Unicornic escrita por GFanfiction


Capítulo 4
Capítulo 4 - Revelação Sub-Oceânica


Notas iniciais do capítulo

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Eu achei que eu estivesse morto.
    Na verdade, o destino tinha me reservado muito mais coisas.
    Os demônios venceram os Unicornicos, e tomaram o mundo em que eu achava ser um paraíso. Os poucos que sobreviveram à tremenda batalha se tornaram escravos, comida para os dragões de estimação dos demônios ou prisioneiros para testes, os quais não sei informar.
    Voltando aquela noite... Eu acordei sobre um colchão feito de palha, no subterrâneo de algum tipo de montanha. Já tinha sacado que alguém tinha me salvado, mas não podia me levantar e olhar para os lados pois eu ainda estava com alguns (maioria) dos ossos quebrados. Além de me tirar do meio do campo de batalha e ter me ressuscitado, ele curou alguns ossos quebrados. Era grato pelo desconhecido.
    Eu estremecia de dor, mas não gritava. Tentei olhar pro meio peito mas não consegui. O desconhecido tinha rasgado minha blusa, feito algum tipo de cura e posto um pano quente sobre minha pele. Tinha, também, furo em minhas veias. Injeções também foram aplicadas sobre minha pele.
    Enquanto o local... Tinha luminárias anexadas às paredes, tochas com um fogo branco. Era um lugar bem zen, porém pesado ao mesmo tempo.
    Não demorou muito para eu escutar alguns passos... Passos lentos, porei meigos. Não eram de uma mulher...
    - Desculpe a demora.
    Tentei levantar a cabeça novamente para ver quem era, mas não consegui. Estava morrendo de dor.
    - Não se esforce muito. Sua recuperação vai ser um pouco demorada.
    Eu conseguia falar, pelo menos.
    - Quem é você?
    - Stack.
    - Não conheço. Foi você quem me salvou?
    - Hábito que eu nunca perdi.
    Ele pegou alguma coisa e veio para perto de mim. Agora podia ver seu rosto. Era novo, aparentemente uns vinte anos de idade. Cabelo preto e olhos verdes. Vestia uma camisa branca, gola V.
    - Vou tirar o pano e colocar algumas ervas sobre um corte. Moustache judiou de você.
    Doeu, e eu gritei.
    - O que sabe sobre Moustache? - eu perguntei, com ódio nos olhos.
    - Já lutei contra ele.
    - E venceu?
    - Quase. O dragão salvou-o quando ele caiu no precipício em que eu o joguei. Ele era muito novo ainda.
    - Quantos anos tem?
    Estranho... Pelo jeito que ele me disse parecia ter muitos anos o ocorrido, e ele tinha um visual novato.
    - Vinte e três.
    - Não parece.
    - Pareço velho?
    Eu ri, mas gemi de dor depois.
    - Não... É que você disse que ele era novo.
    - Ele não é velho... Tem a mesma idade que eu. Aquela máscara... Foi obra minha. Eu furei o olho direito dele com uma adaga.
    - Você deve ser corajoso!
    Ele riu.
    - Não muito. Foi necessário derrotá-lo aquele dia.
    - Era uma guerra?
    - Não...
    Ele pareceu desconfortável ao tocar no assunto de guerra.
    - Tem algo aqui que lhe pertence.
    Stack se levantou e foi pegar algo. Não conseguia ver o que era, apesar estar morrendo de curiosidade e dor ao mesmo tempo.
    Ele voltou com o cajado que Moustache tinha quebrado.
    - Está aqui! Novinho.
    - Não consigo pegar.
    - Ah! Me desculpa... Vou por aqui do lado depois você pega.
    - O que estamos fazendo aqui no subterrâneo?
    Ainda não sabia sobre o fim da guerra.
    - Perdemos a guerra.
    - Guerra? Ah, lembrei. Como perdemos?
    - Moustache invocou seus cinco dragões da latência. E foi fatal... Todos morreram. Alguns estão aprisionados.
    - E a Ester?
    - Quem é essa?
    - Ah... Deixa!
    O pior tinha passado por minha cabeça.
