"Só ri de uma cicatriz quem nunca foi ferido."

(Romeu e Julieta)

POV Jake

Segunda-feira... se existisse dia pior do que esse eu ainda não havia sido informado, levantei ainda grogue e me coloquei debaixo do chuveiro, meu fim de semana havia sido bem animado, sai com Embry e Paul para uma boate no sábado e domingo almoçamos na casa da tia Sue e mais uma vez não conheci a nova garota da turma, como Embry brincava, ela havia saído com Li, Claire e Leah para conhecer a cidade e pelo tanto de sacolas que Leah trouxe para casa resolveram estender o tour também por todas as lojas.

Terminei meu banho e fui para a cozinha preparar meu café e de Leah e assim que ela chegou já de uniforme trocado tomamos nosso café, a coloquei na van e segui para a faculdade, mas desejando ardentemente minha cama.

_Ei Jake – olhei para trás e Embry vinha junto com Paul e Quill.

_Ei pessoal – os cumprimentei e seguimos para a aula, como teríamos montagem e manutenção colocamos os macacões e entramos na oficina onde era realizado nossa aula.

_Jake tava pensando em fazermos algo esse fim de semana, sei lá uma fogueira, conta historias antigas e essas coisas – Embry propôs, achei bem legal a ideia e concordei, combinamos de acertar sobre isso na hora do almoço e voltamos a fazer nosso estudo no motor há nossa frente.

***

_Cara eu cansei – Paul reclamou, estávamos indo há caminho da cafeteria, nossa aula de manutenção havia sido puxada e ainda enfrentamos mais uma aula de desenho técnico muito chata, às vezes era ruim essas aulas por que como mexíamos com isso todo o dia tínhamos que saber tudo, mas bem estávamos na faculdade para aprender e não para reclamar.

Nos sentamos e pedimos os lanches, combinamos sobre fazer a fogueira que Embry tinha dado ideia e deixamos acertado de fazermos no sitio da família do Paul, eu estava começando a ficar incomodando sentindo um aperto estranho e imediatamente pensei em Leah, avisei aos meninos que voltava logo e fui ate algumas arvores que tinham ao lado da cafeteria.

_Elementary Dublin School – ouvi a voz da secretaria do colégio de Leah.

_Bom dia, aqui é Jacob Black sou responsável pela aluna Leah Black só gostaria de saber se esta tudo bem com ela? – perguntei me sentando debaixo da arvore passando a mão sobre o cabelo nervoso.

_Bom dia Senhor Black, a aluna Leah esta em sala de aula, mas esta bem, algum problema? O senhor gostaria de falar com ela?

_Não, esta tudo bem, só queria me certificar – falei nervoso, me despedi da secretaria coloquei o celular no bolso novamente, a sensação ainda permanecia me deixando estranho, permaneci sentado e me lembrei do sonho que havia invadido meus sonhos esta noite.

Sonho On

_Acha que um dia vamos ficar juntos sem ninguém tentar nos impedir? – perguntou se recostando em meu peito, estávamos numa campina afastada do vilarejo.

_Tenho certeza, quero poder criar nossos filhos sem ter que temer ninguém – responde com toda certeza de meu coração, mesmo sabendo o quanto seria difícil.

_Nossos filhos serão perfeitos – falou me fazendo sorrir a apertei ainda mais em mim, minha vontade era de tê-la ali para sempre sem nunca poder lhe soltar, pois ali em meus braços sabia que poderia protege - lá.

_Serão perfeitos como você – responde e ela virou a cabeça em minha direção, dando beijos por toda minha face me fazendo sorrir, nosso amor era algo sem explicação e tão visível que somente um louco como seu pai acharia que eu estava a enganando.

