Cartas Do Passado escrita por Jane Timothy Freeman


Capítulo 8
Os belos olhos


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, não escrevi nas últimas semanas porque fiquei atarefada com os simulados do Cursinho.
Além disso, fui escrever e, sem querer, deletei tudo! :( Este capítulo não ficou maravilhoso, mas até que gostei!
Espero que também o façam! o/



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Darcy retirou o envelope da caixa e o sentiu um pouco mais volumoso.

– Lizzie, acredito que não são fotos!

Ela se aproximou e retirou o pacote das mãos dele.

– Ao que parece, – olhou dentro – este envelope contém fitas de vídeo!

Darcy empalideceu imediatamente.

– Fitas? Por que justamente as fitas?

Lizzie assistiu ao homem descabelar os cabelos.

– Hei, calma! Por que elas o deixam tão nervoso?

O olhar de súplica quase a fez desistir.

– Você não vai gostar de saber. Mesmo.

– Combinamos que continuaríamos com o plano deles, certo? Pense no futuro. Nos benefícios. Eu, pelo menos, estou acreditando nisso.

Darcy suspirou, mas anuiu.

– Certo. Vamos assistir a esta fita de uma vez por todas!

Acompanhou-a até uma sala com um reprodutor de k-7, inseriu a fita e entregou o controle nas mãos de Lizzie.

“10 de agosto de 2002, 15:20.

(Os pais de Isadora oferecem um almoço aos amigos da filha. Vários jovens, incluindo as irmãs Bennet e Lucas e os primos da anfitriã, estão presentes. A música de fundo é um rock suave. Bingley decide dar vazão à sua paixão: filmar. Porém, Jane ocupa sua atenção e ele repassa a câmera à Kitty, que se posta atrás de Charlotte e Lizzie.)

– Char, Jane e Bingley foram feitos um para o outro, não? Ele lhe é tão atencioso, gentil! Se a conheço bem, diria que está se apaixonando muito intensamente!

– Será que ele o percebe também, Lizzie? – Replicou a outra, apontando na direção da Bennet mais velha, que sorria de forma contida.

Elizabeth riu.

– Se não percebe, é um cego.

Charlotte revirou os olhos.

– Ele não a conhece como nós, cabeçuda!

– Kitty, saia daqui com essa câmera! – A câmera estremece e um riso estridente é ouvido, mas o foco da filmagem permanece. – Char, Jane é tímida e reservada. Como poderá incentivá-lo de forma mais incisiva? Seria outra pessoa!

– Eu sei, eu sei, mas é que eles não ficaram sozinhos tempo o suficiente para estes sentimentos aflorarem, minha querida. Bingley é inseguro, é perceptível. Será que continuará a manifestar estes sentimentos por Jane se não obtiver uma resposta favorável?

– Reafirmo: se não perceber que ela só tem olhos para ele, então que pare de demonstrar interesse, pois não a merecerá.

– Lizzie, eu adoro Jane. Somos amigas há muitos anos! Espero de coração que Bingley saiba reconhecer o que percebemos de longe.

– Kitty, saia já daí! – A câmera é empurrada para longe das meninas e capta os olhos de Fitzwilliam Darcy focados em Elizabeth. Logo em seguida, a imagem se apaga.”

O homem estava lívido na cadeira.

– Você está bem? – Pausou o vídeo.

Ele respirou fundo.

– Só-só me assustou um pouco ver o quanto era diferente na época.

Ela riu.

– Bastante hipster, com certeza! – Mas estava desconfiada de que o motivo real não era aquele. – Vamos continuar? Podemos jantar depois!

– Claro – e voltou os olhos para a TV.

Com um revirar de olhos, Elizabeth apertou o play.

“Na mesma festa.

A posse da câmera volta ao dono, que está sentado perto de Darcy. Ao lado deste, em outro sofá, senta-se Elizabeth.

