POV Edward

Acordei em um lugar sujo, frio e molhado a julgar pelo asfalto aonde eu estava sentado, também estava nublado, criando um verdadeiro cenário de terror. Me levantei devagar, um pouco tonto. O que eu estava fazendo ali? E que horas são? Cade o Carlisle, Emmett e o resto do povo? Comecei a gritar o nome deles igual um idiota! Aquele lugar parecia estar vazio e tava dando medo.

Um arrepio passou por minha espinha ao ver um vulto, e se fosse alguém me procurando? Me aproximei lentamente e o que eu vi me pegou totalmente de surpresa. Ela estava ali! Seus cabelos desarrumados, sua roupa estava rasgada e havia sangue. Minha mãe! Ela estava ali, estava viva! Não muito bem, mas estava viva! Corri até ela, mas alguma coisa a pegou pelos cabelos e a puxou. Maldito!

Como estava nublado eu a perdi de vista, minha mãe! Eu precisava salva-lá, não ia perder ela de novo! Sem chances! Corri sem direção e de repente o cenário mudou ... eu estava parado em frente ao carro e minha mãe estava deitada no chão ensanguentada com a cabeça no colo de um menino, que eu reconheci ser eu. Meu pai estava desesperado ligando pra ambulância e meu irmão em choque. Comecei a gritar o nome de todos ali, mas ninguém me ouvia.

O que estava acontecendo? Eu estava morto? Eu estava revivendo de novo essa lembrança maldita? E de novo o cenário mudou eu estava em frente a um espelho que eu reconheci ser da casa do Ethan. O que mais me assustou é que eu estava em frente ao espelho onde eu tinha 10 anos. E minha mãe estava no espelho mas não comigo, parecia estar dentro dele ... pisquei algumas vezes tentando entender e novamente o cenário mudou. Agora era uma floresta com um caminho de pedregulhos. Andei sobre ele com certo receio e avistei uma cabana. Meu coração gelou, havia alguém de capuz preto, ele virou o rosto e não consegui reconhecer quem era, apenas vi seus olhos frios e um sorriso diabólico ... o que estava acontecendo comigo? Ele vinha vindo em minha direção, saí correndo, correndo e correndo sem direção.

Acordei ofegante e todo suado, que porra de sonho foi esse? Peguei a jarra com água e depositei o líquido no copo que estava em seu lado. Bebi em um só gole, levantei e fui ao banheiro. Passei água no rosto e me olhei no espelho. Estava pior impossível, olheiras como se eu tivesse passado um monte de noites mal dormidas. Meu cabelo estava mais desarrumado do que nunca, a camiseta regata ensopada. Escovei os dentes e resolvi tomar banho pra depois descer e tomar café, pois se Carlisle me visse assim ia me encher de perguntas e eu não estava nem um pouco afim de responder nada.

Tomei meu banho, me troquei e coloquei uma roupa qualquer. Fiquei pensando no sonho, o que aquele sonho queria dizer? Desisti parar de pensar nisso se não eu ficaria louco. Meu estômago começou a roncar e percebi que estava com fome, com muita fome. Ouvi passos de uma pessoa correndo, abri a porta e me deparei com a louca da Bella indo em direção a escada.

Percebi o porque, um cheiro delicioso invadiu minhas narinas. Corri também, do jeito que ela é, não ia deixar nada para eu comer.

– Ei aonde vai correndo assim? - Disse debochado.

– Vai se ferrar Cullen, não começa hoje não tá? - A louca me empurrou, então é assim? Ela ia ver só! A empurrei também, fazendo com que ela caísse faltando alguns degraus, gargalhei.

– Seu puto! Você vai ver só. - A filha da puta me passou uma rasteira! Mas antes de ela conseguir levantar puxei sua perna.

– Me solta Cullen, argh! - Ela chutou minha mão, maldita! Consegui levantar e ela também. Corremos em direção a cozinha e ficamos entalados porque entramos juntos. A danada foi mais esperta e passou primeiro mas eu fui mais rápido e passei na frente dela.

Tinha uma mesa recheada de comida, olhei pra Swan e começamos atacar. Parecia que não víamos comida a séculos. Quando terminamos de comer, começamos a gargalhar e sujar um o rosto do outro.

Só então percebemos que todos nos olhavam incrédulos, demos um sorriso amarelo e saímos de lá. Então do nada a Bella me puxou.

– Preciso falar com você. - Ela disse e eu esperei o que ela tinha a dizer.

