Between Girls escrita por Bibs Elric, Mari


Capítulo 3
O Primeiro Dia




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Tash’s POV

Depois de chegar em casa, dormi como nunca. Acordei no dia seguinte com minha tia me chamando.

- Vamos Natasha, você tem aula hoje! - Suspirei. Eu estava tão feliz ontem que havia esquecido o fato de que hoje já começavam as aulas.

- Ah tia! Só mais um pouco! – Ela riu.

- Você dormiu por quatorze horas! Pode se levantar e ir para a escola. Vamos.

Resolvi levantar – sem argumentos – e fui para o banho. Me perguntei se iria encontrar Alex por lá, mas as chances eram poucas. Londres é enorme!

No carro, já pronta, depois de tocar café e arrumar as coisas, minha tia perguntou:

- Suas amigas vão estar lá? Gostaria muito de conhecer as duas, não só a Marina.

- A Nina já tem vinte anos tia, ela veio procurar emprego. E não sei se a Alex vai estudar lá, não cheguei a perguntar.

Minha tia suspirou, depois riu e ficou quieta. Nem perguntei nada.

Cheguei na escola e vi aquele monte de gente indo de lá para cá. Eu não gostava disso.

- Boa sorte! – Falou minha tia, indo embora e me largando com aquele formigueiro humano.

- Bom, hora de se virar sozinha Natasha. – Falei para mim mesma. Entrei naquele bolo de pessoas e fui entrando na escola. Esbarravam em mim, me empurravam, e no fim cheguei na diretoria para pegar meus horários.

- Aqui querida. – Disse uma senhora simpática, que já devia ter seus sessenta ou setenta anos.

- Obrigada. – Falei, saindo de lá. – Ótimo. – murmurei, irritada. – Sem mapas de onde ficam as salas ou algo do tipo. Eu nunca vou achar essas salas.

Deslizei pela parede e me encolhi, evitando chamar a atenção.

- Sabe, as aulas começam em cinco minutos, não é bom ficar sentada ai. – Olhei para cima. Vi um garoto loiro de olhos castanhos, dando risada.

- Sou nova aqui. – Falei, envergonhada. – Não me deram um mapa e não faço ideia de onde ficam as salas. – Ele me olhou, curioso.

- Um momento. – Ele disse, pegando um de seus cadernos. Ele se sentou ao meu lado e começou a desenhar. Em três minutos, ele tinha um desenho perfeito da escola.

- Anotei cada sala e o nome de cada uma delas. Também mostrei onde estamos. Agora te aconselho a ir logo, ou vai se atrasar.

- E você? – Perguntei, curiosa. Ele riu.

- Já estou acostumado. – Beijei sua bochecha.

- Muito obrigada. – Ele sorriu.

- Imagine. Aliás, qual seu nome? – Dei risada.

- Natasha, mas me chame de Tash. E o seu? – Perguntei.

- Sou Andrew. Me chame de Andy. – Dei risada.

- Obrigada de novo Andy. Tenho que ir. – Falei, saindo correndo.

- Boa sorte! – Ouvi ele gritar, de longe.

Nina’s POV

Acordei cedo, receosa.

Tomei banho, me vesti e tomei café. Olhei o relógio. Oito horas. Eu ainda tinha uma hora. Eu teria minha entrevista hoje, e eu precisava daquele cargo, ou eu não me sustentaria.

Oito e dez. Sai de casa. Não tinha mais como gastar com táxi, portanto resolvi ir a pé. No meio do caminho, ouvi alguém me chamando.

- Hey! – Me virei para trás. Nada. Então, ouvi um “psiu” vindo da rua e olhei. Ao meu lado, num Maserati, estava aquele bofe do Scott, o irmão da Alex.

- Ah, oi. – Falei, tentando parecer normal.

- O que faz aqui? – Perguntou ele.

- Entrevista de emprego em... – Olhei o relógio. – Quarenta minutos. E você?

- Esqueci algo em casa e preciso pegar. Quer carona? – Perguntou ele. Estou sonhando?

- Vou adorar. – Falei. Entrei no carro e ele deu partida.

- Para onde vai madame? – Ele disse, rindo. Ri junto e dei o endereço. Ele acelerou um pouco. Depois de um tempo, começamos a conversar.

