Presságio [Klaus/OC] escrita por TheNobodies


Capítulo 2
Are you ready for this?


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o primeiro capítulo, que espero deixa-las menos confusas hahah' Pelo menos para saber o porquê da Sammy procurar por Klaus.
Lembrando que a história é narrada em 3º pessoa =]



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"So, you think you know how this story goes… Are you ready for this?" Are you ready - 3DG

Fazia apenas uma semana que Samantha estava na cidade e seu estoque de sangue já chegara ao fim. Por um lado ela ficava feliz com isso, preferia caçar, sentia falta de encontrar uma vitima. Mas isso implicaria no seu plano de manter a discrição. É claro que em uma cidade controlada - mesmo que indiretamente - por Klaus, qualquer movimento fora do tabuleiro seria de seu conhecimento.

– Hora de apressar um pouco as coisas. - a garota disse a si mesma.

Os cabelos longos e negros estavam presos em um rabo-de-cavalo, o conjunto preto e justo devidamente vestido, as botas não deixariam marcas no chão por onde passava. Klaus não saberia que ela estava na cidade até que Sammy assim decidisse.

...

O rapaz andava apressado pela rua, em passos humanos, o que o deixava ainda mais impaciente. Havia tantas pessoas naquela rua que ele precisava manter as aparências.

O sol ainda não havia aparecido, o vento estava forte, entretanto isso não impedia que os curiosos se aglomerassem no fim da rua onde carros da policia estavam estacionados.

Usando o controle de mentes em poucos segundos já estava diante a cena do crime. Um corpo completamente drenado caído no meio da mata. Longe apenas o suficiente para que quem passasse na rua não visse. A pessoa não tinha intenção de esconder o que fizera como se estivesse deixando um recado a Klaus.

Observou o local. Nenhuma marca no chão, nenhum cheiro diferente no ar, nada. Apenas a marca dos caninos no pescoço do jovem.

– O que está acontecendo aqui? - perguntou a si mesmo sentindo a raiva domina-lo.

Uma semana. Sete dias desde que o primeiro corpo fora achado nas mesmas circunstâncias. Dois dias depois três pessoas foram atacadas. Nada grave, apenas uma mordida. Mais dois dias, mais uma vitima. E outra no dia seguinte. E agora esse que assim como o primeiro fora drenado. Todos homens. Qual era o sentido?

– Qual o maldito sentido nisso? - gritou exasperado.

Havia um novo vampiro na cidade, muito audacioso. Se o que ele pretendia era chamar atenção de Klaus tinha conseguido. Acabou por fixar o olhar em uma árvore adiante. Tomou o pequeno pedaço de papel em mãos. "Espero-te aqui á 00h00." A letra era bem desenhada e delicada.

– Uma garota? - Klaus murmurou confuso.

...

Samantha esperava pacientemente por Klaus, sabia que ele já estava perto. Provavelmente confuso por não conseguir identificar a presença de um vampiro. Essa era uma das vantagens de ser meio-humana. Ela sabia também que ele estaria furioso, estava preparada. Ouviu o barulho dos passos se aproximando e indo a direções opostas. Ele havia mesmo levado reforço? Samantha riu de seus pensamentos. Ainda com resquícios desse riso no rosto ela pode vê-lo se aproximando. O sorriso apenas se alargou.

– Niklaus. - falou em um tom quase divertido.

O rapaz, porém não esboçou nenhuma reação de imediato. Analisou a mulher a poucos metros de si, porque mesmo estando tão perto ele não sentia sua presença de fato? Como vampira? O sangue corria em suas veias de uma forma tão natural. Seu coração batia em um ritmo frenético. Klaus poderia dizer que ela era apenas um porta-voz, um humano em compulsão. Mas algo na forma como ela sorria com um toque de divertimento e ironia, em sua postura despreocupada e esperta... De forma alguma ela seria...

– Quem é você? - perguntou em alto e bom tom.

Samantha mordeu o lábio inferior.

– Por que não chega mais perto e descobre? - provocou.

No segundo seguinte Klaus estava com uma das mãos envolta de seu pescoço apertando-o, fazendo-a olhar em seus olhos.

– Me diga quem exatamente você é!

Ele estava tentando a compulsão. Samantha rolou os olhos.

– Isso não vai funcionar comigo. - disse com dificuldade.

– Ótimo. - Klaus riu sem humor. - Então eu deveria te matar por ter causado toda essa confusão na minha cidade.

– Ou deveria me ouvir. - sugeriu sorrindo cínica.

Klaus tirou a mão de seu pescoço, porém continuou parado a centímetros dela.

– Comece.

– Seria mais apropriado se ninguém mais estivesse ouvindo.

Klaus semicerrou os olhos. - Não tem ninguém aqui.

– Não se faça de idiota! - Samantha se irritou afastando-se dele. - Você acha que eu não posso ouvi-los?

Klaus sorriu misterioso. - Tudo bem, amor. Por que não vamos até minha casa?

Samantha sabia bem dessa mania que ele tinha de chamar as garotas de "amor".

