Leiam com essa musica pessoal! Eu escrevi escutando ela, espero que ajude: http://www.youtube.com/watch?v=LeQId3cz-W8

Estamos aqui, sozinhos dentro de uma igreja esperando a chuva passar. Ele descobriu no susto o meu pavor por trovões, não queria que isso tivesse acontecido. Mas... Finalmente pude ficar sozinha com ele, com o Hikaru e não com os gêmeos. Tão mesquinho, mimado, briguento, esquentadinho, idiota, ignorante e infantil é esse o menino que fez despertar em mim um sentimento novo... Algo como uma explosão. Sinceramente não consigo explicar o que é isso, o que é esse arder tão forte que queima em meu peito enquanto ele me abraça gentilmente, enquanto me protege.

De um tempo pra cá venho lendo alguns mangás shoujo graças a Mei-chan e acho que isso está me fazendo mal! Pela primeira vez em toda a minha vida pude sentir o que todos diziam, sentir esse calor interno e desejo. Mas ele nunca faria uma coisa dessas comigo, nunca beijaria-me, tocaria-me... Nunca. Dói estar tão perto e tão distante dele ao mesmo tempo, mas tenho de ficar grata em apenas poder olhar para ele todos os dias, sentar ao seu lado e fazê-lo feliz.

Me sinto tão patética agora, tendo de ser protegida, tão vulnerável. Mas aquela dor está tão forte que mal consigo segurar as lágrimas em meus olhos.

Hikaru: Haruhi? Ainda consegue ouvir os trovões?

Haruhi: ...

Hikaru: - seca delicadamente a face da menina expirando preocupação.

Porque ele é tão gentil? Porque a chuva tem que acabar? Nunca pensei que um dia fosse rezar para que a chuva nunca parasse e para que ficássemos assim para sempre, só eu e ele abraçados.

Hikaru: A chuva passou Haruhi, venha comigo. Está toda molhada, céus!

Haruhi: Hikaru...

Hikaru: Algum problema? Está com medo?

Haruhi: N-Não, eu só queria dizer... o seu... nome.

Hikaru: ... – sorri docemente.

Não acredito que fui idiota o bastante pra dizer isso a ele! Haruhi idiota. Mas de qualquer forma eu o amo mesmo, é melhor que ele saiba logo. Surpreendentemente eu consigo sentir suas mãos grandes e macias levantando-me, carregando-me em seu colo.

Hikaru: Você está ensopada. – olha para o corpo da menina rapidamente e percebe o quão justo o vestido está agora, tão linda – Não posso permitir que outros homens te vejam assim.

Haruhi: ...

Seus braços são tão acolhedores, seu rosto é delicado e másculo ao mesmo tempo, seus olhos sabem sempre que caminho tomar. Gostaria de viver assim pra sempre. Não ouso colocar meus braços envoltos do seu pescoço... Sinto como se fosse arriscado de mais para alguém como eu. Por isso simplesmente observo, de tão perto suas expreções, seus gestos. Sinto seu cheiro entrar em meu corpo. Não tem mais jeito se não me entregar a esse prazer e como não posso simplesmente dizer o que sinto... Meu coração... Acho que não custa nada aproveitar e relaxar o máximo que puder.

Tamaki: Haruhi? Como você está? Se machucou? Consegue me ouvir?

Haruhi: Tamaki... Senpai?

Kyoya: Aparentemente você adormeceu nos braços de Hikaru enquanto ele lhe carregava até aqui. Sente-se melhor?

Haruhi: Onde ele está?

Tamaki: Wah! Filhinha responda o papai primeiro! Como está se sentindo?

Haruhi: Ótima senpai, não tem o que se preocupar... Bem, eu vou tomar um banho, com licença.

Sei que o que eu fiz vai deixá-los muito preocupados, mas afinal de contas eu sou uma idiota mesmo! Eu só não consigo mais conter as lágrimas que insistem em escorrer pelos meus olhos. Eu estava tão próxima dele, era como se fossemos a mesma pessoa. Mas é claro que isso só existiu em minha mente, ele nunca pensaria em mim assim... Só um sorriso já seria o suficiente pra me fazer feliz.

