- Vamos sair daqui não queiro atrapalhar – sussurei para Gabriel que ficou de cara fechada. Tentei puxá-lo, mas ele parecia uma pedra, não se movia, não falava, apenas ficava observando. Acho que ele ficou com ciúmes de ver Amy e Peter se beijando. Eita Amyzita safada!

Gabriel fez um som de tosse. Quando a Amy reparou que ele estava lá, ela parou no instante de beijar Peter, e ficou corada. O clima ficou tenso. Gabriel estava bravo, tenso, eu sentia isso.

- Amy eu fui lá no seu quarto mas você não estava, eu precisava falar uma coisinha com você – disse quebrando o gelo.

- Ah... Fale – disse ela se levantando da cama e vindo em nossa direção. Biel ainda a olhava bravo. Se é que eu podia chamar aquele bixo de bravo.

- Amy, depois eu quero saber de tudo – sussurrei em seu ouvido para Gabriel não ouvir. – Biel, você fica aqui? Eu e a Amy vamos descer.

- Fico – disse ele seco. – Tchau Sav – e deu um beijo em minha bochecha, e saiu andando.

Amy ficou de cabeça baixa. Aposto que isso era o que ela menos queria.

- Amy... Eu preciso falar com você – disse tentando olhar em seus olhos.

- Fale amiga.

- Vamos lá fora. Na lanchonete, ou na sala, sei lá.

- Ok, então vamos – disse ela indo para o elevador. Então a segui. Quando saímos do elevador, passamos pela recepção, e Antony estava lá.

- Savannah? – disse ele com um sorriso encantador. Seus olhos azuis brilhavam. – Ocorreu tudo bem no seu quarto?

- Sim. Obrigada por pelo menos me deixar em algum quarto – disse rindo. Ficou aquela pausa chata. – Bom... Eu e Amy vamos para a lanchonete.

- Tudo bem. Até logo – disse ele ainda sorrindo. Fomos nos afastamos e ainda via Antony nos olhando.

- O que foi aquilo? Só eu senti a química entre vocês dois? – disse Amy.

- Né. Eu pensei que só eu tivesse sentido. Já pensou. Ele vai em uma festa daqui, e aí a gente fica. Ele deve beijar muito bem.

- Savannah! E o Jarred? – disse Amy arregalando os olhos.

- O Jarred? Como se ele não tivesse pegado nenhuma nessa viajem. Ele foi se divertir, e eu vim aqui também, para me divertir.

- Eita. Cadê a namorada fiel?

- Amy. Chega – disse a olhando séria.

Chegamos à lanchonete e pedimos o que queríamos. Quando nossos pedidos foram prontos, Amy foi buscar, e eu fiquei a esperando.

- Amy, eu preciso te contar uma coisa.

- Fale amiga – disse ela mordendo seu lanche.

- É... Amy, eu vou embora daqui a cinco dias.

- OQUE? POR QUÊ? – disse ela com uma bolota de comida em sua bochecha com os olhos arregalados.

- Não sei. Minha mãe disse que são problemas. Também acho melhor ir lá, porque se meus pais continuarem brigando, é capaz de sair divorcio, e eu não queria deixar o Matt sozinho.

- Aff Sav! Não acredito.

- Desculpa amiga. Mas olhe pelo lado bom, eu acho que a Julliett, o Harry, o Biel e o... PEEETEER – disse dando ênfase em “Peter”.

Ela riu. – Idiota – disse empurrando meu braço.

Passamos a tarde inteira na lanchonete. Conforme passava o tempo, mais gente ia chegando. No final, estava eu, Jullie, Amy, Peter e Harry. Já que ficou a noite, não precisamos sair de lá. O jantar era as 22:00 hs. Depois que jantamos, fomos para nossos quartos.

- Jura que eu não posso dormir no seu quarto hoje Sav? – Amy fez cara de cachorrinho pidão.

- Amy! Não né! Ta louca? Ai você da uns pega no Pete e já sabe né. Ai tu se fode, não só você como eu!

- Aff Sav! – ela fez biquinho.

- AMY! Vai logo pro seu quarto. Tchau – empurrei a do elevador e apertei o botão para fechar a porta. Esperei chegar no meu andar quando o elevador para em outro, e advinha quem entrou! Se você pensou o Biel... Pensou errado. Quem entrou foi o peste. Já virei minha cabeça para não discutir com ele.