Sonho OFF

Se eu um dia tivesse a chance de fazer um pedido em toda minha vida, pediria apenas para conhece - lá, em cada sonho algo dentro de mim parecia querer explodir, aquilo na poderia ser somente minha imaginação ate por que eu nunca havia gostado de filmes de romance e muito menos havia lido livros sobre esse tema, o máximo que eu conseguia era ler as revistas de atualidade de carros e nada mais, como Seth dizia podia ate ser um sonho apenas, mas eu sabia que tinha algo, lembro-me de mamãe dizer que todo sonho seja ele bom ou ruim era a mensagem de algo, mas eu não entendia meus sonhos então eram que tipo de mensagens? Ate por que eu simplesmente não os conseguia entender, fui tirado de meus devaneios quando ouvi um grito de longe olhei para o lado e vi a moça sendo erguida pelo namorado enquanto gargalhava, sorri me lembrando de uns dos sonhos a qual que fazia isso, balancei a cabeça negando, comecei a me levantar já que o lugar estava ficando vazio e pelo jeito eu havia perdido boa parte da aula, antes que eu pudesse me levantar por completo, senti todo meu corpo travar e fui obrigado a me sentar novamente, minha pernas ficaram bambas e meu coração parecia que sairia de meu peito pela velocidade pelo que batia, não era possível o que eu via a minha frente, era ela não havia como não ser, seus olhos não saiam de mim conforme se aproximava, parou em uma distancia de mim enquanto continuava a me encarar, eu estava sem reação, como era possível? Não era um sonho? Então como por Deus ela estava ali me olhando com os olhos marejados e com a mão sobre o peito? Levantei-me rapidamente, mas sem desviar o olhar temia que se até mesmo piscasse ela sumisse, a vi recuar quando me aproximei mais um pouco e me senti mal parando há uma distancia segura dela, ficamos nos encarando por um momento quando a vi colocar a mão no estômago fazendo uma careta de dor, seus olhos se fixaram aos meus novamente e de repente estava ao seu lado impedindo que caísse, me senti quase em desespero quando vi que ela havia desmaiado.

_Nessie – olhei para o lado quando ouvi a voz de Liane – Jake o que aconteceu? – perguntou nervosa.

_Não sei Li, você a conhece? – perguntei em choque.

_Claro, é ela a aluna que esta fazendo intercambio e que esta lá em casa – respondeu tudo rapidamente me deixando sem palavras, vi dois rapazes se aproximarem e apertei seu corpo junto ao meu.

_Ei cara somos da medicina deixe vê-la – um deles pediu e eu assenti, o vi pegar em seu pulso e depois abrir seus olhos a verificando – Ela esta bem, deve ter sido a pressão a leve na enfermaria e peça eles para examinarem-na melhor – o cara disse se levantando e eu assenti, passei o braço pelas pernas dela e me levantei vi Liane juntar as coisas dela pelo chão eu nem as havia percebido.

_Jake você a conhece? – perguntou enquanto me seguia, estávamos indo para a enfermaria.

_Sim, bem que dizer não – falei rapidamente vendo sua cara confusa – um dia eu te explico Li – falei ainda mais nervoso,  antes que chegássemos a enfermaria a senti mexer em meus braços e parei seus olhos se abriram lentamente e se fixaram aos meus, as lagrimas começaram a descer livremente por eles fazendo meu peito se apertar.

_Nessie você esta bem? – Liane perguntou ao nosso lado e sua voz transmitia nervosismo.

_Estou – ela sussurrou sem desviar os olhos de mim.

_Graças a Deus – Li respondeu sem realmente perceber nosso olhar.

_Li busca meu carro no estacionamento, por favor, vou levar sua amiga embora – falei a primeira coisa que me veio a cabeça, eu precisava ficar a sós com ela.

_Mas Jake...

_As chaves estão com Seth – falei e ela saiu rápido, olhei novamente para ela e me senti sem rumo – Você esta bem? – perguntei e ela assentiu e fez de sair de meu colo, mesmo a contra gosto a desci devagar e quando vi que estava firme me afastei sem retirar as mãos de sua cintura, estar com ela em meus braços era o certo não tinha como não ser, eu nunca havia sentido tal paz como agora – Como é possível? – as palavras fluíram de minha boca sem controle algum - por favor, não fuja de mim – me vi pedir com um aperto no peito ao senti-la tentar se afastar, sua face que antes estava nervosa, passou para angustiada e de repente a senti se aproximar novamente.

_Desculpe – pediu baixo me olhando, não resiste ao impulso e passei a mão por seu rosto sentindo a maciez em sua pele, a vi fechar os olhos em deleite por meu carinho e sorri – eu te conheço – suas palavras saíram devagar conforme seus olhos se abriam – mas não sei mais se é um sonho ou realidade.

