Algumas semanas passaram que Annabeth e Percy não se falavam. Não se falaram mais desde do beijo. Já era novembro. Outono já tinha começado. Era um sabádo qualquer. A loira estava entediada. Já tinha feito a lição de casa. Já tinha lido todos os seus livros. Luke esta ocupado. De acordo com o loiro, ele tinha um compromisso. Ela queria saber que compromisso, ele tem. Mas ele não deu mais nenhum detalhe. Tentou descobrir, mas não teve sucesso. E pra completar o seu melhor amigo não queria mais falar com ela. Ela não sabia o porque. O beijo só foi um acidente, certo? Foi só uma coisa do momento, certo? Ela pensava que pra ele estava tudo bem. Eles eram só amigos. Estragaria a amizade deles. (E seu namoro) Foi um erro. Eles ainda podem voltar a serem amigos, certo? Pelo menos, é o que ela deseja. A loira esta deitada entediada pensando no que aconteceu entre ela e o moreno.

Até que ela cansou de esperar ele ir falar com ela. Não ia acontecer. Ela tinha que ir atrás dele e concertar a burrada que fez. Afinal não aguentaria mais nenhum dia sem o seu melhor amigo! Determinada desceu as escadas e foi até a casa do moreno. Bateu na porta. E quem atendeu foi uma senhora de cabelos cinzas e com um sorriso bondoso. Ela não estava esperando isso. No começo ficou surpresa, mas depois ela decidiu perguntar por Percy:

-- Oi, Percy esta aqui?

-- Não sabia que meu neto tem uma namorada tão bonita como você. falou. Annabeth corou na mesma hora.

-- E-eu não sou namorada do Percy. Apenas sou uma amiga. falou nervosamente.

-- Desculpe, querida. Quer entrar? Nós podemos tomar o chá que eu acabei de fazer. falou gentilmente.

-- Não sei não...

-- Faz tanto tempo que eu não tenho compania. Por favor, apenas uma chicara de chá. falou. Annabeth olhou em seus olhos pidões. E não pode resistir ela aparentava ser tão sozinha. Ela só queria uma companhia. Não pode ser tão ruim. No fim ela assentiu e entrou na casa. Seguiram pra cozinha. Annabeth sentou no banco da cozinha. Enquanto a senhora servia o chá.

-- Então... Você é a vó do Percy? puxou assunto. Ela apenas assentiu.

-- Você não esta acostumada a ter companhia? perguntou curiosa.

-- Nossa família teve tantas perdas... Enfim meu marido faleceu faz um ano. falou com um tom triste e um sorriso pequeno.

-- D-desculpe... Eu não sabia...

-- Tudo bem... Só agora eu percebi que não nos apresentamos ainda. Meu nome é Charlotte.

-- Annabeth.

-- Se você quiser, você pode esperar ele chegar no quarto dele.

-- Eu posso?

-- Claro, querida.

Depois de agradece-la, Annabeth subiu as escadas e imediatamente soube qual era o quarto do moreno. Era a única porta que tinha adesivos dizendo: Fique longe Não entre ou alguma coisa parecida. Mesmo assim ela entrou. Tinha uma cama de solteiro perto da janela que dava pro meu quarto. Ao lado da cama tinha uma estante cheia de cds. De frente à cama tinha uma mesa e cadeira. Que tinha sua mochila e material escolar. Então ela adivinhou que ali deveria ser o seu canto de estudo. Não saberia dizer se ele usava ou não. Encima da mesa, pendurado na parede tinha fotos coladas na parede. Falando nisso tinha posters em volta do quarto todo. A maioria dos posters era de bandas que ele gosta.

Annabeth se aproximou das fotos pra poder vê-las de perto. Tinha muitas fotos de pessoas que ela não conhecia. Talvez seja os antigos amigos de Percy. Pensou a loira consigo mesma. Tinha uma foto que a chamou a atenção. Era uma foto do moreno abraçando Thalia e Nico. Na foto ele estava no meio e sorrindo. Não sabia que o moreno conhecia os seus amigos. Ela queria saber como eles se conheceram. Outra foto que lhe chamou à atenção foi uma foto uma foto do Percy com Luke. Eles estavão fazendo caretas na foto. Esta ai a prova que eles foram amigos. Pensou consigo mesma de novo porque eles não são mais amigos. Uma foto que a surprendou foi uma foto de Percy beijando a bochecha de uma garota que estava sorrindo. Ele teve uma namorada antes da Rachel? Será que esse era o passado que ele queria esquecer. Se sim, porque?

E tinha uma em especial que estava localizada no centro de todas as fotos. Era uma foto de Percy abraçando uma mulher. Ela tinha cabelos ondulados. Olhos e cabelos castanhos. E estava vestindo um vestido azul. E pela foto, Annabeth pensou que deveria ser sua mãe. Ambos estavam sorrindo. Nessa foto, Percy devia ter uns quinze ou dezesseis anos. Tinha fotos de todos os familiares de Percy menos o de seu pai. Ela pensou consigo mesma a razão disso.

-- Ela foi uma grande perda na família. falou uma voz atrás dela que assustou-a.

-- Quem?

-- A mãe de Percy. falou apontando pra figura no centro.

-- Quando?

-- Faz tempo. Não me lembro exatamente quando, mas Percy era tão jovem. falou com um olhar triste. Parecia se lembrar de algum momento. Então o moreno tinha perdido a mãe. Deve ser por isso que ele é desse jeito. Misterioso. Quieto. Sacarstico. Onde será que Percy esta?

-- Você saberia me dizer aonde esta Percy?

-- Oh! Eu não sei, querida. Ele apenas me disse que iria pra algum lugar que ele pudesse pensar.