    - Que tipo de magia você usa?
    - Como sabe que uso magia?
    - O cajado.
    - Ah, é. Magia de movimento.
    - Então gosta de dançar?
    - Sem graça.
    Rimos os dois, e eu chorei de dor.
    - Quero sair daqui.
    - Ainda não podemos. Você está ferido gravemente e lá fora tem demônios por toda as partes. Unicornic foi tomada pelos demônios.
    - Tudo por culpa daquele rei... Senão fosse ele... Eu não estaria aqui e nada disso teria acontecido.
    - Como assim “se não fosse você”? Tem culpa de algo?
    - Sim. Eu sou o humano que ele trouxe para cá.
    Stack se espantou depois se acalmou.
    - Por que o espanto?
    - Me desculpe.
    - Pelo que?
    - Te trazer aqui.
    A partir de então eu pude entender. Stack era o rei! A luta contra Moustache e o conhecimento sobre Unicornic e a guerra começaram a fazer sentindo na minha cabeça.
    - Você é o rei?
    - Sim.
    - Nem vou acabar com você por que nada vai mudar.
    - Mas não era para você ter vindo para cá... Quem eu mandei pra cá não foi você... E sim tal de Elloah!
    - A Elloah?? - eu gritei o nome dela, e fez eco por toda a cabana.     Grande demais. Estranho por ser uma cabana dentro do subterrâneo, mas eu nem entrei em detalhes. Um mundo em que tem dragões e unicórnios, ter cabana debaixo da terra era fichinha. Estranho mesmo foi saber que não estava debaixo somente da terra, e sim debaixo da terra que estava debaixo do oceano mais perigoso de lá.
    - Tenho planos para salvar Ester.
    - Salvá-la? Nem a conhece.
    - Ela é minha filha!
    - Não brinca... Ela é a princesa de Unicornic?
    - Era... Não sou mais rei.
    Eu custei a acreditar, mas no intervalo da revelação e acreditar na noticia, eu pensei sobre algo muito óbvio e coloquei a tona.
    - Então ela deve ser a rainha?
    - Nunca pensei nisso...
    É... Era tão óbvio para mim, não para o rei.
    - Então... Você tem mesmo vinte e cinco anos?
    - Sim. Devido a uma magia, viro um unicórnio quando eu quiser. E unicórnios não envelhecem.
    - Há quanto tempo em que você virou um unicórnio?
    - Há uns cinqüenta e cinco... Mil anos.
    - Mas que... Coisa!
    - Mentira! - ele riu. - se não fosse um unicórnio, eu teria uns trinta e dois.
    Eu relaxei. Só faltava eu estar conversando com um senhor de cinqüenta e cinco mil, e vinte e cinco anos de nascimento. Ele não parava de rir.
    - O que pretende ao sair daqui?
    - Você disse algo em salvar sua filha.
    - Sim, é verdade! Quando você sair desse estado deplorável, vamos treinar. Ensinarei algumas técnicas de magia de movimento. Magia de movimento não precisa de movimento se você estiver uma pedra espiritual.
    - E como ganho uma pedra espiritual?
    - Você precisa morrer.
    - Morrer?
    - Sim.
    - Não estou afim de morrer.
    - Mas não precisa. Você já morreu, esqueceu?
    Novamente eu fiquei aliviado.
    - Já está tarde... Amanhã conversamos mais. Vamos dormir? Eu estou indo para o meu quarto. Fique tranqüilo que aqui não entra demônios... Ninguém vai desconfiar que debaixo do pior oceano do universo, e debaixo de sete palmos da camada de terra desse oceano está o antigo rei de Unicornic e o profeta de Unicornic. Boa noite!! Qualquer coisa, grite. Se não estiver forças pra gritar... Morra!
    Ele riu e eu também. Toda vez que eu ria, doía todo o meu corpo.
    - Boa noite. - eu disse.
    Em uma noite cheia de revelações e informações estranhas, nada melhor como um sono. Estava muito curioso pra saber mais, porém com sono. Eu dormi.
 


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Notas finais do capítulo

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