Between Girls escrita por Bibs Elric, Mari
Tash’s POV
Depois de chegar em casa, dormi como nunca. Acordei no dia seguinte com minha tia me chamando.
- Vamos Natasha, você tem aula hoje! - Suspirei. Eu estava tão feliz ontem que havia esquecido o fato de que hoje já começavam as aulas.
- Ah tia! Só mais um pouco! – Ela riu.
- Você dormiu por quatorze horas! Pode se levantar e ir para a escola. Vamos.
Resolvi levantar – sem argumentos – e fui para o banho. Me perguntei se iria encontrar Alex por lá, mas as chances eram poucas. Londres é enorme!
No carro, já pronta, depois de tocar café e arrumar as coisas, minha tia perguntou:
- Suas amigas vão estar lá? Gostaria muito de conhecer as duas, não só a Marina.
- A Nina já tem vinte anos tia, ela veio procurar emprego. E não sei se a Alex vai estudar lá, não cheguei a perguntar.
Minha tia suspirou, depois riu e ficou quieta. Nem perguntei nada.
Cheguei na escola e vi aquele monte de gente indo de lá para cá. Eu não gostava disso.
- Boa sorte! – Falou minha tia, indo embora e me largando com aquele formigueiro humano.
- Bom, hora de se virar sozinha Natasha. – Falei para mim mesma. Entrei naquele bolo de pessoas e fui entrando na escola. Esbarravam em mim, me empurravam, e no fim cheguei na diretoria para pegar meus horários.
- Aqui querida. – Disse uma senhora simpática, que já devia ter seus sessenta ou setenta anos.
- Obrigada. – Falei, saindo de lá. – Ótimo. – murmurei, irritada. – Sem mapas de onde ficam as salas ou algo do tipo. Eu nunca vou achar essas salas.
Deslizei pela parede e me encolhi, evitando chamar a atenção.
- Sabe, as aulas começam em cinco minutos, não é bom ficar sentada ai. – Olhei para cima. Vi um garoto loiro de olhos castanhos, dando risada.
- Sou nova aqui. – Falei, envergonhada. – Não me deram um mapa e não faço ideia de onde ficam as salas. – Ele me olhou, curioso.
- Um momento. – Ele disse, pegando um de seus cadernos. Ele se sentou ao meu lado e começou a desenhar. Em três minutos, ele tinha um desenho perfeito da escola.
- Anotei cada sala e o nome de cada uma delas. Também mostrei onde estamos. Agora te aconselho a ir logo, ou vai se atrasar.
- E você? – Perguntei, curiosa. Ele riu.
- Já estou acostumado. – Beijei sua bochecha.
- Muito obrigada. – Ele sorriu.
- Imagine. Aliás, qual seu nome? – Dei risada.
- Natasha, mas me chame de Tash. E o seu? – Perguntei.
- Sou Andrew. Me chame de Andy. – Dei risada.
- Obrigada de novo Andy. Tenho que ir. – Falei, saindo correndo.
- Boa sorte! – Ouvi ele gritar, de longe.
Nina’s POV
Acordei cedo, receosa.
Tomei banho, me vesti e tomei café. Olhei o relógio. Oito horas. Eu ainda tinha uma hora. Eu teria minha entrevista hoje, e eu precisava daquele cargo, ou eu não me sustentaria.
Oito e dez. Sai de casa. Não tinha mais como gastar com táxi, portanto resolvi ir a pé. No meio do caminho, ouvi alguém me chamando.
- Hey! – Me virei para trás. Nada. Então, ouvi um “psiu” vindo da rua e olhei. Ao meu lado, num Maserati, estava aquele bofe do Scott, o irmão da Alex.
- Ah, oi. – Falei, tentando parecer normal.
- O que faz aqui? – Perguntou ele.
- Entrevista de emprego em... – Olhei o relógio. – Quarenta minutos. E você?
- Esqueci algo em casa e preciso pegar. Quer carona? – Perguntou ele. Estou sonhando?
- Vou adorar. – Falei. Entrei no carro e ele deu partida.
- Para onde vai madame? – Ele disse, rindo. Ri junto e dei o endereço. Ele acelerou um pouco. Depois de um tempo, começamos a conversar.
