostumar a ser pobre de novo. Pelo menos seus pais originais não lhe cobravam tanto quanto os alternativos. Ela não precisava ser sempre a filha perfeitinha que fazia tudo corretamente. Se bem que ela estava até se acostumando com isso. Era tudo tão complicado!

Às vezes ela se ficava péssima por sentir saudades dos pais alternativos. Era muito mesquinho da parte dela gostar deles só porque eram ricos. Não, aquilo não era certo. Seus pais originais podiam não ser ricos, mas lhe davam muito amor e carinho. Sua mãe sempre estava disposta a lhe ouvir e seu pai era mais afetuoso. Ela não tinha do que reclamar.

Ainda assim era muito difícil, ainda mais porque ela tinha esquecido tudo o que seu duplo tinha estudado, incluindo o piano, etiqueta, aulas de dança, teatro, taekwondo entre outras coisas. Antes tudo estava claro na sua cabeça. Agora eram apenas lembranças vagas. Se lhe colocassem um piano na frente, ela não saberia nem mesmo tocar uma simples musiquinha.

E também estava muito difícil acostumar com aqueles dentões de novo e ela estava começando a ficar com raiva do seu cabelo. Se bem a aquilo podia ser resolvido facilmente com uma ida ao salão. Ainda assim ela não se sentia bem consigo mesma. Ela não tinha mais aquele corpo lindo, magro, esbelto e elegante. Claro que ela não era gorda e muitos diziam que seu corpo era bonito, mas ainda assim... quanta neura!

Claro, também havia a saudade do Cebola alternativo e todas as vezes que ela lembrava dos momentos que eles passaram juntos, as lágrimas vinham aos seus olhos. Como ele estava indo no outro mundo? Será que pediu o duplo dela em namoro? Se ela não podia ser feliz com ele, então pelo menos seu outro eu podia ser.

– Droga... eu queria tanto ter ficado! – ela falou olhando para o Sansão. – Mas eu também quero viver aqui, esse é o meu lugar. Que complicação, viu?

Era como se seu coração estivesse dividido. Às vezes Mônica queria ter ficado no outro mundo, às vezes se sentia feliz por ter voltado para casa.

Ela virou-se para o lado e viu, no criado ao lado da cama, uma foto dela com o Cebola.

– Você não é ele, nunca será. – Ela falou passando um dedo sobre o rosto do rapaz. Aquela era a parte mais dolorosa de ter voltado para seu mundo. Todas as vezes que olhava o rosto do Cebola, seu coração apertava dolorosamente de saudades do Cebola alternativo.

Era como se ela tivesse ficado bloqueada, não conseguindo ter pelo original os mesmos sentimentos que tinha pelo alternativo. Só que aquilo não podia continuar assim e ela sabia disso. Do contrário, acabaria ficando sem nenhum dos dois.

Alguém bateu na porta, chamando sua atenção.

– Entra! – ela falou pensando se tratar da sua mãe e levou um susto quando viu o Cebola entrando no seu quarto com um pequeno buquê de três rosas na mão.
– Oi, Mônica... eu vim te ver...
– Oi. – Ela falou secamente.

Ele estendeu as flores e foi falando de uma vez.

– Olha, fica zangada não, tá? Eu só levei a Irene pra casa dela porque estava explicando pra ela uma matéria que...
– Tá, tá, não precisa explicar nada. Tudo bem.
– Tudo bem? Como assim? Achei que tivesse ficado chateada.
– Não fiquei. A gente não namora, esqueceu? Você sai com quem quiser. E eu também.

Um gosto amargo invadiu a boca dele. Certo, a situação estava mais grave do que ele pensava.

– Ei, não fala assim não, por favor! É de você que eu gosto, sempre foi.
– Obrigada. – ela falou sem emoção. De que adiantava ele falar uma coisa se suas atitudes sempre diziam o contrário?
– Toma, eu trouxe pra você.

Ela se desarmou um pouco e aceitou as flores. Pelo menos ele parecia estar sendo sincero e agindo de boa vontade. Talvez valesse a pena lhe dar outra chance, por que não?

– Sabe, eu fiquei com muita saudade de você. Por que me ignorou durante esses dias?
– Porque precisava colocar as idéias no lugar. – Ela falou sem ter acreditado muito no que ele disse. Ora, se ele estava mesmo com saudades, por que não a procurou ao invés de ficar para baixo e para cima com a Irene?
– É por causa daquele outro, não é? Você gosta mesmo dele?
– Bem... ele é você, não é? – Ela falou tentando se esquivar.
– É... só que você não parece estar gostando muito de mim agora.
– Não fale besteiras, eu sempre gostei de você!
– Então prova. – Ele a abraçou pela cintura e lhe deu um beijo.

