Uma vez a cada quinze anos, um encontro entre os líderes dos reinos ocorria. Podiam ser chamados de reis, príncipes, lordes, senhores. Assim como poderiam ser humanos, youkais, ou o que quer que fossem.

Só o que importava era o poder. Ambição e orgulho, andavam lado a lado do interesse, não existiam mais pecados, era apenas sobrevivência...

Foi em um desses encontros, onde eles se encontraram.

Kagome Higurashi estava presente pela primeira vez, indo no lugar da mãe que estava doente. Representava as terras do Leste.

Sesshoumaru, príncipe das terras do oeste, era conhecido por seu poder e orgulho. Detestava tais eventos.

Ambos caminhavam distraídos, quando se esbarraram acidentalmente. O leve impacto os trouxe a realidade, causando um longo e constrangedor silêncio.

Como se cada ação fosse analisada, apenas se encararam antes de qualquer reação de ambas as partes.

- Desculpe-me.

Sem dizer uma única palavra, o taiyoukai simplesmente continuou a caminhar, ignorando o pedido de desculpas da jovem.

- Ora... que grosseiro. Poderia ao menos dizer algo... - retrucou Kagome em um baixo resmungo, vendo-o se afastar.

- Não deve dizer algo, se nada significa para você.

Piscou duas vezes. Para a sua surpresa, ele a ouvira... ah, sim. Esquecera de que ele devia ser um youkai. Um daqueles seres, com certas... habilidades...

- Do que está falando, senhor?

Sesshoumaru parou e a fitou friamente, com o mesmo tom em sua resposta:

- Desculpas falsas nada valem, senhorita.

Ambos continuavam com aquele joguinho. Insultos invisíveis, sorrisos falsos, sempre provocando o outro ao final de cada resposta, até que um dos dois cedesse...

Por fim, algo semelhante ocorreu. Mas não foi uma rendição.

- Senhor Sesshoumaru, não é? Este é o seu nome?

- Como sabe?

- Ora, seu orgulho, o precede... o famoso taiyoukai do clã Taisho.

Ele estreitou o olhar. Nitidamente, se via a ironia na frase...

- O que quer dizer... humana?

Vendo que este perdia lentamente cada vez mais sua pose, ela continuou com a mesma ironia... e o sorriso maroto.

- Sesshoumaru, conhecido por nunca perder um desafio, o que ostenta com tanto orgulho seu poder...

No salão, um ou outro servo caminhava com bandejas, estas contendo taças de bebidas. Ao passar ao lado do casal, Sesshoumaru apanhou uma das taças.

- Não há nada que este Sesshoumaru não possa fazer. – dizia convicto.

Finalmente chegando onde queria, o sorriso dela se tornou desafiador, no mesmo tom de suas palavras.

- Então prove, seduza-me.

Permaneceu em silêncio, enquanto a fitava incrédulo.

- Isso é um desafio?

- Se quiser encarar assim... então estarei lhe desafiando, não é mesmo? – ironizava em um sorriso divertido.

- Não sabe com o que está brincando...

- Mostre-me. Eu o desafio.

Por um instante, lhe pareceu ter visto um meio sorriso esboçado por ele. Mas, tão rápido como surgiu, se foi, deixando apenas aquele olhar frio que a fitava tão profundamente.

- Vai se arrepender... humana.

- Veremos, senhor Sesshoumaru...

Estava feito. O desafio fora lançado, e havia sido aceito.

Agora, tudo estava nas mãos do destino...

Quem venceria...?

Continua...