- Você é a amiga da Alex né? Marina, certo? – Assenti, feliz dele ter lembrado meu nome.
- Isso, e você é o Scott, irmão dela, certo? – Ele sorriu e assentiu.
- Certíssimo. E você quer ser modelo? – Falou, referindo-se a agência de modelos para a qual ele me levava.
- Não, estou indo porque me ofereceram o cargo de estilista. Parece que a estilista-chefe está precisando de ajuda e ofereceram o cargo para a mais criativa. Estou indo para tentar a sorte. – Ele riu e me analisou.
- Se você se veste com seus ideais, com certeza vai ser aprovada. – Dei risada.
- Preciso ir desse jeito. Ouvi dizer que o jeito como se veste reflete seu humor e personalidade.
- Sei que vai se sair bem. – Sorri. Ele era tão incrível!
- Chegamos. – Disse ele, parando na frente do prédio. Outra vez o nervosismo me atacou. – O que foi? Não vai sair do carro? – Perguntou ele. Neguei.
- Não vou conseguir, sou péssima. Me leva de volta para casa. – Ele revirou os olhos.
- Nina, olha aqui. – Olhei para ele. – Você é muito talentosa e está apenas insegura, mas você vai se sair bem.
Suspirei. Respirei fundo e me acalmei.
- Tudo bem. – Abri a porta. – Obrigada Scott.
- Foi um prazer. – Ele disse, sorrindo.
Fechei a porta e ele foi embora. Olhei o grande prédio a minha frente.
- Tudo bem Nina. Você consegue. – Falei, tentando acreditar nisso. Entrei no prédio e uma secretária perguntou onde eu estava indo.
- Escritório da senhora Michelle Shaw. – Ela olhou umas coisas no computador e me deixou subir. Enquanto subia, meu nervosismo atacou novamente. Então, me lembrei das palavras de Scott.
“Você é muito talentosa, você vai se sair bem”.
Sorri com o pensamento e fiquei confiante. Quando o elevador parou, no décimo sexto andar, eu já não estava tão nervosa. Fui até a secretária e chamei-a, já que esta parecia distraída.
- Com licença? – Chamei. Ela me olhou, entediada.
- O que foi? – Falou, sem ânimo. Suspirei.
- Vim para a entrevista de estilista-assistente.
Ela me olhou por um tempo e então pediu para que eu sentasse e esperasse. Aproveitei para analisá-la melhor. Ela era jovem, não devia passar dos trinta. Tinha cabelos loiros e um charme incrível. Ela parecia – não, ela era – linda. Mas o humor...
- Sempre quis ser estilista? – Perguntou ela.
- Desde pequena. – Falei, sorrindo ansiosa. Ela deu um breve sorriso.
- Legal. – Falou. Olhei-a, curiosa.
- E você? O que quer ser? – Ela fechou a cara.
- Eu nunca tive uma grande ambição. É por esse motivo que estou aqui. – Falou. Então, alguém a chamou e ela me olhou.
- Sua vez. Boa sorte Marina. – Ela disse, sorrindo. Não pude evitar sorrir também.
- E qual seu nome? – Perguntei, curiosa. Ela sorriu de lado.
- Francine.
Dei um sorriso e entrei. Ela até que era simpática... quando queria. Vi uma moça num corredor.
- É a senhorita Jones? – Perguntou. Assenti. – Me acompanhe, por favor.
Ela me levou até uma porta e batei. Uma voz dentro disse para que entrasse e a moça abriu-a.
- Boa sorte. – Ela falou. Suspirei e entrei.
Uma mulher, simpática, não muito velha, estava sentada numa cadeira atrás de uma mesa.
- Jones, certo? – Perguntou.
- Sim senhora. – Respondi, educada. Ela levantou a cabeça e me analisou da cabeça aos pés. Então, sorriu.
- Gostei de você. – Falou, e eu sorri. Tudo daria certo.
Alex’s POV
Acordei com um forte jato de água na cara.
- Bom dia Alex! – Disse um Scott sorridente.
- Ah, morre Scott. – Falei, estressada. Ele deu risada.
- Vamos peste. Você tem escola. – Revirei os olhos e assenti, indo para o banho. Quando sai, havia um vestido branco e preto em cima da minha cama.
