Eu Posso Ser Uma Traficante. Não Consegue Ver Minha Cara de Bandida?

            Estávamos há quase três dias, apenas rodando na cidade e parando em motéis que nenhuma garota da minha idade e de boa família chegaria perto. Scott se comunicava com papai e às vezes eu falava com mamãe, nada com mais de cinco minutos. Eles estavam sendo constantemente parados por blits e eu precisava não passar por isso.

            Eu já estava tão acostumada com essa vida bandida que me via entrando no quarto do motel normalmente abrindo a tv e procurando por alguma coisa. As janelas sempre ficavam fechadas e por puro instinto, eu estava sempre olhando para fora. Meus traços se tornaram um pouco duros, isso se devia ao fato de eu não querer ficar rindo todo o momento.

            Scott como eu estava se habituando á essa vida. Ele recebia mensagens claras do papai, Josh já tinha chegado com Jackson no lugar que devíamos chegar, mas nós ainda estávamos muito longe pelo que Scott me disse.

            - Preciso ir numa lojinha. – Falei para Scott, ele brincou não se importando.

            - Amor, ali tem camisinha... – Eu não controlei e ri um pouco, ele me perguntou agora serio. - O que você quer?

            - Eu quero sei lá, um par de óculos escuros, um pote de sorvete e gelatinas. – Falei com cara de criança pidona, ele abriu um sorriso de quem está perdendo a batalha e disse.

            - Quando eu for colocar gasolina na moto eu compro. Porque acho que a mulher acharia estranho eu sair agora e voltar com uns óculos escuros, um pote de sorvete e gelatinas. – Falou deitando na cama, eu tinha que dormir, e sabia que quando estivesse acordando ele traria tudo. Então fechei os olhos indo dormir.

            Mais alguns dias e nos encontraríamos com meus pais, e rumaríamos para a minha nova casa, pelo menos o meu esconderijo. Sinceramente eu entendia que meus pais não quisesse que eu fosse, mas era exagerado o que eles estava propondo, talvés eu nem passasse pela primeira prova. Eles não pensavam desse modo.

            Voltamos à estrada algumas horas depois, fazíamos o contrario de qualquer pessoa, dormíamos na parte da tarde e viajávamos de noite e de manhã, parando sempre em um lugar onde Scott pudesse colocar novamente gasolina.

            De óculos escuros, comendo gelatina ele me levava pela estrada onde tinha varias inscrições, eu já tinha estado na BR-116, BR-040, e ainda não fazia ideia de onde estávamos indo, eu apenas sabia que Scott estava circulando comigo.