Uma Batalha sem Vencedores escrita por 7233535


Capítulo 5
Capitulo V – Uma Conversa com Atreyu


Notas iniciais do capítulo

Ainda relatando o problema de Atreyu, chega ao castelo a mãe dele, talvez uma conversa com o filho faça bem, mas será que ela é a manhã dele mesmo? E a conversa será que surte o efeito desejado?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/33288/chapter/5

 

Enquanto aos poucos Atreyu ia se recuperando do trauma amoroso, após uma convocação da imperatriz por meio de seu mensageiro, o que não foi fácil, pois teve de perguntar a várias pessoas sobre o paradeiro do feiticeiro real, que estava em viagem não oficial, quando finalmente achou-o, o mesmo fez somente pegar sua vassoura e voltar voando direto para Torre de Marfim, voava rápido por sinal. Nisso também vinha, mas por terra firme vinha a mãe de Atreyu, cuja carruagem também era conduzida por um dos mensageiros. Mesmo não tendo sido no mesmo momento, mas foi no mesmo dia em que foram convocados e sendo assim chegaram no mesmo dia e com uma fração pequena de segundos de diferença, pela regra do cavalheirismo, o feiticeiro deixou que a dama passasse em sua frente e você a primeira a falar com a imperatriz, mesmo assim quando Beatriz a viu foi uma alegria sem igual, dentro dos seus limites de etiqueta.

 

- Senhora Jasmim, que bom vê-la, não sabe o quanto estou feliz que esteja aqui.

 

- A alegria é minha Imperatriz Beatriz, mas o meu nome nunca foi Jasmim, meu nome é Calext, esse era o  nome da mãe de Atreyu, muito bonito por sinal.

 

- Como assim esse era o nome da mãe dele?

 

- Vossa majestade não sabe da história?

 

- De qual história?

 

- A senhorita sabe por que Atreyu gosta de caçar búfalos?

 

- Sim, isso é um habito de sua tribo, por ele ter ficado muito forte, mesmo ainda tão jovem ou que isso seja um hábito que se incentiva ainda na infância ou na adolescência, estou certa?

 

- De certo modo isso é um hábito antigo de nossa tribo e se incentiva os jovens a praticarem esse tipo de ritual, mas no caso estou falando da empolgação dele, do sentimento infinito que tem por caçar búfalos.

 

- Aonde a senhora quer chegar com tudo isso.   

 

- Realmente vossa majestade não está sabendo de nada. Atreyu perdeu os pais logo depois de seu nascimento, na verdade foram mortos por búfalos.

 

- Meu deus, como isso aconteceu?

 

- Uma manada pegou nossa tribo desprevenida, uma certa noite, o caminho deles sofreu um desvio, se foi alguém ou alguma coisa que ajudou o lider e sendo assim o resto da manada mudar sua rota, passando naquele dia pela nossa aldeia, ninguém nunca saberá ao certo, o que acontece é que muitos acordaram quando o perigo já estava muito perto, ocorreram muitas perdas, pequenas e grandes, e uma delas foram os pais dele.

 

- Que dizer que desde então a caçada se tornou algum tipo de vingança.

 

- Eu sei que não parece certo, mas eu estaria mentindo se dissesse que não. Mas diga-me o que está acontecendo com o jovem Atreyu dessa vez.

 

- Ele teve um trauma recente muito forte, algo que demorar um pouco para se recuperar. Ele demonstrar estar bem, mas eu tenho certeza que não está nada bem, não por dentro.

 

- E quem foi que lhe fez isso?

 

- Isso e outras perguntas seria melhor que você fizesse pessoalmente a ele.

 

- Entendo, com sua permissão vossa majestade, peço para ir falar com ele.

 

- Claro, permissão concedida, pode ir.

 

Contudo ela não andou muito e se virou para imperatriz, essa já estava pedindo para chamarem o feiticeiro real e quando percebeu que a senhora ainda estava ali perguntou:

 

- Sim Sra. Calext? Deseja alguma coisa?

 

- Sim imperatriz, esqueci de perguntar onde ele está.

 

- Ah sim, esqueci de lhe dizer, ele está no jardim do palácio, cavalgando em seu cavalo Artax, eu mesma que dei a idéia, com certeza isso faz bem para ele.