- Você é a amiga da Alex né? Marina, certo? – Assenti, feliz dele ter lembrado meu nome.

- Isso, e você é o Scott, irmão dela, certo? – Ele sorriu e assentiu.

- Certíssimo. E você quer ser modelo? – Falou, referindo-se a agência de modelos para a qual ele me levava.

- Não, estou indo porque me ofereceram o cargo de estilista. Parece que a estilista-chefe está precisando de ajuda e ofereceram o cargo para a mais criativa. Estou indo para tentar a sorte. – Ele riu e me analisou.

- Se você se veste com seus ideais, com certeza vai ser aprovada. – Dei risada.

- Preciso ir desse jeito. Ouvi dizer que o jeito como se veste reflete seu humor e personalidade.

- Sei que vai se sair bem. – Sorri. Ele era tão incrível!

- Chegamos. – Disse ele, parando na frente do prédio. Outra vez o nervosismo me atacou. – O que foi? Não vai sair do carro? – Perguntou ele. Neguei.

- Não vou conseguir, sou péssima. Me leva de volta para casa. – Ele revirou os olhos.

- Nina, olha aqui. – Olhei para ele. – Você é muito talentosa e está apenas insegura, mas você vai se sair bem.

Suspirei. Respirei fundo e me acalmei.

- Tudo bem. – Abri a porta. – Obrigada Scott.

- Foi um prazer. – Ele disse, sorrindo.

Fechei a porta e ele foi embora. Olhei o grande prédio a minha frente.

- Tudo bem Nina. Você consegue. – Falei, tentando acreditar nisso. Entrei no prédio e uma secretária perguntou onde eu estava indo.

- Escritório da senhora Michelle Shaw. – Ela olhou umas coisas no computador e me deixou subir. Enquanto subia, meu nervosismo atacou novamente. Então, me lembrei das palavras de Scott.

“Você é muito talentosa, você vai se sair bem”.

Sorri com o pensamento e fiquei confiante. Quando o elevador parou, no décimo sexto andar, eu já não estava tão nervosa. Fui até a secretária e chamei-a, já que esta parecia distraída.

- Com licença? – Chamei. Ela me olhou, entediada.

- O que foi? – Falou, sem ânimo. Suspirei.

- Vim para a entrevista de estilista-assistente.

Ela me olhou por um tempo e então pediu para que eu sentasse e esperasse. Aproveitei para analisá-la melhor. Ela era jovem, não devia passar dos trinta. Tinha cabelos loiros e um charme incrível. Ela parecia – não, ela era – linda. Mas o humor...

- Sempre quis ser estilista? – Perguntou ela.

- Desde pequena. – Falei, sorrindo ansiosa. Ela deu um breve sorriso.

- Legal. – Falou. Olhei-a, curiosa.

- E você? O que quer ser? – Ela fechou a cara.

- Eu nunca tive uma grande ambição. É por esse motivo que estou aqui. – Falou. Então, alguém a chamou e ela me olhou.

- Sua vez. Boa sorte Marina. – Ela disse, sorrindo. Não pude evitar sorrir também.

- E qual seu nome? – Perguntei, curiosa. Ela sorriu de lado.

- Francine.

Dei um sorriso e entrei. Ela até que era simpática... quando queria. Vi uma moça num corredor.

- É a senhorita Jones? – Perguntou. Assenti. – Me acompanhe, por favor.

Ela me levou até uma porta e batei. Uma voz dentro disse para que entrasse e a moça abriu-a.

- Boa sorte. – Ela falou. Suspirei e entrei.

Uma mulher, simpática, não muito velha, estava sentada numa cadeira atrás de uma mesa.

- Jones, certo? – Perguntou.

- Sim senhora. – Respondi, educada. Ela levantou a cabeça e me analisou da cabeça aos pés. Então, sorriu.

- Gostei de você. – Falou, e eu sorri. Tudo daria certo.

Alex’s POV

Acordei com um forte jato de água na cara.

- Bom dia Alex! – Disse um Scott sorridente.

- Ah, morre Scott. – Falei, estressada. Ele deu risada.

- Vamos peste. Você tem escola. – Revirei os olhos e assenti, indo para o banho. Quando sai, havia um vestido branco e preto em cima da minha cama.

