Ajuda-me a Viver escrita por Vitoria Bastos


Capítulo 15
Sentimentos Ocultos


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas. Quero agradecer a todas as fantasminhas que apareceram, isso já é um grande começo. Mas, ainda estou na espera das outras. Não vou parar de postar, mas posso demorar, então fantasminhas, usem os seus dedinhos e comentem. Juro que não vai cair ♥ Vamos ler ?



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– Belinha, acorda! – Senti Alice me cutucando.

– Hum... Tô dormindo.

– Não está, não. Vá para a cama. – ordenou ela.

Ao ouvir a sua ordem, abri os olhos, tentando despertar. Estava na sala, encolhida no sofá minúsculo da Alice, como uma bolha.

– Eu sei que a casa é pequena, mas não tem necessidade de dormir no sofá, querida. – disse ela.

– Eu acabei caindo no sono... Não era minha intenção dormir aqui.

– Então, parece que a sua noite foi boa, hein... Duas taças, dois pratos... – disse ela avaliando o estado da cozinha – Eu aposto todos os meus vestidos de grife que foi com o fisioterapeuta gostosão.

– Cuidado que você pode perder os seus vestidos... – disse eu dando uma piscadela

– Ah, Belinha. Assume logo, eu sei que foi com ele.

– Se você sabe, porque está me perguntando? – Disse eu, recebendo um olhar de reprovação de Alice. Oh não! Ela quer que eu fale, com as minhas palavras que foi com ele. – Ok, Alice, foi o Edward. – assumi

– Aaaah, eu sabia! – disse ela, dando um pulo do sofá e fazendo uma dancinha engraçada. – Eu sabi...

– Nem adianta tirar conclusões precipitadas. – a interrompi – Foi um jantar de amigos...

– Como assim jantar de amigos? – disse ela, voltando a sentar no sofá, com uma expressão de decepcionada.

– Jantar de amigos Alice... Você esperava o que? – perguntei

– Beijos, amassos e muito... – disse ela fazendo uma maior cara de tarada.

– Alice! – a interrompi.

– Ah, Belinha... O que é que tem? – disse rindo

– Alice o assunto é sério. Aconteceram muitas coisas ontem...

– Huum, safadinha. Conte-me todos os detalhes sórdidos!

– Alice, para com isso! – gritei – Se você continuar, eu não vou te contar. – a ameacei.

– Nossa, Belinha, onde está o seu senso de humor? – disse ela fazendo um bico.

Eu ri com a sua cara.

– Ontem eu fui visitar o túmulo do Mike – comecei – e, antes disso, eu fui visitar o nosso jardim. Lembra-se dele?

– Claro que sim.

–Eu descobri que o Mike era o proprietário de lá. – Alice fez uma cara nada surpresa – Você sabia disso?

– Sim, eu o ajudei a comprar. – disse ela, dando um pedido de desculpas com o olhar.

– Oh, Alice, porque você não me contou?

– Eu não te contei antes, porque eu não achei tão importante. E agora, pior ainda.

– Foi muito estranho voltar lá, sem ele. Na verdade, era como se eu esperasse que ele estivesse lá... – Disse eu. Talvez fosse errado eu continuar pensando nisso, continuar pensando nele. Mas o que eu posso fazer? Faz parte de mim.

– Eu imaginei que você fosse. O que você encontrou lá? – perguntou

– Magoas e tristezas. – assumi

Alice me abraçou. Aconcheguei-me nos seus braços finos e rígidos. Ela começou a acariciar os meus cabelos.

– É normal, querida, não fica assim.

– Depois eu fui ao túmulo dele, e depois fui parar no hospital.

– Hum? Hospital? – perguntou ela confusa. Percebi a sua postura mudar, ela ficou tensa rapidamente.

– Eu desmaiei – vi o choque em seus olhos. – Mas não foi nada demais. Ok?

Ela concordou com a cabeça.

– E quem me encontrou foi o Edward... Ele estava no cemitério, visitando o túmulo da sua esposa.

– Espera um pouco. – Ela levantou e me olhou perplexa – Então quer dizer que ele não é gay?

