Help - Interativa escrita por Anne H


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oi, eu sei que eu demorei quase uma semana mais que eu pretendia, mas aconteceram alguns imprevistos e acabei no hospital :s éé...
O capítulo não ficou tão legal quanto eu queria, então estou meio decepcionada comigo mesma, mas as paredes brancas e a camisola verde não dão exatamente a inspiração que eu tava procurando... Haha
Espero que entendam! Obrigada para todos que comentaram e favoritaram até agora. Amo vocês seus lindos T3T
Chega de enrolar... Aí está!



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DIA 1

Corri como nunca antes na vida até chegar à clareira. Luke e Letícia já estavam de volta. Todos - menos Peter - estavam montando a fogueira numa tentativa falha de criar fogo.

Eles nos olharam estranho quando chegamos lá, sem fôlego.

- Oba - pronunciou-se Peter - Javali pro jantar.

- O porco pode esperar - eu disse - talvez vocês queiram ver uma coisa.

Eles nos seguiram até o ponto em que marquei as árvores. Kate, com os dedos trêmulos, apontou por entre os troncos.

Katherin soltou um gritinho, desesperado, os queixos de Luke e Letícia caíram e Peter arregalou os olhos de uma maneira que parecia que eles iam pular para fora, quando viram oito esqueletos presos por flechas no tronco mais grosso da floresta.

- Parece que não estamos sozinhos - Letícia disse

Nos aproximamos cautelosamente. As caveiras tinham roupas e armas. Todas com flechas atravessando o crânio.

Luke tocou numa das flechas:

- Isso aqui é bem primitivo

- E as pistolas estão carregadas - disse Peter, lutando para tirar a arma dos dedos de um esqueleto - esse cara segura firme hein?

Quando olhei melhor, vi que nos olhos, narinas e bocas, tinham teias de aranha prateadas, sem inseto algum preso nelas. Teias frescas.

- Acho melhor voltar à clareira - disse, com um calafrio percorrendo minha espinha, mas fui ignorada

Katherin se escondeu atrás dos meninos

- O que vamos fazer? Existem canibais nessa ilha! Eles vão nos matar. Não quero virar espetinho McQuinn.

- Calma - Luke a segurou pelos ombros - vamos achar um jeito. E não sabemos se eles são canibais mesmo...

- Verdade, Luke! E talvez esses não sejam esqueletos de verdade, e sim de porcelana -Disse Peter, irônico - E não te preocupa não, Katherin, você não viraria espetinho. Eles comeriam sua carne crua e temperariam com vermes - ele lambeu os lábios e revirou os olhos, claramente irritado - vou vasculhar os bolsos desses magrelos aí e ver se encontro alguma coisa útil. Peguem as armas

- Deixem as flechas, talvez eles guardem isso como um - Katherin exitou - troféu...

Letícia estava evidente cansada dessa conversa

- Chega de drama. Vou voltar para o acampamento. Temos que terminar antes de anoitecer.

Concordamos. Cada um ficou com duas pistolas, menos Luke, que disse que só precisava de uma. Peter pegou munição e dividiu entre ele e o outro garoto. Ainda pegamos algumas canecas que os mortos levavam consigo. Só então voltamos.

O lugar estava intacto, mas estávamos todos alertas. Conseguimos montar uma grande barraca. Ficou um pouco torta, mas dava pro gasto.

Agora só faltava a fogueira. Peter ficou dentro da barraca. Nós tentávamos com todas as nossas forças ascender o fogo, mas nada acontecia.

- Peter - Letícia gritou - você sabe fazer isso?

- Sim - ele respondeu, tranquilo

- Pode nos ajudar?

- Não

- Peter! Por favor

Nada em resposta

- Deixem comigo - Kate cochichou.

Ela se esgueirou pela entrada estreita da caverna e se deitou de lado, muito próxima ao garoto.

- Peter - ela falava baixo, com a voz manhosa - precisamos muito do fogo. Estamos famintos, e logo vai anoitecer. Será que você poderia fazer isso para nós?

