Ajuda-me a Viver escrita por Vitoria Bastos


Capítulo 3
A verdade


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, queria agradecer a todos os cometários, estou amando ler e responder todos.
Meninas do twitter e leitoras fantasminhas, apareçam!
Hoje vocês irão conhecer a Reneé ...
Ouçam essa música para abrir o capitulo,tem tudo a ver com a Bella neste momento : http://www.youtube.com/watch?v=5anLPw0Efmo
Se mais delongas, vamos ler .



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Meu Imortal

"Estou tão cansada de estar aqui

Reprimida por todos os meus medos infantis

E se você tiver que ir

Eu desejo que você vá logo

Porque sua presença ainda permanece aqui

E isso não vai me deixa em paz...''

Cansada. Destruída. Culpada

Já fazia horas que eu tinha recuperado a consciência, mas preferia continuar dormindo, presa no meu mundo inconsciente... Como isso pode acontecer? As lembranças de horas antes do acidente ainda fervilhavam em minha mente. Mike me beijando, dizendo que eu estava linda dançando, até entramos no carro e tudo começar.

''Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas

Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos

Eu segurei a sua mão por todos esses anos

Mas você ainda tem tudo de mim...''

E o pior de tudo é saber que o acidente foi culpa minha. Aquela discussão já era para ter sido encerrada há muito tempo, já éramos para estarmos casados... Mas não, eu não quis!

Egoísta! Por puro egoísmo havia perdido meu noivo, meu Mike...

Mike foi o primeiro homem que amei, meu namorado desde os 13 anos e sete anos depois éramos mais que simples noivos, éramos unha e carne. Apesar de todas as brigas que estávamos tendo nos últimos meses, por causa do casamento, eu era feliz. E o mais importante, eu o amava.

''Você costumava me cativar

Pela sua luz ressonante

Agora eu estou limitada pela vida que você deixou para trás

Seu rosto assombra

Todos os meus sonhos, que já foram agradáveis

Sua voz expulsou

Toda a sanidade em mim...''

Ainda presa nos meus devaneios, ouvi alguém bater na porta do quarto de hospital e antes que pudesse mandar embora quem quer que fosse, percebi que era a minha mãe. Renée e eu nunca tivemos um bom relacionamento, apesar de sempre ter o apoio dela no balé. Renée também havia sido bailarina, na verdade, a melhor bailarina – até eu nascer – e parou de dançar por causa de mim. Com isso todas as suas frustrações foram depositadas nas minhas costas.

Quando era criança, tinha medo dela, medo do que Renée poderia fazer comigo caso não a obedecesse e assim sempre tinha que me esforçar mais nos ensaios. Renée usava o argumento de que eu ia acabar como ela caso não praticasse: grávida e desempregada.

Ver Renée trouxe de volta memórias desagrádaveis da minha infância, como a vez em que eu havia chegado da aula de dança com o pé machucado aos 13 anos...

Flashback On

– Oi mãe! – falei dando um beijo em seu rosto.

– Oi minha bailarina linda. Como foi a aula? – ela perguntou com curiosidade evidente na voz.

– Não muito boa mãe. Meu pé está meio dolorido e não consegui fazer mais de três piruetas*. – falei frustrada, já sabendo que ia me arrepender por ter contado.

– Deixa eu ver seu pé – Renée falou já colocando o meu pé no seu colo. Depois de alguns minutos de inspeção, ela falou – Ele não tem nada, está ótimo. Sabe o que é isso? Falta de exercício, você é muito molenga Isabella.

– Mas mãe, está doendo muito. – choraminguei – E eu ensaio todos os dias na academia e em casa.

– Isso não é suficiente, eu ensaiava muito mais que você. Vá fazer as piruetas. Agora. – Renée falou gritando a última parte.

– Mas mãe... – Meu pé estava doendo muito, até a minha professora havia falado que essa dor era excesso de exercício, mas é claro que eu não ia conta isso para minha mãe.

– Já Isabella Swan.

E eu fui, como sempre fazia.

Flashback Off

– Oi minha bailarina, como você está? – Disse a minha mãe. Não sei porque, mas quando ela me chamou de ''minha bailarina'' fiquei toda arrepiada.

– Como você acha mãe? O Mike... – Só de falar no nome dele meus olhos se encheram de lágrimas.

– Calma minha pequena – ela falou sentando ao meu lado – Infelizmente aconteceu querida, mas pense pelo outro lado, melhor ele do que você.

– Mãe, como você pode falar uma coisa dessas? – Não, não, não! Eu não acredito que ouvi isso da boca da minha mãe.

– Desculpa querida. Fui fria, me desculpe. Mas é sério, a minha bailarina não pode terminar a carreira agora...

– Mãe, eu perdi o meu noivo. O amor que tinha desde que era adolescente. O homem que me pediu em casamento e você só pensa na minha carreira de bailarina? – falei gritando. Sabia que era errado, mas Renée merecia ouvir a verdade.

– Isabella, que tom é esse comigo? Sou sua mãe, fale baixo, estamos em um hospital, esqueceu?

– É óbvio que não. Essas agulhas e essas dores insuportáveis não me deixam esquecer.

– Oh minha querida, você está sentindo dor? E como está a sua perna ? Não se preocupe, esse médico é maluco, você estará pronta até o dia da apresentação, nem que eu arranje o melhor... – não a deixei terminar de falar, aquilo estava me embrulhando o estômago.

– Saia daqui. Agora!

– O que você falou? – ela perguntou com cara de inocente.

– Saia daqui! Você não percebeu o estado que eu estou? Eu tive uma fratura exposta, meu osso saiu da pele. Você sabe o que é isso? Não você não sabe.

– Isabella, eu só vou sair porque você está nervosa, mas essa conversa ainda não terminou! – Renée foi se retirando do quarto.

– Sabe do que o Mike me chamou? De egoísta. Adivinha de quem eu puxei esse lado? De você. A sua obsessão de me tornar sempre a melhor me fez assim. – as palavras sairam entrecortadas por causa do choro. A única coisa que eu queria era Renée bem longe de mim.

– Isabella, adeus. Você é egoísta e estava dirigindo o carro em que seu noivo morreu. Isso te faz mais egoísta ainda... – e ela saiu, jogando isso na minha cara, como se eu já não estivesse me odiando pelo o que aconteceu.

E novamente fiquei sozinha. Com a minha dor. Não a dor física e sim a dor que vem de dentro... A dor que nenhum remédio podia curar.

''... Essas feridas parecem não querer cicatrizar

Essa dor é muito real

Isso é simplesmente muito mais do que o tempo não pode apagar...''

*Pirueta – Rodopiar ou girar rapidamente, uma volta completa do corpo sobre um pé.


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Notas finais do capítulo

Gostaram da Reneé? acho que não ...
Deixe o seu comentário, please!
Beijoos até segunda