The Paths Of A Rain Woman escrita por Ling


Capítulo 21
Hunters and prey


Notas iniciais do capítulo

Então... hum... oi?

Depois de um belo tempo sem postar ou escrever (ou ler, ou, literalmente, fazer qualquer coisa minimamente produtiva), finalmente reuni motivação para continuar.

Algumas partes foram escritas em... períodos não propícios à escrita, eu diria.

E faz um bom tempo que eu mal toco um teclado ( nesse sentido, pelo menos), então... talvez a escrita não esteja lá essas coisas.

Espero que ainda tenha alguém interessado na fic.

Eu não tenho certeza se já o fiz, mas... gostaria de agradecer pela recomendação. Obrigada, me deixou super feliz.

Espero que gostem.



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Gole pós gole, em velocidade excepcional, ele terminou o que seria a sétima taça dos últimos poucos minutos. A ardência foi bem recebida, lentamente fazendo seu caminho pela garganta inflamada e incendiando cada pedaço recém-descoberto, varrendo qualquer vislumbre dos acontecimentos daquela tarde.

Sua caneca instantaneamente voltou a colidir com o balcão, causando um baque abafado e ganhando atenção da garçonete mais próxima.

A garota voltou-se para ele e caminhou até o canto do salão para, sorrateiramente deslizar as mãos pela madeira e agarrar o copo, o encaixando entre os dedos e levando-o para longe de seu alcance.

— Desculpe, mas não posso trazer mais — ela murmurou, lançando um olhar vigilante à um dos guardas, não muito longe dali.

Quando Gray cofiou a barba e retesou os lábios num sorriso ousado, obviamente embriagado, ela discretamente assentiu.

E antes que o jovem pudesse mesmo abrir a boca, membros fortes encaixaram-se ao redor de seus braços e ergueram o corpo envolto em trapos da cadeira. Ele não resistiu quando as misteriosas figuras o arrastaram e o empurraram porta afora, cambaleando uma vez ou outra, mas não ousando ficar de pé.

Quando as portas se fecharam, seu semblante demente se transformou num meio sorriso. E, ali, sozinho, recurvado em posição fetal na porta de um bar qualquer, ele riu como alguém que o fazia pela primeira vez.

Não se importou quando, das risadas, emergiu o álcool para afundar-lhe as narinas.

Também não ligou quando começou a tossir e tremer freneticamente, apoiando as mãos na terra lamacenta na busca pelo apoio que provavelmente não teria.

Afinal, nada daquilo importava.

Pelo menos, a cerveja havia sido de graça.

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Com um suspiro profundo e uma aura fracassada, Juvia Lockser cambaleou, livrando-se do peso dos sapatos e correndo em alta velocidade — logo após intencionalmente destruir o deveria ser o primeiro show oficial de sua banda.

Desde o início, planejaram explodir o prédio — queimando qualquer artefato mágico dentro dele — e se agrupar estrategicamente para capturar, pelo menos, um dos membros da frente oposta.

Então, ele seria interrogado e o serviço continuaria até todos serem pegos.

Logo após descobrir suas motivações, os entregariam ao conselho mágico e voltariam às suas respectivas guildas.

Na verdade, era bem simples.

Juvia já havia identificado poucos membros, e as aulas sugadoras de alma que recebia a cada manhã aos poucos a ajudaram a coletar informações e observar movimentos suspeitos — assim como o súbito desaparecimento de estudantes com mínimo poder mágico, o que, misteriosamente, não foi divulgado em nenhum jornal ou revista local.

Aparentemente, toda a cidade estava sob controle deles.

Havia usado o show como distração, mas logo depois se deu conta da interrupção de linha entre os comunicadores.

Aquilo a fez enxergar.

Nunca haviam enganado ninguém. Todo aquele tempo haviam sido marionetes — cuidadosamente manejadas, cada um de seus movimentos já previstos.

Desde sua primeira decisão, tudo o esquema já era conhecido e manipulado.

E, naquele dia, no qual esperava finalmente resolver seus problemas e voltar para casa, os papéis haviam se invertido.

