Bumi estava petrificado.
Alguns minutos antes, ele estava ao lado de seu pai aguardando a chegada de Zuko e sua família no templo do ar enquanto sua irmã ajudava sua mãe a preparar o quarto de hospedes. Quando o navio ancorou, ele estava ansioso para ver o Senhor do Fogo Zuko, que ele tanto adorava, e não via há quase três anos. Mas quando eles desembarcavam, sua atenção foi parar em outra pessoa. Uma garotinha que vinha no meio de Zuko e Mai. A pequena princesa Honora. Com seus nove anos ela tinha cabelos negros, lisos e longos. Sua pele era branca e seus olhos âmbar, como os de seu pai. Ela usava uma típica roupa da realeza e andava com muita classe. E no momento que Bumi colocou os olhos nela, ele ficou vermelho e petrificado.
– Bem vindo velho amigo – exclamou Aang.
– Não tão velho assim – disse Zuko e o abraçou.
Bumi continuava vermelho e segurava na calça do pai. Horona olhou para ele e deu uma risadinha, ficando um pouco vermelha também.
– Venham – Aang chamou.
Assim que chegaram na casa Kya correu ao encontro da princesa e a abraçou. As duas ficaram um bom tempo abraçadas antes de falarem qualquer coisa.
– É tão bom te ver! – disse a princesa.
– É mesmo! – exclamou Kya - Venha, vamos brincar!
Honora puxou a mão de sua mãe.
– Mamãe, eu posso ir?
– É claro meu amor – respondeu Mai – enquanto estiver por aqui, finja que não é uma princesa, e se divirta!
As duas garotas saíram correndo, mas no meio do caminho Kya parou.
– Bumi, você não vem irmãozinho?
Bumi saiu correndo em direção a elas.
– Honora está tão bonita – comentou Katara.
– Kya e Bumi também, eles se parecem muito com você Katara. – disse Zuko
Aang colocou as mãos na barriga de Katara.
– Espero que esse aqui se pareça pelo menos um pouquinho comigo – disse Aang sorrindo.
– Venham, vamos entrar. – convidou Katara.
Eles entraram e Zuko e Mai arrumaram as coisas em seu quarto. Depois se encontraram com Aang e Katara na sala. Zuko se ofereceu para fazer um pouco de chá e foi até a cozinha. Depois que o chá estava servido, eles se sentaram para conversar.
– Então – disse Katara – vocês souberam que Toph teve o bebe?
– Isso é maravilhoso – exclamou Mai – quando?
– Semana Passada. É uma linda garotinha chamada Lin.
– Nós poderíamos marcar um jantar amanha a noite, assim conhecemos o bebe e relembramos dos velhos tempos.
– Excelente ideia!

Katara não se sentia muito bem disposta naquele fim de tarde, então uma das mulheres do templo de ofereceu para cozinhar em seu lugar.
Aang e Zuko conversavam sobre a política na Republic City, enquanto Mai e Katara falavam sobre as crianças.
– Falando nelas... – disse Katara.
Kya, Bumi e Honora entraram na casa todos cheios de lama e com sorrisos no rosto.
– Já para o banho crianças - Mandou Mai. - Quero todos vocês cheirosos e limpos antes de dormir.
Kya e Honora correram para o banheiro do quarto dela. Onde elas haviam decidido que enquanto Honora estivesse lá, Ela usaria a cama de Bumi e ele dormiria com os pais.
– Aang – disse Katara – Você pode, por favor, dar um banho em Bumi? Eu não me sinto muito disposta hoje.
Aang se levantou, pegou Bumi no colo e o levou até o banheiro.
– Quando eu disse para Honora para esquecer de que era uma Princesa e ir brincar eu realmente achei que ela não levaria tão a serio. Mas é ótimo que ela se divirta assim com outras crianças. As vezes eu me sinto culpada por ela ter tão pouco tempo para brincar com as amiguinhas na nação do fogo.
– O importante é que ela está se divertindo. – disse Zuko.

Depois do jantar, Kya Bumi e Honora pediram para que os adultos vissem uma demonstração das habilidades deles. Eles provavelmente haviam passado o dia inteiro ensaiando para isso.
O primeiro foi Bumi. Ele pegou sua espada de madeira e demonstrou em um saco de batatas todos os golpes que ele sabia. No fim da apresentação todos bateram palmas.
– Ele é bom – Zuko comentou com Aang.
– Eu disse. Assim que ele tiver idade começara a ter aulas.
Depois foi a vez de Kya, que dois dias antes havia aprendido novos truques com Katara. Ela pegou água em um pote e primeiro a movimentou fazendo-a dar voltas por todo seu corpo. Depois ela transformou a água em vários pedaços pontiagudos, e os arremessou contra o saco de batatas.
– Você ensinou isso para ela? – Aang sussurrou para Katara.
– Ela já está na idade de saber se defender – respondeu Katara dando de ombros.
Todos bateram palmas no final da apresentação de Kya. Então Bumi apareceu usando uma grande cartola.
– E agora – ele dizia como um apresentador de circo – Trazemos para vocês direto da nação do fogo ( sons de tambores) a princesa Honora !
Honora caminhou até o meio da sala e Zuko e Mai se entreolharam com um sorriso no rosto.
A apresentação da princesa começou com simples labaredas de fogo. Depois ela foi melhorando os golpes, até que fogo azul começou a sair de suas mãos. Ela fazia as labaredas dançarem em volta dela e então elas simplesmente desapareceram. E a doce princesinha estava de volta.
Aang e Katara estavam perplexos.
Zuko – disse Katara – Eu so vi uma pessoa na minha vida inteira, lançar fogo dessa cor.
Zuko assentiu.
– O que eu posso dizer – ele disse com um sorriso orgulhoso no rosto – Ela é um prodígio! Ainda melhor que minha irmã, que com essa idade não fazia metade do que a pequena Honora faz!