_Você também sonha? – perguntei rapidamente assim que suas palavras chegaram aos meus ouvidos.

_Desde meus 14 anos – falou e me olhou – era você em todos eles – sua mão foi para meu rosto e foi minha vez de me deleitar com seus carinhos.

_Eu nem sei o que dizer – falei perdido.

_Como se chama? – perguntou.

 _Jacob – responde – ouvi Liane te chamar de Nessie é teu nome ou apelido?

_Apelido, me chamo Renesmee – respondeu e sorriu, um sorriso ainda mais belo do que em meus sonhos.

_Eu não sei como Nessie, mas sinto que te conheço pela vida toda – confessei.

_Eu também sinto isso – me afastei um pouco lhe olhando e sorri antes que pudesse dizer algo ouvir um carro parar e me olhei para o lado, Liane e Seth desceram do carro acompanhados de um Embry bem nervoso, os três pararam ao nosso lado e começaram a enchera Nessie de perguntas, se estava bem, se queria ir a enfermaria e algumas outras coisas, ela negou dizendo estar bem e sorriu os acalmando.

_Bem vejo que conheceu o Jake – Seth disse risonho após ver que ela estava realmente bem.

_Sim conheci – respondeu me olhando.

_Bem Nessie vamos, precisamos te deixar em casa você deve recuperar um pouco – Liane disse e começou a guiá-la para meu carro, parei Seth pondo a mão em seu peito e ele me olhou confuso, assim que Embry, Li e ela estavam já próximas ao carro me virei para ele, desviando pela primeira vez meus olhos dela.

_É ela Seth – falei e ele me olhou ainda confuso – os sonhos Seth é ela – falei e vi a compreensão passar por seu rosto assim como o choque.

_Você ta de brincadeira – falou me deixando com raiva.

_Você acha mesmo que eu ia mentir sobre isso?  - perguntei e ele negou.

_Desculpe Jake, mas cara isso é louco – falou olhando para o carro onde eles já nos esperavam – Jake e agora? – perguntou apreensivo e ainda confuso.

_Não sei Seth, eu nunca entende o porquê dos sonhos e agora a tenho aqui? Não sei nem o que pensar ou fazer – confessei me sentindo perdido, como era possível alguém poder sentir tantos sentimentos de uma única vez? Eu me sentia feliz, com medo, eufórico, mas confuso e muita coisa mais.

_Cara eu também não sei nem o que pensar – Vi Liane nos fazer sinal e seguimos para o carro.

_Preciso falar com ela sozinhos, mas a Li não a vai deixar por um minuto agora dê um jeito preciso muito disso – pedi a Seth e ele assentiu.

_Jake você dirigi – me entregou as chaves e entrou ao lado de Nessie no banco traseiro, fui para o motorista e liguei o carro, Seth foi ao meu lado ainda pensativo ou em choque talvez, sai com o carro e dirigi para a casa de Li, olhava algumas vezes pelo retrovisor para ela e a todo momento nosso olhar se encontrava me deixando estranho.

_Droga – olhei para Li quando parei o carro em frente a sua casa.

_O que foi amor? – Seth perguntou a olhando.

_Esqueci tenho que ir pro serviço hoje – falou nervosa e olhou para Nessie – você se importa de ficar na casa da tia Sue?

_Tudo bem Li não se preocupe comigo eu fico aqui sem problemas não quero dar trabalho pra ninguém – respondeu baixando os olhos envergonhados.

_De jeito algum, mamãe não se importa Rê – Seth respondeu e ela – Vamos Jake nos deixe lá – assenti e sorri vendo ela me olhar com o semblante corado.

Assim que estacionei, Embry desceu e a levou pra dentro com Liane.

_Cara inventa alguma coisa pra ficar aqui e me entrega as chaves eu e os meninos cuidamos da oficina – Seth falou parado ao meu lado.