A presa se revelou caçador.

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A sola gasta do tênis resvalava ruidosamente curva pós curva, amortecendo o impacto dos passos apressados da garota. Quando finalmente alcançou o que deveria ser a última das entradas, chutou-a com força.

Foi gratificante perceber que porta nem mesmo se moveu.

Abriu um sorriso de canto e aproximou o pequeno triângulo dos lábios.

­— Todas as entradas bloqueadas ­— Saori disse com ar de satisfação, se aproximando lentamente de uma das janelas ­— Não tem ninguém além de nós no prédio.

Uma série de ruídos ilegíveis veio do comunicador.

­— Ei, vocês disseram que estavam prontos! ­— gritou, comprimindo o miúdo objeto entre os dedos ­curtos — Terminem o trabalho e saiam do prédio. — bufou ela, indignada.

Pousou o pé no peitoril e se sentou na beirada da janela, buscando pelas estrelas naquela imensidão a qual tanto se apegara, observando durante todas as noites que passara em claro.

Ergueu o triângulo escarlate e ouviu atentamente enquanto seus amigos trocavam informações, sempre à espreita, ansiosa por novos sinais . Voltou o olhar à ele somente ao ser mencionada.

­— Sim ­— balançou a cabeça ­— Todas as bombas no lugar.

Elevou o detonador à altura dos olhos e aguardou pela permissão. Quando tudo parecia estar no lugar, a contagem regressiva começou.

Seus olhos brilharam na menção do tão aguardado zero.

Pressionou o botão e saltou antes do espetáculo começar — lançando-se na escuridão aveludada que recaia sob a relva, um coro de explosões irrompendo do até então esplendoroso e requintado Instituto Arschlodt.

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— Então... agora que explodiu, o que fazemos?

Yano emergiu dos arbustos, traçando com o olhar a dispersão das chamas que aos poucos engoliam o prédio. Estilhaços de vidro voaram em todas as direções, quicando poucas vezes até afundar entre as plantas, enquanto a construção ameaçava desabar bem diante deles.

— Esperamos — ele voltou a se sentar, o antebraço apoiado no joelho.

O ruivo revirou os olhos, insatisfeito com a resposta.

— Mas... — gesticulou para o prédio — Como vamos saber se...

Kahel apenas deu de ombros, o olhar tão vago e embaralhado como sempre.

— É lógico que venham procurar os inimigos, e também... deve ter algo importante lá dentro — jogou a cabeça para trás — E, se não for o caso, pelo menos devem tentar rastrear os inimigos ou checar o prédio escolar.

— Mas...

Novamente, o jovem ergueu a mão para interrompê-lo.

— E não deve demorar, sendo que estava cheia de sensores e que todas as câmeras foram desligadas. Devem estar preocupados, talvez até querendo nos pegar — ele riu em voz baixa — Mas, na verdade, somos nós que vamos pegá-los.

Aron suspirou, olhando-o como se fosse louco. Abrindo um sorriso furtivo, apoiou o braço contra um tronco qualquer e estreitou os olhos, tentando distinguir as sombras das plantas de possíveis inimigos.

— Ah, que seja... — a voz soou preguiçosa, como se não houvesse outra alternativa, senão segui-lo.

Deu de ombros.

— Vamos tentar, então.

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— Ei, Yano-kun, Aron-chan... movimento avistado!

Weisy fez beicinho, agitando o comunicador como uma criança que exigia doce. Um pouco incerta, concentrou parte de sua energia e observou a esfera se iluminar, cruzando os dedos apesar da voz insistente do garoto a seu lado.

— Não funcionam,as bombas de impacto também não — Rin estatou de forma miserável. Suas pupilas estavam dilatadas e os olhos fixos nas sombras circundando o terreno. — Eles bloquearam o sinal. Não sei como, mas... perdemos comunicação.

A menina voltou-se para Liz, alternando o olhar entre ambos, apenas para se dar conta de que aquele era o fim da linha. Ou seria, se dependesse de algum deles.

— Ei, então... vamos fugir?

