Uma Batalha sem Vencedores escrita por 7233535


Capítulo 3
Capitulo III – Àlbum de Fotografias – Parte Final


Notas iniciais do capítulo

Aqui termina uma rápida consulta a o álbum de fotografias que Bastian possui, mas parece que o final dessa história naõ é tão feliz assim, por isso ele decide... e pensa em...



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Folhear aquele vasto álbum de fotografia estava trazendo algumas lembranças, a primeira havia sido a do jardim, naquela mesma noite ela resolveu não mexer em nada, preferiu deixar os dois quietos, mas a imperatriz sabia que muitas aventuras ainda estavam por vir e que todas elas teriam uma pequena ajuda dele para ter um final melhor, porém não foi bem assim que ocorreu. Ao ver outra foto se lembrou de um dia, depois do anterior em que foram nadar num riacho que tinha ali perto do castelo, que cortava os arredores do mesmo. Todos foram devidamente trajados para a ocasião, haviam passados protetor solar e vestido pelo menos uma roupa mais confortável, mais agradável e apropriado para aquele outro lindo dia de sol. Levaram também uma cesta de comida, para mais tarde fazerem um piquenique também a sobra de uma árvore. É claro que os garotos, ou melhor, Atreyu queria logo cair dentro d’água para matar o calor que estava em seu corpo, mas Bastian não queria tanto, para não acontecer nada como no dia anterior e a princesa até queria, mas preferia deixar os dois a sós o máximo possível, o por isso disse que iria ficar somente molhando os pés e depois entraria e Bastian falou que entraria depois, ficaria tomando um pouco de sol, entretanto isso não convenceu seu amigo.

 

- Vai Bastian, venha comigo, vamos nadar junto – disse já tirando quase toda roupa, só ficando com a roupa de banho.

 

- Vá à frente que já estou indo, vou tomar um pouco de sol e depois vou – e deitou-se na grama leve e macia.

 

- Ah não, eu não vou sozinho – e puxou o amigo pelos braços, fazendo se levantar.

 

- O que pensa que está fazendo? – disse sendo empurrado em direção ao riacho, e tentando não ir.

 

- Fazendo o que você está com vergonha de fazer – pegou sua camisa e começou a levantar.

 

- Não, deixa que eu mesmo faça isso quando quiser – e puxava para baixo, enquanto o outro forçava para cima.

 

Foi tanto puxa daqui e puxa de lá, para lá e para cá que em um momento ambos desequilibraram e caíram ambos no rio, a imperatriz ficou sorrindo, um pouco surpresa, mais sorrindo com a cena ridícula que acabará de acontecer.

 

- Está vendo estou todo molhado agora, muito obrigado Atreyu – disse pegando em sua roupa ensopada.

 

- Foi você que não quis vim por conta própria, e de tanto puxar você acabei desequilibrando e caindo.

 

- É, e me levando junto – disse bastante furioso.

 

- Está bem, se não quiser ficar comigo pode ir embora.  

 

- È isso mesmo que pretendo fazer – e se levantou, ainda todo molhado e pretendia ir embora dali mesmo.

 

Entretanto antes de realizar uma burrada como essa, a imperatriz o segurou pelo braço, pediu que ele se sentasse, esse ainda recusou, mas diante do olhar frio e zangado lançado para ele, resolveu sentar, pois isso não mataria ninguém.

 

- Diga-me Bastian, você é ou está se fazendo de burro?

 

- Isso é pergunta que se faça, nem um nem outro é claro, e não sei onde está querendo chegar com isso.

 

- Sabe sim, e muito bem do que estou falando. Não vê que ele gosta de você, sempre gostou.

 

- Não, nem sempre gostou, somente quando fui embora é que isso deve ter acontecido, mas e você?

 

- Como assim? O que tem eu?

 

- Nunca, você sabe... gostou de alguém ou gosto a ponto de fazer essa loucura?

 

- Está querendo me incluir na história agora, é? Se gostei de alguém ou deixei de gostar, não vem ao caso agora, pois estamos falando de você, a não ser que... você está me perguntando se gosto de você? Bastian, não posso acreditar que você gostar de mim.

 

- Não é isso, é só que... você sabe... talvez esteja gostando um pouco sim.

 

- E por Atreyu, não sente nada?

 

- Não, acho que nada, não consigo vê-lo como outra coisa a não ser um amigo.

 

- È verdade que milhares de pessoas que vem a esse mundo sempre acabam se apaixonando por mim, sentindo uma atração forte por minha pessoa, mas sempre acabam com outra pessoa, não que isso me chateia, pois não fico chateada, mas é que elas encontram a pessoa certa, talvez o mesmo aconteça com você, talvez seja somente uma reação, como a uma alergia.

 

- Está tentando dizer que isso é passageiro?