Ele se virou, para poder enará-la

- Sim, claro. - ele piscou para ela

- Serio?! - estava animadíssima

- Não - ele voltou a se deitar.

Quando Kate saiu de lá, Luke se estressou. Entrou na cabana quase que destruindo tudo.

Nos aglomeramos na entrada para assistir a cena

- Peter, cara, você não pode ser tão egoísta assim numa hora dessas! Olha essas meninas. Elas tão com frio e com fome. Deixa de ser tão...

- Gente - Katherin interrompeu - acho que consegui

Ela estava apoiada sobre os joelhos e com as mãos apontando para a pequena faísca, que lentamente aumentava, queimando diante dela. Levava um sorriso orgulhoso no rosto. Não tinha como se irritar com ela.

Corri e dei um abraço nela

- Obrigada Kat!

Após isso, os meninos tiveram uma discussão silenciosa e Peter, relutante, se juntou a nós. Ele trazia uma faca na mão - pelo jeito, pegara dos esqueletos - então alcançou o porco e fincou a lâmina nele.

Meu estômago se revirou

- Alguém quer procurar água comigo? - Perguntei

Luke disse que ele e Letícia haviam encontrado um rio ali perto, e podíamos usar as canecas para pegar um pouco.

Então partimos. Luke era um cara legal. Determinado em ajudar. Nunca havia falado com ele antes, mesmo na escola, mas sempre teve essa fama.

- Sinto muito pelo seu namorado. Ainda vamos encontrar ele. Não desista - ele dosse

- Meu namo...? Ah, não! Você não está falando de Logan, está?

- Sim, o capitão do time de futebol. Ah, desculpe, vocês terminaram?

Ri

- Luke, não! Somos só amigos. Só... Amigos. - posso ter dado um intervalo um pouco grande demais nessas ultimas palavras.

Ok, a verdade é a seguinte: conheço Logan desde muito pequena, e crescemos juntos. Acho que nunca fiz parte dos "perdedores" da escola por causa dele. Já fui terrivelmente apaixonada por ele, mas isso já passou. Eu acho. Isso me irrita! Não consigo definir o que sinto por ele. Somos tão amigos. Acho que tenho medo de perder a amizade.

Depois de um tempo em silencio, Luke voltou a falar:

- Desculpa, mas não é o que o pessoal da escola diz.

- O que? - ainda estava meio submersa em pensamentos

- O rio é logo ali - ele mudou de assunto - vamos

Era pertíssimo do acampamento. Havíamos andado por apenas uns dois minutos.

Chegamos lá e, primeiro lavamos as enormes latas de cobre do jeito que conseguíamos, então enchemos elas até o topo. Estávamos prontos para voltar quando reparei em umas plantas na beira d'água:

- Olha! Não são aquelas raízes que a professora de biologia falou que são comestíveis?

- Acho que dormi nessa aula, Sam.

- Tudo bem. Vou só lavar esses aqui, e eu levo na bolsa.

Foi o que fiz.

Voltamos equilibrando os copos. Derrubamos bastante, devo admitir, mas a maior parte estava lá quando chegamos.

Nos reunimos em volta da fogueira, num círculo. Havia começado a escurecer, mas nos sentíamos seguros. Peter havia cortado o porco em fatias, e usou os ossos como uma grelha. Eles se esbaldavam com a carne, deixando "hmms" escapar de vez em quando.

Tirei as raízes da bolsa. Estava tirando o cabo delas quando Peter disse:

- Não sabia que estava querendo cometer suicídio.

Encarei ele, confusa.

- Essas raízes ai - ele apontou com o queixo - são super venenosas. Você vai morrer nos primeiros cinco segundos.

Como é que ele sabia? Destaque na botânica por acaso?

- O que é que eu como, então? - disse, enterrando os verdes na terra.

- Carne.

- Vegetariana

Ele apenas olhou trás de mim.

- Frutas.

