Another Number Four escrita por Little Bird


Capítulo 3
There She Was


Notas iniciais do capítulo

OLÁ , desculpem a demora, eu não tive tempo de revisar, então me desculpem qualquer erro.
enjoy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333910/chapter/3

O sol estava nascendo atrás das nuvens chuvosas que se formavam no céu, o amarelo do sol de misturava com o cinza e formavam uma cor estranha. Definitivamente o tempo estava muito diferente do que ontem. As primeiras gotas de chuva caiam sobre Lima e o cheiro de folhas molhadas subia e tomava conta do meu quarto.

Desci as escadas e enchi uma caneca com café fresquinho, voltei para o quarto, me apoiei na janela e fiquei sentindo o vento gelado batendo no meu rosto. Eu amava aquele clima, é confortável e bom, amo andar pelas ruas no frio e ler um livro em algum parque. Dei alguns coles no meu café e comecei a brincar com a barra de minha blusa, quando vi minhas mãos automaticamente lembrei-me do que havia acontecido ontem. Meus poderes estavam começando a aparecer, coloquei minha caneca em cima da escrivaninha e me posicionei na frente dela, fiz um movimento com as mãos apontando para a caneca e minha palma acendeu igual à ontem, porém, não estava doendo. Fechei meus olhos e me concentrei, fiz mais um movimento com as mãos e TUM! A caneca explodiu e o resto de café espirrou na parede e no chão. Merda, se eu já me achava estranha, estou me achando mais ainda. Ok, qualquer pessoa ia achar isso legal e iria virar um super-herói igual ao superman e afins, mas vamos concordar que isso é bizarro. Ta, de novo

Posicionei-me na frente do criado-mudo, fechei meus olhos e estiquei minha mão na direção do abajur. Com um movimento preciso, vários pedaços do abajur se espalharam pelo chão do quarto. Mais uma vez, fiquei assustada com o “dom” que eu possuía. Isso me traria problemas.

Primeiro: qualquer um que me irritasse poderia ter um fim trágico como meu abajur e a caneca.

Segundo: perco minha paciência muito fácil. E pelo o que eu pude ver das garotas ontem, elas vão pegar pesado comigo.

Olhei mais uma vez para a janela e vi o céu nublado. Meu quarto era uma mistura de cacos de porcelana, frio e cheiro de café com uma pitada de folhas molhadas pela chuva.

—“Rachel, o que esta acontecendo ai em cima?”— Perguntou Ryan da cozinha.

—“Nada, eu já vou descer.”

Nota mental:

Não destruir mais nada do meu quarto.

Troquei-me, passei um make leve e desci para comer alguma coisa. Quando entrei na cozinha, imediatamente meu estomago revirou dentro de mim quando o cheiro de bacons fritos entrou pelas minhas narinas.

—“Você não tem coração?”— Perguntei incrédula olhando com nojo ele devoraando seu bacon.

Ele revirou os olhos já sabendo o que estava por vir. —“Não comece.”

—“Vou começar sim, você estava comendo um porco que um dia foi feliz. Ele deve ter deixados uma esposa e filhos para cuidar. Imagine como deve ser para eles pensar que o pai esta sendo devorado por um carnívoro sem coração.— Falei em um fôlego só e Ryan ainda revirava os olhos.

—“Querida, você tem que entender que essa é a lei da natureza. Deus cria os animais e nós comemos eles.” Depois de ouvir as palavras mais cruéis que possa existir, me retirei da cozinha sem ao menos olhar para a cara dele.

—“Hey, onde você pensa que vai?”

—“Escola? Para onde mais eu iria?”— Respondi pegando minha mochila.

—“Venha aqui primeiro, preciso tirar qualquer rastro seu da internet.”

Aproximei-me de Ryan e ele tirou uma foto minha com a webcam. Em questão de segundos fotos minhas foram achadas em sites que eu nunca havia visto.

—“Esta vendo? Precisamos tomar muito cuidado.”— Depois de dito, Ryan apertou algum botão no teclado e as fotos foram excluídas.

—“Agora posso ir?”

—“Sim, claro.”

Virei-me e caminhei até a porta. Senti o olhar de Ryan em cima de mim e olhei para ele.

—“O que foi?”— Perguntei confusa.

—“Suba e troque de roupa.”

—“O que? Posso saber o porquê ? ”— Ele já estava passando dos limites.

—“Porque essa roupa chama muita atenção.”

—“É só botas, meia-calça, vestido e um sobretudo. Não tem nada de mais...”

—“Chama muita atenção.”

—“Mas... mas...”

—“Mas nada.”

—“AAAARGH.”— Bufei irritada e sai batendo pés.

XXXXX

Acabo de ganhar minha primeira dose de slush no dia e eu realmente espero que eu não ganhe mais nenhuma, porque essa coisa é muito gelada e grudenta. Ontem demorei muitas horas para tirar toda a meleca do meu cabelo. Por incrível que pareça, meu nível de raiva não subiu ao ponto de expor meus poderes para as pessoas, talvez um pouco depois de ouvir as risadas das três garotas que estavam na minha lista negra, mas logo me recuperei.

