Help - Interativa escrita por Anne H


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Bu!
Adivinha?
Hora para as desculpas pelo atrasoooooo!!!!!!!!11!1!!
Hahahah, não, mas agora é sério. Lembram que eu fui parar no hospital, certo? Bem, quando eu saí de lá, me deram um remédio. Vocês sabem como nosso país tem bons hospitais, não é mesmo? Então: Eles me deram o remédio errado. Oba. Aí meu organismo reagiu mal e eu tive que recomeçar o tratamento, e eu to indo no médico todos os dias, e ainda tenho os deveres de casa e escola, nos dias em que eu posso ir.
Ás vezes no meio da noite eu vou até meu computador escrever um pouquinho, sem minha mãe ver haha.

MAS CHEGA DE ENROLAR, ANNE! CADÊ ESSE TAL CAPÍTULO?
Calma, calma. Desculpa... Tá aí

Que tal começar com um POV Charlie? ;)



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DIA 1

Eu e Logan havíamos acabado de adentrar a floresta. Era estranho lá dentro; úmido e abafado. Podíamos escutar animais à distancia. O chão era uma mistura de areia, pedras e terra. Precisávamos sair pisando nas plantas para abrir caminho. Não tínhamos nenhuma arma. Acho que até uma faquinha de plástico – aquelas que dão pra gente em festa de criança – nos colocaria numa situação melhor.

Logan havia se ferido na queda. Sua perna estava enfaixada pois a janelas se quebraram e, por uma falta de azar doida, uns pedaços se fincaram na panturrilha direita dele. Ele ainda agia como se nada tivesse acontecido. Eu só precisei por uns curativos nos nós dos dedos. Idiotice.

De repente, ele parou, o que me fez dar de encontro com suas costas.

– Logan?! – Tentei dar um empurrão nele, foi tão inútil quanto tentar afogar um peixe. O garoto era muito forte.

Ele nada respondeu, apenas virou-se levemente para trás, com o dedo indicador no lábio, pedindo silêncio, então estendeu a mão e apontou para uma rocha preta alguns metros a nossa frente. Ah, não. Espere... Não é uma pedra. Parecia que se movia. Alonguei o pescoço e me dei conta do que era: pássaros negros gigantes, parecidos com abutres, se amontoando em cima de alguma coisa.

Eles gralhavam alto e levantavam as cabeças de vez em quando. Os que partiam tinham algo grande pendurado no bico. Carne. O sangue da presa escorria pelo bico e manchava as penas brancas em volta do pescoço.

Olhei para Logan e ele parecia tão desesperado quanto eu. Seja o que fosse a coisa que estivessem comendo, definitivamente já tinha sido morto antes por outro elemento nessa história... Só restava saber o que estavam comendo. Lembrei-me dos outros destaques e de Brad que havia entrado na floresta antes de nós... Não consegui me controlar. Corri em direção às aves e comecei a espantá-las com os braços.

– Charlie, não! – Logan gritou.

Era tarde demais. Ao invés de assustá-los, eles mergulhavam contra mim no ar, batendo os bicos com força em meu crânio. Coloquei as mãos sobre a cabeça para me proteger, mas foi em vão. Os animais continuavam atacando. Gritei, esperneei e corri, mas nada adiantava. Ouvi Logan pedindo para eu não correr e manter a calma. Louco. Esqueceu que da ultima vez que fizemos isso um avião caiu?! Não tinha escapatória. As dores aumentavam cada vez mais, e os meus sentidos iam aos poucos diminuindo. Em alguns segundos, meu corpo foi ficando pesado; a visão embaçada, e a mente confusa. Apaguei.


POV Logan


– Charlie – gritei – não se mexa! Vou tentar atirar pedras neles.

Menina teimosa. Nada a fazia parar. Como teria certeza que não acertaria ela? Olhei em volta. Nada a minha disposição. Estava prestes a ir até lá, quando vi seu corpo indo em direção ao chão. Pronto. Se eu não ajudasse, os pássaros a iriam devorar, e se eu tentasse os espantar, a mim também.

