- Eu vou com você pra Suna – disse a jovem kunoichi sorrindo amplamente.

Sasuke retribuiu o sorriso e a abraçou. Então ouviram alguém limpar a garganta sonoramente.

- Olha, temos que ir logo. Podem nos pegar aqui.

Sakura correu para dentro de casa e colocou apenas algumas mudas de roupa, shurikens e kunais e o retrato do time 7. Desceu o mais rápido que pôde de seu quarto.

- Está certa disso? – Perguntou Sasuke com firmeza.

A rosada olhou para a trás, e viu a casa onde passara toda sua vida. Sentiria falta, mas estava decidida. Era sua chance e quem sabe essa experiência seria boa. Um dia voltaria com o Uchiha, assim que ele estivesse seguro. Voltou-se para encará-lo respondendo seriamente:

- Sim.

- Então vamos – tomou a mão dela e a puxou com ele.

Ambos foram seguidos de perto por Kento. Em silêncio, chegaram ao distrito Uchiha. Sakura olhava aquele lugar deserto e reparou depois na expressão fria que o rosto do ninja adquiriu.

Nenhum dos três dizia uma única palavra, até:

- Por onde vamos e pra quem vamos pedir abrigo?

- Vamos ver alguém que possa nos abrigar em Suna e vamos pelas estradas alternativas, Sakura – respondeu Kento.

- Sasuke-kun, por que não chamamos Naruto?

- Porque ele vai tentar se for com a gente, ele vai correr perigo, por causa da Akatsuki.

- Sim, mas você disse que ele conhecia gente na aldeia da areia e quem sabe poderia nos ajudar.

- É verdade, mas pra não tirar ele daqui, a gente dá um jeito de morar por lá. Agora vamos.

Correram até chegar às matas que cercam Konoha. Iam de árvore em árvore, só parariam para dormir quando estivessem longe o suficiente para que não pudessem sentir seus chakras ou sequer imaginar pode onde foram. Sumiram na escuridão da floresta.

Algum tempo mais tarde, os pais de Sakura voltaram para casa e Mebuki foi procurar a filha, já era hora da mesma ir para a cama. Procurou no quintal e a única coisa que viu foram as marcas dos treinos da menina. Procurou na cozinha, banheiro e quando chegou ao quarto de Sakura, já estava desesperada.

- Kizashi... Kizashi!

Correu para o próprio quarto. O marido acabara de sair do banho.

- O que foi, Mebuki? – Perguntou ele preocupado terminando de se trocar quando ela entrou.

- Sakura, ela não está em lugar nenhum...

- Como assim, não está em lugar nenhum?!

- Não grite comigo, eu não sei onde ela está!

- Desculpa, mas... como é possível? Procurou direito?

- Claro que sim.

- Será que alguém a levou? Ela andava muito com aquele Uchiha que tentaram levar...

- Precisamos avisar a Hokage.

- Estou terminando de me trocar.

Logo depois, Haruno Kizashi deu mais uma olhada na casa à procura de sua pequena flor de cerejeia. Nada. Correram então para o prédio da Hokage prestando atenção nas ruas para o caso de vê-la ali.

Nenhum sinal da Haruno nas ruas. Chegaram ao prédio e entraram à toda velocidade, parando apenas quando Shizune se colocou à frente deles antes mesmo que chegassem à sala de Tsunade.

- Posso saber o que querem e como entraram aqui tão rápido? – Perguntou tentando parecer firme, mesmo estando com sono.

- Precisamos da ajuda da Hokage-sama – disse Mebuki.

- Acho que agora ela já está indo dormir, é tarde, sabiam?

- É urgente! Sakura sumiu.

- Como sumiu? Não pode estar por aí com o Uchiha ou o Uzumaki?

- Queremos ajuda de Tsunade-sama justamente pra encontra-la. Não vamos conseguir ver a aldeia toda sem que ela escape de um lado a outro – disse Kizashi.

- Mas que barulheira é essa?! Não se pode mais nem dormir!

Esses foram os gritos da Hokage-sama que descia do andar de seu quarto. Mal foi para a cama, ouviu os gritos dos pais de sua pupila. Teve que descer para verificar, embora quisesse dormir um pouco.

- Sakura sumiu.

- Nós saímos de casa por algum tempo e quando voltamos, não estava mais lá. Ela nunca fez isso. Nos ajude a procurar.

- Pode ser que tenham levado nossa filha, algum daqueles ninjas que vieram atrás do Uchiha.