 

- Não necessariamente, em todos os outros casos foram assim, com você pode ser a mesma coisa ou ter um rumo totalmente.

 

- Você só fala de mim, mas é você, como reagiria a isso, pelo que vejo o sentimento por mim não é o mesmo.

 

- O problema não é você Bastian, talvez seja eu mesma, talvez nunca tenha tido tempo para saber o que é o amor, o que é amar, o que é um beijo ou coisa do tipo, tenho certeza de que um dia irei encontrar esse caminho, alguém que roube o meu coração, que me guie pelo caminho do amor, como pode nunca acontecer, realmente o sentimento não é o mesmo, mas isso não quer dizer que não possa ou não exista nada, quem sabe no futuro, tenha um rumo diferente, é como sempre digo, a vida é um caminho que sempre terá surpresas pela frente, um caminho que seguimos, sem entendermos porque, aonde leva e... acredito que já tenha entendido.

 

- Então eu deveria falar com Atreyu, é isso? Não depositar falsas esperanças em você?

 

- Faça o que acha que é certo, o que o seu coração mandar fazer, mas somente para ter uma idéia e irei lhe contar um pouco sobre Atreyu. nascemos no mesmo ano, só que em períodos diferentes, os pais das imperatrizes são sempre desconhecidos, não se sabem nem de seus paradeiros, realmente conheci Atreyu naquela fez é que foi chamado para destruir o nada e outras criaturas do mal que tentaram se apossar de Fantasia, realmente aquele Atreyu é diferente do que você vê agora...

 

- Com toda certeza, veja como está agora, nem parece o mesmo, parece uma criança do jardim de infância.  

 

- E qual o problema em ser, Bastian lembre-se que tudo na vida tem uma explicação, por mais confusa, idiota e inimaginável que possa ser, será que não pode existir esse Atreyu, somente o valente guerreiro que você conhece?

 

- Quer dizer então que esse Atreyu é verdadeiro?

 

- Sim, veja como se diverte, talvez seja a criança que nunca foi, esteja vivendo a infância que nunca teve de verdade, e mesmo na aldeia tendo seus amigos, sua família, admirado por todos, não é a mesma coisa, e você talvez seja o primeiro amigo de verdade que ele possui.

 

- E esqueço que ele não passa de um adolescente, mas já fazem dele um adulto, que com certeza defenderá sua tribo em caso de perigo iminente.

 

- Isso, pense e fique no lugar dele, querendo ser uma coisa, mas sendo obrigado a fazer outra, a ser outra pessoa que ele a princípio não é, e muito menos deseja não fazer, não ser, pois não quer magoar ninguém, desapontar a todos que o acham ser um exemplo de pessoa, isso muda muito uma pessoa, e como vê agora, e precisa de um tempo para mostrar quem é o verdadeiro Atreyu.

 

- Mas e porque gostar logo de mim? Porque essa atração inimaginável pela minha pessoa?

 

- O fato talvez não seja você? Mas ele, e você? O amor realmente é uma incógnita, talvez não exista uma explicação certa, talvez tivesse de ser assim. Você é que escolhe que quer continuar ou acabar com esse conto de fadas aqui mesmo.

 

- Obrigado imperatriz, você me esclareceu muitas coisas, estou pensando em tentar uma aproximação, afinal de contar o que pode dar errado? O que de pior pode acontecer ou se aprender com isso.

 

- Nada Bastian, acho que a única coisa ruim disso tudo, e se lamentar quando for tarde demais de nunca ter tentando.

 

- Tem toda razão imperatriz, bem, me deseje sorte então – disse se desfazendo das roupas, ficando somente de também de sunga e foi em direção ao rio.

 

Vendo que Bastian, do jeito como ele queria, Atreyu ainda fez menção de fazer alguma, mas não queria deixá-lo mais zangado do que já estava com ele. Por isso preferiu ficar quieto, e fingir que ele nem estava vindo, virou-se até para o outro para não vê-lo chegando.

 

- Será que tem espaço para mais um – disse olhando para Atreyu, que ainda preferia não olhar para o amigo.

 

- Claro, se você quiser.

 

- Eu sei que deve está zangado comigo, mas eu só queria dizer que acho que fui um idiota, agir apressadamente, sem compreender você, o outro lado, eu queria que me perdoasse, pelo que fiz, pela minhas atitudes, por ter magoa ou ferido qualquer um de seus sentimentos – disse entrando na água e vendo que finalmente Atreyu virou na direção dele, mas ainda não olhava em seus olhos.

 

- O que é isso, eu é que preciso me desculpar, acho que agi de...