Mônica fechou os olhos e tentou corresponder da melhor forma que pode. Foi em vão. Faltava alguma coisa ali. Aquele beijo não era tão quente, intenso e cheio de paixão como o do outro Cebola. Parecia apenas algo feito por obrigação.

– Eu estava pensando. – ele falou quando seus lábios separaram. – Mônica, você quer voltar a namorar comigo?
– V-voltar a namorar? Tá falando sério? – Ela falou arregalando os olhos.
– Muito sério!
– E seu plano de me derrotar?
– Ah, deixa isso pra lá! É passado! A gente precisa seguir em frente, não precisa? Não quero mais ficar longe de você por causa de besteira. E também não quero te perder.

Ela se esquivou dele e falou com a voz séria.

– Cebola, você não precisa fazer isso.
– Hã? – Ele falou surpreso. – Mônica...
– Eu estou bem, é sério! Tudo aquilo já passou e só quero seguir em frente agora!
– Sei disso, eu não estou fazendo nada obrigado, pode acreditar!

Embora ele garantisse que queria mesmo reatar, ela olhou em seus olhos e sentiu que no fundo ele não era aquele o seu desejo. Era como se ele estivesse fazendo por mera obrigação, por medo de perdê-la.

– Eu posso continuar esperando numa boa!
– Não, isso tá te magoando e eu não quero ver você triste por minha causa!

Por um instante pareceu que ele estava agindo assim por pena, como quem dava um doce a uma criança chorona para que ela parasse de chorar. Ela respirou fundo, deu seu melhor sorriso e falou.

– Cebola, por que a pressa? Eu estou bem! A gente ainda é jovem, tem muito que aproveitar! Ora, você acha mesmo que eu tô desesperada pra namorar? Nem vem!
– Tá falando sério?
– Claro! Eu quero que tudo seja feito direitinho! Vamos esperar, tá bom? Você bola um plano, me derrota e aí sim a gente volta a namorar. Aí vai ser tudo bem limpo, preto no branco e sem nenhuma duvida. O que me diz?

Os olhos dele se iluminaram, confirmando claramente que ele não queria mesmo reatar o namoro.

– Tem certeza? Olha, se você quiser a gente pode namorar agora mesmo, fica a seu critério!
– Tenho certeza absoluta, pode acreditar!

O rosto dela estava descontraído e ela estava tão sorridente que ele não encontrou razões para desconfiar de nada.

– Puxa, obrigado por me entender, obrigado mesmo!
– Imagina! Agora por que não vai jogar vídeo-game com os amigos? Hoje tá um dia bem legal, não acha?
– Posso mesmo? Se quiser, eu fico aqui com você e...
– Ih, vai logo, vai! – ela falou bem humorada e ele lhe deu mais um beijo.
– Obrigado! Eu prometo que você não vai ter que esperar muito, palavra de Cebola!

Ele saiu dali alegre e satisfeito, deixando-a sozinha no quarto. Um suspiro de alivio escapou do seu peito. A última coisa que ela queria era reatar o namoro assim tão cedo. Seus sentimentos ainda estavam muito confusos e ela precisava dar um jeito de esquecer o Cebola alternativo antes de querer ficar com o original ou qualquer outro rapaz. Não era justo namorar com um pensando no outro.

E a visita dele até teve um lado bom, pois serviu para lhe dar uma injeção de ânimo. Ora, desde quando ela era uma chorona que ficava lamentando pelos cantos? Ela estava de volta ao seu mundo original e se tinha uma coisa que ela havia aprendido com toda aquela aventura, era que seu potencial não tinha limite. Ela sentia que podia fazer qualquer coisa.

A janela do quarto foi aberta, deixando entrar a luz do sol e o ar puro. Era hora de seguir em frente, de viver e ser feliz. O passado tinha ficado para trás e não valia a pena ficar remoendo por coisas que passaram e não tinham mais conserto. Ao pensar assim, uma música tinha vindo as suas lembranças e ela começou a cantar em voz alta enquanto arrumava o seu quarto colocando algumas coisas no lugar.

(a música é essa: http://www.youtube.com/watch?v=Xul-eurSim0)

Deixa ir tire o peso dos seus ombros pra seguir
Sem se lamentar dos tombos
Deixa entrar essa luz que te define
No final ficarão somente as recordações

Ela cantava se sentindo mais leve e feliz, disposta a esquecer tudo o que tinha lhe machucado até então.


No lugar das angustias põe a luz que vai brilhar
Envolver a tua vida
Tudo bem se pra mim você se volta eu já sei
Sentimento prevalece no final

Realmente, não havia por que lamentar. Ela tinha muito potencial e podia ser quem quisesse.