– Não, Alice.

– Oh, meu Deus! Ah, eu sabia... – Disse ela, pulando e batendo palmas. Ela me parecia com as meninas do Baby Class*, quando ganhavam algo que tanto queria ou coisa do gênero.

– Alice, para com isso! – gritei – O Edward é viúvo, e isso é muito triste.

– Oh céus, que insensível eu sou! Mil perdoes. Conte-me esta história direito.

Ela sentou novamente ao meu lado, voltando ao seu estado normal. Se é que eu posso dizer que a Alice é normal.

– A história é longa e triste. Quer mesmo ouvir?

Ela concordou com a cabeça.

(...)

– Eu não sei nem o que dizer.

Disse ela, após de longos segundos em silêncio, depois de eu ter lhe contado a história do Edward.

– Sabe aquela coisa que as pessoas dizem que ás vezes temos algo que não damos muito valor, mas que do outro lado pode ter alguém que quer muito isso, e não tem?

Sacudiu a cabeça positivamente.

– Todas as dificuldades que a mulher do Edward encontrou para conseguir engravidar, todo o sofrimento que eles sofreram com relação a isso... – eu suspirei e continuei –, nada disso eu sofreria, porque eu não tenho nenhum problema com relação a isso.

“Mas eu nunca quis engravidar. O Mike sempre quis um filho... Eu me sinto tão egoísta com relação a isso. E depois vem a parte de que enquanto eu estava feliz com o Mike, ele estava sofrendo com a morte da esposa. Ele passou por tudo, Alie, por tudo que eu estou passando. Isso é tão...

– ... Estranho. – ela completou o que eu ia dizer. – É como se vocês fossem ligados pela tragédia. – sussurrou ela.

– O que? Não, Alice. Isso soa muito banal...

Será?, Perguntei a mim mesma. A vida dele parecia ser feliz: um casamento perfeito, uma vida perfeita e tudo desmoronam de uma para outra. Uma tragédia. E a minha vida não era perfeita. Na verdade era sim, tirando o relacionamento conturbado com a minha mãe, mas ela era perfeita, do seu modo. E ela muda com um piscar de olhos. Por causa de uma tragédia.

– Olá? Ter-ra-cha-man-do Belinha... – falou Alice me puxando para a realidade.

– Porque você está falando com voz de robô? – perguntei a ela, atordoada.

– Desculpa, eu só quis quebrar o clima.

Nós duas rimos.

– Só você mesmo para me fazer rir. – assumi.

Deitei no seu colo, recebendo um carinho na cabeça.

– E o que você pensa sobre isso? – perguntou

– Eu não sei o que pensar, Alie. Ele me pareceu tão seguro, tão curado com a morte da esposa, e ao mesmo tempo tão sensível ainda com relação a isso. Resultado disso é ele ainda usar a aliança. Ele disse que ainda se sente atada a ela.

– Coitado. Ele fechou o coração dele, e está determinado a não amar mais ninguém.

Levantei a cabeça do seu colo, e olhei para ela.

– Alie? Porque você está dizendo isso? – perguntei

– Não é fácil de perceber isso, pelo o que você me disse, Belinha. – Respirou fundo, e deu um sorriso no canto dos lábios. – Mas ele encontrará alguém, que preencha os seus espaços em branco. Como você irá encontrar, Belinha. – falou com empolgação.

– É, vem você com essas histórias... – falei franzindo a testa

– Hum. – Suspirou – Fazer o que, querida, é mais forte do que eu. – Disse ela, levantando do sofá – Eu vou arrumar a bagunça que você fez... Tenho até pena do estômago do Edward só de imaginar a comida que você deve ter feito. – Disse rindo

– É aí que você se engana, senhorita metida a vidente... Foi ele que cozinhou! – exclamei

– Uau! Ele cozinha, que sexy! – disse ela rindo.

– Uhum. E cozinha muito bem...

– OK, Belinha. Agora vamos arrumar essa bagunça agora! – ordenou ela.

– Sim, senhora. – levantei rindo do seu jeito mandão e fui em sua direção.