Annabeth sorriu na hora. Sabia exatamente que lugar era esse. Como se esqueceria? Era o segredinho deles. Annabeth agradeceu pela informação e disse que tinha que ir. Logo a loira pegou emprestado o carro de sua mãe e dirigiu até lá.

[...]

Quando estava se aproximando, pelo canto do olho avistou um garoto com um violão. E percebendo que era Percy. Afinal apenas os dois sabiam desse lugar abandonado. Logo estacionou o carro e foi andando até o moreno. Sentou ao seu lado perto da arvore onde ele esta sentado. Ele não se virou pra ver quem era. Já tinha uma ideia de quem era. Só podia ser Annabeth.

A loira começou a observa-lo. Percy estava com suas roupas normais. O que eu quero dizer ele estava com sua calça jeans, camiseta branca e a famosa jaqueta de sempre. Mesmo estando com suas roupas do dia-a-dia, Annabeth admirou sua beleza. Seus cabelos estavam voando de acordo com o vento. E seus lindos olhos estavam olhando a linda visão em sua frente. Várias árvores com folhas amarelhas, laranjas e vermelhas. O chão estava cheio delas também. O que só fazia a cena mais bonita de se observar. Percy começou a tocar uma melodia, mas logo parou.

-- Como me achou aqui? falou frio sem a olhar.

-- Eu fui na sua casa e sua vó me disse que você foi para um lugar que você pudesse pensar. E como você me disse que o único lugar que você podia pensar era aqui...

-- Sabida você, hein? falou com um pequeno sorriso no rosto. Gostaria de ouvir uma música?

-- Claro. falou feliz de poder ouvir sua voz de novo.
Percy começou a tocar a melodia e logo em seguida começou a cantar:

Autumn wind turns again

The days are warm, start to fade

All thats here is still the same

Memories fall like rain

Percy cantava olhando a paisagem. Enquanto Annabeth olhava pra ele. Observou como suas mãos tocavam o violão sem nem olhar. Observou sua face serena enquanto cantava. Seu olhar, ela não conseguia decifrar. Sabia que escondia segredos e tristeza, apenas de olhando em seus olhos. Seus lindos olhos verdes.

The only world I know

Steady as you go

Its too easy, its too easy for you

Its too easy, its too easy for you

O moreno olhou nos olhos de Annabeth enquanto cantava essa parte da musica. Annabeth pensou que ele estava se referindo a ela. Como se estivesse dizendo pra ela que sua vida é fácil. Não tinha certeza se ele estava se referindo a ela ou se sua vida é de fato fácil. Mas por enquanto ela não enfrentou nenhuma dificuldade. Pelo menos nenhuma que ela se lembre. Encarou seus olhos, procurando uma resposta.

Sinking in the sand of time

A measurable bind but Ill be fine

Ill burn a fire above the air

So heaven is still on my side

Por mais que procurasse por um resposta ou uma pista a mesma, ela não achou nada. Mas continuava a encara-lo. Porque ele escolheu essa musica? Será que ele se identificou com ela? Se sim, porque? Bufou. Odiava não saber das coisas. E esse garoto é tão miserioso...O que não falta era perguntas. As vezes, pensava que não o conhecia. Qual é sua banda favorita? Qual é a sua cor favorita? Qual é sua matéria favorita? Não saberia dizer...

Hell is here tonight

No more alibis

Its too easy, its too easy for you

Its too easy, its too easy for you

Saberia dizer cada traço do seu rosto. Saberia dizer quando ele fazia um sorriso falso, só para ser educado. Saberia dizer quando ele fazia um sorriso sarcastico, só pare zoar de alguém. (Apesar que esse sorriso é o que esta mais presente no dia-a-dia) Saberia dizer quando ele fazia um sorriso verdadeiro, só viu esse alguma vezes. Foram poucas, mas ficava feliz que por um momento... por um momento ela conseguiu arrancar um sorriso verdadeiro dele. E ela sabia como era difícil de faze-lo. Mas no fim, valia a pena.

Autumn wind turns again

And days of warmth, start to fade

Percy terminou a música. Em seguida encostou o violão ao seu lado e encarou Annabeth. Apenas esperando ela dizer alguma coisa. Ela o encarava-o de volta. Ainda não tinha certeza se ele tinha referido que sua vida é muito fácil. Ela queria saber se era ou não. Então decidiu perguntar.

-- Porque escolheu essa música pra cantar?

-- Digamos que eu me identifiquei com ela...

-- Como?

-- Você sabe que na música eu me referia a você, né? falou mudando de assunto. Mas respondendo a pergunta de Annabeth.

-- Porque se referiu a mim?

-- Porque é a verdade. Sua vida é fácil! Tem as melhores notas sem muito esforço. Não tem problemas com a família. Arranjou um namorado sem dificuldade. falou exasperado. Pelo que ele falou sua vida é mesmo fácil. Nunca pensou nisso.

-- Okay... Eu tenho facilidade em estudar. Eu acho que eu tenho uma boa família pra não ter nenhum problema. O caso do namorado não tenho o que explicar. Mas... sua vida não é fácil?

-- Não. falou incrédulo. Falou como se fosse obvio a resposta. Mas era obvio apenas pra ele. Afinal ele nunca se aprofunda num assunto que seja sobre ele mesmo.

-- Porque?

-- O que? falou saindo dos seus pensamentos.

-- Porque sua vida não é fácil?

-- Porque você quer saber? falou sério.

-- Eu sou sua amiga, não? Eu queria poder conhece-lo melhor.

-- Okay... Quer mesmo saber? falou misterioso. Annabeth assentiu.

-- Então você vai me conhecer. Não posso prometer que vai gostar. Mostrarei coisas que não contei pra ninguém. Confio em você. Espero que não me desaponte.