And I Know... escrita por SayRoana


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Então, falei que essa é a primeira fic que decido postar, se houver algum erro, me perdoem. É curtinha, tentei colocar tudo o que eu queria e tentar passar pra vocês o que eu senti, mas acho que não consegui asçdkj O título foi meio aleatório, eu estava escutando One Ok Rock - And I Know, acho e ao mesmo tempo não acho que a música tenha a ver com a fic, porém o título me agrada. Se quiserem escutá-la enquanto leem, à vontade. E se alguém ler, não espero que gostem ç~ksadjk Mentira, espero que gostem sim, tnx ♥



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- Se foi. – Sorri, suspirei e ofeguei de cansaço por alguns segundos. Mal podia acreditar. – Está feito.

- Sim, Sr. Frodo. Acabou agora. – Sam estava tão cansado quanto eu. Acabado, quase como o Um Anel.

Um tremor provocado pelo vulcão nos fez cair, nos obrigando a acomodar-nos junto às pedras. Deitei-me, descansando a cabeça no monte de rochas atrás de mim, arquejando por causa do cansaço e do calor que a lava nos provocava, ainda não acreditando no que havia acontecido. Sam apenas sentou-se ao meu lado. Silenciamo-nos por um momento.

O grande peso do Um Anel que carreguei comigo por esses longos meses agora havia sumido.

Era uma grande responsabilidade, todos confiaram a mim para destruí-lo. Fiz sacrifícios, outros fizeram sacrifícios, perdi uns, ganhei outros. O destino da Terra Média estava em minhas mãos. E nos últimos momentos sucumbi ao poder do Um Anel.

O seu poder era quase impossível de se resistir, como se tivesse vida própria. Era seduzente, atraente, fascinante. Porém um falso poder, criado para destruir homens e elfos, hobbits e anões, e todas as criaturas possíveis de se listar que viviam na Terra Média.

Sim, eu sucumbi ao seu poder. Eu, a quem fui confiado de destruí-lo, por aparentemente ser o único que conseguia resistir a ele. Todas as criaturas são fracas, afinal de contas.

Quase arruinei tudo, se não fosse por Sam. Meu querido amigo Hobbit, meu jardineiro nas épocas em que o Condado e a Terra Média não caíam de tanta desgraça. Sam era teimoso e insistente, e desejava o meu bem estar, apesar de tudo. Ele me foi muito útil, gentil e carinhoso em momentos difíceis, como também foi muito companheiro nas outras horas. Admirava-o por ser uma criatura tão sincera e persistente, por um lado estava feliz por tê-lo comigo. Mas nunca entendi de verdade o porquê de tanta preocupação para comigo. Talvez porque ele havia prometido a Gandalf que deveria me proteger. Talvez porque... Bom, deixemos isso de lado.

O que importa é que eu consegui. O Um Anel agora está derretido junto à lava que descia pela montanha vulcânica. Feito do fogo, destruído pelo fogo. Senti-me aliviado com aquele fim. Um fim bom.

A alegria, o alívio e a esperança me renovavam as forças.

- Eu posso ver o Condado. – De olhos fechados eu sentia o meu sorriso ir de orelha a orelha por conseguir lembrar como era a harmonia do meu lar depois de tanto tempo. – O Rio Brandevinho. A Rua Bolsinho. Os fogos de Gandalf. – E mesmo de olhos fechados, sabia que Sam estava tão feliz quanto eu. Sentia. – As luzes na Festa das Árvores.

- A Rosinha dançando. – Meu amigo me cortou inesperadamente. Reabri os olhos, tornei meu rosto lentamente até encontrá-lo e tratei de encará-lo. A Rosinha dançando. – Ela tinha fitas no cabelo. Se eu fosse me casar com alguém... Teria sido com ela. – Lágrimas invadiram seus olhos. Casar com alguém. – Teria sido com ela. – E por algum motivo o choro me invadiu o rosto também. Com ela.

Levantei-me, apoiando minha mão em seu ombro, como para consolá-lo. Eu sentia sim uma ponta de ciúmes. Passei meu braço pelos seus ombros e com o outro o abracei, apoiando minha testa em sua cabeça, tentando fitar seus olhos, tarefa difícil uma vez que seu rosto estava de lado. Algo crescia dentro de mim, um sentimento, amizade, não... Amor, talvez.  Não, não crescia, se tornava mais intenso, pois já havia se propagado antes disso. Desde as épocas em que cuidava de meu jardim e me lançava olhares inocentes – em alguns casos podemos dizer de admiração – e que eu nunca reparei ou dava tanto crédito, mas ainda assim sentia um formigamento nas pernas a cada olhar lançado. Durante a jornada, todas as vezes que meu braço encostava com o de Sam, quando ele me olhava com olhares de afeto, nas vezes que perguntava se eu estava bem e pegava em minhas mãos, até mesmo quando dormíamos juntos demais para combater o frio. Eu sentia um desconforto no estômago todas as vezes, um incomodo, não ruim, um incomodo bom, quando nos aproximávamos demais ou quando demonstrávamos carinho demais um pelo outro. Um incomodo que sempre passava despercebido, mas que nunca deixou de ser um incomodo. Seria mesmo possível? Um Hobbit apaixonado por outro do mesmo sexo? Confusão e desejo me invadiam naquele momento de reflexão e aproximação. Oras, eu estava “agarrado a ele” depois de sua confissão sobre casar com Rosinha. Eu quem queria casar com ele. Não sei se seria muita esperteza ou certo de minha parte revelar o que sinto a Sam naquele momento, se ele iria se espantar demais ou se afastar de mim, eu tinha receio.

Ainda os dois chorando, e com meus lábios quase tocando sua bochecha suja e quente, lancei, baixinho:

- Estou feliz em estar com você, Samwise Gamgee... – Ele tornou seu rosto até ficar de frente com o meu. Parei para observar todas as suas expressões – lindas expressões, a propósito – e tentei decifrar algumas, sem sucesso. –... Aqui no fim de todas as coisas.

Quase passou despercebido, também, mas eu sabia – sentia – que ele estava tão confuso quanto eu e que agora ele quem sentia o “incomodo” que antes citei. Nos encarávamos com certa timidez, até que ele segurou meu braço com uma mão e com a outra apenas acariciou minha bochecha da maneira mais singela que conseguiu. Um arrepio passou pelo meu corpo, suspirei e senti sua respiração quente bater contra o meu rosto, fazendo-me afastar um pouco. E como se fosse inconsciente, Sam me puxou de volta e levou seus lábios de encontro aos meus, me dando o mais solene beijo que ganhei em toda a minha vida. Um selamento de lábios tímido e medroso. Espantei-me com seu gesto e todo o meu corpo estremeceu, dos dedos dos pés até os fios dos meus cabelos encaracolados. Uma sensação completamente nova. Forcei meus lábios contra os dele, apertando-os, como forma de retribuir o beijo, e logo larguei sua boca e escondi a cabeça na curva do seu pescoço. Estava envergonhado, porém feliz. O beijo não poderia ter desatado em nenhuma outra hora, não precisávamos de palavras, nossa troca de olhares nos entregou.  Sam riu, de alguma forma achando graça daquilo tudo. Apertou mais o abraço e sorriu. Funguei meio desajeitado e sorri também. No final das contas eu não poderia estar mais feliz.

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Fim.


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Notas finais do capítulo

Curtinha, né? ): De qualquer jeito, foi isso. Se alguém leu e gostou, muito muito obrigada. Reviews? Ficarei feliz em saber que ela agradou alguém ♥