Kaoru: Haruhi abra a porta... – bate na porta do banheiro.

Haruhi: Eu estou no banho!

Kaoru: Não precisa mentir pra mim, não há mais ninguém aqui além de mim Haru-chan, mas eu preciso mesmo falar com você. Talvez eu consiga te ajudar a desvendar o mistério dessa dor em seu peito. Lembre-se que sou seu melhor amigo.

Eu abri a porta para ele. Estou acabada sentimentalmente, meu rosto machucado de tanto esfregar as lágrimas, roupas largadas e chuveiro ligado. Ele me abraçou, mas não senti como quando Hikaru me abraçou, foi algo cálido, porém amigo. Senti-me segura novamente.

Ele pode perceber claramente o desespero em meus olhos, o grito preso em minha garganta. Então em um movimento rápido e silencioso fechou a porta que atrás dele estava trancando-a calmamente.

Kaoru: Ele é amável né?

Haruhi: ...

Kaoru: Entendo o que sente Haru-chan. Sinto o mesmo por uma certa garota que não me ama da mesma forma.

Haruhi: Sinto muito...

Kaoru: Não é sua culpa. Mas... Você não vai parar de sentir essa dor, isso não vai passar enquanto você não se declarar para ele.

Haruhi: Declarar? – poker face.

Kaoru: É! Você está apaixonada por ele certo?

Haruhi: Não sei! Nunca senti isso antes...

Kaoru: - sorri – É como uma ferida certo?

Haruhi: Sim.

Kaoru: E qual é o único jeito de curar uma ferida?

Haruhi: Passando remédio.

Kaoru: E o remédio para esse tipo de ferida se chama confissão.

Haruhi: Mas e se eu for rejeitada por ele? E se ele me odiar depois? Não quero perder a amizade dele Kaoru.

Kaoru: O que você sente por ele não é mais amizade. E ele te odiar... bem, acredite em mim... vai doer menos. O máximo que pode acontecer é ele te rejeitar. Mas nunca vai saber se não tentar.

Haruhi: Quando?

Kaoru: Tome seu banho. Ele está tomando o dele se não me engano. Fique o mais bela que conseguir e vá até ele. Aja naturalmente, afinal de contas ele te conhece. E faça o que tiver de ser feito. Se algo der errado eu vou estar aqui com os braços abertos e um ombro bem largo para você se acomodar.

Haruhi: - abraça Kaoru – Arigatou! Mas Kaoru... eu tenho uma pergunta para você.

Kaoru: Diga!

Haruhi: Quem é essa garota que você gosta? É da escola?

Kaoru: - sorri – Ela está bem na minha frente agora.

Haruhi: ... Kaoru... Eu...

Kaoru: Shii, eu sei! Vai atrás do seu futuro. – abre a porta – E não deixe que ninguém estrague-o.

Bem, eu estou pronta. Tomei meu banho assim como Kaoru pediu. Frente a porta de Hikaru bato-a com uma certa agilidade. Espero que ele abra logo! Não aguento mais isso. Isso dói de mais.

Ouçam essa musica enquanto lêem esse pedaço queridos leitores! Acho que vai ajudar a imaginar o que eles sentiram: http://www.youtube.com/watch?v=q9ayN39xmsI

Hikaru: Já vou! Ah! Haruhi? O que faz aqui a essa hora? E com essa roupa? – ela está usando uma camisola rosa bem longa e o cabelo preso com uma presilha cor de rosa também.

Haruhi: Eh... Posso entrar?

Hikaru: Claro que pode, sinta-se a vontade. Então, o que quer falar comigo?

Haruhi: Bem, é um assunto complicado... Por favor se afaste um pouco mais, não quero ter que ver seu rosto depois disso. Vai ser doloroso.

Hikaru: Okay – se afasta – o que aconteceu de tão sério?

Haruhi: Eu estou com uma ferida muito grande dentro de mim, algo quase incurável aos meus olhos.

Hikaru: O QUE VOCÊ TEM?