POV Bella

Acordei em um beco totalmente sujo e nojento, estava frio e nublado, me levantei com certa dificuldade. Então um déjà vu me alcançou, eu lembro desse lugar. Mas quando eu estive aqui? Coloquei as mãos sobre a cabeça tentando me lembrar quando eu havia vindo aqui. E como um baque eu me lembrei! Foi aquele maldito dia do racha, onde aquele nojento tentou me assediar. Estava tudo ficando mais claro! Mas por que? Por que eu estava ali de novo? Vi de relance um vulto, como se eu pudesse me defender me encolhi e fiquei observando de longe o vulto se aproximar lentamente. Arregalei os olhos ao perceber que era o cara que tentou me assediar aquele dia. Não e não! Por que essas coisas só acontecem comigo? Fechei os olhos por uns minutos e quando os abri, ele estava na minha frente com um sorriso diabólico.

Como num passe de mágica o cenário mudou totalmente. Agora estava em uma casa ... uma casa abandonada. Olhei em volta e ... não! Mas o que está acontecendo? Por que eu estou no lugar onde aquele crápula e seus irmãos me estupraram? Minha cabeça dói e me sinto um pouco tonta. O cenário muda totalmente de novo e pra minha surpresa, eu nunca estive nesse lugar.

Estou em uma floresta onde tem um caminho de pedregulhos, com muita curiosidade sigo o caminho e me deparo com uma cabana. Sinto medo e vejo três pessoas com um capuz preto. Eles viram e me olho mas, pra minha surpresa eles estão ali! James e o cara que quase me assediou no dia do racha, os dois me olhando de cima a baixo com um sorriso malicioso e um olhar frio.

O terceiro também sorri, mas não consigo identificar, pois o capuz cobre seus olhos. Ando lentamente pra trás mas tropeço em uma pedra e caio, com certeza minha expressão está horrorizada, vejo eles vindo em minha direção lentamente como se tivessem se divertindo. Viro o rosto e uma lágrima desce. O que está por vir?

Acordo ofegante e suada, meu pijama está encharcado. Que porra foi essa? Ainda bem que foi só um sonho ... só um sonho Bella! Ou melhor pesadelo, por que se fosse sonho eu estava rica de boas no Caribe tomando bons drinks rodeada de mordomos.

Olho pro lado e pra minha sorte Allie e Melanie ainda estão dormindo. Não quero saber de perguntas. Vou pro banheiro e nossa, eu to horrível. Meu cabelo ta totalmente amassado, olheiras e eu to suada. Tomo banho e visto uma roupa qualquer. Minha barriga começa a roncar e eu percebo que estou com fome. Muita fome!

Nem percebi que a Allie e Melanie já tinham descido. Saí correndo pois o Cullen comeria tudo só de sacanagem pra eu não comer nada e ficar com fome.

Pra minha infelicidade quem aparece? Isso mesmo! O Edward. Fala sério! Apesar da gente ter se tornado amigos ele não para de me zoar. Lá vem ele me encher o saco:

– Ei aonde vai correndo assim? - Diz debochado.

– Vai se ferrar Cullen, não começa hoje não tá? - Empurrei ele, não tava com paciência e ainda mais que eu tava com fome. E então aquele imbecil me empurrou faltando só alguns degraus e então começou a gargalhar que nem uma hiena. Você me paga!

– Seu puto! Você vai ver só. - Passei uma rasteira no imbecil que caiu. Vitoria! Eu ia levantar quando o idiota puxou minha perna.

– Me solta Cullen! Argh! - Chutei a mão dele e levantei, mas pro meu azar ele conseguiu levantar também. Corremos em direção a cozinha e ficamos entalado pois entramos juntos. Mas eu como sempre esperta consegui passar primeiro.

Só que o imbecil do Cullen passou na minha frente. Tinha uma mesa recheada de comida, olhei pro Cullen e começamos a atacar. Parecia que não víamos comida há séculos. Quando terminamos de comer começamos a gargalhar e sujar um o rosto do outro.

Só então percebemos que todos nos olhavam incrédulos, demos um sorriso amarelo e saímos de lá. Então me lembrei do pesadelo que eu tive e resolvi contar pra ele já que agora nós somos amigos. Puxei ele e então disse:

– Preciso falar com você.

– O que foi? - Ele disse surpreso.

