Cartas Do Passado escrita por Jane Timothy Freeman


Capítulo 34
Esperança


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos!

Adorei cada comentário! *0*' Tenho um tempinho e vou responder todos, PROMETO! ♥

Vocês são os melhores leitores do mundo! :D Fiquei muito feliz que tenham gostado de como a história caminhou. ;D

Grande abraço!

Annie F.



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(Dois meses depois)

- Buongiorno, Elizabeth Bennet falando. O que deseja?

O dia de Lizzie estava estranhamente quieto. Poucos clientes haviam ligado, as vendas estavam fracas, até mesmo Wickham não aparecia há alguns dias.

A moça estranhava aquele marasmo, mas não seria a primeira vez.

- Lizzie, é você? 

- Jane! - Seu coração se alegrou. Havia algum tempo que não falava com a irmã! - Está tudo bem por aí? Como conseguiu esse número? É somente para negócios e...

- Seu chefe me passou, o assunto é importante. Procure "Lydia Bennet" no Google e leia as notícias - disse abruptamente. - São de seu vital interesse.

E desligou.

Elizabeth olhou para o telefone, um terror de dez anos atrás tomando conta dela novamente. O que teria acontecido a Lydia?

Correu para o laptop e digitou as palavras no buscador. Os títulos lhe deram arrepios:

"BOMBA - Lydia Bennet foi vítima de um golpe"

"Após 10 anos, a queridinha Bennet abre o coração sobre seu passado obscuro"

"Atriz Lydia Bennet processa o cunhado por suposto golpe"

Seus olhos arregalaram-se, custava a acreditar que aquilo fosse real.

Ao abrir um dos vídeos, seu coração gelou:

"Repórter: Os fãs de Lydia Bennet sempre contaram com o drama de primeira qualidade de suas personagens. O que eles não imaginam é que a queridinha do país tenha passado por algo muito pior do que amores desfeitos.

A jovem Lydia morava em Nova York com os pais e as irmãs. Em ocasião de seu aniversário de 18 anos, foi convidada por um casal de amigos a viajar para Boston, onde os universitários da temporada se concentravam. 

Lydia: Sempre fui uma garota fútil e egoísta. Estava apaixonada por George Wickham, um dos universitários, e não medi esforços para reencontrá-lo. Ele disse que conhecia produtores e diretores em Hollywood e me convenceu a assinar um contrato. Estúpida como era, não li o que estava escrito. 

(Uma lágrima solitária escorre do rosto da moça.)

Fugimos para a cidade das estrelas e logo descobri que havia feito a maior burrada da minha vida. Este rapaz exigia 10 mil dólares por mês e outros 80% do que eu recebesse como pagamento por papéis ou campanhas publicitárias. Era um verdadeiro trabalho escravo.

Desesperei-me e não conseguia pensar em nada para evitar aquele destino cruel. Poderia arruinar minha carreira se permitisse que um escândalo viesse à tona e, naquele momento, era somente isso que importava.

(Mais lágrimas caem)

Minha irmã, Elizabeth, veio em meu socorro ao saber que havia fugido. Mostrei o contrato e ela tentou de todos os modos me fazer denunciar aquele crápula, mas não queria arruinar minhas chances como atriz. Implorei para que me ajudasse.

Nunca me arrependi tanto de algo como deste pedido.

(A atriz chora copiosamente durante alguns minutos)

Desculpe. Minha irmã se casou com Wickham e assinou um contrato que anulava o que eu assinara anteriormente. Toda minha carreira é construída às custas das lágrimas de minha irmã. Agora tenho fama e condições de fazer o larápio arrepender-se de nos ter causado tanto sofrimento. 

Repórter: Com a ajuda de um ex-agente da Scotland Yard, Lydia Bennet computou provas e entrou com um processo para anulação de ambos os contratos e ressarcimento dos prejuízos para si própria e sua irmã.  A justiça anunciou hoje o bloqueio dos bens de George Wickham até que este se apresente ao tribunal. "

Elizabeth chorava sem conseguir crer. A raiva que sentia de Wickham se mesclava ao orgulho de Lydia. Sua irmã finalmente tomara juízo!

Matutava sobre a notícia quando algo que lhe passara despercebido se destacou: Ex-agente da Scotland Yard?

- Céus! - Suspirou. - Que Deus permita que esteja enganada, mas isto me parece obra de Fitzwilliam Darcy.

Três semanas depois.

- Lizzie! Há quanto tempo!

Georgiana sorriu ao reencontrá-la.

- Não se assuste com minha aparência. O pós-parto me deixou arrasada.

Georgiana tivera um lindo bebê havia apenas uma semana e se recuperava em casa. Apesar da outra ralhar sobre a aparência, Elizabeth pensava que nunca vira outra mulher mais radiante que ela.

- Pare de bobagens, Gigi! Está magnífica. Como chama o garotinho?

- Arthur. - Sorriu. - Como o rei, como o escritor.

- Ah, Sherlock. - Assentiu Lizzie. A ideia a deixara maravilhada.

- O que faz em Londres, Lizzie? A temporada está fervilhando.

Elizabeth sorriu tristemente.

- Eu me demiti, Gigi.

A outra arregalou os olhos.

- Como?! Por quê?

- Os consumidores preferem um vendedor com estabilidade e eu não a possuo neste momento. - Respirou fundo. - Acho que sabe do que falo.

Um olhar compreensivo passou pelos olhos de Gigi.

- Que tempos turbulentos para todos nós, não?

Lizzie assentiu.

- Gigi, seja sincera - disse Elizabeth abruptamente. - Darcy e Brandon estão envolvidos nisso?

Georgiana tomou as mãos da outra nas suas.

- Acho que você mesma deveria perguntar a ele. - A moça suspirou. - Por que disse aquilo a meu irmão, Lizzie?

- Porque eu sou uma maníaca por proteger as outras pessoas - e as duas riram. - Sério, Gigi, não seria certo que Fitzwilliam e eu ficássemos juntos com toda esta situação envolvendo Wickham acontecendo. Eu não me perdoaria! E como ele não vai me perdoar também... - Deu de ombros. - Tanto faz.

- Sabe, posso estar enganada, claro, mas acho que Will só está muitíssimo magoado. Não foi a parte sobre Wickham que mais o chateou, Lizzie, ele sabia que era mentira. Foi a parte da pena.

Os olhos de Elizabeth encheram-se de lágrimas, mas ela se manteve firme.

- Não criarei esperanças, Gigi. Darcy me deixou um bilhete falando que eu era um ser desprezível e que, ah, sua boa opinião sobre mim estava perdida.

- Elizabeth Bennet! Se conhece 1% de meu irmão, saberá que ele a ama demais para que isso seja verdade. Todavia, eu não descartaria a hipótese de alguns pedidos de desculpa. Diga-me, Lizzie: você o ama?

A moça parou um minuto, incerta se dizia ou não, mas cedeu:

- Sim. Muito.

- Então pare de ser boba! Os dois merecem ser felizes e, pelos céus, só o poderão juntos!

Elizabeth agradeceu as palavras sábias de Georgiana, deu um beijo no pequeno Arthur e foi embora.


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