A Saga Crepúsculo Amanhecer - Para sempre escrita por Thaina
- Nessie, você não acha que está exagerando? – Jacob pergunta me segurando nos braços quando entramos na sala.
- É o que eu estou tentando dizer a todo mundo, Jacob. – diz meu avô Carlisle entrando na sala sorridente e se sentando no sofá junto com Esme.
Todos os outros moradores da casa, exceto minhas primas, entram na sala, que parece ter ficado pequena.
- Mas, esse vampiro é estranho. Isso você tem que admitir. – diz Alice.
Carlisle confirma positivamente com a cabeça e parece pensativo.
- Querida, será que você pode me mostrar o rosto do desconhecido? – pergunta meu avô para mim. Vou até ele e mostro o rosto do vampiro. Mostro as duas vezes que o vi.
- Eu realmente nunca o vi em toda a minha existência. – responde ele.
Ninguém diz mais nada. Todos estão pensativos e preocupados.
- Ah, qual é gente? - diz Jacob quebrando o silêncio e chamando a atenção de todos. – Esse vampiro está aqui há quanto tempo? Meses!
- Como assim meses? Eu só o vi hoje de amanha! – digo chocada.
Jacob encara meu pai, que o olha repreensivo. Estão escondendo algo de mim.
- Tem alguém se alimentando de humanos há algum tempo, mas nunca conseguimos descobrir quem é. Ele sempre foi muito cauteloso e extremamente esperto. Só não queríamos preocupa-la. – meu pai disse.
- Agora sim que me deixaram preocupada, só por não terem me contado. – digo nervosa.
- Pelo menos ele não parece causar algum mal para nós. – diz Rosalie dando de ombros.
- E como você tem certeza disso? – pergunto.
- Mesmo se quisesse, ele é apenas um. Somos oito. - intervém minha vó pacientemente.
- Nove. – corrijo.
- Dez. – completa Jacob.
Sorrio para ele.
- E se ele não estiver sozinho? – diz Jasper para a surpresa de todos.
Eu não tinha pensado nisso ainda.
- É uma possibilidade. – completa ele.
- Você acha? - pergunta meu pai.
- Dificilmente vi vampiros andarem sozinhos por aí. Sempre estão em bando, em clãs. É mais seguro para si próprio. – meu tio explica.
A resposta parece convencer meu pai e a todos nós. Então, meu avô já não parece mais tão tranquilo, o que piora a situação. E eu entendo porquê. Quanto mais vampiros na cidade, mais mortes. E como é uma cidade pequena, pode ameaçar as nossas vidas tranquilas em Forks.
- Temos que resolver isso. Não quero os Volturi aqui para resolver em nosso lugar – diz meu pai com a testa franzida.
Todos concordam positivamente com a cabeça. Logo a sala vai se esvaziando até restar apenas eu, minha mãe, meu pai e Jacob. Ninguém consegue dizer uma única palavra. Todos estão tomados pela preocupação e curiosidade. Minha mãe está com os braços envoltos em mim. Jacob está num canto da sala inquieto. E meu pai anda de um lado para outro.
- Mãe, você está com medo? – sussurro.
- Não. – ela responde engolindo em seco. Acho que minha mãe não tem certeza do que está sentindo.
- Por quê? – pergunto.
- Porque somos uma família e nada vai nos separar. – ela sussurra beijando minha testa.
Meu pai nos encara e mostra um sorriso fraco.
- Vai dar tudo certo. – ele diz.
As palavras do meu pai não são suficientes para me confortar. Vou para o meu quarto e Jacob me acompanha. Meus pais não gostam da ideia, mas Jacob promete ficar com a porta aberta.
Perguntas sem respostas perambulam pela minha mente e aumentam minha preocupação. Será que algum dia poderemos viver sem nos preocupar com algum perigo? Poder acordar de manhã e saber que nada nem ninguém poderá nos causar algum mal? Ainda me preocupo com os Volturi. Já ouvi meu pai dizer que eles nunca se conformarão com a derrota. Eles são o clã que fazem as leis. São como o governo do país: mandam e nós obedecemos. Arriscamos as nossas vidas e a de nossos amigos ao confrontá-los, mesmo tendo razão em certo ponto.
Ás vezes tenho pesadelos com eles, são sempre os mesmos. Os vampiros de capas escuras correm em minha direção com olhares vermelhos, temerosos e dentes à mostra. Eu pareço frágil e devagar demais para eles, pois eles sempre me alcançam, mas quando estão prestes a me pegar eu acordo, molhada de suor e tremendo. Meus pais não sabem o que fazer quando me encontram nesse estado. Felizmente, os sonhos parecem ter parados de me atormentar durante a noite.
- No que está pensando? – sussurra Jacob. Estamos sentados na beirada da cama sob a luz do luar.
- Nada. – minto.
- Sei. – ele ironiza e puxa a minha mão, me levantando. – Hoje é noite de lua cheia. A nossa favorita, lembra?
- Impossível esquecer. – respondo sorrindo. Jacob me leva até a sacada, onde podemos ver a lua perfeitamente. É uma noite pouco estrelada e fria.
Quando eu tinha 3 anos e aparentava ter 13, Jacob me levou à sacada desse mesmo quarto para me mostrar as estrelas e à lua. Como a sacada é grande ele pegou colchonetes e pediu-me para deitar e olhar atentamente para o céu. Fiquei intrigada com o pedido, mas quando fiz o que Jake me pediu entendi o porquê. O céu estava me mostrando algo lindo e raro. As estrelas-cadentes. Jacob disse para eu fazer um pedido. Apesar de eu ser muito nova, sempre fui extremamente romântica e pedi para que um dia tivesse um amor como o dos meus pais. E ainda aguardo ansiosamente por isso.
- Já volto. – eu disse tendo uma ideia.
Fui ao meu closet e peguei uns colchonetes (minha tia os guardou para o caso de Jacob resolver passar a noite aqui em casa). Jacob me olhou com curiosidade ao me ver colocando os objetos no chão e me deitando.
- Sei que tem poucas estrelas, mas hoje, a lua está compensando a falta delas. Seu brilho parece estar mais intenso, não acha? – disse encarando meu melhor amigo.
- É porque ela está na sua fase mais linda. – ele murmura e deita no colchonete ao lado.
- E você... está com medo? – repito hesitante a pergunta feita à minha mãe.
- Não. – ele responde. Jacob é destemido, sempre foi.
- Queria poder não sentir isso também. – sussurrei encarando o céu.
- Pense em como é feliz e amada. Em como você ama sua família. E a mim, se quiser. – ele sorri.
- Eu quero sim. – sorrio me virando para encará-lo.
- E agora, como se sente? – ele pergunta depois de alguns segundos.
- Incrivelmente destemida. – digo sorridente e segurando a sua mão.
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Sinto muito pela demora :(