Comecei a me lembrar da minha tarde maravilhosa com Edward. Já é noite, e provavelmente bem tarde, e o sentimento de felicidade ainda permanece. Queria tentar entender o que acontece comigo quando eu estou ao seu lado. É tudo tão espontâneo.

– Belinha, Belinha... – voltei à realidade com a Alice me chamando – Você ensaboou este prato umas cinco vezes.

– Eu estava um pouco desatenta. – Assumi

Continuei lavando aos pratos. Sendo transportada para os meus sonhos, onde todos os pesadelos não existiam, e as coisas eram simples.

(...)

– Bom dia, dorminhoca! Dormiu bem? – Disse Alice, toda sorridente.

– Bom dia, Alie. – respondi

– Vai para a fisioterapia? – Perguntou ela.

Concordei com a cabeça.

– Depois vou passar na companhia, acertar os últimos detalhes com a Gianne.

– Bom, eu já estou saindo. – Falou se levantando – Estou indo para a faculdade, depois vou passar no apartamento e acertar algumas coisas do serviço matrimonial. Ah! São tantas coisas para resolver... – disse ela com uma expressão cansada.

– Você quer alguma ajuda? – perguntei

– Não precisa, querida. Nada que eu não consiga resolver sozinha... – disse ela

– Então tudo bem. – respondi – Sua roupa está linda. – a elogiei

Seu vestido rosa e branco em contraste com a sua pela clara a deixava ainda mais delicada. Com sua silhueta extremamente magra, ela transborda delicadeza. Parece uma fada.

– Obrigada, minha Belinha. – Disse ela, saindo de casa, com o maior sorriso nos lábios.

(...)

– Bom dia, senhorita Isabella. – Disse Ângela. – Dr. Edward já vai atendê-la.

– Obrigada. – respondi.

Pelo tempo que convivi com o Edward aqui na fisioterapia, percebo que todas as pessoas que trabalha com ele são mulheres. E que todas se derretem por ele. Não sei, mas ele deve ser o médico mais cobiçado pelas mulheres, tanto daqui, como as do hospital. Oh! Será que ele sabe o poder que ele tem sobre essas mulheres?

Ouvi o meu nome sendo chamado. Ok, vamos lá. Mais um dia.

– Eu estou maravilhado com o seu progresso, Bella, e em tão pouco tempo – disse Edward alegremente.

– O que isso quer dizer? – perguntei.

– Quer dizer, que pela lesão que você teve, eu não imaginava que você se recuperasse tão rápido.

– Então quer dizer que eu estou curada? – perguntei atordoada.

– Não, não. – Balançou a cabeça negativamente. – Uma melhora muito significativa, Bella, mas curada não. Infelizmente você terá que esperar mais um pouco.

– Na verdade, eu estando curada ou não, não me importa mais. – Assumi.

Percebi Edward ficar surpreso com a minha declaração.

– Não diga isso, Bella. Talvez você possa voltar a dançar. Isso não é bom? – disse, com empolgação na voz.

– Não sei. – respondi, tentando finalizar o papo. Ele entendeu e não me perguntou mais nada.

– Bella, você tem algum compromisso agora? – perguntou ele, depois de termos finalizado a consulta.

– Eu tenho que passar na Companhia. – Me lembrei de que não tinha contado a ele sobre as aulas de Balé. – Eu vou dar aula. – disse eu. Dei um sorriso, ele me retribui com um sorriso de orelha a orelha. Oh!

– Meus parabéns, eu estou muito feliz por você. – Disse ele, acariciando o meu ombro. – Eu sei que você pode.

Assenti.

– Bom, você é a minha última paciente da manhã. – disse analisando a sua caderneta. – Eu posso te levar na companhia, e depois eu quero te levar a um lugar. Aceita? – falou, dando um sorriso torto sugestivamente.

Como não aceitar?

– Claro.

– Você pode me esperar lá embaixo na lanchonete? – perguntou – Desço em um minuto.

(...)

– Por favor, um suco de laranja. – pedi ao garçom.