_Esta certo eu vou em casa rápido e você diz a Li e ao Embry alguma coisa ai, assim que vocês saírem eu volto e tiro ela da supervisão da Tia Sue – falei e ele assentiu, entreguei as chaves a ele e segui para casa, não era longe apenas uns 15 minutos, me sentia longe quase que em outro mundo, os olhos dela agora apareciam a minha frente a cada piscar de olhos, seu cheiro em mim parecia ter se impregnado, cheguei em casa e segui para o quarto e me joguei na cama, lembrando de sua voz, seu sorriso, tudo nela era atrativo como se fosse um imã me puxando em sua direção, tê-la em meus braços me passava uma sensação de paz como se agora sim eu pudesse ser feliz, levantei nervoso sentindo meu coração bater descompassado, eu não podia saber o que sentia mas era forte e assustador, eu sabia que aqueles sonhos não eram falsos mas também nuca cogitei a hipótese de que a veria e a teria para mim assim tão perto, o sonho em que a perdia em meus braços veio com força total me fazendo cambalear segurei firme na parede sentindo minha cabeça latejar, como se fosse explodir.

Lembranças ON

_Você seu bastardo, ira pagar por trazer tal desonra a minha família – a Voz de seu pai soou alto pela floresta, senti meu peito apertar ao ver a arma em sua mão, sabia que havia chegado meu fim, ouvi o barulho e o grito de seu pai - Não – e quando a olhei estava ali sangrando há minha frente.

_NAOOOO... – gritei sentindo uma dor inexplicável em meu peito, os homens me soltaram tamanha a força que fiz a peguei em meus braços e coloquei a mão em seu rosto – fica comigo, por favor, meu amor não me deixe, você é forte agüenta firme vamos conseguir, Eu te amo.

_Eu também lhe amo – sua voz estava fraca, a vi subir a mão lentamente ate mim e a repousou em meu rosto, coloquei a mão sobre a dela – viva...por mim...não deixe nosso...amor morrer – falou fracamente e as lagrimas desciam por seu lindo rosto, ela virou a cabeça de lado e ao seguir seu olhar vi seu pai ajoelhado chorando – na...não...faça...nada a ele- pediu e começou a tossir o sangue escorreu por sua boca me deixando ainda mais louco, seu olhos me fitaram novamente e esta foi a ultima vez que pude ver o amor transmitido neles.

_Não... não me deixe – a sacode e então o grito de meu coração ecoou, ouvi ao longe o sussurro dos homens de seu pai mas nada mais me importavam, apertei seu corpo contra o meu e toquei levemente seus lábios pela ultima vez sentindo toda sua maciez e nem mesmo o gosto de sangue pode impedir que eu a sentisse por um ultimo momento.

Lembranças OFF

Arfei segurando firme a cabeça, me sentindo zonzo, as imagens invadiam minha mente como raio, mas ali vi o quanto tudo era verdade só não conseguia saber que verdade era.

Sai de casa rapidamente e fui ate a casa de tia Sue, vi que meu carro já não estava mais por ali e agradeci a Seth por isso, entrei e tudo estava bem silencioso. Coloquei meu celular na mesinha e segui para o interior. Será que ela havia saído? Não, eu podia não saber como, mas eu a sentia perto a procurei pelos cômodos superiores, cozinha e sala e nenhum sinal ate que segui ate a varanda e sorri, lá estava ela, com os olhos mirando o céu e um sorriso fraco no rosto, mas os olhos vermelhos denunciando que havia chorado ainda mais me aproximei devagar, mas parei ao ter seus olhos sobre mim.

_Desculpe não queria te assustar – falei e ela sorriu fraco.

_Senti você assim que entrou – respondeu me deixando estranho, ela sentia o mesmo que eu? – Não sei como, mas eu o senti próximo – olhei em seus olhos e sorri vendo que nem em meus sonhos ela parecia tão linda como ali a minha frente, mas as lembranças das ultimas imagens me fizeram estremecer, eu podia não entender, mas sabia que se eu a perdesse não teria mais nada para ser feliz.

_Eu nem sei o que dizer – responde me aproximando e ela assentiu voltando a olhar novamente o céu.

_Eu sonhava com você desde nova, mas não sei por que, é como se agora tudo estivesse certo – divagou e depois me olhou com um sorriso fraco e os olhos marejados – estou com dor de cabeça se importa se entrarmos? – perguntou e eu neguei preocupado.

_Quer algum remédio? Tia Sue tem alguns na cozinha, qual você costumar tomar? – perguntei assim que entramos.

_Qualquer um que seja pra dor muscular, não é só minha cabeça que dói – respondeu me fazendo a olhar mais atentamente.