A vida se faz com essas horas
Pequenas maravilhas na voz do coração
Mundos se vão mas essas horas breves horas ficarão

E ela queria ser ela mesma, a Mônica. Nada mais de se esforçar para agradar aos outros. Quem quisesse sua amizade, tinha que lhe aceitar tal como ela era.

Tudo que eu errei as águas vão levar
Pois eu agora sei que estou no meu lugar
Ficarão somente as recordações

Nada mais de viver remoendo os erros do passado. Se o Cebola não queria esquecer, problema dele. Ela ia passar uma borracha naquilo tudo e começar uma vida nova.

No lugar das angustias põe a luz que vai brilhar
Envolver a tua vida
Tudo bem se pra mim você se volta eu já sei
Sentimento prevalece no final

Ela continuou cantando alegremente enquanto arrumava seu quarto, guardando os objetos que estavam espalhados pelo chão.

A vida se faz com essas horas
Pequenas maravilhas na voz do coração
Mundos se vão mas essas horas breves horas ficarão

Mais tarde ela poderia ir passear com as amigas, comer alguma coisa e colocar a fofoca em dia.

Tudo que eu errei as águas vão levar
Pois eu agora sei que estou no meu lugar


– Puxa, que bom ver você feliz desse jeito!
– Magali? – Mônica se assustou ao ver sua amiga parada na porta e batendo palmas.
– Oi. A porta estava aberta e eu entrei pra ver como você está. E te trouxe uns docinhos também, estão deliciosos!
– Obrigada! Hum, estão bons mesmo!

As duas se sentaram na cama e Magali falou.

– A Marina me ligou agora pouco e disse que os pais dela vão viajar nesse fim de semana. Que tal uma festa do pijama?
– Ebaaaaa! Há muito tempo a gente não faz uma, que bom!
– E não é? Ai, eu vou querer serviço completo! Vou hidratar meus cabelos, fazer as unhas, um monte de coisa! Melhor ir pedindo pro Quim fazer umas delícias pra nós!
– Sabe, eu estou pensando em mudar o corte do cabelo, vai ser bom juntar as meninas e assim vocês me ajudam a pensar.
– Tem certeza?
– Tenho. Ih, cansei dessa franja, viu? Coisa mais anos oitenta! E a Denise tá certa, meu cabelo parece mesmo um ouriço morto! Hora de mudanças!
– Que tal a gente ir comprar umas coisinhas? Vai ser divertido!

As duas saíram dali de braços dados, tagarelando alegremente e planejando o que levar para a festa do pijama. Era aquilo que Mônica precisava: estar com as amigas, definir novos sonhos, viver a vida por si mesma sem esperar pelo Cebola e nem por ninguém.

Afinal, sua felicidade dependia somente dela mesma.

__________________________________________________________

Aquele dia tinha sido bem corrido e ele mal teve tempo para respirar. Sua mãe havia passado mal por causa do cigarro e ele precisou levá-la ao hospital. Por causa disso, ele teve que faltar a escola naquele dia e só depois do almoço D. Cebola pode ir para casa após muitas recomendações do médico para que ela parasse de fumar, mudasse a alimentação e fizesse exercícios.

Perda de tempo. Fazer exercícios estava fora de questão para ela, parar de fumar era impossível e a primeira coisa que ela fez quando chegaram em casa foi pedir que Cebola lhe preparasse uma pizza com bastante queijo e calabresa. Claro que ele não fez nada daquilo e teve que ouvir as queixas dela por quase uma hora inteira.

Ainda assim ele não cedeu e procurou lhe dar comida saudável que ela recusou de início, mas teve que comer depois para não passar fome. Depois de comer, ela foi ver televisão e ele sabia que sua mãe ia ficar ocupada por um bom tempo, o suficiente para que ele pudesse sair de casa para procurá-la.

No bolso da jaqueta, ele levava uma caixinha com o anel que ele tinha feito no laboratório do Franja. Denise tinha lhe falado que Mônica estava na lanchonete da padaria do Quim e estava sozinha, sem as amigas por perto.

“É isso aí! Eu chamo ela pra dar uma volta, levo ela pro campinho e faço o pedido. Vai ser fácil!”

Chegando na padaria, ele a viu sentada de costas numa das mesas e seu coração disparou.

– Vamos Cebola! Você consegue! Você consegue! Coragem! – ele foi falando para si mesmo a medida que se aproximava dela. Uma das suas mãos estava no bolso segurando a caixa como que para ter mais coragem.

Quando chegou perto dela, por trás, ele engoliu ruidosamente, ajeitou os cabelos, respirou fundo e a chamou.

– Oi, Mônica.

A moça virou-se em sua direção e lhe falou com um sorriso no rosto e o olhando nos olhos.

– Oi, Cebola. Por que faltou a aula hoje?