 

- Certamente que sim vossa majestade, certamente que sim.

 

A mesma ia à sua velocidade, nem muito rápida e nem muito lenta, do seu jeito normal de sempre, sabia que iria encontrá-lo lá quando chegasse e mesmo se não estivesse, iria procurá-lo aonde ele fosse, pois uma coisa era certa, ela não iria sair dali sem antes falar com ele, mesmo que tivesse compromissos, contudo o assunto Atreyu era o mais importante para a matriarca agora (por sinal ela não era a única, havia vários, que juntos formavam o Conselho dos Anciões). No jardim encontrou o jovem garoto, cavalgando com seu cavalo, fazia um tempo em que não ficavam juntos e como a própria imperatriz dissera, ele parecia feliz e muito, pois aquilo não passava de uma diversão, de uma distração, um momento e que como qualquer outro não se pensava em nada, se esquecia, mesmo que temporariamente do resto do mundo, ao vê-la o jovenzinho ficou feliz e veio em sua direção.

 

- Vejo que o jovem Atreyu parece se divertir com seu cavalo.

 

- Matriarca Calext, é uma alegria vê-la. Mas o que faz aqui? – disse descendo do cavalo para abraçá-la.

 

- Ah, seu abraço continua sendo um dos melhores – disse retribuindo o abraço bem forte do garoto. – Parece estranho, mas estou aqui para falar com você.

 

O sorriso que transbordava no rosto de Atreyu simplesmente desapareceu como num passe de mágica, dando lugar a um olhar frio e vago, a um lábio em que não havia nem sinal de alegria, tristeza ou raiva, pois ele de alguma forma sabia o motivo pelo qual ela estava ali e sabia que a conversa que iriam ter certamente não iria terminar bem.

 

- Tem um tempo para mim então?

 

- Precisa ser agora? Estou me divertindo tanto.

 

- Não tem problema, tenho coisas para fazer, como matriarca, mas isso tudo pode esperar, contudo você sabe muito bem que mais cedo ou mais tarde terá de falar comigo.

 

- Quem foi que lhe chamou aqui?

 

- A própria imperatriz, pois ela está preocupada com você.

 

- Mas já estou bem melhor, não existe nada com o que se preocupar.

 

- Tem certeza? Coisas como essas demoram a serem esquecidas.

 

- Ela lhe contou o que aconteceu?

 

- Não nos mínimos detalhes, mas posso imaginar o que aconteceu. Entretanto eu posso ficar sabendo, se a pessoa que realmente vivenciou todo o fato quiser me contar.

 

- E se realmente não aconteceu nada demais? Não podemos simplesmente esquecer isso?

 

- Vamos lá Atreyu, você sabe muito bem que não dá para varrer o problema para longe, pois mais cedo ou mais tarde ele volta e talvez com mais intensidade.

 

- Tudo bem, eu digo o que aconteceu, foi no dia em que...

 

E ele contou da nomeação da princesa, o que foi até recebido com festa na tribo dele, da visita dessa pessoa que desde a primeira vez em que se conheceram tinha-lhe roubado o coração e de como tudo acabou num piscar de olhos. Ao relatar tudo isso ele nunca chegou a falar o nome da pessoa, o nome de Bastian, fosse porque se lembrava do que aconteceu, porque ainda estava com raiva dele ou simplesmente porque queria esquecê-lo.

 

- Atreyu, seja sincero, quem é essa pessoa? É garota ou garoto? – disse com uma entonação na última palavra. Será que ela desconfiava de alguma coisa? Será que ao falar ele deixou escapar alguma coisa que lhe denunciasse? Ou isso nunca foi segredo para ninguém? – Não se preocupe, eu não ficarei irritada com a sua resposta.

 

- Tem certeza?

 

- Tenho, estamos tendo uma conversa civilizada, não é. Então prefiro que continue assim.

 

- Na verdade é um garoto, eu não sei como acabei gostando dele, mas, de alguma forma aconteceu.

 

- E esse garoto é de onde? Qual o nome dele?

 

- Ele é do outro mundo, o segundo guardião do Aurin. O nome dele é Bastian Baltazar Bux.