E mais uma vez, como no hospital, essas mulheres ficam me olhando. Porque elas me olham tanto? Isabella, elas acham que você namora o fisioterapeuta gostosão. Como diz Alice... Oh! Minha estilista minúscula irritante. Queria tanto que ela estivesse aqui, ela saberia como agir. Ainda bem que eu estou bem vestida com o meu look casual. Nada muito elegante, mas dá para o gasto. Com a minha calça Skinny rosa bebê e a minha blusa preta de renda. Alice sempre me disse que renda é sexy. Então, eu estou sexy!

– Aqui está o seu suco senhorita. – Disse o garçom.

– Obrigada.

Aonde será que o Edward vai me levar? Ele me pareceu meio... Ansioso.

– Oi. – ouvi a sua voz atrás de mim. Me virei para o olhar.

Agora eu entendo o efeito que ele tem sobre as mulheres. Será que eu estou imune a isso? Com o seu corpo esguio, nem forte e nem extremamente magro. Na medida certa. Com seus braços levemente musculosos, com a sua barriga levemente lisa. Olhando o seu corpo, percebe-se que ele se cuida. E então vem àquele cabelo desalinhado cor de bronze. Ele nunca penteia o cabelo não? Terminando a minha inspeção, chego à conclusão que ele é sexy.

– Eu fico impressionada como essas mulheres são indiscretas. – disse eu, afastando os pensamentos inadequados.

– Como? – perguntei inocentemente (eu acho).

– Elas ficam me encarando. Acho que elas acham que eu tenho alguma coisa com você.

– Ah! – Ele riu. – Elas são assim mesmo. A maioria delas também trabalha no hospital. Elas observam tudo.

– Você acha isso engraçado? – perguntei, fingindo aborrecimento.

– Claro que não, Srta. Swan – falou me dando um olhar ameaçador. – Eu acho isso muito interessante. – Disse dando um sorriso ainda mais ameaçador.

– Não tente flerta comigo, Edward. – disse, mantendo a expressão séria, tentando manter o riso. Isso é tão... Constrangedor!

– Não estou flertando com você, Bella, só estou dando algo de interessante para a nossa plateia ver. – Oh! Ele quer mesmo dá em cima de mim em público? Santa Alice!

– Oh! – eu disse com descrença.

–Oh! – ele disse me imitando. – Quem está na chuva é para se molhar.

Ele pegou as minhas mãos e começou a acariciar. Sorri para ele. “Quem está na chuva, é para se molhar”, como ele mesmo disse. Dei o máximo de um sorriso apaixonado e olhei para trás. Oh, meu Deus, elas estão com raiva.

– Vamos, querida? – perguntou gentilmente

Assenti

Levantamos-nos e ele pegou a minha mão, me trazendo para perto dele. Ele me segurou pela cintura, e assim ficamos bem próximos. Hum, como ele cheira bem! Nós andamos em direção à saída. Eu sorri para ele e acariciei o seu rosto. Vamos lá. Bella, faça valer todas as aulas de teatro que você fez. Ele retribui com um olhar.

Saímos da lanchonete, e caímos na gargalhada.

– Meu Deus, Bella, você é boa nisso. – ele me elogiou.

– Não, você é melhor. – falei rindo – Você viu a cara delas?

– Elas pareciam que iam pular em você. – disse ele. – Isso foi engraçado.

Nossos dedos ainda estavam entrelaçados, enquanto seguíamos para o seu carro.

– Para onde vamos primeiro? – perguntou

– Companhia Internacional de Londres – Meu mais novo emprego.

(...)

– E como foi na companhia? – Edward perguntou quando eu voltei para o carro, depois de conversar com Gianne.

– Eu começo amanhã. – disse eu – Era para daqui a uma semana, mas Gianne acha melhor eu começar logo.

– Nossa, que ótimo. – disse ele alegremente – E como você está se sentindo?

– Sinceramente? Eu estou apavorada. – Assumi – Não será como antes, mas de certa forma eu vou voltar. Vou vestir o meu collant, meia calça, calçar as minhas sapatilhas, pisar no Linóleo**... Ah, são tantas coisas.