_Talvez seja melhor levá-la ao hospital – falei passando a mão no cabelo nervoso – aonde mais dói? – perguntei e ela sorriu nervosa.

_Meu estomago – respondeu colocando a mão sobre a barriga.

_Um anti-acido não é melhor? Talvez tenha comido algo que lhe fez mal – falei seguindo ate a cozinha, a senti me seguir, peguei a caixinha com os remédios e retirei um anti-acido e um comprimido para dor lhe entregando.

_Só o comprimido – respondeu o tomando com um gole d’água.

_Mas e seu estomago?

_Anti-acido não ajuda – respondeu e levantou um pouco a blusa, ofeguei vendo uma marca que parecia ser de nascença, mas as imagens dela recebendo um tiro fizeram me firmar na bancada – Você esta bem? – perguntou nervosa.

_Eu... – parei ainda olhando para sua barriga me sentindo gelar por inteiro, se aquilo era real, Deus me permitisse entender tudo logo, pois me sentia totalmente perdido numa dor sem igual- é a mesma marca – afirmei e vi a compreensão passar por seus olhos.

_Não achei que sonhasse com isso também – falou com a voz baixa, me aproximei dela e não resiste ao impulso de lhe puxar para meus braços, a senti colocar os braços em minha cintura e sorri fracamente afundando meu rosto em seu pescoço enquanto ela mantinha o rosto no meu.

_Não sei o que é isso tudo, mas te ter longe de mim não será aceitável nunca mais – falei e inalei todo seu perfume tentando guardá-lo todo para mim.

_Eu estou com medo – ouvi seu sussurrar e me afastei lentamente, coloquei as duas mãos em seu rosto e enxuguei as lagrimas que desceram por ele.

_Eu não sei como, mas eu preciso que cofie em mim, não vou te perder e nem lhe deixar acontecer nada, só confie em mim e me de um voto de confiança – falei fitando seus olhos, neles eu poderia jurar ver sua alma e nela me era transmitido tudo o que eu mais precisava, me aproximei lentamente sentindo sua respiração bater em meu rosto, escovei meus lábios sobre os seus e ao sentir seus lábios se entreabrirem não resiste ao sentir seu hálito me atingir em cheio, aprofundei o beijo e explorei toda sua boca, uma de suas mãos voaram para meus cabelos enquanto a outra permanecia em meu peito, meu coração batia descompassado e ao colocar minha mão sobre seu pescoço pude sentir seus batimentos e podia jurar que batiam em harmonia com os meus.

_Nessie querida você esta ai? – ela me empurrou ao ouvirmos a voz de Tia Sue e me olhou com os olhos assustados, antes que eu pudesse dizer algo Tia Sue entrou sorrindo – Oh Jacob querido não sabia que você estava ai – disse vindo me abraçar, a vi olhar para mim e Nessie com o semblante diferente e um sorriso discreto brotar em seus lábios – Bem ainda bem que esta aqui, assim poderá me ajudar nos biscoitos que tanto ama – falou e me puxou em direção ao balcão entregando um pacote de farinha – Nessie querida você pode pegar uma sacola que eu deixei no carro? – ela pediu e entregou as chaves a Nessie assim que ela concordou assentindo, ela saiu rapidamente me fazendo resmungar – Preste atenção Jacob – tia Sue chamou minha atenção sua voz estava aflita o que me deixou alerta – não sei o que se passa em sua cabecinha, mas espero que desta vez possa ser tudo certo.

_Tia não estou te entendendo – falei confuso, como assim dessa vez dar tudo certo.

_O que precisa saber Jacob é que nem sempre somos agraciados com uma segunda chance e que talvez os sentimentos possam ser diferentes nessa nova oportunidade – pensei em falar algo, mas ouvimos passos e logo em seguida a voz de tio Harry.

_Ei garoto esta melhor? – perguntou me olhando preocupado – Seth disse que estava com dores de cabeça.

_Ah sim tio estou um pouco melhor minha cabeça doe um pouco, mas estou bem – falei de certa maneira não era mentira minha cabeça estava doendo desde que as lembranças me assaltaram.