– Sobrinho querido! – E se aproximou de Darcy. – Um dos maiores prazeres de minha vida é ver jovens cultos conversando sobre assuntos inteligentes. À juventude falta a sabedoria, e à velhice, o vigor. Posso assegurar que Eliza aqui – e sentou-se ao lado dela – possui essas qualidades.

– Decerto que as possui, tio. – E com um olhar grave sobre a moça: - Com toda a tecnologia e a rapidez crescente de informação, eu me decepcionaria muito se fosse diferente.

O tio sorriu.

– Bingley gosta de conversar, mas este não é o seu feitio, Will.

– Faço-o sempre que minha atenção é despertada.

– Sim, é verdade. E quando isto acontece, tenho grande prazer em ouvi-lo.

Virou-se para Lizzie, que tentava não rir.

– Eliza, querida! Que maravilhosa oportunidade. Você e meu sobrinho são muito similares, embora fale um pouco mais que ele. – Voltou-se novamente para o rapaz. – Posso assegurar-lhe que esta é a melhor interlocutora desta sala! Permita-me apresentá-los e...

A moça se levantou bruscamente.

– O senhor é um cavalheiro, mas se engana ao pensar que me sentei aqui em busca de companhia. Neste momento, estou em busca de silêncio.

– Mas isto seria um sacrilégio! Com tamanho talento!

Darcy se manifestou:

– Fique, Elizabeth, estou apreciando esta conversa. 

Ela sorriu de forma debochada.

– É muito gentil. – Deu meia-volta e saiu do local, seguida pelo pai de Isadora.

– Acho que sei o que está pensando.

Era Caroline, deslumbrante como sempre. Esta sentou-se ao lado do amigo.

– Não posso acreditar.

– Você está medindo o horror de passar seus dias em companhia de pessoas tão... bárbaras. Concordo plenamente.

– Está enganada. Estive pensando no prazer de belos olhos no rosto de uma mulher.

– Ora! – Ela se sentiu lisonjeada. – Posso saber quem é a musa inspiradora?

– Eliza Bennet.

A expressão indignada de Caroline fez o irmão rir.

– Desde quando a aprecia? Se bem me lembro, praticamente a insultou na festa de Isadora e...

Continuou a destilar seu veneno, porém Bingley encontrou um assunto Bennet muito mais interessante e a gravação encerrou."

O homem estava de olhos fechados.

– Uau!

– Terrível, não?

– Você era tão diferente! Tão...

– Arrogante?

Ela sorriu amarelo.

– Bem, sim. Até seus elogios a mim pareciam xingamentos!

Darcy olhou para baixo.

– Muito se passou desde aquela época...

Elizabeth se calou por um momento.

– Sabe... Eu sempre achei que você se uniria à Caroline.

– Sério? – Ele estava genuinamente espantado.

– Vai me dizer que não sabia que ela era louca por você?

– Ainda é. Por que eu me apaixonaria por ela?

– Bem, ela era simplesmente linda. Seus gênios eram bastante compatíveis (ao menos no momento da fita), se conhecem desde sempre, sua tia aprovaria, eu me casei com o homem que você mais odiava...

– Caroline era e é tudo isso, mas eu nunca, nunca senti algo desta magnitude por ela.

– Não faz sentido! Por quê?

– Lizzie, eu era um bastardo arrogante e orgulhoso, mas nunca faria mal a ninguém. Ao menos, não gratuitamente. Todas as minhas ações são pautadas no bem-estar das pessoas que amo. Caroline estava disposta a fazer o que pudesse para alcançar seus objetivos. Seu orgulho servia somente para torná-la mais egoísta. – Respirou fundo. – Se amor é filho da admiração, então nunca poderei sentir por ela... – “o que senti por você.”

Os dois ficaram em silêncio por um momento.

– Se me dá licença, vou tomar um banho. – Disse Darcy, totalmente sem graça, e saiu do cômodo.

Lizzie apoiou a cabeça no joelho e lamentou, mentalmente, aquele fatídico dia de Julho.


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