 

Ela não conseguiu impedir que a surpresa se estampasse em seu rosto, ela abaixou a cabeça, pelo jeito estava pensando em alguma coisa para falar. Depois de um tempo em que ambos ficaram em silencio, já que Atreyu não queria interrompe-lá, acabou com sua concentração, foi que ela finalmente falou:

 

- Você sabe o que isso significa não é?

 

- Não sei o que a senhora está querendo dizer.

 

- Tem certeza, ou está se esquecendo que você não terá ninguém do seu lado, nenhum aliado, nenhum amigo para lhe ajudar, além do mais o Conselho dos Anciões não iria e nem irá aprovar uma coisa dessas.

 

- Quer dizer que eu não posso ser feliz? Quer dizer que eu não posso ser o que sou? E a senhora também é contra?

 

- Não é isso jovenzinho, por mim você ficaria com quem quisesse, mas é que...

 

- Nem existe regra para isso, mas eu sei por que, eu sou o primeiro estranho a aparecer lá, sou a primeira aberração que existe, eu sou o esquisito, o diferente, por isso que não posso ser aceito.

 

- Eu sei que não existem regras, eu sei que você pode ficar com quem quiser, mas o conselho...

 

- Que se dane, não estou nem ai para o conselho, já parou para pensar que esse conselho deve estar ultrapassado.

 

- Vejo que não conseguirei persuadi-lo enquanto a isso, pois bem, você foi avisado, faça o que bem entende, mas sabe que não terá nossa aprovação, pelo menos da maioria do conselho, mas se mesmo assim seu alto de rebeldia for maior e melhor, então vá em frente.

 

- Até mesmo sair da tribo?

 

- Você não pensa seriamente nisso? Pensa?

 

- Se for à única opção para que todos fiquem felizes, é uma possibilidade para mim.

 

- Tudo bem que você pode não entender a nossa situação, o fato de não aprovarmos a sua...

 

- Eu nem entendo porque são contra.

 

- Não somos, queremos o melhor para você, queremos que não sofra e com esse garoto talvez seja problema na certa.

 

- E como podem saber? Você raramente saem daquele lugar.

 

- E porque você o defende? Depois de tudo o que lhe fez?

 

- Eu posso não entender o que vocês querem fazer comigo seja para o meu próprio bem, sei que posso não entender a revolta de vocês, de não aceitar o que o melhor, o mais importante na minha vida. Contudo de uma coisa eu tenho certeza, posso estar com raiva dele, posso acreditar que o que ele fez foi por pura birra, por pura criancice, mas eu amo Bastian, talvez não desde o primeiro dia em que o conheci, mas sim quando fui conhecendo ele melhor, no começo ele até recuou um pouco, todavia disse que iria superar seu próprio medo e deu a entender que naquele momento o mais importante era o nosso amor. Sei que um dia ele voltará para pedir desculpas, não sei como irei reagir, mas sei que mais cedo ou mais tarde irei acabar falando com ele e dizendo que o perdôo e que ele sempre foi e sempre será uma das pessoas mais importantes de minha vida e que nada nem míngüem ficará em nosso caminho.

 

- Se é isso que você deseja, então nunca desista de realizar o que existe de mais profundo em seus sonhos, em seu coração, corra atrás de suas idéias, cumpra com suas promessas, seja feliz, isso é o que importa.

 

- Você está dizendo que eu devo fazer de tudo para ficar com Bastian, é isso?

 

- Se é o que você quer, acredito que o resto não importa, não é?

 

- Obrigado Matriarca Calext, você realmente é inigualável, sabe como entender as pessoas, sabe como...

 

- Eu só sei o que é melhor para as pessoas e tento despertar nelas mais força, coragem, determinação, mais de si mesma do que ela possa imaginar e que ela possui, só assim poderá almejar e conquistar aquilo que deseja, sendo mais forte que o seu inimigo, essa conversa só teve esse único propósito. Lembre-se que sou sua aliada, muitas pessoas são, mas não terão a mesma coragem que a sua de enfrentar o perigo, encoraje-as, desperte o pode que elas têm e nem sabem que tem, pois só assim Atreyu é que a vitoria será inevitável – disse lhe mostrando o melhor sorriso. – Agora preciso ir meu jovem Atreyu – disse acariciando seu rosto.

