B.P.V
Nem acredito que já faz um ano desde que me mudei para Forks para morar com meu pai, Charlie, depois que minha mãe Esme morreu num acidente de carro quando ia me buscar na casa do Shane – meu amigo de escola que cedeu a casa para o trabalho de ciências. Ela não viu a moto na curva da Avenida Principal e seus membros inferiores ficaram presos nas ferragens. Não contarei muito sobre isso porque apesar de já ter se passado um ano, tudo ainda parece muito recente pra mim.
Charlie tinha mais dois filhos: Alice, minha irmãzinha toda delicadinha e apaixonada por azul bebê e obcecada por organização; e Emmett, o bruto da família, que quer sempre proteger os outros e não é muito de ficar em casa. Bom, na verdade, só eu sou meio caseira de nós três.
Há quatro meses, Charlie tinha conhecido uma mulher na farmácia onde ele trabalha como farmacêutico que tinha se machucado feio quando foi assaltada ali perto. Meu pai é que nem Emmett no quesito ajudar os outros e viu tudo. Ele ajudou a mulher, Renée, a fazer um curativo no braço que tinha ralado quando ela caiu no chão de tanto susto e até a trouxe para jantar um dia desses.
Renée é a madrasta mais legal que já conheci – embora até agora seja a única. Ela e um doce comigo e com meus irmãos, uma vez que também tem três filhos em casa; dois meninos, Jasper e Edward, e uma menina, Rosalie. Eu não me lembro muito bem deles, pois só os vi uma vez dentro do carro quando vieram buscar a mãe aqui em casa quando Charlie a trouxe para o jantar.
Hoje, para ‘comemorar’ meu primeiro ano em Forks, vamos todos passar um fim de semana na Praia de Sol a Pino para nos conhecermos melhor – nós os filhos. Sol a Pino é uma das minhas praias favoritas, por motivos muito especiais. Essa foi a primeira praia que eu visitei ainda com minha mãe e meu pai quando era pequena. Por pura ironia do destino, foi a ultima que minha mãe esteve antes do acontecido.
Eram 09h30min da manhã do sábado e eu estava levantando para arrumar minha mala. 09h40min tudo já estava pronto. Desci as escadas correndo para ver se meus irmãos e meu pai já estavam prontos também.
– Todos prontos? – perguntei quando cheguei embaixo
– Claro – disse Alice toda animada – Mal posso esperar para sentir o sol na minha pele!
– Eu também estou pronto – disse Emmett todo animado – Bella, você acha que vão ter ondas suficientemente grandes para surfar nessa tal praia?
– Claro.
Emmett e Alice não conheciam a praia ainda. Povo sem cultura!
– Então vamos que marquei com Renée as onze e meia e já são quase dez.
Entramos no carro e nem demorou muito já estávamos no estacionamento do hotel. Era um hotel 4 estrelas chamado ‘Sol a Pino Resort Hotel’, onde Renée e seus filhos já estavam lá.
– Olá crianças! Fizeram boa viagem? – perguntou Renée.
– Foi tudo tranqüilo. Nem pegamos muito trânsito. – disse meu pai
– Chegamos ontem à noite. Rose estava muito ansiosa para vir pegar um bronze.
Olhei para a menina albina na minha frente. É, ela precisava mesmo de uma corzinha. Fomos para a praia. Alice se engraçou para o tal de Jasper e Emmett foi na onda de Rosalie. Todos os meninos surfavam muito bem. Ficamos hospedados num apartamento com uma cama de casal e seis se solteiro. Não sei como eles conseguiram. Meu pai falou que eram quartos especiais para famílias grandes como a nossa e só tinham dois desses no hotel.
Fui para o quarto mais cedo para tomar banho. Como sempre, me troquei no banheiro mesmo porque não gosto de ficar andando de toalha pela casa. Ainda bem que tenho essa mania. Quando sai do banheiro um dos filhos de Renée – acho que se chamava Edward estava cochilando numa das camas do quarto enorme.
Não tinha reparado antes, mas ele era muito bonito. Tinha um bronzeado fraco e um cabelo cacheado de uma cor meio loiro-bronzeado. Nunca tinha visto um cabelo daquela cor que fiquei com vontade de perguntar se ele tingia.
Me aproximei para ver mais de perto e pegar meu prendedor de cabelo que estava naquela cômoda – uma vez que EU tinha escolhido aquela cama! De inicio ele não percebeu mais quando consegui, depois de muito esforço, pegar meu prendedor ele abriu os olhos todo assustado me fazendo levar um susto também. Larguei o que quer que estivesse na minha mão – já não sabia mais o que era – e fui fisgada por aquele olhar. Como o cabelo, era de um castanho intenso com uns toques dourados. Era muito lindo!
Ele percebeu que eu estava em transe e estralou os dedos na minha frente na esperança de que eu acordasse obtendo sucesso.
– Ei! Você! Tudo bem?
– Ah! Tudo sim. Desculpa, eu te acordei...
– Não, eu não estava dormindo. Só de olhos fechados. – ele disse com um riso na face.
– Eu já estou de saída. Vou deixá-lo à vontade...
– Pelo visto você tinha escolhido a mesma cama que eu – falou com meu prendedor na mão. Peguei da mão dele e agradeci.
–Você não deveria estar na praia com os outros? –perguntei
– Sim. E você também.
– O sol esta muito quente para mim agora. Ele só é bom de manhã.
– Também acho. – disse ele – você vai ficar aqui?
– Pretendia – falei meio envergonhada. Mas na verdade, para onde mais poderia ir? A praia estava muito quente e o hotel estava se preparando para o jantar.