 

- Não fale, não precisa se desculpar de nada, você só estava fazendo o que era certo, e me contento somente em admira seu belo corpo, seus olhos e seus lábios ainda intocados – disse mesmo tampando a boca do amigo, para que ele não tivesse que falar mais nada – De agora em diante (disse se aproximando do ouvido do outro) tentarei prestar mais atenção em seus sentimentos em relação a mim – disse deixando Atreyu inteiramente envergonhado.

 

 

Depois disso continuaram a se divertir, a imperatriz veio depois para se juntar a eles e todos os três se divertiram mais uma vez, numa tarde ensolarada como aquela, à noite jantaram e foram para a varanda da Torre de Marfim e com a vasta imaginação que Bastian tinha contou mais uma história e lembrou-se de um jogo que havia trazido e que os três poderiam jogar. Quando já estava ficando tarde se recolheram para seus aposentos, se despedindo um do outro, haviam planejado várias coisas para o dia seguinte. Contudo pelo que se veriam no dia seguinte, isso não iria acontecer, pois quando Bastian acordou no dia seguinte, levantou, vez sua higiene pessoal e finalmente foi ver se os outros dois já haviam acordados, passou primeiro no aposento de Atreyu, ele não estava mais lá, depois foi no quarto da imperatriz, mas essa também não estava lá, desceu então para a sala do trono e finalmente a imperatriz que conversava com um de seus súditos, onde Bastian terminou ela terminar a conversa, para poder se aproximar, mas parecia que sua presença foi uma surpresa ou como se tivesse assustado a imperatriz.

 

 

- Bastian, você já acordou? Tomou café? Tem tudo do que você gosta.

 

- Já, já tomei (ele beliscou alguma coisa), e então vamos? Por falar nisso onde está Atreyu?

 

- Infelizmente não poderei ir me divertir com você hoje, muito menos Atreyu - disse com a sua voz e seu olhar triste.

 

 

- Não podem? Mas por quê?

 

- Estou com um pouco de trabalho burocrático hoje, infelizmente essa é a vida de uma imperatriz, alguém que vive no governo. E no caso de Atreyu, ele recebeu um chamado para verificar algumas fortalezas e postos de fronteiras de fantasias, está viajando com o Falcon e pelo jeito vai demorar um pouco para voltar.

 

- Quer dizer então que? Isso não pode estar acontecendo.

 

 

- Me desculpe Bastian, eu sei e entendo que você tinha planejado tantas coisas para hoje, mas você sabe que Atreyu é nosso Conselheiro de Guerra e Paz.

 

- È tudo sua culpa, por sua causa ele teve de ir nessa viagem idiota, não acredito que teve a idéia de colocar uma pessoa como ele para ser Conselheiro de Guerra e Paz – disse soltando toda sua raiva, toda sua fúria.

 

 

- Eu sei que foi algo imprudente, mas você estava aqui, você viu que ele mesmo aceitou, ele não se impôs a essa decisão.

 

- Claro que não, você sabe muito bem como ele é, gosta desse tipo de coisa, gosta de aventura, gosta de mostrar sua força, que é possível ser o que qualquer adulto diria que ele não poderia fazer.

 

- Eu peço desculpas, se pudesse voltar atrás varia com que isso não acontecesse.

 

- È mais isso é impossível agora e se me der licença, preciso ir, vossa majestade.

 

 

- Espere Bastian, espere... não vá – mas parecia que ele não a estava escutando ou simplesmente não queria.        

 

O resto simplesmente foi pegar suas malas, colocar suas coisas dentro e ir embora, a imperatriz ainda tentou impedi-lo, mas isso foi em vão, ele estava decidido...

 

- Sabe de uma coisa, esse mundo nunca me vez bem, acho que preciso voltar para o meu mundo, para a minha realidade, vocês com certeza não existem, não passam de um conto de fadas.

 

- Não diga isso, nunca fale palavras tão rudes assim – disse a imperatriz caindo de joelho no chão, como se estivesse fraca.

 

- O que foi agora, vai fingir que está tendo algum problema e simplesmente cair aqui no chão? – disse num tom de ironia.

 

- Você não entende, dizer que esse mundo não existe, que é só imaginação, nos enfraquece, nos destrói, somos um mundo livre, mas parte dele tem ligação com o seu mundo, como o livro por exemplo, e quando você fala esse tipo de coisa é como se rompesse um laço de união como esse.

 

 

- Tá, tudo bem, não precisa ficar assim, além do mais você não precisa mais me escutar, já tomei minha decisão, vou embora, para nunca mais voltar. E diga a Atreyu que...

 

E foi o que vez, pelo mesmo portal que passou para chegar ali, foi o mesmo que usou para voltar para casa e pelo jeito para nunca mais voltar à fantasia.


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Notas finais do capítulo

Continua... -> Próximo Capitulo: Capitulo IV – Caos: Destroços pelo Chão



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