_Bem eu vim rápido aqui só buscar algumas notas e já volto pra oficina, você vem comigo? – assenti e ele sorriu saindo – Ei menina e você esta melhor? – o vi parado enquanto ela estava ao seu lado e sorriu assentido – vocês jovens estão muito fracos ultimamente é você perdendo a consciência e Jacob sentindo dor, precisam tomar vitaminas – saiu resmungando enquanto tia Sue ria o chamando de velho resmungam, meus olhos estavam nela que agora me fitava estranho.

_Você esta com dor? Talvez fosse melhor se sentar – falou chegando perto de mim e pondo a mão em minha testa, me fazendo estremecer.

_Jacob é forte não deve ser nada – a voz de tia Sue nos tirou do transe, vi seu rosto corar rapidamente, ela colocou a sacola na mesa e começou a mexer nas coisas que tia Sue entregou para ela, ouvi tio Harry me gritando e comecei a lavar as mãos, Tia Sue saiu e algo me dizia que era para nos deixar a sós.

_Eu preciso ir – falei próximo a ela, seus olhos baixaram tristes, coloquei a mão sobre seu queixo o erguendo a mim – Não me prive deles, por favor – pedi e ela assentiu – Preciso lhe ver mais tarde, virei com Leah para cá só, por favor, esteja aqui, sei que não poderemos conversar como eu preciso, mas preciso estar perto de você, você estará aqui? – perguntei fitando seus olhos e não resiste escovando meus lábios sobre os seus levemente, aquele gesto não passou de um simples carinho, mas que ascendeu todo meu corpo.

_Tudo bem – disse e eu sorri dei um beijo em sua testa e sai antes que a pegasse no colo e fugisse com ela para bem longe onde pudéssemos ficar somente nos dois.

Segui com no carro de Tio Harry em silencio afirmei ainda estar com um pouco de dor o que o fez me deixar quieto, meus pensamento passavam como flashes as lembranças de seus lábios, as imagens que pareciam ser lembranças e pelo jeito eu poderia crer que sim, mas tinha algo me incomodando e isto era as palavras de tia Sue, como dar certo desta vez? E essa segunda chance que ela citou do que seria? Seria que ela sabia de meus sonhos? Não somente Seth sabia e mesmo assim se houvesse alguém que ele fosse dizer seria Liane e não tia Sue, mas eu lhe confiava minha vida e sabia que ele não diria nada, mas tinha que ser algo Tia Sue sempre havia sido enigmática, mas hoje ela conseguiu ser ainda mais.

_Ei moleque acorda – olhei assustado e Tia Harry riu já descendo do carro enquanto resmungava, desci trancando o carro e passei por Seth fazendo sinal que me seguisse, entrei no refeitório já que tio Harry estava no escritório e me joguei em uma das cadeiras.

_Solta – ele disse se sentando a minha frente – eu estou agoniado Jake que loucura é essa.

_Eu não sei Seth, quando eu a vi eu entrei em choque não sei foi tudo muito rápido e tenho que confessar eu estou apavorado – falei e o vi assentir.

_Mas vocês conversaram lá em casa? Antes de tudo por que diabos ela desmaiou? – perguntou e foi então que eu me atinei não ter lhe perguntado isso, a lembrança de vê-la por as mãos sobre o estomago veio como uma lâmpada, talvez ela também houvesse se lembrado de algo e por isso a dor em seu estomago.

_Acho que ela se lembrou de algo – falei e Seth olhou confuso, expliquei o que houve quando voltei sobre ela ter mostrado a marca que tinha no abdômen e por fim o beijo que fez um sorriso idiota brotar em meu rosto.

_Cara isso tudo é muito louco e você é um idiota, mal se conhecem e já sai logo atacando a menina que isso Jake você está louco – falou e eu o olhei nervoso.

_Eu não a ataquei idiota aconteceu, acha que eu ia atacar ela depois do que vem acontecendo? – perguntei bem nervoso e ele levantou as mãos em rendição, bufei me levantando e deixe o assunto pra lá, Seth compreendeu rápido e voltou pro serviço, fui ate meu armário e bate a mão no bolso para pegar o celular e colocá-lo lá dentro como de costume, senti sua falta e lembrei-me de tê-lo posto na mesinha de centro da casa da Tia Sue – Eu pego mais tarde – resmunguei e retirei minha carteira, pegando meu uniforme e o vestindo, eu podia ser o dono mas também trabalhava e muito por ali.