Tsunade desviou o olhar. Pelas informações que tinha de Sakura, a garota era disciplinada, nunca deixou de cumprir uma missão, era estudiosa e esforçada. Será que estaria brincando com seus pais? Teria perdido a hora junto com os amigos? Poderia ser sim caso de sequestro para que Sasuke se manifestasse e trocasse a vida dele pela dela, sabia que Orochimaru seria capaz de fazer isso ou mesmo usá-la em seus experimentos devido à seu controle de chakra.

- Vou chamar alguns ninjas e fazer uma busca pela vila. Shizune, peça a presença de alguns líderes de times no meu escritório, já!

- S-sim, Tsunade-sama - Shizune correu para chamar os ninjas.

- Vocês, venham comigo. Assim que tivermos mais ninjas pra procurá-la, vocês vão junto.

Sem responder, apenas seguiram-na até sua sala, á espera de quem os ajudaria. Poderia ser estranho tanto desespero, mas se tratando da Haruno, isso deveria ser bem sério.

Cidade Imperial

- Senhor Tatsuo-sama?

Um guarda chamou o imperador que já estava em seus aposentos. Lentamente se levantou e vestiu um manto para ficar mais apresentável. Abriu a porta do quarto.

- Sim.

- Há um ninja que insiste em falar com você. É Hatake Kakashi, de Konoha. Está em seu escritório.

“Ela descobriu”, foi o primeiro pensamento que invadiu sua mente.

- Peça para esperar, vou colocar um traje mais adequado e já o atendo.

O guarda se curvou e saiu.

Depois de receber a resposta de que o imperador já o atenderia, Kakashi se sentou numa cadeira em frente á mesa do imperador relembrando as imagens de quando chegou. Os portões quase que completamente destruídos, vários ladrões amarrados ainda sendo transportados para as celas, alguns ninjas revezando para vigiar enquanto os portões eram consertados. Ninguém dormiria aquela noite, deveriam aprontar tudo o mais cedo possível para evitar saques à cidade.

Alguma coisa grande aconteceu ali e ele iria descobrir. Tinha o mau pressentimento de que Sasuke estivesse metido no meio. Foi retirado de seus pensamentos quando ouviu a porta abrir.

- Tatsuo-sama – disse o ninja copiador se levantando e fazendo uma reverência.

- Não é necessário. Diga-me à quê veio.

- Estou aqui para tomar conta do treinamento e da proteção do garoto que trouxe, mas pelo jeito precisam de ajuda. O que aconteceu aqui? Aliás, Sasuke está bem?

O imperador gelou. Era como se o ninja estivesse apenas se fazendo de bobo para testar sua honestidade. Poderia mentir, mas pra quê, se ele logo descobriria por si só que o Uchiha já não estava mais ali?

- Aconteceu...

Contou tudo à Kakashi e este o fitava com os olhos arregalados. Como ninjas do exército imperial puderam deixar um garoto de quinze anos fugir com outro de dezesseis?

- Como é possível que eles tenham fugido? Apesar de que... falando de Sasuke... – colocou a mão no queixo, pensando nas habilidades do jovem shinobi.

- O que tem ele?

- É um prodígio da vila, não tanto quanto seu irmão, mas é um prodígio. Já os procuraram?

- Enviei equipes de busca num raio de quilômetros e nada, já haviam desaparecido. Aproveitaram a confusão para fugir.

- Eles são muito espertos. E Tsunade-sama não vai gostar nada disso...

- Eu sei... – respondeu o Tatsuo engolindo em seco.

Kakashi foi acolhido pelo imperador, passaria a noite ali.

-

A manhã chegou e com ela, a certeza da Hokage e dos pais de Sakura de que a mesma fora sequestrada com más intenções e até imaginavam por quem.

Mal sabiam eles que ela estava acordando com o sol iluminando seu rosto e um cheiro bom. Se levantou bruscamente e se deparou com Sasuke... cozinhando o café-da-manhã enquanto Kento estava deitado totalmente torto embaixo de uma grande raiz de árvore.

- Bom dia, Sakura.

- Bom dia, Sasuke-kun – espreguiçou-se.

- Servida?

Ela assentiu, estava com um pouco de fome.

Enquanto comiam, Kento murmurava coisas à respeito de Sasuke, geralmente o chamando de idiota, o que deixava o Uchiha com a cara fechada e provocava a risada de Sakura. Até que acordou e se juntou a eles, ganhando de brinde um soco de Sasuke.

“Por enquanto está tudo bem”, pensava ela enquanto desfrutava a comida. “Sei que meus pais e Naruto devem estar preocupados, mas foi minha escolha... logo vamos voltar.”

Para eles, isso era só o início do que poderia ser uma nova vida, em paz.