Sorriu de lado. - Adoraria. Até mesmo porque eu sei que você não se atreveria a fazer nada.

– Ah, é? - Klaus arqueou a sobrancelha.

– É. Não com Samantha Robertson.

A expressão de Klaus vacilou entre incredulidade e curiosidade.

A garota deu as costas a ele caminhando para fora da floresta, seu sorriso mal cabia no rosto.

*

O caminho até a casa de Klaus foi rápido e silencioso.

Klaus foi o primeiro a entrar pela porta da frente observando Samantha fazer o mesmo. Ao ver sua expressão momentaneamente confusa ela não esperou a pergunta antes de responder.

– É uma das vantagens de ser meio-humana, não precisar ser convidada...

Klaus sorriu misteriosamente aquela era uma informação interessante.

–Você realmente precisa de todos esses híbridos ao seu redor o tempo todo? – Samantha perguntou ao ver tantos deles.

Klaus pediu para que eles saíssem e assim eles o fizeram.

– Deve ser legal. – Sammy disse, viu o olhar curioso de Klaus sobre si. – Isso de controlar as pessoas.

Klaus sorriu minimamente.

– Pode se dizer que tem as suas vantagens.

Seguiram até a sala onde Samantha sentou-se no sofá observando minunciosamente o loiro.

– Eu não sei o que te oferecer. – apontou a mesa de bebidas na parede oposta.

– Eu diria sangue, mas seria de bom grado a um primeiro encontro? – ela fez uma expressão de dúvida – Melhor algo menos forte como uísque? – sugeriu.

Niklaus buscou uísque para ambos e sentou-se a sua frente encarando-a longamente, observando cada mínimo detalhe, como se assim fosse descobrir o motivo daquela garota ousada estar no sofá de sua sala agindo tão naturalmente como se fosse normal estar bebendo com um híbrido que poderia acabar com sua vida com um movimento.

– E então? – questionou quando ela terminou a bebida após dois goles.

– E então o que? – Sammy perguntou de volta.

Klaus respirou fundo.

– Eu não tenho tempo para brincadeiras, então se você pudesse apenas falar o porquê de estar aqui e o que quer seria ótimo, está bem mestiça?

Samantha fez uma expressão de ultraje.

– Mestiça?! – não era de todo uma pergunta.

– Híbrida também pode ser aplicado a mim. – informou irônica.

– Há séculos eu não vejo alguém como você, achei que vocês se quer existissem mais.

– Muitos acham. – deu de ombros. – Foi uma surpresa aos meus pais também.

– Sempre tive curiosidade de saber como isso funciona exatamente. – confessou.

– Ninguém sabe ao certo. – Samantha parecia inquieta. – Meus pais estavam em transição á vampiros quando descobriram a gravidez, eles contataram alguém que talvez pudesse ajudar...

– Uma bruxa? – Klaus interrompeu.

Sammy assentiu.

– Ela faria um feitiço que manteria a gestação até o fim mesmo quando minha mãe já tivesse virado de todo uma vampira. Ela precisou se alimentar tanto de sangue quanto de comidas humanas e então eu nasci...

– Meio-humana, Meio-vampira. – ele completou maravilhado.

– Ela disse que uma “criança” nasceria diferente para cumprir uma missão.

– E ele se chamaria Jesus. – Klaus fez um tom sério.

Sammy rolou os olhos, mas acabou rindo em seguida.

– Pode continuar. – fez sinal para ela.

– Bom, ela disse que eu era a escolhida.

– Escolhida para o que? – Klaus perguntou verdadeiramente interessado.

Samantha permaneceu em silêncio.

Klaus esperou por mais uns segundos e nada.

– Ah... Você não vai me contar até ter o que quer, presumo.

– Isso.

– E por que eu te daria algo em troca de uma informação que não me vale de nada a não ser matar uma curiosidade antiga?

– A minha história se mistura com a sua Niklaus. – falou seriamente. - Você deve se lembrar de Sylizia Sanes.

Ele concordou com a cabeça.

– Aquela velha bruxa do leste, achei que ela estivesse morta.

– E está. – Sammy continuou antes que ele falasse algo. – Mas antes de morrer ela me contou muitas historias no mínimo interessante sobre os Originais. Principalmente sobre certo híbrido.

Klaus permaneceu atento ao que ela dizia.

– Eu preciso de algo que você tem.

– Que seria...?

– Uma informação. – Samantha adquiriu uma postura mais reservada como se estivesse incomodada de repente. – Localizações, lembranças o que for.

Klaus parecia mais interessado agora.

– Sobre o que?

– Sobre quem. – Sammy corrigiu.

Ele fez sinal pra que ela continuasse.

– Meus pais.

– E o que te faz achar que eu saberia algo sobre seus pais?

– Eu sei que você sabe Niklaus! – elevou seu tom de voz. – Você é o único que pode me ajudar e fique sabendo que eu não vou me deixar ser enrolada por meias palavras e ir embora sem o que eu preciso.

Klaus levantou parando perto da janela.

– Como você me achou primeiramente?

– Não foi difícil. – Sammy levantou também. – Eu conheço algumas pessoas e pedi algumas informações.

