Quando Kagome desceu para o café ainda no corredor pode sentir o cheiro de bacon, ovos, torradas e todos os deliciosos pratos que sua mãe sempre fazia para o café, ao chegar à cozinha sua mãe estavam terminando de colocar um prato cheio de panquecas e Souta a estava ajudando.

-estou começando a achar que voltarei a ter problemas com meu peso. –ela deu um beijo em sua mãe e em Souta, então se sentou, logo sua mãe se juntou a ela.

-isso é o mínimo que uma pessoa deve comer no café da manhã. –disse determinada.

-e de acordo com a senhora no almoço, no lanche e no jantar se bem me lembro. –as duas começaram a rir.

-bem eu não me importo com isso. –disse Souta pegando uma porção de panquecas.

-o que você planeja fazer hoje Kagome, podia levar Souta para um passeio e mostrar a cidade pra ele.

-eu pensei que já tinha visto tudo no caminho do aeroporto até aqui vovó. –Kagome e sua mãe se encararam com um sorriso de cúmplices.

-pois você se engana Souta, Small Garden tem muito mais do que você imagina, inclusive... –ela deu uma pausa para enfatizar o que iria dizer. –uma casa assombrada. –os olhos de Souta se abriram brilhantes, ela sorrio satisfeita, sabia que isso iria animá-lo, Souta sempre gostará de historia de casas abandonadas que poderiam ser assombradas embora essas coisas a deixavam arrepiadas.

-serio, tem mesmo uma casa assombrada?

-bom se é ou não assombrada não posso ter certeza já que nunca tive coragem de ir lá, mas dizem que a noite se pode ouvir barulhos estranhos lá, e até já afirmaram ter visto algo.

-legal, eu posso ir lá ver?

-pode. –respondeu com um sorriso no rosto. –mas só se prometer tomar cuidado.

-prometo. –exclamou Souta animado. –e o que mais?

-hã? –a pergunta a pegou de surpresa.

-o que mais? –Kagome pensou por um minuto.

-o lago. –então seu olhar ficou distante, como se estivesse de volta às lembranças. –sempre íamos lá para nadar.

-parece divertido, a senhora me leva lá?

-claro. –então se virou para sua mãe. –por que a senhora não leva Souta para um passeio, eu preciso dar uns telefonema e resolver uns assuntos, quando terminar podemos nos encontrar.

-eu vou adorar. –disse Violeta animada.

-não, não, não... eu já disse varias vezes que os bolos ficam nas prateleiras de trás e as tortas aqui no balcão.

-Sango você não acha que esta sendo exigente demais? –perguntou Miroku refazendo a disposição dos produtos.

-claro que não. –disse cruzando os braços. –fique o senhor sabendo que a apresentação é a alma do negocio.

-certo, certo. –concordou Miroku desanimado, Sango apenas deu um longo suspiro.

-mesmo depois de todos esses anos vocês dois continuam os mesmo. –Sango se virou no mesmo estante em que reconheceu aquela voz.

-Ka-Kagome. –Sango levou a mãe à boca, sua voz não passou de um sussurro.  –Kagome! –Sango correu em sua direção e a abraçou forte mente.

-hã... Kagome? –Miroku levantou de trás do balcão e ficou tão surpreso quanto Sango. –não acredito. –ele deu a volta saindo de trás do balcão e se aproximou delas.

-até parece que vocês estão vendo um fantasma. –Miroku a envolveu em um forte abraço.

-me deixa dar uma olhada em você. –ele se afastou um pouco e a encarou com um sorriso divertido no rosto. –isso que é uma surpresa. –ele deu um sorriso sedutor. –e olha esses anos fizeram muito bem a você.

-só você mesmo Miroku. –Kagome não conteve a risada, esse era Miroku sempre dando um jeito de fazer todos rirem. –pelo visto algumas coisas não mudaram né?

-mas Kagome, acho que você nós deve uma explicação não é? –e lá estava, o olhar que Kagome conhecia muito bem, quando Sango cruzavas os braços e a encarava daquele jeito significava que ela não sairia da li até que Sango se sentisse satisfeita.

Eles sentaram em uma das mesas vazias e Kagome lhes explicou o motivo pelo qual havia voltado para aquela cidade.

-nós não pudemos ir ao velório. –disse Sango com pesar. –Kohako estava gripado, me encontrei com sua mãe alguns dias depois. –ela colocou sua mão sobre a de Kagome. –sinto muito.

-nós dois sentimos. –completou Miroku com um sorriso terno.

-eu sei, muito obrigada.

-certo eu vou pegar algo pra você beber. –disse Miroku se levantando. –tenho certeza que isso irá adocicar seu dia. –Kagome e Sango começaram a ri.

-bom agora que estamos sozinhas, você pode me contar o resto da historia. –Kagome sabia que a amiga não deixaria essa oportunidade passar.

-não sei o que você quer dizer. -sabia muito bem ao que ela se referia, mas não sabia se estava pronta para falar sobre isso.

-Kagome?

-aconteceram muitas coisas. –disse por fim. Ela tinha um sorriso triste nos lábios. –eu vou te contar só que...

-tudo bem, não é como se você fosse embora logo, não é?

-não... dessa vez eu vim para ficar.