Estava sentindo o sentimento ruim chegar. Meu Deus, eu nunca vou parar de sentir isso? Eu nunca vou me sentir normal novamente, sem o sentimento de culpa e perda vir à tona?

Até quando eu vou me sentir assim? Eu não quero me sentir assim, não quero...

Percebo um nó na minha garganta, algo está me sufocando.

– Bella, calma, vai dar tudo certo. Não precisa ficar assim. – disse ele me acalmando.

Tentei falar, mas não consegui.

Lágrimas começaram a jorrar pelo o meu rosto. Eu não sei o porquê que eu estou chorando. Porque eu virei tão sentimental?

– Eu não... – Eu engasgo.

– Calma... Olha vai dar tudo certo. – Ele diz, e com o toque suave de suas mãos enxuga as minhas lágrimas.

– Eu sei, mas é porque do nada vem tudo novamente. – Consigo falar, com as palavras entrecortadas.

– Eu estou aqui, lembra que eu te falei que eu vou te ajudar? – balancei a cabeça positivamente. – Você vai consegui, nós vamos conseguir. – murmurou ele, depositando um beijo em minha testa. – Vou te levar a um lugar que você vai gostar.

Sendo assim, ele seguiu para o lugar desconhecido.

(...)

– Nós viemos para o hospital? – perguntei, quando vi a chamada do Hospital que eu estive duas vezes.

– Sim. – respondeu – E dessa vez você não sofreu um acidente e nem desmaiou em um cemitério. Isso é um grande avanço. – Disse ele com seu jeito brincalhão.

Isso é tão real e ridículo que eu ri.

Seguimos para dentro do hospital, em direção à ala infantil.

– Porque estamos indo para a ala infantil? – perguntei, sem entender nada.

– Toda semana um grupo de médicos daqui do hospital vem animar essas crianças. – disse ele, apontando para a porta da sala.

Oh, meu Deus, animar crianças!

– Bom, aqui tem tudo que a gente vai precisar. – Ele apontou para uma mesa cheia de chocalhos, bonecas, fantoches... Tudo muito colorido à cara de criança.

– Eu nunca fiz isso antes, eu não levo muito jeito para essas coisas. – falei, meio sem graça. Será que ele vai ficar chateado se eu sair daqui correndo? Sim, Isabella. Ele vai.

– Não tem segredo. Vem! – disse ele me puxando para dentro, levando nas mãos várias coisas coloridas.

Onde eu fui me meter!

– Ate que fim! Achei que não vinha mais. – Disse uma mulher loira, baixinha, bastante branca e com feições meio infantis.

– Bom, Bella, essa é a Jane, ela é psicóloga. – Ela me olhou de cima a baixo e me cumprimentou com um balanço de cabeça. Ela me deu um olhar que eu não gostei. Um olhar ameaçador? Ela está vestida toda de branco, mais com umas pulseiras coloridas no braço, e um fantoche mão. Sua altura é totalmente insignificante. Seu corpo era magro e andrógino. Seu rosto tão delicado que chega a ser infantil. Não sei por que, mas ela não me parece se encaixar com esse lugar cheio de crianças. – Meu cunhado e a minha irmã você já conhece. – disse ele apontando para o Emmett e a Rosalie. Oh, que bom que eles estão aqui! Pelo menos não vou me sentir intimidada pela Srta. Mini Gente com olhar ameaçador.

O Emmett usava um jaleco, mas com várias coisas coloridas grudadas. E a sua cabeça adornada com uma passadeira rosa com estrelinhas balançando... Nossa! Que coisa engraçada... Ah, Deus! Ele me olhou e me lançou um sorriso. Eu gosto do Emmett, ele é legal. Retribuí o sorriso.

A Rosalie estava linda. Parece mais uma deusa, e ela, sim, se encaixa perfeitamente a este ambiente. Seu corpo lindo e escultural deixaria qualquer homem ou mulher babando, com seus cabelos levemente dourados caindo delicadamente pelas costas. Percebi uma leve elevação na sua barriga, que não estava da primeira vez que nos vimos. Talvez ela esteja grávida.