– Você gosta de muitas informações, não? – sorriu irônico.

A garota soltou um longo suspiro cansado, ela precisava de informações sobre os pais e as teria de qualquer maneira independente do que precisasse fazer para consegui-las.

– Por favor, Niklaus. – pediu se aproximando dele.

– Você deve saber que “por favores” não me incentivam a nada, caridade não é muito de mim, amor.

– Eu sei. Na verdade já esperava que dissesse isso. Eu tenho algo em troca.

Niklaus esperou qualquer movimento dela como se ela fosse tirar a solução de seus problemas do bolso.

– Quando eu disse que a minha historia se mistura a sua... É de uma forma que revolucionaria o mundo. Algo que mudaria a história da humanidade de uma forma incrível. – Sammy quase sorriu com as palavras.

– Eu não estou gostando disso. – Klaus murmurou.

– Mas você vai.

– Diga-me de uma vez! – exigiu.

Sammy não se incomodou com seu tom intimidador na verdade até gostou.

– Ao que você está destinada? – Klaus colocou o rosto dela entre suas mãos olhando profundamente em seus olhos escuros.

– A dar vida a um híbrido vampiro-lobisomem e em parte humano também.

– Isso não é possível. – Klaus murmurou atordoado.

– O ser mais poderoso que já viveu. – Samantha insistiu. – O seu herdeiro Niklaus!

– Vampiros não têm filhos! – se irritou afastando-se dela alguns passos.

– Vampiros não, mas lobisomens sim. – falou como se fosse obvio. – E é essa parte sua que precisaremos.

– Não é possível. – repetiu.

– Sim, é. – Samantha insistiu. – É preciso uma escolhida e um híbrido e um ritual pra que isso aconteça. Você já deve ter ouvido sobre isso em algum lugar.

– Sim, mas... Eram apenas lendas. Apenas lendas passadas de boca em boca em tempos antigos.

– Elas são reais, porém são raras. Sylizia disse que surgiam os escolhidos. A criança viria a ser meio-humana, não é incrível? Por um motivo não conhecido as crianças não viviam tantos anos quanto os vampiros, mas como os humanos. – falou pensativa. – Mas Sylizia disse que com o filho de um original, vampiro-lobisomem que já fora um humano seria diferente.

– Isso é loucura! – Klaus se afastou dela. – Você vem de lugar nenhum pra me dizer isso baseada em lendas que uma bruxa contava a você?!

– Não eram lendas! – Samantha se irritou. – E você já deveria saber disso! Você está destinado a ser o criador dessa criança!

– E você se submeteria ao papel de receptáculo apenas por informações de seus pais? – perguntou incrédulo.

– Há algo maior que você e eu nisso tudo, Niklaus.

– Então me diga o que é.

– Eu não sei! – empurrou uma cadeira que voou até a parede oposta se espatifando. – Se houvesse uma forma de me livrar disso eu faria, acredite. Ou você acha que eu sempre sonhei em servir de “barriga de aluguel”? Eu cresci ouvindo o que eu estava destinada a fazer e há pessoas que esperam que eu cumpra o meu papel sem maiores delongas.

Klaus ouvia tudo em silêncio tudo parecia confuso em sua mente. Em séculos ele não se sentia assim. É claro que já ouvira falar disso em séculos passados, mas... Era loucura. Insanidade pensar em paternidade quando se tinha o mundo a seu alcance. E com o tempo ele havia esquecido se completamente disso. Nunca parecera real de fato.

– Você sabe o que acontecia as garotas que se negavam fazer o que lhes era dito?

Ele negou com a cabeça.

– Eram mortas em rituais da pior maneira possível. Com direito a corpo drenado e mutilado. – Samantha sentiu um arrepio subir por sua espinha. – Na esperança de que essa “entidade maior” mandasse outra escolhida no mesmo século.

– Se é que isso existe... – Klaus moveu a mão aleatoriamente. Não estava totalmente convencido. – Eles matariam você?

– O que acha? – arqueou a sobrancelha.

– Eu não sei o que eu acho! – foi a vez dele de arremessar objetos contra a parede. – Eu nem sei se acredito nisso!

– Se não acredita basta procurar uma bruxa antiga o suficiente para te contar. – Sammy se afastou pegando uma caneta que havia em cima da mesa. – E quando você descobrir que o que eu digo é verdade talvez devesse me ligar. Você só está confuso, eu entendo também estou. Mas negar não vai fazer isso deixar de ser verdade. Na verdade eu achei que adoraria isso tudo... Mas enfim.

A garota enfiou a caneta contra a madeira da porta causando um belo estrago ao deixar um numero de celular.

– E mesmo se no fim de tudo você continuar negando... – ela olhou pra ele por sobre os ombros. – Essa era uma informação sigilosa e não pense nem por um segundo que ela vai sair de graça.

E então Samantha não estava mais lá.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem comentou no prólogo, muito obrigada pelas opiniões sinceras ♥ me motivaram a postar esse capítulo logo.
Continuem me dizendo o que vocês acham, é muito importante pra mim.

See you later ;*