Entre O Sol E A Lua escrita por Lola


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Adorando escrever a história... comentem sobre o que vocês acharam e se precisa de algumas mudança....



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Quando acordei, o quarto estava tão escuro que ainda parecia noite. As grossas cortinas ainda estavam puxadas para bloquear a luz, o que eu agradecia. Depois de ter chegado na casa de minha tia na noite anterior, descobri um machucado em minhas costelas. Nada que uma noite de sono não resolvesse. Admito, tive que me segurar para não voltar naquele posto de gasolina e arrancar a cabeça daquele anjo. Uma pena, ele tinha um lindo rostinho. 

Me levantei, tomei banho, vendo que a mancha negra em minhas costelas estava ficando desbotava. Deixei a água cair em mim, vendo minha barriga. Eu tinha uma tatuagem onde o ferimento começava. Era um dragão enorme que circundava minha costela até minha cintura. Era o símbolo da minha família. Um dragão. Minha mãe tinha uma cobra tatuada, da sua antiga família. Acho que estava com tanto sono que podia ver o dragão se enrolando em mim, seus olhos cor de sangue me observando.

Coloquei uma roupa bonita. Short, botas baixas e uma blusa. Meus cabelos não demoraram nem um pouco para se secarem, simplesmente caíram em meus ombros como ondas que pareciam uma cachoeira. Não passei maquiagem, nem nada deste tipo. Eu não precisava.

Peguei minha roupa do dia anterior que estava na escrivaninha e a cheirei. Tinha cheiro de fuligem. Isso me fez lembrar a noite anterior.

Eu havia acabado de estacionar a moto. Minha tia saiu desvairada da varando, seus cabelos negros ondulando em suas costas. Ela parecia mais poderosa do que nunca foi. Seus olhos faíscavam. Ela me pegou pelos ombros, suas mãos me apertando como garras. Bileth,  Damballa e Nihasa ficaram a rodeando, também parecendo a beira da fúria. Desta vez, Damballa não parecia a Sara, e sim alguém muito perigoso.

-Quem é ? Você viu um anjo? - as mãos de minha tia me machucaram.

Eu estava cansada, doendo e com ódio. Simplesmente me deixei levar. Como ela podia me tratar assim? Errado, ela não podia. 

Deixei meu demônio aflorar chamas saltaram da minha pele no lugar onde as mãos de minha tia repousavam. Ela retirou a mão rapidamente, supresa. A chama nos seus olhos morreu e de repente, eu não estava me sentindo mais tão ameaçada.

-Vi. Ele era muito lindo, aliás. - falei, limpando meus ombros displicentemente.

Eu era mais forte. Que todas elas. E desejava mostrar esta força como nunca quis. Bileth me olhava assustada, Damballa não expressava nada e Nihasa parecia ter inveja. Me senti melhor com essa demonstração de poder e começei a andar para a casa. Antes, me virei e falei:

-Ele não foi embora.

- Você não o matou? - Bileth gritou, chocada.

Eu dei um pequeno sorriso, já esperando esta reação.

-Não. Você sabe, gosto de prolongar a brincadeira.

E entrei na casa.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A escola era um pequeno edifício a poucos quilômetros do posto de gasolina. A frente era horrível. Pichações ocupavam todo um muro externo, onde alguns garotos estavam parados fumando algo que eu quase tenho certeza de que é ilegal. Do outro lado, algumas líderes de torcida estavam fazendo pirâmedes de seis pessoas. Parei no estacionamento, descendo da moto.

Andei pelo estacionamento, fazendo uma líder de torcida cair de cima da pirâmede. Não me virei para olhar. De algum modo, eu sempre sabia se o estrago que eu fazia era grande ou pequeno. Daquela vez, a garota não havia se machucado, apesar de ter que ficar algum tempo sem fazer piruetas. Continuei andando, ignorando os olhares de cobiça que me acompanhavam.

-Sabia que iria te encontrar de novo. - ouvi alguem dizendo.

Me virei, rapidamente. Relaxei, ao ver o anjo as minhas costas. Somente encostei meu dedo em seu peito e ele tropeçou vários passos para trás, ainda sorrindo.

-Da próxima vez, você vai sair com mais do que alguns tropeços, lindinho. - falei, entredentes.

-Acho que nós não nos apresentamos. - ele falou, voltando a me acompanhar.

Eu não podia negar. Sua presença me desiquilibrava. Mas tentei me convençer de que ele era só um cara bonitinho, mas que ainda assim, não chegava aos meus pés. Joguei os cabelos para o lado e sorri para um garoto nerd que passava por mim, e ele quase caiu no chão. Olhei para o anjo e resolvi ceder.

-Savannah. - falei. 

Eu odiava ser chamada de Savannah, mas contar meu nome verdadeiro a aquele anjo seria um risco muito grande. Recomecei a andar, retomando meu ritmo. O anjo veio atrás de mim, murmurando:

-Tsc, tsc, tsc. Não acho que este seja o seu nome. Mas não importa, o meu é Lucas. 

Lógico! Porque todo anjo têm que chamar Lucas, Gabriel ou Matheus? Mais outra irônia existente na vida. Dou um sorriso irônico e reviro os olhos, mais cansada do que nunca. Passo pelas portas da escola e tomo o lugar para a secretaria. Uma garota passando por mim deixa seu projeto de química cair todo no chão, estiçalhando-se. Me parabenizo. Anjos não conseguem passar por alguém que precisa de ajuda e não ajudarem.

Lucas se ajoelha para consolar a menina, que entra em prantos falando algo sobre pontos perdidos e etc. Eu sorrio:

-Desculpe-me, é o hábito. 


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