– É que bem ... eu tive um sonho, ou melhor um pesadelo sinistro! Eu mudava de cenário toda hora. Primeiro eu estava naquele beco aonde você me encontrou aquele dia e me salvou de ser assediada por aquele cara nojento e ele estava no pesadelo. E então ... - Resolvi não falar da parte do James, afinal ele não sabia que eu havia sido estuprada e ele poderia contar pras minhas irmãs. - do nada eu estava em uma floresta com um caminho de pedregulhos, eu segui o caminho e encontrei uma cabana. E o mais sinistro é que tinha ér .. duas pessoas! Isso duas pessoas - Não ia falar do James de jeito nenhum - e elas estavam com um capuz preto. O primeiro eu reconheci ser o cara que tentou me assediar naquele dia, ele tinha um olhar frio e um sorriso malicioso no rosto, o outro também só que eu não sei quem é, por que o capuz tampava os seus olhos. Eu fiquei com medo e andei pra trás lentamente mas tropecei em uma pedra e caí. E então eles se aproximaram de mim com um sorriso de divertimento, eu virei o rosto e uma lágrima escorreu e então depois eu acordei. - Fiquei esperando ele responder.

– É sério isso? - Assenti com a cabeça - Meu Deus! Há algo de muito estranho acontecendo. Por que eu também tive um pesadelo! E eu também mudava de cenário toda hora. Primeiro eu estava em um lugar frio, nublado e molhado e então minha mãe apareceu do nada, ela estava com o cabelo desarrumado, a roupa rasgada e havia sangue, então depois alguém puxou o cabelo dela e ela sumiu mas não reconheci quem foi. Eu fiquei procurando que nem um louco e então o cenário mudou pro dia do acidente onde minha mãe morreu. Eu comecei a gritar o nome do meu pai ... do meu irmão. Mas eles não me ouviam, era como se eu estivesse morto. E então o cenário muda novamente e eu estava em frente a um espelho na casa que eu reconheci ser do Ethan e era como se fosse uma lembrança minha. Pois eu estava com 10 anos e ... minha mãe! Minha mãe estava ... parecia que estava dentro do espelho. E então de novo o cenário muda e eu estava no mesmo cenário com você! Este do caminho de pedregulhos só que só tinha uma pessoa e estava de capuz preto também. Ele se virou e tinha um sorriso diábolico no rosto. E ele começou a vir atrás de mim e eu saí correndo sem direção, então acordei. - Fiquei chocada com o que ele disse.

– Algo de muito errado está acontecendo e a gente precisa descobrir o que é! Olha eu sei que ele é seu tio mas o Ethan ele me parece muito estranho, foi por causa dele que eu tinha ficado daquele jeito, eu senti um medo. Ele é muito ... sombrio.

– Eu nunca fui com a cara dele e quando minha mãe estava viva ele não saia de casa! E sim algo de muito estranho está acontecendo e eu lembrei de algo agora ... no dia do acidente da minha mãe meu pai me chamou pra pedirmos ajuda, mesmo ela tendo fechado os olhos eu ainda tinha um pouco de esperança. E então o corpo dela tinha sumido, eu e meu pai ficamos desesperados e então no outro dia o corpo dela foi encontrado em um rio. E eu nunca parei pra pensar nisso, pois dói. Mas há algo de errado. - Dei um olhar consolador pra ele.

– É melhor pararmos de falar sobre isso ... - Eu ia terminar mas fui cortada.

– Não tudo bem, ér ... Bella posso te fazer uma pergunta? - Assenti com a cabeça.

– Por que você contou isso pra mim? O sonho ... ou melhor pesadelo, seja como for. - Eu fiquei um pouco surpresa com a sua pergunta mas depois relaxei.

– Nossa! Não era pra ter contado? Eu pensei que depois de ontem a gente tinha se tornado Best friends forever, mas vejo que estava errada. - Fingi que estava chorando, ironia alô.

– Ha ha ha, que graça hein Bella? Acho que você deveria ir trabalhar no circo, ia ganhar muito dinheiro! - Rolei os olhos.

– Pelo menos eu ia ganhar dinheiro e você? - Não perco a oportunidade de alfineta-lo.

– Você não respondeu minha pergunta ... tá mudando de assunto porque? - Ele disse risonho, o que ele tava pensando?

– Não estou mudando de assunto, bom eu resolvi contar pra você por que - Maldito!

– Por que Bellinha? - Mostrei o dedo do meio pra ele.

– Ta bom seu idiota! Por que eu confio em você , feliz agora? - Fiquei carrancuda, eu não queria ter que admitir que eu confiava nele, agora ele vai ficar todo orgulhoso.

– Eu também confio em você Bellinha - Ele zoou, que raiva! Eu odeio que me chamem de Bellinha.

– Pode parar de me amar um pouco? - Eu disse.

– Eu só paro quando você parar.

– Vai se ferrar. - Mostrei a língua em um ato totalmente infantil e saí de lá deixando o babaca gargalhando. Tinha alguma coisa de errada e eu ia descobrir.