- Essa coisa é uniforme? – Falei, sem esperar resposta. Sabia que Fay ou Scott que haviam deixado aquilo para mim.
Procurei entre minhas roupas e achei um colete jeans. Ótimo. Coloquei minhas botas, peguei minha mochila e desci. Scott e Fay me esperavam na mesa. Ao me ver, Scott deu risada.
- Não gostou do uniforme? – Perguntou ele. Neguei com a cabeça e me sentei com eles para tomar café. Depois de acabar, Scott me cutucou.
- Vamos? - Assenti e fomos para a escola. Ao chegar lá, Scott desceu comigo.
- O que vai fazer? – Perguntei. Ele riu e piscou.
- Descubra sozinha.
E então saiu correndo. Ah aquele filho de uma boa mãe! Fui até a secretaria, onde a mulher me deu meus horários e, ao lado, um rabisco onde se lida “2A”. Sim, porque eu vou saber onde é nessa coisa enorme. No fim, faltando alguns minutos para bater o sinal, encontrei a bendita sala. Entrei e já estava quase lotada.
Era um caos.
Gente brincando, rindo e conversando. Não vi Diego e supus que não estávamos na mesma sala. Por fim, encontrei uma cadeira no fundo da sala e me joguei lá. Algum tempo depois, entrou uma professora que perguntou onde eu estava e me mandou ir me apresentar na frente da sala. Resmunguei.
- Não posso me apresentar daqui? – Perguntei. Alguns alunos riram. Ela me olhou com cara feia e mandou que eu fosse até lá. Na maior preguiça do mundo, eu fui.
Me apresentei rapidamente e voltei a me sentar. A professora continuou sua aula (total tédio) e fiquei rabiscando meu caderno, até uma bolinha de papel cair na minha mesa. Procurei em volta, mas não vi ninguém suspeito. Mas sabia que a bolinha veio de trás. Abri o papel, que dizia, em letras curvas:
“Rebelde?”
De onde esse ser tirou isso? Para continuar a conversa e atiçar a curiosidade do ser, respondi:
“Talvez.”
Então, deixei a bolinha cair para trás. Ouvi alguém pegá-la e rabiscar algo. Algum tempo depois, a bolinha voltou.
“Para enfrentar a Tiffin, só pode ser.”
Revirei os olhos e escrevi.
“Sou nova, seu idiota.”
Novamente, joguei-a pelo chão. Ouvi um riso baixo e PUF, bolinha na mesa.
“Eu sei, só brincando com você. E é SUA idiota, sou garota. A propósito, sou Dianna.”
Ri baixinho. Garota estranha. Me virei e vi uma morena bem bonitinha me encarando.
- Oi! – Disse ela. Tive que me segurar para não rir alto e acenei com a cabeça. – Você é a irmã do Scott, não é?
Assenti, espantada.
- Conhece ele? – Perguntei. Ela riu maliciosa.
- Ah, ele não te contou. Vai descobrir ainda hoje, mas não se preocupe. – Disse ela. What? Ela viu meu rosto e riu.
- Calma, não é nada demais. Mas não vou te contar, isso é coisa do Scott. – Falou. Desgraçada. – Calma Alex. Você aguenta. – Falou, piscando. Droga.
Me virei para a frente e passei o resto da aula sem olhar para ela. Tive mais uma aula e então tive que sair para educação física. Infelizmente, Dianna me alcançou.
- Calma Alex, não fica brava comigo por causa disso. – Suspirei. Ela tinha razão. Não ia adiantar nada. Porém, não respondi. Chegando na quadra, ouvi uns garotos comentando que o professor estava atrasado. Então achei um lugar para sentar e fiquei lá esperando. Passado alguns minutos, chegou o professor.
Um cara de 21 anos, cabelos escuros e olhos castanhos.
Um cara de porte atlético, que fez garotas desmaiarem.
Um cara que se chamava Scott Hanks, e era meu irmão.
Dianna, ao ver meu rosto, riu baixo. Já Scott, ao me ver, acenou e riu.
- Andem seus preguiçosos, levantem e venham. – Disse ele. Todos obedecerama.
Sim, eu mereço isso.
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