De repente, olhando naqueles olhos, ele sentiu seu coração encolher de tal forma que pareceu ter desaparecido no peito. Aquele calor gostoso que ele sentia pelo corpo até então se transformou num frio glacial e seu estômago embrulhou como se tivesse um rato se revirando lá dentro.

A moça sorria para ele, olhando-o com um olhar sereno. Mas não havia nada naqueles olhos. Não havia aquele brilho, aquela energia, nada. Eram apenas um par comum de olhos castanhos e mais nada. Ela tinha ido embora.

– O que foi? Algum problema? Sua mãe passou mal de novo? – ela perguntou estranhando o silêncio repentino e a palidez do rosto dele.

Foi com muito custo que ele recuperou a fala para poder responder.

– Eu tive que levar ela hoje pro hospital.
– Puxa, que triste!
– Agora ela está em casa de novo, mas eu vou ficar de olho.
– Tomara que ela fique bem logo. Aqui, você não quer sentar um pouco e tomar um suco?

Aquele rosto não despertava nenhum sentimento nele. Era como se fosse uma pessoa totalmente diferente. Não, aquela não era a Mônica. Era apenas uma cópia e nada mais. Uma cópia sem alma, sem personalidade e sem aquele brilho que ela tinha dentro de si. E ele não queria uma simples cópia.

– Não, eu preciso voltar rápido pra casa. Ela pode precisar de alguma coisa.
– Ah, que pena...
– A gente se vê por aí.
– Claro, até mais... – ela despediu-se tristemente. Que estranho... por que ele ficou daquele jeito ao vê-la?

Será que não sentia mais a mesma coisa por ela? Talvez ele estivesse ali para dizer que não queria nada e não teve coragem. Seu suco foi deixado de lado e ela ficou fitando o vazio quando alguém puxou a cadeira e sentou-se na mesa.

– E aí?
– DC?
– Parece que o cobaia resolveu pular fora.

Ela deu de ombros. Ouvir o Cebola ser chamado de cobaia não lhe incomodava mais. Era problema dele.

– Tanto faz, deixa ele.
– Bom, ele foi embora, mas eu tô aqui.
– É...
– Posso te acompanhar?

No fim, ela acabou dando um sorriso e fez que sim com a cabeça. DC pediu um suco e também um pedaço de torta para cada um e os dois ficaram ali conversando sobre amenidades. Pensando bem... até que o DC não era tão idiota quanto lhe pareceu no início.

__________________________________________________________

Cebola entrou em casa batendo a porta com força.

– Credo, vai quebrar a porta? – sua mãe lhe repreendeu e ele não falou nada, indo direto para seu quarto.

A porta foi fechada atrás de si e ele encostou as costas nela, escorregando até o chão enquanto ofegava fortemente. Sua garganta estava apertada e ele sentia vontade de gritar. Os olhos se encheram de lágrimas.

Ela tinha ido embora. Certamente voltou para o universo original, deixando ali aquela cópia sem alma e sem personalidade.

– Ela se foi, me deixou! Deve ter voltado praquele cretino, só pode! Aposto que nem lembra mais de mim, que droga!

Ele tirou a caixa do bolso e olhou o anel dentro dela demoradamente. Depois a fechou de novo e atirou contra a parede com toda a força. A caixa bateu na parede e caiu no chão. Ele não se importou com isso, nem com mais nada. A única garota de quem ele gostava na vida foi embora e o deixou sozinho.

Agora não lhe sobrava mais nada. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto e ele tratou de enxugá-la rapidamente. Chorar não ia trazê-la de volta. Ela se foi e nada ia mudar isso, então o jeito era se conformar.

Cebola respirou fundo várias vezes e levantou-se dali. Caído no chão ele também não ia ficar de jeito nenhum. Se ele não podia ter a garota de quem gostava, ainda havia outros planos para sua vida.

A caixa onde seu projeto estava guardado continuava no mesmo lugar. Fazia várias semanas que ele não mexia ali e estava na hora de continuar de onde havia parado. Ele sentou-se na sua mesa de estudos e colocou os esquemas na sua frente, estudando-os atentamente. Seu olhar estava endurecido e ele apertava os lábios com força.

Dentro dele havia apenas a frieza e solidão. E um vazio avassalador que ele precisava preencher com alguma coisa. Se não podia ser com ela, então teria que ser com o mundo inteiro.

– Esse nome tá muito comprido, acho que vou abreviar. Deixa eu ver...

Ele foi pegando as duas primeiras letras de cada palavra e testando as combinações até encontrar uma que lhe agradasse.

– NANITA. É isso, perfeito! Esse será meu trampolim para a dominação mundial!

Vendo o projeto encaminhado, Cebola deu uma risada sinistra que ecoou pelo quarto. Daquela vez, não havia mais nada em seu caminho. Ele estava livre.



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