Quero Ser Um Cavaleiro escrita por Maia Sorovar


Capítulo 27
Cuidem bem de mim




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Demorou uma semana para que Sara se recuperasse quase completamente. Nesse meio tempo até tentou se ausentar do templo de Libra para ir até a escola mas nem isso foi possível. Seus colegas mantinham-na sob vigilância constante e havia sempre algum com ela. Na maioria das vezes era Rickertt e este cuidava dela como se fosse uma inválida. Quanto aos demais... Eram um capítulo à parte.

Ugo, Damien e Adonis tinham como hobby alisá-la e fazer algumas gracinhas. O italiano ainda não fizera muitos avanços mas vez ou outra ensaiava um toque mais íntimo.Os outros dois só faltavam beijá-la se ela assim permitisse. Sentia uma pequena vontade de fazê-lo e só evitava porque seria descoberta no ato. Lembrava bem dos lábios de Afrodite e sonhava tê-los de novo junto aos seus.

Shan e Alexius eram os mais tranqüilos. Conversavam com ela e teciam idéias para novos golpes e estratégias de luta que poriam em prática ao tornarem-se cavaleiros. Já Yuji preferia ficar lamentando o fato de não ser nem sombra do irmão mais velho, considerado um grande exemplo para sua família.

Adoh adorava contar sobre tudo o que acontecia no Santuário, principalmente sobre as servas do Grande Mestre que ele vinha observando há algum tempo. Enos pouco falava, meditando grande parte do tempo; quando se cansava, gostava de reclamar sobre Shaka e seus hábitos pouco mundanos. Francis passou horas conversando e aconselhando-a, até convencê-la de que não poderia treinar sem se alimentar. E a fez prometer manter uma dieta minimamente saudável, sob pena dele contar a Shion que ela tivera ajuda, descumprindo as ordens de Dohko. Basílio se recusara a servir de babá. Era “um trabalho degradante e pouco condizente com a real posição dele”, dissera.

E por fim havia Floriano. Este pouco falava e nem lhe dirigia o olhar. A garota estranhava sua atitude pois apesar de não serem próximos, nunca havia ofendido o rapaz para que agisse assim. A um dia do prazo dos cuidados acabar, a morena resolveu pôr tudo em pratos limpos:

- Floriano, que houve? - Conversavam no quarto, ela recostada na cama e ele sentado ao seu lado.

- Não é nada... - Evitando olhá-la.

- Mentira. Esteve comigo o dia todo e não teve coragem de mirar meu rosto. Fiz algo de errado?

- Não... - Com vergonha.

- Está assim por causa da rosa? - Perguntou de supetão. O rapaz travou, não movendo um músculo.

- Qu-que... Ro-ro-rosa?

- Uma azul muito bonita que encontrei jogada no chão depois da crise do Adonis... - Disse distraidamente.

- Contou a alguém sobre isso? - Indagou subitamente desperto e apertando-lhe os ombros com força.

- Ai, isso dói!

- CONTOU OU NÃO? - Gritou possesso.

- Não...

- Obrigado. Muito obrigado. - Afrouxando a pressão.

A garota o olhava assustada, tremendo um pouco. Floriano percebeu seu temor e ao observá-la sentiu um desejo enorme de protegê-la. Balançou a cabeça, era um aprendiz como ele, não uma menina perdida.

- Por que deu aquela rosa ao Adonis? - Quis saber.

- Queria feri-lo... Só não imaginava que aquilo iria acontecer. Desculpe...

- Eu ouvi naquele dia do refeitório o Afrodite dizer que não podia criar suas próprias técnicas...

- Aquela rosa é fruto do meu erro. Eu estava treinando criá-las quando o Adonis apareceu e começou a me irritar. E a flor que eu tinha em mãos se tornou azul.

- O que ela faz?

- Confunde, atrapalha, ilude, exagera. Os sentimentos mais profundos de uma pessoa vêm à tona e de forma explosiva e aleatória. Se aquele grego tagarela agiu daquela forma é porque no fundo ele sente algo por você, Daniel. - Disse ele inconscientemente levando a mão ao rosto da garota e o acariciando, fazendo-a corar. Tomou um susto ao perceber o que fazia e parou a carícia imediatamente, rubro de vergonha. Não sem antes deixar-se encantar pela maciez daquela pele morena. Tornou a sacudir a cabeça. “Ele é homem!”, pensou.

- Seu mestre sabe dessas rosas?

- Sim... Sinto muito não ter te defendido quando foi mandando ao Cabo Sunion, Dan.

- Tudo bem. Cuidou de mim, então nossa dívida está paga.

- Não está. Mas se quiser considerá-la assim, eu agradeço. Só que ainda falta acertar com aquele grego... - Ele suspirou pesado e com raiva.

- Por que o odeia tanto?

- Ele me irrita. Humilha-me. E aquele olhar... Aquele olhar! - De repente, sem motivos, o garoto caiu de joelhos no chão e começou a chorar. Sara olhou-o assustada, sem saber o que fazer.

- Flo...

- NÃO ME CHAME ASSIM! EU ODEIO ESSE NOME! - E levantou-se de supetão, correndo para fora do templo de Libra, deixando a garota sozinha e confusa.

 

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