Haruhi: Mas... o Kaoru me deu o remédio para curar isso.

Hikaru:...

Haruhi: Dói muito... Eu não sei o que é isso! Porque isso só acontece quando estou com você? – começa a falar mais rápido e lacrimejar – Porque eu não sei o que sinto? Porque você tem que ser sempre tão gentil?

Hikaru: Haruhi! O que você está...

Haruhi: Cala a boca! A culpa é toda sua de me deixar confusa desse jeito! Droga Hikaru – começa a chorar desesperadamente – porque logo você?

Hikaru: Haruhi...

Haruhi: Não me olhe assim...

Hikaru: - pega na mão de Haruhi com delicadeza e a encara de forma séria forçando-a a olhá-lo de volta – Você é realmente cruel... Haruhi.

Ele está me encarando tão sériamente. Sinto seu rosto se aproximando, será que isso é como nos mangás shoujo? Onde o casal se beija? O que eu... faço? Ele está fechando os olhos.

Hikaru: Você me permite ter seu primeiro beijo, Haruhi?

Haruhi: O que você sente por mim?

Hikaru: - beija-a.

Ele é tão quente por dentro, tão delicado ao me beijar sinto-me como uma rosa delicada nas mãos de um pianista. É inevitável fechar os olhos, pela primeira vez sinto-me completa. O beijo não se prolongou muito. Estou encostada na janela enquanto ele me encara cuidadosamente. Seus olhos são tão doces. Seu beijo foi tão cálido... Tão romântico... Houve tanto sentimento em apenas um toque.

Hikaru: Isso te responde?

Haruhi: Porque eu? De todas as garotas ricas e bonitas que você poderia escolher... Porque logo eu?

Hikaru: Porque você não faz parte do comum. Seus olhos expõem a inocência de uma virgem, você expira vida por onde passa. Consegue enxergar não só o coração de todos, mas principalmente o meu. Conseguiu fazer o que nunca ninguém, nem minha própria mãe conseguiu fazer... Soube me distinguir por quem eu sou. Você não precisa da aparência e sim da alma da pessoa... Tão pequena. Uma menina com um coração de pedra e corpo frágil como o de um copo. Não é como se você quisesse coisas pervertidas, tudo o que você me passa é segurança. Hoje está sendo o melhor dia de toda a minha vida. E você... Porque eu?

Haruhi: Eu não sei... Só sinto como se não fosse capaz de viver sem você.

Hikaru: Haha – ri nervosamente.

Haruhi: O que foi? D-Disse algo errado? – cora um pouco.

Hikaru: Não mesmo. É só que me encanta como você consegue se expressar com tão poucas palavras, palavras cheias de sentimento e eu preciso falar tanto.

Haruhi: Eu gosto... da sua vóz.

Hikaru: Diga o meu nome. Como fez mais cedo, repita.

Haruhi: Hikaru...

Hikaru: - beija-a – De novo.

Haruhi: Hikaru!

Hikaru: - beija-a – De novo.

Haruhi: Hikaru!

Hikaru: - beija-a – Nunca vou me cansar de te ouvir! Por favor, durma comigo hoje Haruhi.

Haruhi: O QUE? E-E-E-EU PRETENDO ME CASAR VIRGEM! – cora muito.

Hikaru: WAH EU NÃO QUIS DIZER NESSE SENTIDO! Okay... haha... apenas esteja em meus braços nesta noite. Pode fazer isso por mim? – cora.

Haruhi: N-Não vejo problema...

E assim foi, deitamos na cama e ele abraçou-me por traz fazendo com que eu me aconchegasse em seus braços. O mundo poderia até parar agora... Mas eu adoraria poder viver cada momento com ele.

Hikaru: Durma bem, minha pequena. – beija a testa de Haruhi.

Essa emoção é tão forte... Espero que um dia você seja capaz de senti-la querido leitor!

Kaoru: Bem... Que bom que no final das contas eu fui capaz de fazê-la feliz de alguma forma! – sorri para si mesmo em um canto qualquer enquanto observava as lágrimas de raiva e felicidade escorrerem por sua face.