 

- Realmente precisa ir, fique mais um pouco aqui comigo.

 

- Bem que gostaria, mas não posso, não pelos compromissos, mas pelo fato de que você precisa ficar sozinho, refletir sobre o que falamos, chegar não à conclusão mais sensata, mas aquela que é melhor para você, minha missão aqui acabou, agora é a sua vez de dar um rumo diferente a sua própria história, sua própria vida – e finalmente levantou-se com certa facilidade, não era tão velha assim, deveria ainda estar em seus 55 anos e voltou para o interior do castelo, mas antes se despediu do garoto dando um beijo em cada lado de sua bochecha e em sua testa, dizendo que os deuses lhe protegem-se e que o guia-se pelo caminho certo.

 

Porque os mais velhos sempre têm ou estão com a razão, a partir daquele momento o prazer, a diversão a vontade de se divertir, de brincar e rir com seu cavalo e de fazer outra coisa sumiu de repente, passava a maior parte do tempo e quando ia à imensa biblioteca real, não tinha mais vontade, pois só conseguia pensar no que Calext lhe havia dito, como tudo precisava ser minuciosamente preparado, o inimigo não poderia perceber uma falha sequer, pois seria naquela ou aquela falha que o inimigo iria atacar, a proteção e a defesa então teria de serem impecáveis, perfeitas. Os dias passavam como o vento a soprar, sem muita importância, sem rumo, sem nada com o que se preocupar e a facilidade de se desviar dos obstáculos pelo caminho, fosse no café, no almoço, no jantar ou quando ia dormir ou estava em uma reunião importante, mal prestava a atenção nas coisas. Sendo assim a imperatriz preferiu interferir mais uma vez no caso.

 

- Com licença, posso entrar – disse a imperatriz do outro lado da porta.

 

- Claro vossa majestade, entre – respondeu Atreyu, parecia ter certo sarcasmo no tom da voz dele. Seria somente coincidência?

 

- Desculpe interrompê-lo Atreyu, mas é que preciso falar com você, teria tempo para mim? – disse falando do parapeito da janela, usava sua antiga roupa indígena, pois já havia passado a fase de se vestir como um idiota e parecia que a abertura em sua camisa estava um pouco maior, talvez ele não tivesse vontade de arrumá-la e porque iria esconder uma das partes do seu corpo que se desenvolvia em plena fase de adolescência.  

 

- Sim, porque não teria? Estou aqui sem faze nada mesmo.

 

- È por isso mesmo, pensei melhor, mesmo sendo tão tardiamente e estou lhe destituindo do cargo de Conselheiro Real de Guerra e Paz, volte para sua tribo, você passa tempo demais aqui, e eu não quero perde-lo a Torre de Marfim para sempre.

 

- Quer dizer que está me expulsando da Torre de Marfim?

 

- Não, pense nisso com uma libertação, estou deixando você livre, com liberdade para ir aonde quiser e fazer o que quiser.

 

- Pode até ser, mas não sei se posso voltar a minha tribo, pois alguém chamou a minha mãe aqui.

 

- Tem certeza de que ela é sua mãe, ou somente a matriarca da aldeia e uma das pessoas que cuidou de você, após a morte dos seus pais.

 

- Eu não acredito que foi você que chamou ela aqui. Como pode?

 

- Eu precisava ajudá-lo, você está num estado ainda deplorável, nem parece o Atreyu que convoquei quando tivermos aquela briga forte com o nada, quando... Você sabe quem me deu um nome, parece que aquele Atreyu não existe mais, contudo acredito que ele ainda exista, só está adormecido e farei tudo o que estiver ao meu alcance para acordá-lo.

 

- Você sabe o que fez? Certamente ninguém na tribo vai aceitar o que sou e com quem pretendo ficar, se isso realmente acontecer, talvez realmente aquele antigo Atreyu não exista mais.

 

- Cale a boca, nunca mais diga isso na minha frente – disse dando uma bofetada no rosto, ele nunca virá à imperatriz tão furiosa assim. – Até quando os dois pretendem brincar como duas crianças choronas que sempre que alguma coisa acontece precisa do colo ou vão para debaixo da saia dela. Você é burro por acaso, não ouviu o que a matriarca lhe disse, ela me contou como foi sua conversa com ela, então em vez de ficar aqui vá até sua aldeia, fale com o Conselho de Anciões, imponha medo, mostre quem é não somente o mais forte ou o mais esperto, mas que tem razão e nesse caso é você mesmo, mostre as pessoas que sua vida não interessa a elas, você é Atreyu, não precisa de ninguém mandando em sua vida.

