Pois é. Paulo havia aprontado mais uma com Cirilo e estava de castigo. Ele não aguentava mais seu pai pegando no seu pé. Roberto, seu pai, vivia fazendo comparações entre ele e sua meiga irmã Marcelina e isso deixava o menino irritado. 

Roberto: O Paulo nunca aprende! Eu já estou cansado dele Lilian, estou cansado! 

Lilian: Calma, Roberto, ele é apenas uma criança. Crianças aprontam.

Roberto: Então por que a Marcelina nunca trouxe problemas pra gente? Me diz o que tem de errado com o Paulo! Onde a gente errou na educação desse menino? Só presta pra dar problemas! O Paulo é uma dor de cabeça. Está se tornando despresível!

Roberto saiu estressado de casa e Paulo tinha ouvido tudo de seu quarto. Ele pensava:

"Meu pai me odeia. A Marcelina é a queridinha dele. Eu odeio aquela garota chata!"

Lilian chegou no quarto de seu filho e o viu pensativo.

Lilian: Meu filho, a gente precisa que você mude. Você não pode ser tão sem limites pra sempre.

Paulo: Nunca vou mudar mamãe. Meu pai não acredita que eu possa mudar. Ele mesmo diz que eu sou um inútil!

Lilian: Filho, mostra pra ele que você é capaz de mudar sim. Ele vai ficar com a cara no chão.

Paulo: Meu pai não gosta de mim, mãe. E não vou mudar pra agradá-lo.

Lilian: Não mude pra agradá-lo. Mas mude porque suas atitudes são erradas!

Lilian saiu e deixou o filho sozinho. Logo depois Marcelina entrou no quarto e Paulo revirou os olhos irritado.

Paulo: Sai daqui Marcelina, você é a culpada do papai me odiar e me colocar de castigo.

Marcelina: Eu? Por que eu?

Paulo: Porque quando eu tinha 1 ano de idade você veio ao mundo para a minha desgraça. Agora sai do meu quarto! 

Marcelina saiu triste do quarto do irmão. Ela odiava quando Paulo brigava com ela. Na escola Paulo apresentava comportamento agressivo devido a tudo que ouvia de seu pai em casa. Paulo pensava em fazer alguma coisa pra sua irmã se dar mau. Ele sentia muita revolta e queria se vingar dela. Mesmo que ela não tivesse muita culpa do que acontecia. Ele parou e começou a pensar: 

Vou infernizar a vida da Marcelina com a ajuda do koki e do Mário. Vai ser muito divertido...

Paulo se divertia as custas de Marcelina. Marcelina só queria que Paulo fosse seu amigo, pelo menos uma vez na vida.

            Pov Paulo

Já estou com alguns planos em ação pra irritar a Marcelina. O Mário e o Koki vão ser meus comparsas e eu já autorisei que eles fizessem algumas brincadeirinhas com ela huahuahua agora a pirralha vai se ferrar.

No dia seguinte, na escola, a Marcelina estava próxima às escadas que ia pra sala de aula, quando eu apareci pra encher o saco dela um pouquinho. Ela estava de costas para a escada e bem na beiradinha dos degraus. E ela começou a me encher o saco:

Marcelina: É verdade que você tirou nota baixa em português, Paulo? Cuidado com a recuperação hein?

Paulo: Não é da sua conta Marcelina, se você ficar me enchendo de perguntas chatas, eu te empurro da escada.

Marcelina: Você não pode fazer isso, não seria capaz. 

Paulo: Seria sim, quer ver?

Eu não seria mesmo capaz de machucá-la. Não fisicamente. Mas pra assustá-la um pouco fingi que ia empurra-la das escadas e estiquei bruscamente meus dois braços pra frente e fingi que iria empurrá-la das escadas. Ela viu que eu só estava brincando.

Marcelina: Viu? Você não é capaz de me jogar da escada. 

Paulo: Ah é? 

Ensaiei outras tentativas de empurrá-la de brincadeira esticando meus braços pra frente, mas não ia na direção dela. E a gente foi brincando assim. Mas da última vez que fiz isso, ela pensou que eu iria empurrá-la de verdade e foi tentar se desviar dando um passo para trás e...... A MARCELINA CAIU DA ESCADA! Sim, rolou as escadas abaixo e chegou até o chão desacordada. A Maria Joaquina correu até lá. Eu desci as escadas correndo e fui ver o estado da maninha.

Maria Joaquina: Paulo, como teve coragem de empurra-la?

Paulo: Eu não empurrei, ela deu um passo pra trás e caiu sozinha!

Maria Joaquina: Eu vi você tentando empurrar a Marcelina, Paulo! A culpa é sua!