O rapaz balançou a cabeça, negando — o corpo tenso, a mão pressionando os joelhos e o olhar tão amedrontado como jamais o vira.

— Eles bloquearam tudo... não podemos nos mover ou seremos pegos...

Weisy pressionou seu ombro, pronta para arrastá-lo, se preciso.

As próximas palavras vieram da fonte mais inesperada.

— Parece que eles nos pegaram — a voz zombou, amarga — Deviam saber desde o início que éramos nós— refletiu a garota que Weisy jamais imaginou assumindo liderança.

Apesar da surpresa, assentiu de prontidão.

— E então, Liz-chan, o que fazemos?

Por um instante, sua mais nova líder não se moveu. Ficou lá, analisando os arredores, sem se preocupar em respondê-la ou mesmo em assegurar que ainda mantinha a sanidade.

Weisy arrastou os joelhos na direção dela, enrolando as mãos no capim enquanto respirava lentamente, temendo fazer barulho.

— Então... nós lutamos.

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Quando os passos, antes apressados, subitamente cederam, ela agachou e se lançou contra a parede mais próxima, projetando o pescoço para tentar encontrá-lo em meio à escuridão.

— Foi um belo plano, devo dizer.

O timbre metálico da voz a fez congelar. Ofegante, esticou os braços e empurrou o chão com as mãos, se movendo com dificuldade, tentando ignorar o fervor do ar que invadia os pulmões e a dor latente que se alastrava conforme caminhava.

Naquele momento, ela jurou estar embriagada. A pulsação se intensificou, o suor escorreu pela face paralítica, e quando a primeira gota de sangue colidiu com a grama, seu corpo não hesitou em segui-la.

A face atingiu o solo com um baque, pousando na lama num movimento preciso demais para ser coincidência — assim como na noite da qual os eventos a trouxeram a tal cenário.

Antes que pudesse processar qualquer informação, sentiu o sustento de duas mãos, puxando-a pelos pulsos, girando-a na direção de seu perseguidor.

Por um momento, aquele perigoso par de olhos escarlate brilharam, cativados por sua visão. No instante seguinte, estava de volta ao chão — as costas contra a terra e os olhos vagando sem rumo, não se atrevendo a olhar aquele que a encarava.

— Então... vocês explodiram a escola para acabar com a nossa influência, huh? — ele zombou, enroscando uma mecha de cabelo e movendo o pé até seu pescoço. — Me conte o resto.

Vendo que ela não se moveu, seus olhos de gato se estreitaram. Num movimento breve, retirou um pequeno objeto do bolso interno do sobretudo, deixando a corrente pender do dedo enquanto balançava o crucifixo em frente à ela.

— Gray-sama...

A voz, não mais que um choramingo abafado, o alcançou, e um sorriso maldoso encontrou-se com os lábios.

— Você que saber onde ele está? — provocou, recolhendo o pingente e forçando um pouco mais seu pescoço, inclinando-se cada vez mais.

Juvia grunhiu, trincando os olhos enquanto as lágrimas caíam. Suprimiu o que pôde dos espasmos violentos que seu corpo produziu — enquanto a voz dentro dela gritava, almejando a liberdade.

Quando sentiu a proximidade aumentar, perdeu completamente o controle.

A cabeça recaída, lentamente voltou aos eixos , e todo o tremor ou pulsação sucumbiram imediatamente. A cor foi drenada quase que por completo e um rosnado gutural emergiu dos lábios entreabertos.

Quando o par de olhos sem vida o encontrou, o garoto cambaleou para trás e caiu sentado, perplexo.

Diante dele, não mais estava Juvia Lockser; mas sim, um predador.


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Notas finais do capítulo

Então...?

Alguém aí?

Qualquer opnião, sugestão, mensagem, crítica ou comentário é sempre bem-vindo.

PS.: Apesar de o Gray estar sorrindo, é graças ao álcoo (não que ele esteja conformado ou lidando bem com isso ).

Depois de reler (e já ter postado), percebi que talvez pudesse ter passado a ideia errada [*-*]



Até a próxima o/



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