Mais tarde naquela mesma noite, Katara fora se deitar cedo devido a sua indisposição. Mai e Zuko colocaram as meninas para dormir com historias. Enquanto Aang contava algumas outras para Bumi.
– Uau! Você fez mesmo isso – Exclamou Bumi.
– Sim – respondeu Aang.
– Quando eu crescer, eu quero ser igual a você, e daí você ficará muito orgulhoso de mim não é mesmo papai?
– Eu já tenho muito orgulho de você. Agora boa noite Bumi.
– Boa noite papai.


O dia amanheceu quieto na ilha. Eram nove horas da manha quando Katara finalmente acordou. As crianças já brincavam lá fora, e Katara ia se levantar quando Aang entrou com uma bandeja de café da manha no quarto.
– Café na cama? – perguntou Katara – O que eu fiz para ganhar toda essa mordomia?
– Me tirou de um iceberg – Aang respondeu sorrindo, e colocou a bandeja do lado dela.
O dia passou calmo na ilha. As crianças brincavam com os bisões, e os Mai, Katara e Zuko conversavam para passar o tempo e Aang estava meditando.. Tudo estava indo bem até que Aang ouviu um grito que o tirou de seu transe. Por um segundo ele pensou que fosse apenas sua imaginação, até que ele ouviu novamente. Era Katara gritando. Ele correu para a casa e encontrou Katara com as mãos na barriga.
– Zuko já foi chamar as parteiras – disse Mai.
Aang então pegou Katara no colo.
– Aang, estou preocupada....
– Vai ficar tudo bem – ele disse enquanto a levava para o quarto. – Você já é quase uma especialista mesmo.
– É por isso que eu estou preocupada, eu não senti tanta dor assim nem no parto de Kya.
Então Katara urrou e se dobrou de dor nos braços de Aang. Ele correu até o quarto e a colocou na cama. Lágrimas escorriam dos olhos dela quando as parteiras entraram no quarto.
– Aang – disse Katara entre dentes – dessa vez é melhor você ficar de fora..
– Mas porque querida?
– Porque eu estou mandando! – gritou Katara
As enfermeiras assentiram e então Aang saiu do quarto e se sentou na sala.
Aang havia ligado para cancelar o jantar com Toph e Sokka devido ao parto. Quatro horas se passaram até que uma das parteiras apareceu toda suada na sala.Assim que a viu, Aang se levantou rapidamente.
– Está tudo bem com Katara?
– Agora sim – disse a mulher limpando as mãos em um pano – tivemos algumas complicações no parto, mas agora, tudo está bem. Você já pode vê-la.
Aang correu como o vento em direção ao quarto, e lá encontrou Katara deitada na cama amamentando o recém-nascido.
– Katara, você está bem meu amor?
Katara assentiu.
– Me desculpe por te tratar daquele jeito – disse ela – é que eu fiquei com medo. Se acontecesse alguma coisa comigo, eu não queria que você visse.
Aang a abraçou, ele estava com os olhos cheios de lágrimas.
– Nunca mais fale uma coisa dessas, se alguma coisa acontecesse com você, eu não sei o que seria de mim.
– Não vamos pensar nisso agora – disse Katara. – Temos um novo embrulho na casa e precisamos decidir um nome para ele.
– Que tal Tenzin – Aang sugeriu.
– Tenzin...- refletiu Katara. – Eu gosto. Você gosta de Tenzin bebe?
E como resposta o garotinho sorriu. Bumi e Kaya apareceram na porta.
– Entrem – Aang chamou – Venham conhecer seu mais novo irmãozinho.
– Posso segurá-lo? – perguntou Kya.
Aang entregou com cuidado o bebe para os braços da garota.
– Seja bem vindo a nossa família – ela disse. – Como ele se chama?
– Tenzin – respondeu Katara.
– Seja bem vindo Tenzin – respondeu Bumi
– Paramos por aqui certo - disse Katara para Aang. – Esse é o ultimo que sai de dentro de mim, se você quiser outro filho, ou arrume um jeito de ficar grávido, ou arrume uma chocadeira.
Mais a noite naquele mesmo dia, Katara havia ido tomar um banho, Aang estava dormindo com a criança acordada do seu lado na cama. Bumi brincava com as mãozinhas do bebe.
– Sabe - disse Bumi para o bebe - Você vai se divertir muito nessa família, vou te contar um segredo, nosso pai é o avatar !
O bebe sorria e fazia barulhos com a boca.
– Eu não sou um dominador - continuou Bumi - A mamãe e a nossa irmã são dominadoras de água. Seria legal se você fosse igual a mim. Mas eu quero muito que não seja, porque o papai tem que ter um filho dominador de ar! se não eles vão acabar!
O bebe continuava a fazer barulhos com a boca.
– Bom, só o tempo nos dirá. mas se você não for, acho melhor o papai arrumar uma chocadeira.