Tropecei algumas vezes no caminho ao banheiro, pelo amor de Deus, esse banheiro nunca me pareceu tão longe. A raspadinha me impedia de ver claramente e isso me fazia esbarrar em armários e alunos. Finalmente avisto o banheiro e ando o mais depressa para ele. Tudo parece completamente vazio. Limpei-me com cuidado, principalmente no cabelo, quando vi que não dava para ficar mais limpo do que isso, encostei-me à parede e fui escorregando até o chão, sentindo o azulejo frio nas minhas costas, não me importei. Quando fui me dar conta meu rosto já estava completamente encharcado pelas minhas lagrimas. Eu estava cansada, cansa de fingir que tudo estava bem, cansada de parecer forte. Durante toda minha vida, eu nunca estive tão vulnerável assim, tudo o que eu passei, não chegava perto do que esta acontecendo comigo em dois dias. Podem pensar que é só raspadinha no rosto, mas não é. Ouvi coisas horríveis referente a mim, insultos que eu nunca sonharia em ouvir independente da pessoa que viria. Juntando tudo o que me envolve, toda minha história, todo meu passado, é muita pressão em cima de mim. Eu tenho sonhos grandes, que nunca vão se realizar em hipótese alguma.

Meu choro começa a virar soluços desesperados. Não dava para aguentar tudo isso e eu estou me odiando por ser tão fraca. A qualquer momento alguém pode entrar por essa maldita porta e ver minha situação, mas porque é tão difícil as lagrimas pararem de cair?

Levanto-me do chão e vou para a pia, lavo meu rosto freneticamente, tentando de todos os modos fazer minha cara inchada sair. Ouço alguns passos perto da porta, penso em me esconder em alguma cabine, mas a pessoa já estava abrindo a porta.

Agora me encontro encarando a garota a minha frente, ou devo dizer garoto. Sim, garoto. Um menino com olhos azuis brilhantes estava olhando para mim. Suas bochechas rosa davam para ser percebidas devido à pele pálida, adorável. Olhando as roupas dele, posso dizer que ele lê muitas revistas vogue. Sorri olhando seu coturno vermelho flamejante. Ele pigarreou chamando minha atenção e logo desviei meus olhos para encará-lo. Vi a sua boca abrir várias vezes, mas não sair nenhum som. Então tomei a frente e quebrei o silencio.

— “Eu entrei no banheiro errado?”— Disse olhando para os lados, tentando achar um lugar para me enfiar e nunca mais sair.

— “Érr... Não, eu só uso o banheiro feminino. Claro que ninguém sabia, até agora...” O garoto soltou uma pequena risadinha envergonhada e corou mais ainda.

— “Não tem problema, seu segredo esta a salvo comigo.”— Dei um sorriso sincero para ele saber que pode confiar em mim.

—“Obrigado.”— Ele sorriu agradecido e sua expressão suavizou-se. —“Pelo jeito já conheceu a unholy trinity.”— Disse o garoto encarando minhas roupas encharcadas por slush de uva. O encarei confusa e ele continuou. — “The Unholy Trinity, são as três cheerleaders mais populares e cobiçadas do WMHS.”— Ele olhou para mim e eu assenti para que o garoto continuasse. —“ Santana Lopez: a latina com cara de Satã . Brittany S Pierce: a garota com carinha de pônei e por fim, Quinn Fabray: a garota mais arrogante e paparicada dessa escola.”

Quinn Fabray, esse era o nome da garota dos olhos sem vida.

—“ Já pude perceber o quanto arrogante ela pode ser...”— Disse encarando meu reflexo no espelho e olhando meus olhos vermelhos.

—“Não se preocupe, ela um dia ganhará o que merece.”— Afirmou o garoto percebendo que eu havia chorado.

—“Obrigada, a propósito, meu nome é Rachel, Rachel Berry.”

—“Kurt, Kurt Hummel. — Estendi minha mão para o garoto apertar. Quando sua mão encostou-se à minha, ouviu-se um murmuro de dor e imediatamente ele separou nossas mãos.

—“Droga.”— Falou ele abrindo a torneira e colocando sua mão de baixo da água fria. Seu rosto suavizou em um alivio repentino.

—“O que houve?”— Perguntei encarando sua palma vermelha.

—“De algum modo, minha mão queimou quando encostou-se na sua.”— Kurt respondeu me encarando.

Legal, não basta minhas mãos acenderem que nem faróis quando estou com raiva, também tem que parecer uma frigideira quente quando estou triste.

O sinal ecoou pelos corredores e eu agradeci mentalmente por isso. Despedi-me brevemente de Kurt e corri para minha próxima aula.

Todos os alunos já estavam presentes e sentados, o professor me encarava com a expressão dura e brava.

—“ Desculpe, eu me perdi.”— Menti.

—“Talvez você precise do mapa da escola, Srta. Berry.”— Concluiu o professor com o tom firme.

—“ Isso não vai se repetir.”— Afirmei.

—“Bom, entre. Essa aula será em dupla e você terá de se sentara com a Srta. Fabray.”

Endureci quando aquele nome entrou pelos meus ouvidos, olhei para a sala e encontrei Quinn Fabray sentada com seu rabo de cavalo perfeito, e seus olhos intrigantes. Me arrepiei quando ela me encarou sem expressão e caminhei para sentar-me ao seu lado.

Isso não acabaria bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e então ? gostaram? olhem, eu adoro o comentário de vcs , porém alguns são muito vagos .... eu gostaria que vcs expressassem mais o que estão achando. esse cap não teve quase nenhuma cena faberry , mas o proximo recompensará tudo...