Virei para trás. Uma árvore enorme, de tronco rugoso e escorregadio, com frutos rosados e redondos em cachos no topo. Os galhos começavam há oito metros do chão, logo onde o musgo terminava. Resumindo em poucas palavras? Passarei fome hoje.

- Não dá pra alcançar - reclamei - é muito alto e escorregadio.

Peter deu de ombros e resmungou um "não é problema meu", mas Luke se levantou e alcançou uma pedra pequena, numa brincadeira de jogar esta alto e voltar a pegar

- Talvez eu consiga derrubar - ele disse, arremessando na arvore e errando longe.

Letícia abafou um riso:

- Você joga como uma garotinha! Observe a mestra - ela pegou outra pedra, menor que a de Luke, e jogou na arvore, acertando exatamente o centro da fruta, perfurando, deixando um buraquinho e fazendo um barulho engraçado.

Rimos alto. Um pouca alto demais, eu diria. Letícia corou e pôs as mãos no rosto, logo levantando o queixo e concluindo:

- Viu? É assim que se faz! - ela virou-se para Luke com os braços cruzados e cara de deboche.

- Tá certo - ele riu mais um pouco antes de dar uma nova tentativa, dessa vez, acertando em cheio um dos cachos, que começou a cair, mas Luke se levantou com uma agilidade assustadora e correu até debaixo da árvore, estendendo os braços e agarrando as frutas (Não nesse sentido, seu leitor pervertido). Então ele se sentou ao meu lado e me entregou meu jantar, olhando fundo nos meus olhos. Luke tratava todo mundo assim, e eu, como sou extremamente envergonhada, não posso fazer nada se não ficar vermelha como um polaco no sol - olha que comparação meiga a minha.

- Obrigada - disse, tentando evitar olhar para ele.

Ok, não sei de quem foi a ideia de só aceitar gente bonita nessa excursão, mas, quem quer que seja: obrigada! Você é meu ídolo!

As frutas eram muito boas, na verdade. Eram doces, e um pouco azedas no final. Comemos, rimos e contamos histórias até começar a esfriar, então entramos na cabana, e Peter enterrou a carcaça do porco.

Tivemos um pouco de problemas nesse ponto. Seis adolescentes cansados e suados - com a exceção de Katherin, que por algum acaso místico nunca suava - tendo que dividir uma micro barraca. Estava frio, e não tínhamos nenhum tipo de proteção, nem mesmo um casaco extra.

- Devíamos ter pego as roupas dos esqueletos - Kate comentou

- Foi mal, mas eu não vou usar roupa de gente morta - Peter disse

- Gente, acabei de lembrar... E os nativos primitivos? - Katherin perguntou.

Me arrepiei inteira. Um medo tomou conta de mim e comecei a tremer.

- O-o-o-ok - gaguejei- isso é um problema.

Nós nos entreolhamos, num silêncio aterrorizador, até que Luke disse:

- Vamos nos alternar para ficar de guarda. Eu vou primeiro. - Carregou a arma e saiu da cabana

Nós concordamos que Luke acordaria alguém quando estivesse cansado. Então nos organizamos para dormir. Peter se isolou num canto, ocupando o espaço de dois. Conversei com as meninas e concordamos que calor humano seria uma boa ideia, então, nos dividimos em duas duplas e deitamos com as costas encostadas.

Letícia deixou bem claro que não dormiria perto de Katherin, então se juntou com Kate, e eu com McQuinn.

Elas pareceram pegar no sono em dois instantes, mas eu não conseguia pregar os olhos.

É... Seria uma longa noite.


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Notas finais do capítulo

Aaaah, mais uma coisinha: acho que vou fazer só mais um POV da Sam e aí vou para o Logan e a trazeira do avião.
Alguém quer me mandar umas fichas masculinas? Preciso delas pra voltar pro Logan :s
O que estão achando até agora? Já tem personagens preferidos? Algum ship?
Nunca sei como terminar essas notas...
*bye*