- Acho melhor pegar o outro elevador – eu disse.

- É só você não começar a ficar chata Savannah.

- Eu chata? Ta... Sei! – disse revirando os olhos. – Tomara que vá logo esse elevador. – De repente o elevador para.

- Ah ótimo.

- Ai meu Deus do céu! E agora? – disse entrando em pânico.

- Calma Savannah, o elevador não vai cair.

- Só me falta você falar isso e bum... Acontecer!

- Não vai acontecer isso Savannah! Para com essa paranóia.

- Eu espero que assim seja. – ficamos um pouco sem falar nada. – Jack, esse elevador vai voltar mesmo? – disse com medo que transparecia em minha voz.

- Você está com medo?

- Não, imagina!

- Credo. Até com medo você é irônica – disse ele fazendo uma careta. De repente acaba luz no elevador.

- JACKSON! – comecei a gritar.

- Calma Savannah, eu estou aqui – disse ele pegando meu braço.

Eu o abracei forte. – Jack, e agora?

- Agora a gente vai ter que esperar.

- Ai meu Deus! – disse encolhendo minha cabeça em seu ombro. – E se não voltar?

- O elevador não vai ficar parado para sempre. As pessoas vão perceber a demora.

- Eu espero que sim.

- Qualquer coisa a gente liga lá na recepção.

- Isso, liga, liga, liga – disse cutucando Jack.

- Calma, eu vou ligar – disse ele colocando a mão no bolso procurando o celular.

- Vai mais rápido!

- Savannah, pega o seu! Eu não to achando o meu.

- Ta bom – disse colocando a mão no bolso do shorts e pegando o pequeno telemovel. – Ta sem bateria. Perfeito! Cadê o seu?

- Ah, que demais. Eu não estou achando o meu. Acho que eu deixei no quarto da...

- Da...? – perguntei fazendo gestos de “fala logo”.

- Da... nada deixa. Eu preciso do meu celular.

- É isso que dá andar sem celular.

- É isso que dá usar muito o celular e ficar sem bateria!

- Ah, agora a culpa é minha que estou sem bateria?

- Claro, que a culpa é sua.

- E você esqueceu o celular e a culpa é minha? De você ser tão desajeitado?

- Eu? Desajeitado?

- Sim. E pegador. Aí você esquece o seu celular lá na puta que o pariu.

- Eu não sou.

- Não? Então me diga por que você me perdeu! – quando eu falei isso, ele ficou quieto. – E agora? O que a gente vai fazer? Sem celular, o elevador parou. Agora a gente fica batendo na porta até alguém nos resgatar?

- Savannah fica calma – disse ele ficando mais próximo de mim. Tinha uma luzinha mínima, que iluminava um pouco o local.

- Jack, você sabe que eu tenho medo de ir de elevador, ainda mais quando fica parando e escuro, e sem gerente, Jackson eu vou morrer aqui e...

- Shhh! – disse ele colocando o dedo em minha boca. Eu fiz uma careta e o olhei. – Savannah, agora o que eu menos preciso é escutar você tagarelando.

- Jackson, eu não tagalero, eu só estou me abrindo, cara, eu estou com pavor – disse rápido.

- Savannah! Chega! – disse ele se aproximando.

- Jack o que você v... – ele me interrompeu com um beijo. Eu pensei que nunca mais iria beijar ele depois que terminamos. Lembro direitinho como se fosse ontem. Eu chegando em uma festa com a Amy e vendo ele beijando outra menina. Meu sangue subiu naquela hora. Só depois que ele me viu e ainda queria explicar o que tinha acontecido, sendo que eu procurei pessoas para perguntar o que aconteceu. Quando nós terminamos, só se escutava berros do quarto, e batidas de porta. – O que você fez Jackson Londie?

- Você não viu e não sentiu? Ta paraplégica e cega é?

- Idiota! Eu vi e senti. Burro.

- Xinga mais xinga – dizia ele aproximando seu ouvido da minha boca.

- Besta – disse o afastando, rindo e ele fez o mesmo. De repente o elevador volta tudo ao normal. – ALELUIA – gritei fazendo um gesto com a mão para cima.

- Tonta – disse Jack rindo. Quando chegamos em nosso andar, fomos ao quarto, troquei de roupa e fui dormir.