Já era noite. A casa se encontrava escura, mas eu estava na sala. Todas as luzes desligadas, uma escuridão total e eu deitada no sofá. Não conseguia parar de pensar no meu pai e na minha mãe. Precisava achar meu pai, acabar com a mini gótica e a cachinhos dourados e acabar com aquilo tudo...

Mas o que me perturbava era o por que eles levaram meu pai e não a mim. E como eles pretendiam libertar Lúcifer...

-Problemas para dormir? –Gabriel falou aparecendo do nada

Tomei um susto. A Miles deve ter aprendido isso com ele...

-Um pouco... –falei dando um espaço para ele se deitar comigo no sofá

Ele se deitou e ficamos nos encarando por um tempo até ele dar uma risada.

-Que foi? –perguntei

-É estranho estar com uma garota de 18 anos... –ele falou

-Algum problema com minha idade? –perguntei

-Nenhuma, só que é como se você fosse uma criançinha...

-Ah, é, papai? –fale irônica

-Se você fosse minha filha, eu seria punido pelo resto da eternidade pelo que faço com você em cima de uma cama... –ele disse

Eu dei uma risada.

-Então, ainda bem que não é meu pai... –falei e passei a mão no rosto dele

Ele me beijou e eu corespondi. Ele meio que passou a língua nos meus lábios pedindo passagem e, como sempre, eu cedi. Comecei a desabotoar a camisa dele e ele riu entre os beijos.

-Ainda bem mesmo que você não é minha filha... –ele falou e continuou a me beijar

Ri com o seu comentário. Em pouco segundos, devido ao perceptível desespero de Gabriel, já estávamos sem as roupas.

Não vou contar a vocês o que aconteceu... O pior é que o Gabriel usou o escuro para fazer coisas, digamos, tensas... Quando terminamos, estávamos cobertos por um lençol que o Gabriel tinha feito aparecer. Ele estava por cima de mim e eu de barriga pra baixo no sofá, tentando respirar com aquele peso me esmagando.

Ele beijou meu rosto e se ajeitou um pouco mais nas minhas costas como se realmente fosse dormir. Olhei pela escuridão, ainda ofegante e logo depois fechei os olhos esperando o sono me levar.

-Boa noite, pai... Boa noite, mãe... –falei baixinho

***

Acordei sendo sacudida por Gabriel.

-Para... –falei com sono

Ele continuou a me sacudir.

-Para... –repeti

Ele me sacudiu mais uma vez.

-PARA COM ISSO, MERDA! EU TÔ TENT... –ia falar até ver que todos estavam nos encarando

Só aí eu me liguei. Eu e o Gabriel estávamos sem as roupas, no sofá, numa posição tensa... Miles olhava para  nós com um ar de riso e os outros pareciam bem envergonhados.

-Eu posso explicar. –falei

-Quero nem ouvir, isso seria muito nojento... –Stela disse rindo

-Agora, podem nos dar licença? –perguntei

-Pra que? –Dean perguntou

Só agora eu tinha vindo perceber que eles tinham voltado da caçada, e até o Castiel estava nos olhando curioso.

-Para eu me vestir, ou quer ver meu corpo lindo e seduzente? –perguntei rindo

-Se ele fizesse isso, seria um caçador morto... –Gabriel comentou

-Tudo bem... Vamos sair. –Sam falou

Todos saíram da sala e eu fui trocar de roupa. Gabriel ficou deitado no sofá com o lençol por cima das “partes baixas” me vendo colocar a roupa.

-É muito melhor quando você tá tirando elas... –ele falou

-Da pra para de me olhar? Gosto muito disso, mas acho que tá ficando tenso... –falei a ultima parte em português

Ele ficou com uma cara tipo “What?”

-Hã? –ele perguntou

-Nada... –respondi

Olhei para um relógio em cima da estante e ele marcava 7:58... Eu tinha que chegar na lanchonete as oito horas. Sem pensar, coloquei a roupa mais rápido ainda, peguei meu celular e saí correndo feito uma louca.

Corri os sete quarteirões o mais rápido que pude até chegar na lanchonete. Entrei lá e a gerente me olhou assustada.

-8:00 horas em ponto... Venha, vou lhe entregar seu uniforme. –ela disse

Ela era simpática. Tinha em torno dos 42 anos, tinha cabelos loiros com alguns fios brancos já aparecendo entre eles. Os olhos eram de um verde esplêndido, dava até inveja. Tinha marcas faciais que mostravam que sorria muito. Provavelmente, quando tinha minha idade, deve ter sido bem bonita.

-Aqui está. –ela falou me entregando um daqueles vestidos amarelos de garçonete

-Obrigado. –falei e fui para o trocador

O vestido ficou meio justo, mas ainda dava para ficar com ele. Prendi o cabelo e voltei até a gerente.

-Ok, são 18 mesas. As suas são da 1 até a 9, ok? –ela falou

-Ok. –respondi

Ela me deu um bloquinho e caneta e começou o trabalho.

***

Depois de quatro horas de trabalho, fui liberada, ia ficar apenas com o turno da manhã, por ainda não ser muito experiente. Troquei a roupa e andei até em casa com os pés doendo de tanto vai e vem. Muita gente sentou nas mesas de 1 a 9... Foi uma tortura. Quando eu sentava para descansar, chegava alguém.

Cheguei em casa e todos me olharam. A única coisa que consegui fazer foi desabar no sofá.

-Dia difícil? –Sam perguntou

-Nem imagina... –respondi

-Nós fizemos o almoço. –Stela falou

-Ainda bem. A manhã inteira sentindo cheiro de comida e não poder comer, não é lá uma coisa muito agradável... –disse –Cadê a Laura? –perguntei percebendo que ela não estava lá

-Saiu com o Castiel... Ele disse que queria mostrar uma coisa a ela. –Stela respondeu

Sorri imaginando o que o Castiel queria mostrar a Laura.

-Acho que a mesma coisa que eu te mostrei ontem... –Gabriel falou rindo

Tentei entender o que ele quis dizer com isso.

-Ah, é... Você lê minha mente. Tinha esquecido. –disse

Castiel apareceu do nada com Laura nos braços, dormindo.

-Por que ela está dormindo? –Stela perguntou

-Não sei... A gente só fez sexo e ela dormiu... –Castiel falou

Todo mundo começou a rir. Era incrível a inocência de Castiel. As risadas pararam quando Miles entrou na sala respirando fundo. Ela tinha uma expressão de medo.

-Miles, o que aconteceu? –Gabriel perguntou

-Bruna, eu sei onde está o seu pai... –ela falou ainda com a respiração pesada