Abro meus olhos. Sinto uma forte dor de cabeça. Olho no relógio e vejo que já são quase meio dia. Não sei como eu consegui dormir por tanto o tempo. Levanto com cuidado e sinto meu corpo dolorido. Meu Deus, o que aconteceu comigo?

- Você bebeu um pouco. – disse meu pai entrando no meu quarto.

- Sério? – perguntei chocada. – Foi muito?

- Não, claro que não. Mas, percebi que você é muito fraca para bebida.

- Está bravo comigo?

- Não. Só não faça mais isso.

Meu pai me da um beijo na testa e sai. Tomo um banho rápido e sinto que meu corpo está melhorando aos poucos. Passo um bom tempo embaixo da água morna. Não me dou o trabalho de lavar o cabelo, pois terei que secá-lo e acho que não vou aguentar o barulho perto da minha cabeça.

Ao descer, não escuto barulho algum. Mas, na cozinha, vejo Jacob assaltando a geladeira.

- Uau, quanta fome! – brinquei. Jacob deu um pulo e pude perceber seu alívio ao me ver.

- Que susto, garota. – ele sorriu. – Você dormiu bastante.

- Sou fraca para bebida.

- Percebi. Por isso, está proibida de ingerir qualquer bebida alcoólica, srta. Cullen.

Soltei um riso e dei um soco no seu braço esquerdo.

Fiz como Jacob, assaltei a geladeira e comi até não aguentar mais. Porém, estava sentindo fome de outra coisa.

- Jake, me leva para caçar? – pedi.

- Desculpe, mas não poderei ir. – ele respondeu se levantando da mesa. – Tenho que ir à La Push. Coisas de lobo.

- Tudo bem. Acho que posso me virar sozinha. Cadê todo mundo? – perguntei olhando dos lados e tentando ouvir algum ruído. E nada.

- Seus pais estão no chalé. – Jake pigarreou e eu sorri. – E o resto foram caçar.

Jacob me deu um beijo na testa e saiu com a sua moto.

Decidi que iria caçar logo. Avisei meus pais e fui correndo pela floresta o mais distante possível. Queria caçar leão da montanha, são os meus favoritos e são encontrados em grande  quantidade perto da casa dos Denali.

Não demoro mais que uma hora até me sentir satisfeita. Corro na maior velocidade que posso e... BOOM!  Sinto um baque sobre mim e caio no chão. Me sinto tonta e ao olhar para cima vejo um lindo garoto loiro me encarando com curiosidade. Não escuto a batida do seu coração nem seu sangue correndo pelas veias. Só pode ser um vampiro. Ele me pareceu forte e rápido.

- Quem é você? – pergunto ainda tonta. Minha visão está um pouco embaçada e não consigo ver as feições exatas do seu rosto.

- Robert. E você?– ele pergunta estendendo a mão para mim. Hesito, mas acabo aceitando a sua ajuda.

- Renesmee. – respondi. Sinto que minha visão está melhorando e minha tontura parece estar passando.

- Desculpe, não sabia que iria encontrar outra vampira ou outro ser por aqui. – ele diz sorrindo.

Agora com a minha visão totalmente recuperada, vejo como ele é lindo. Seus olhos são cor de mel, mas tenho quase certeza de que antes da sua transformação seus olhos eram azuis. Ele me lembra meu avô Carlisle.

- Não sou uma vampira. Sou uma híbrida. – respondo secamente. Mesmo ele sendo lindo, não confio nele ainda.

- Como? – ele franze a testa.

- Metade humana, metade vampira. Nunca ouviu falar?

- Não.

- Que pena. – respondo. Limpo a minha calça e me viro para voltar ao meu destino.

- Onde você mora? – ele pergunta antes que eu comece a correr.

- Não interessa. Agora, se me der licença, preciso ir. – respondo rapidamente e corro o mais rápido possível.

Não quero prolongar essa conversa. Eu não o conheço e talvez ele seja um Volturi ou sei lá o que. 

Chego em casa e me sinto confusa. Nunca ouvi falar de outros vampiros na região a não ser os Cullen e os Denali. Preciso comunicar à minha família.

- Pai? Mãe? – grito do primeiro andar e eles aparecem em segundos com cara de preocupados.

- Algum problema, querida? – pergunta minha mãe.

- Não sei... é que eu vi um vampiro estranho andando pela região. – respondi

- Como? – meu pai perguntou interessado e preocupado.

- Eu fui caçar e decidir ir um pouco mais além do que de costume para me alimentar de leões da montanha. Ao voltar, eu literalmente trombei com ele. – expliquei.

- É homem?

- Um garoto, na verdade. Parece ter mais ou menos a minha idade. Dezesseis, dezessete anos no máximo.

- E o que mais?

- O nome dele é Robert. Ele é educado, simpático. Mas, fui cautelosa e não dei muito espaço para uma conversa. Apenas disse meu primeiro nome. – respondi dando de ombros.

- Estranho. – concluiu meu pai. – Emmet! Jasper!

Os dois apareceram quase imediatamente.

- Preciso que vão rastrear o cheiro de um novo vampiro até onde costumamos caçar leões da montranha. Renesmee encontrou com um vampiro novo e não me parece familiar...

- Como ele é fisicamente? – intervém Jasper.

- Loiro, alto, olhos cor de mel, um pouco musculoso. – respondi pensativa e mostrei o rosto do desconhecido para meus tios

Jasper acenou a cabeça em concordância e Emmet o acompanhou até a floresta.

- Acha que ele é perigoso? -  pergunta a minha mãe.

- Não sei. – responde meu pai sério e pensativo. – Talvez seja um vampiro apenas de passagem, ou um vampiro “do bem” que esteja procurando um lugar para morar. Ou talvez seja um vampiro... nada amigável.

Meu coração se acelera e eu penso que talvez minhas suspeitas estejam certas. Talvez é mesmo um Volturi. Não me recordo de todos os rostos por serem muitos, mas não descarto essa possibilidade. Talvez eles mandaram um de seus aliados para me matar ou alguém da minha família.

Mostro o rosto de Robert para os meus pais.

- Não pode ser um Volturi. – meu pai diz. – Não me lembro desse rosto.

- E se for um novo membro? – diz minha mãe.

- Talvez. – responde meu pai.

Fico preocupada e ando de um lado para o outro até Jasper e Emmet chegarem. Eles dizem que não sabem quem é. Nunca o viram. Então meu medo e insegurança aumentam e sinto um aperto enorme no coração ao pensar que alguma coisa ruim pode estar prestes a acontecer.