– Olá, Bella – disse ela, me dando um abraço calorosamente. Ela tão linda quanto o Edward. – Vamos começar? – perguntou ela sugestivamente.

Fiquei observando o Edward em ação. Rosalie estava ao meu lado. Ela me deu algumas coisas que animam as crianças. Chocalhos, coisas coloridas barulhentas e mil e outras coisas que criança gosta. Edward e o Emmett estavam contando histórias para as crianças. Rosalie estava com uma menina com uma menina pequena, de cabelos lisos e negros no colo. A Srta. Mini Gente, com olhar ameaçador, estava em um canto da sala com a cara emburrada e com um olhar penetrante. O que ele está fazendo aqui? Não é para animar crianças?

– Ela tem algum problema? – perguntei a Rosalie, apontando para ela a Mini Gente. Rosalie riu.

– Sim. Você.

– Como?

– Ela realmente fica assim quando o Edward fica perto de alguma mulher. Você é uma ameaça para ela. Ele nunca se interessou por ela, mas eu acho que ela ainda tem alguma esperança. Ela é estúpida. Uma boa profissional, mas estúpida. – Disse com divertimento.

– Porque eu seria uma ameaça pra ela? – perguntei

– Ah, Bella, está na cara. Você gosta dele e ele gosta de você.

– Como? Não, não, Rosalie. Eu e o Edward somos amigos. – assumi. Eu não estou gostando dele! Já não basta Alice, e agora ela! Oh, não...

– Bella, eu conheço meu irmão. Nós ficamos por sete meses na mesma barriga, mas eu nasci 5 segundos primeiro. Por isso eu sou a mais esperta. – Disse ela rindo com as palavras que usou – E eu consigo perceber quando ele está gostando de alguém. E eu conheço as mulheres para saber, quando uma está gostando de um homem.

– Rose, não é nada disso... – Tentei me explicar, mas ela não me deixou falar.

– É claro que você vai negar e ele também. Mas, lá no fundo, você sabe a verdade. – Eu sei? Eu não sei nem o que eu vou fazer da minha de agora em diante. Será mesmo que eu sei?

– Tia, quando seu bebê vai nascer? – Perguntou a criança no colo de Rosalie, interrompendo a nossa conversa. Então ela está mesmo grávida!

– Vai demorar um pouco Claire. – ela me olhou percebendo meu olhar de dúvidas. – Três meses! – disse ela com alegria.

– Parabéns! – disse eu a abraçando – O Emmett deve está todo babão.

– Está sim, e o titio também. Ele é apaixonado por crianças! – disse ela

Isso não precisava nem ela dizer para eu saber. O encantamento que ele conta as historinhas para as crianças, e a forma que ele as trata, dá para perceber como ele gosta delas. E eu só consigo associar isso a mulher dele que morreu, carregando o filho dele. Meu Deus, que coisa horrível.

Olhei novamente para o Edward. Eu admiro muito ele. Eu acho que eu nunca admirei tanto uma pessoa. Ele é tão maravilhoso. Como ele consegue? Ele olhou para mim, me deu um sorriso e uma piscadela. Ele é uma pessoa admirável; eu nunca imaginei que ele ia me surpreender tanto.

Percebi um sorriso nascendo nos meus lábios. Eu, gostando do Edward? Isso me parece mais uma piada! Ou NÃO? Eu não quero, eu não posso. Nós somos ligados pela tragédia, que marcará por toda a nossa vida.



* Baby Class. – Turma iniciante de Balé Clássico, normalmente com crianças de 03 a 04 anos.

** Linóleo – Piso do estúdio de Balé.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço recomendação, comentários? Bjs amores.
Para quem não viu, o nosso novo trailer, prêmio de melhor fanfic de abril : http://www.youtube.com/watch?v=kL6UU1-YtkM

Roupa da Bella: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=84450614&.locale=pt-br

Roupa da Alice: http://www.polyvore.com/alice_cap_14/set?id=84449787

Roupa do Edward : https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTvGUsrtKocs71Dc6aMX_szQ_202t9fcF3qaSSlwVi5zHYqyWFl