Muitas pessoas andavam como loucas, uma esbarrando na outra. Apenas procurando seu psicólogo para finalmente ir embora dali. Mas eles não sairiam.

– Piegas... Estafado... - Nicholas dizia apontando para cada pessoa, de cima de um alta pedra, fora do pátio.

Ele dedilhava as pessoas em seus pensamentos.

– Interessante... - Disse assim que avistou Zöe.

–S-senhor... Q-quer dizer, aluno. Nicholas. - Uma garota de cabelos escuros puxava seu terno para baixo.

– É minha psicóloga? - Nicholas perguntou pulando de cima da pedra.

–

Sim

, sou eu. - Ela disse tentando ser séria.

Nicholas soltou uma risada baixinha.

– Do que está rindo? - Perguntou a garota o olhando ainda séria.

– Não consegue ser séria... - Nicholas disse rindo da cara de pavor que ela fez.

– E-eu consigo... - Disse assustada. - Por favor me siga.

A garota disse e esqueceu de ser rígida, acabou parecendo até meiga.

– Ficarei por aqui, não quero me revelar á um estranho. - Nicholas respondeu sério.

– Eu mandei você me seguir. - A garota disse e se virou lentamente para Nicholas. Aquilo causou arrepios em seus braços. O assustando um pouco.

– Eu já disse que ficarei. - Digamos que Nicholas queria continuar observando alguém.

– Não vou repetir, estou cansada... - A garota disse e voou contra Nicholas.

Pulou nele, encaixanado suas pernas em seu quadril, retirando um pequeno punhal de seu sutiã e assim cortou o pescoço de Nicholas.

– Por que fez isso?! - Nicholas perguntou se afastando e colocando a mão no ferimento.

– Veneno de cobra... Só mais alguns segundos e... - A garota disse e assim Nicholas teve sua visão destruída e seu corpo caiu no chão.

– Garoto tolo... - Disse a menina que o pegou no colo e levou até sua sala.

Nicholas estava abrindo os olhos lentamente e havia um pequeno pano em sua testa. Assim que lembrou do que tinha acontecido, tirou o lenço e tentou sair pela porta.

As dores começaram á voltar, a tontura, a visão embaçada.

– Garoto tolo, deveria ficar com a toalha na cabeça, ela é a cura. - A garota disse jogando a toalha em seu rosto.

Nicholas pegou e toalha, á ajeitou em sua testa e deitou novamente.

– Me chamo Asuna... - Asuna disse após percebe que ainda não tinha se apresentado.

– De uma garota fofa para uma quase assassina... - Nicholas disse soltando um risada baixinha, como da última vez.

– Todos seguram máscaras rente sua verdadeira face... - Asuna disse rapidamente.

– Filosofando. - Nicholas disse rapidamente. - Vamos a consulta de uma vez.

– Ah claro. Eu não me importo se vai dizer a verdade ou não porque tenho certeza que vai ser sincero. - Asuna disse cínica.

– Como pode se garantir tanto? - Nicholas perguntou curioso.

– O veneno... Tem efeitos colaterais. - Asuna respondeu com um sorriso de canto. - Convivência com os pais.

– Eu não... Eles são... Não... Eles m... Eles mentiram, adultos são mentirosos, falsos. - Nicholas tentava segurar as palavras, mas elas saiam descontroladamente. - Brigavam, quase se batiam. Me mandavam pro quarto e quando não ouvia mais gritos, sempre estavam no jardim se beijando. Isso não é normal! Ele morreu, não deveria ter morrido!

– Está falando palavras soltas... Tenha mais calma... - Asuna dizia lixando suas unhas.

– Não quero... Ah! Desisto... - Nicholas disse deixando seus membros largados. - Ele foi assassinado... Não sei por quem, mas eu vou descobrir... Meu irmão merece vingança!

– E os seus poderes? - Asuna perguntou soltando a lixa em sua cama.

– Mas que sala é essa? - Nicholas perguntou olhando tudo em volta. Parecia mais um quarto do que uma sala.

– Meu quarto, deixaram eu reformá-lo antes de vocês chegarem. - Asuna falou tranquilamente.

As paredes azuis e uma cama de casal, a roupa de cama verde água e as cortinas marrom claro, combinando com o tapete. Um guarda-roupa branco com detalhes entalhados á mão, pintados do mesmo azul das paredes.

– Ficou ótimo. - Nicholas disse.

– Voltando á pergunta. - Asuna disse fria.

– Posso controlar as pessoas com a mente e só isso... - Nicholas disse colocando a mão no pano.

– Melhoraremos você com o tempo... - Asuna disse séria. - Suas armas.

– Só a mente. - Nicholas respondeu sério.

Ele colocava e tirava a toalha da testa, quando colocava se sentia melhor do que nunca, quando tirava parecia um mendigo passando fome na Brodway. (?)

– Todos devem ter algo com o que se identificam melhor, ou que odeiam menos... - Asuna disse irônica.

– Uma espada talvez... Eu não sei. - Nicholas deu um palpite.

– Tudo bem então... O que gosta mais e o que você odeia? - Asuna perguntou rapidamente, o tom de voz dela quase mandava para fora do quarto.

– Eu gosto de ler, jogar xadrez, pessoas inteligentes e ficar sozinho. Eu odeio, odeio mesmo quando estou em lugares barulhentos com pessoas barulhentas e também não gosto nada de pessoas fofas ou com sentimentos expostos demais... - Nicholas disse e se sentou na ponta da cama.

– Nem pense em levantar, acha que vai para o salão de palestras como? - Asuna perguntou puxando seu ombro até fazê-lo deitar na cama.

Asuna soprou a orelha de Nicholas, o que o fez se arrepiar.

– Sua nojenta! - Nicholas disse e tirou o pano da cabeça e começou a se limpar, afinal no sopro existem vários tipos de germes.

– Nem percebeu sua cura repentina, mal agradecido! E boa sorte na palestra e até a próxima semana! - Asuna disse e puxou uma cordinha perto de sua cama.

O lado esquerdo do colchão girou, girou, girou até Nicholas sumir.

– Que garota doida! Olha o que ela fez comigo! - Nicholas murmurava passando a mão na cabeça.

Ele abriu os olhos devagar e percebeu que estava sentado em uma cadeira de estofado em frente á um palco enorme. Onde as luzes se acendiam e algo parecia tentar sair de trás das cortinas.