Ao voltar ao templo, Sara estava bem mais feliz. Finalmente tinha com o que se sustentar mas mesmo assim não dava para confiar que ganhasse lá grande coisa. Então retornou ao bosque diversas vezes naquele dia e quando Kiki chegou encontrou pilhas e pilhas de cestos.

- Nossa, o que foi agora? Tédio?

- Não, vou vendê-los em Atenas. Tomara que rendam algum dinheiro.

- E quando vai fazer isso? - Perguntou o garoto, mordendo uma maçã.

- Daqui a cinco dias, no domingo. Dohko não me proibiu de sair do Santuário, pelo menos. - Respondeu ela sorrindo. - E amanhã começo a trabalhar. Quando ganhar meu primeiro salário vou fazer uma comida bem gostosa para a gente.

- Oba! - Exclamou o garoto. - Mestre Mu perguntou como você estava se saindo. Eu disse que suas idéias eram bem estranhas.

- Ah, seu bobinho... Bom, agora vou alimentar a terra.

- Como é? - Disse o ruivo surpreso.

- Vem comigo, eu te mostro. - Falou, pegando a mão pequena dele entre a sua e levando-o até o terreno lateral. - Está vendo? Arei tudo anteontem à noite mas a terra ainda precisa de nutrientes. Olha eles aqui. - E mostrou um cesto com as cascas das frutas comidas pela manhã. - Agora é só colocá-las aí e cobrir com solo que o resto a Natureza faz.

- Posso ajudar?

- Claro, seria um prazer. - Os dois iniciaram a adubação do terreno e em menos de uma hora tinham finalizado tudo.

- Pronto, agora só falta alocar os novos moradores. - Disse retirando de outra cesta um punhado de minhocas.

- ECA! São minhocas! Nojentas!

- Kiki! Deixe de frescura. Elas não mordem.

- Mas são pegajosas, eu não vou tocar nelas.

- Ai, tá bom. Fique olhando então. - Ele então observou a aprendiz colocá-las delicadamente no chão, uma a uma. - Aí, acabei! Só falta o toque final... Mas não precisarei me preocupar. - Falou olhando o céu.

- Por que não?

- Vai chover. - Respondeu virando-se para ele. - Vamos então? - Tomou o garoto no colo e levou-o para dentro, minutos antes de uma fina chuva cobrir o Santuário.