-o material deve chegar na próxima semana, logo em seguida começamos o trabalho. –Inuyasha estava satisfeito comprar a velha mansão dos Macnold lhe custara tempo e dinheiro, mas seria perfeito para seus planos de aumentar os negócios, o velho escritório já não dava conta do aumento dos projetos que recebia, o que tinha que fazer agora era crescer, um sorriso apareceu em seus lábios, sim iria crescer cada vez mais esse tem sido seu objetivo há nove anos e as duas pessoas responsáveis por isso não estariam ali para ver, uma dela havia falecido e a outra, ele nem sabia onde estava. –está tudo certo com o projeto ou deseja fazer alguma mudança?

-não, esta tudo certo assim que o material chegar pode começar. –o homem apenas acenou e se afastou. Inuyasha deu uma olhada no relógio em seu pulso, já estava na hora do almoço e Miroku ainda não havia aparecido. –aposto que perdeu a hora com a Sango. –pesou em ligar para avisá-lo da hora, mas desistiu tinha que comer algo, por isso não faria mal passar para buscá-lo.

Quando se virou para ir ao carro, duas pessoas paradas ali perto chamaram sua atenção, elas olhavam a casa, a mulher ele reconheceu era a Sr.Higurashi mãe de Kagome, a ultima vez em que a viu foi durante o velório de seu marido no qual ele compareceu apesar de tudo, ele só não reconheceu o menino não o tinha visto antes.

-é essa a casa vovó? –o corpo de Inuyasha congelou, ele olhou do menino para a mulher.

-sim é essa mesmo, mas parece que logo não estará mais aqui.

-a senhora acha que eu posso entra vovó? –outra vez, não tinha ouvido errado, aquele menino a chamará de avó, Kagome era a única filha deles e se aquele menino a chama de avó só podia significar. Parou seus pensamentos na hora, foi o mais depressa possível para o carro, queria se afastar, mas aquele pensamento o seguia mesmo enquanto ele dirigia a toda velocidade.  Quando parou o carro em frente à confeitaria de Sango ficou uns minutos dentro do carro ordenando seus pensamentos. Kagome fora embora da cidade há nove anos e nunca regressará, concerteza se tivesse se casado e tido filhos mesmo não querendo ele saberia, do mesmo jeito que soube que ela viera ao enterro do pai, como ele saiu logo depois de chegar não a viu, mas soubera que logo depois ela fora embora. Tinha que parar de pensar nisso. Saiu do carro e se dirigiu a entrada.

-só porque ele a chamou de avó não quer dizer que seja mesmo neto dela. –disse a si mesmo. Tinha decidido esquecer o assunto, mas tudo foi por água baixo quando a viu, os mesmos olhos brilhantes e cheios de vida, os longos cabelos negros que estavam um pouco mais cumpridos, o mesmo sorriso, mesmo estando do lado de fora conseguia ouvir sua risada, durante anos ouvia sua voz em seus pensamentos e agora lá estava ela bem a sua frente. –Kagome. –tinha certeza que sua voz não passará de um sussurro, mas de alguma forma os risos e a conversa pararam e Kagome se virou para ele como se houvesse o ouvido dizer seu nome.

-Inuyasha. –a voz de Kagome era uma mistura de surpresa e assombro, ela estava contando a Sango sobre como havia sido sua vida em Nova York, não mencionando Souta ainda pelo menos, quando pensou ter ouvido alguém lhe chamar se virou para ver quem era e não acreditou no que vira.

-o que? –Sango olhou na mesma direção que ela, não conseguiu conter uma exclamação de surpresa, levou as mãos aos lábios e voltou a olhar para a amiga. –Kagome. –essa não disse nada nem se mexeu ficou ali parada como se seu corpo estivesse congelado e parecia o mesmo com ele.

-ele esta mesmo lá não é? –perguntou mais para si mesma. –é real. –ela finalmente se virando, olhava paras as mãos em cima da mesa. –o que eu faço?

-você acha que ele vai vim aqui?

-não estou pronta pra isso. –disse e finalmente a encarou, Sango pode ver o medo nos olhos da amiga.  

-aqui esta a limonada geladinha. –disse Miroku vindo da cozinha. –hã... aquele ali fora não é o Inuyasha? –ele olhou para o relógio na parede. –droga esqueci que tinha que encontrá-lo. –nesse momento Kagome se levantou.

-eu tenho que ir. –disse se apresando ate a porta.

-já? –disse Miroku sem entender nada.

-espera Kagome. –Sango tentou detê-la, mas já era tarde.

Kagome pensou em sair correndo se fosse preciso, não estava pronta pra isso, tudo que queria era rever Sango, sentirá sua falta durante todos esses anos, ela sempre fora sua melhor amiga, uma irmã que nunca teve, ficou feliz em rever Miroku também e em saber que estavam felizes, mas isso era demais pra ela, ver Inuyasha a olhando daquele jeito, e mesmo depois de todos esses anos seu coração batia como loco sempre que o via, era engraçado não? Quando saiu pensou se iria parecer uma maluca se começasse a correr a todo pulmão para longe dali.

-Kagome. –aquela voz a paralisou, por que seu nome sempre parecia diferente quando era ele que dizia, por que seu coração acelerava assim? Ela se virou para ele e soube a resposta, porque ainda o amava.