Pense, Logan, pense! O que eles estavam comendo? Me joguei até a carcaça semi-comida. Meu estomago se revirou. Era um tipo de avestruz. Lhe faltava um olho na cara; o pescoço estava virado algumas vezes e as asas estavam viradas para o lado errado. Ah, sim, vamos ignorar o fato de que sua barriga estava rasgada e tripas, ossos, órgãos e coisas que eu não faço a menor idéia de como classificar estavam escorrendo para fora. Tinha que servir.

Agarrei algo esverdeado e molengo de dentro de seu interior e chacoalhei em cima da minha cabeça:

– Hey, pássaros, quem quer um pouquinho?

Não adiantou. Eles não deram a mínima. Me joguei atrás de algumas folhas altas, peguei um galho e acertei a cabeça de um deles. Por pouco não vai na menina desmaiada. Ele ficou furioso, e seus amigos também não apreciaram muito. Procuravam o culpado. Arremessei a parte-estranha-viscosa-e-gosmenta-de-pássaro-tipo-avestruz neles... Hm, vou chamar-lo de Cleb.

Ao verem o nojento órgão voador, os passaros se encheram de fúria. Com a maior força, mutilaram o pobre Cleb Aventureiro. Então, esquecendo de Charlie, voltaram ao avestruz.

Esgueirei-me até a Destaque desmaiada. Tinha diversos hematomas pelo rosto e corpo. Ela até que podia ser durona algumas vezes, mas isso seria demais para qualquer um. As aves negras estavam distraídas se alimentando de seu prato principal. Precisava carregar Charlie de volta para o acampamento. O rio ficaria para depois.

Era difícil atravessar todo nosso caminho de ida com uma garota nos braços. Ainda mais difícil quando seu machucado da perna volta a doer. Meus músculos insistiam em fraquejar, me fazendo tropeçar e cair diversas vezes.

– Logan, seu marica – Disse para mim mesmo, lembrando do treinador Eric nos dias antes de campeonatos – Vai desistir assim? Você é fraco. Sua menininha, não consegue nem atravessar um matinho.

Olhe, eu sei que soa estranho, mas veja: algumas pessoas trabalham melhor quando outras a elogiam; eu só me mexo quando alguém diz que eu não sou bom o suficiente. Cada louco com sua mania.

Tentava usar minha memória para lembrar por onde viemos, mas não conseguia. Procurava folhas amassadas e galhos derrubados, mas tudo parecia idêntico.

Encostei Charlie num tronco e me sentei, procurando amenizar a dor. Nada. Logan, para de fazer drama. Sim, sim. Vou parar. Amarrei as ataduras com mais força. Apoiei os pés no chão e fiz uma tentativa ridícula de me por de pé. Era obvio que daquela maneira não iria a lugar nenhum. Coloquei-me de quatro e ergui-me com a força dos braços. Dessa vez deu certo. Coloquei, dessa vez, a garota em minhas costas. Sorte minha que era magra. Cinco quilos a mais e eu não aguentaria.

Precisava criar algum objetivo, alguma coisa que me fizesse conseguir chegar até o avião. Qualquer coisa. Virei-me para a direção que pensava que havíamos vindo, e pensei “mais dez passos”, e dez passos eu dei. “Mas dez passos, afinal, você já fez isso antes”, “Só mais dez”, “Mais dez”. E assim, eu andei mais vinte, trinta, oitenta, cento e quarenta, quinhentos, setecentos, mil quinhentos e doze... Perdi a conta. Agora só faltava mais alguns. A pior parte já havia passado. Já podia ver a mata menos densa, e um pequeno feixe de luz à distância. Pronto. Estava quase lá.

Foi um “CREC” que me tirou as expectativas. Uma dor aguda na panturrilha, e me vi ao chão. Olhei para trás e vi um imenso galho caído. Como não havia percebido ele alí. Tentei me colocar mais uma vez de pé, mas dessa vez era impossível. Me arrastei mais um par de metros, mas não conseguia trazer Charlie comigo. Não a deixaria para trás. Sentei-me, enchi os pulmões de ar e gritei.

Socorro.

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Socorro.

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Socorro.


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Notas finais do capítulo

Help.