- Essa coisa é uniforme? – Falei, sem esperar resposta. Sabia que Fay ou Scott que haviam deixado aquilo para mim.

Procurei entre minhas roupas e achei um colete jeans. Ótimo. Coloquei minhas botas, peguei minha mochila e desci. Scott e Fay me esperavam na mesa. Ao me ver, Scott deu risada.

- Não gostou do uniforme? – Perguntou ele. Neguei com a cabeça e me sentei com eles para tomar café. Depois de acabar, Scott me cutucou.

- Vamos? - Assenti e fomos para a escola. Ao chegar lá, Scott desceu comigo.

- O que vai fazer? – Perguntei. Ele riu e piscou.

- Descubra sozinha.

E então saiu correndo. Ah aquele filho de uma boa mãe! Fui até a secretaria, onde a mulher me deu meus horários e, ao lado, um rabisco onde se lida “2A”. Sim, porque eu vou saber onde é nessa coisa enorme. No fim, faltando alguns minutos para bater o sinal, encontrei a bendita sala. Entrei e já estava quase lotada.

Era um caos.

Gente brincando, rindo e conversando. Não vi Diego e supus que não estávamos na mesma sala. Por fim, encontrei uma cadeira no fundo da sala e me joguei lá. Algum tempo depois, entrou uma professora que perguntou onde eu estava e me mandou ir me apresentar na frente da sala. Resmunguei.

- Não posso me apresentar daqui? – Perguntei. Alguns alunos riram. Ela me olhou com cara feia e mandou que eu fosse até lá. Na maior preguiça do mundo, eu fui.

Me apresentei rapidamente e voltei a me sentar. A professora continuou sua aula (total tédio) e fiquei rabiscando meu caderno, até uma bolinha de papel cair na minha mesa. Procurei em volta, mas não vi ninguém suspeito. Mas sabia que a bolinha veio de trás. Abri o papel, que dizia, em letras curvas:

“Rebelde?”

De onde esse ser tirou isso? Para continuar a conversa e atiçar a curiosidade do ser, respondi:

“Talvez.”

Então, deixei a bolinha cair para trás. Ouvi alguém pegá-la e rabiscar algo. Algum tempo depois, a bolinha voltou.

“Para enfrentar a Tiffin, só pode ser.”

Revirei os olhos e escrevi.

“Sou nova, seu idiota.”

Novamente, joguei-a pelo chão. Ouvi um riso baixo e PUF, bolinha na mesa.

“Eu sei, só brincando com você. E é SUA idiota, sou garota. A propósito, sou Dianna.”

Ri baixinho. Garota estranha. Me virei e vi uma morena bem bonitinha me encarando.

- Oi! – Disse ela. Tive que me segurar para não rir alto e acenei com a cabeça. – Você é a irmã do Scott, não é?

Assenti, espantada.

- Conhece ele? – Perguntei. Ela riu maliciosa.

- Ah, ele não te contou. Vai descobrir ainda hoje, mas não se preocupe. – Disse ela. What? Ela viu meu rosto e riu.

- Calma, não é nada demais. Mas não vou te contar, isso é coisa do Scott. – Falou. Desgraçada. – Calma Alex. Você aguenta. – Falou, piscando. Droga.

Me virei para a frente e passei o resto da aula sem olhar para ela. Tive mais uma aula e então tive que sair para educação física. Infelizmente, Dianna me alcançou.

- Calma Alex, não fica brava comigo por causa disso. – Suspirei. Ela tinha razão. Não ia adiantar nada. Porém, não respondi. Chegando na quadra, ouvi uns garotos comentando que o professor estava atrasado. Então achei um lugar para sentar e fiquei lá esperando. Passado alguns minutos, chegou o professor.

Um cara de 21 anos, cabelos escuros e olhos castanhos.

Um cara de porte atlético, que fez garotas desmaiarem.

Um cara que se chamava Scott Hanks, e era meu irmão.

Dianna, ao ver meu rosto, riu baixo. Já Scott, ao me ver, acenou e riu.

- Andem seus preguiçosos, levantem e venham. – Disse ele. Todos obedecerama.

Sim, eu mereço isso.


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