 

- Porque você faz isso? Porque hora me ajuda e hora ajuda... Você sabe quem? De quem você gosta mais? De mim? Dele? Ou seria dos dois?

 

- Que história é essa, eu não gosto de ninguém a esse ponto, eu faço isso pela nossa amizade, quero ver os dois felizes, nada demais.

 

- Tudo bem, se fosse outra pessoa eu até acreditaria, mas no seu caso, vamos lá Beatriz, fale a verdade, de quem você gosta.

 

A imperatriz não teve o cuidado necessário, não protegeu como deveria a sua muralha e Atreyu tinha achado seu ponto fraco a única falha que existia e estava atacando naquele local, será que a batalha estava ganha ou aquilo não passava de uma armadilha.

 

- Você deseja saber tanto assim de que eu gosto, pois bem, a princípio eu sempre gostei de você, mas quando Bastian apareceu, a situação mudou de rumo, perto dele sentia a mesma coisa quando estava ao seu lado, e hoje estou indecisa, mas isso não vem ao caso, pois perdi vocês dois e isso é um fardo que terei de carregar para o resto da vida.

 

- Mas porque você não falou nada? Porque escondeu seus sentimentos de mim e de... Dele?

 

- Eu não sei ao certo, mas tive a intuição de que não poderia vencer algo mais forte, que crescia entre você e Bastian, por isso desde o começo, meu objetivo sempre foi e sempre será juntar vocês dois.

 

- Sacrificando o seu próprio amor?

 

- Se for necessário.

 

- E caso eu não queria mais Bastian, se ele não for realmente a pessoa ideal para mim e sim você. Você continua com essa loucura.

 

- Isso não é loucura, e mesmo que você não o quisesse mais, eu recusaria qualquer aproximação com você ou mesmo com ele. Agora com sua licença irei me retirar.

 

- Não, espere Beatriz, eu quero que me ajude.

 

- Com o que Atreyu? O que ainda lhe aflige? O que ainda lhe impede de fazer o certo?

 

- Você acha mesmo que devo ir a minha própria aldeia, ficar inimigo de todos? Por algo que possa ser em vão.

 

- Não foi você mesmo que disse que um dia Bastian voltaria e lhe pediria desculpas? Qual o problema agora?

 

- E se isso nunca acontecer?

 

- Tenho certeza que a situação não teria como piorar, mas quem sou eu para dizer alguma coisa, faça o que o seu coração mandar.

 

- Você tem toda razão Beatriz, já que o que fazer – e cordialmente lhe beijou as mãos.

 

- Vou mandar que preparem Artax para a viagem, vai com minha bênção de que tudo vai dar certo.  

 

Ele partiu naquele mesmo dia, nem um dia a mais, nem um minuto a mais, iria cavalgar sem parar, pararia somente se fosse necessário ou para que Artax descansasse um pouco. A noite ele teve que para descansar e a noite ficava mais difícil saber para onde estava indo, seguiria viagem pela amanhã. Ele sabia para onde estava indo, o perigo que iria ter de enfrentar, sabia que não seria fácil, mas tinha força suficiente para derrotar um exercito inteiro, mas até quando isso duraria? Até quando isso seria suficiente? Perguntas e mais perguntas, que mais uma vez não tem como saber como serão seus resultados, algo que novamente só o tempo tem condições de responder, pois o que é improvável pode se tornar o certo, o certo pode se tornar errado e o errado a coisa mais certa ou mais sensata, o óbvio não pode ser tão óbvio assim, e o que parecia loucura estava passando a ser a coisa menos insana, mesmo impensada de se fazer. Enquanto isso naquele mesmo período em que Atreyu teve uma reação indesejada ao fora que praticamente levará de Bastian, o mesmo tivera também suas reações ao voltar.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

—> Próximo Capitulo VI – A outra face do espelho



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Batalha sem Vencedores" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.