A Filha Dos Mundos escrita por Devill666


Capítulo 25
O começo de uma nova vida




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O palácio era ainda mais belo por dentro, com paredes de pedra branca e chão de coloridos e alegres vitrais. A luz atravessava-os, projectando as cores nas paredes e no tecto. As janelas eram grandes e perfeitamente transparentes e apenas aquelas que davam para os quartos tinham cortinas. O palácio possuía ainda várias estátuas altas e majestosas de Youkais, de Elfos e Fadas, e lindos quadros de reis, rainhas, belas damas, corajosos cavaleiros e soberbas paisagens. E entre esses quadros encontrava-se o retrato do pai, vestido de castanho e vermelho escuro, com a mesma expressão afectuosa e sincera que ela sempre conhecera. E pro toda a parte viam-se árvores que roçavam as paredes do palácio e os telhados das casas e enchiam de um maravilhoso e harmonioso verde aquela cidade de pedra branca.

Mas para além dos Youkais, dos Elfos e das Fadas existiam outras criaturas em Omnirion e principalmente no palácio: Gnomos e Duendes.

Os Gnomos eram criaturas feias com cerca de um metro de altura, de grandes e largas orelhas pontiagudas, olhos pequeninos e geralmente castanhos, caneça ligeiramente achatada, pouco cabelo e pequenos dentes cónicos e aguçados. Mas eram, como ela depressa aprendeu, muito espertos.

Controlavam a entrada e a saída de todo o tipo de bens. Segundo Raiden, eles sabiam exactamente quantas couves, cenouras, tomates, grãos de arroz, barris de vinho, sacos de trigo, peixes fumados e muitas outras coisas, havia em Omnirion. E conheciam, precisamente, o numero de pedras preciosas e a quantidade de metais, como o ouro, a prata e mesmo o ferro, que existiam no palácio. Tinham um carinho especial por esses metais, que reflectiam a luz de uma forma estranhamente sedutora e cortavam a carne do inimigos do Povo da luz. Eram carrancudos e maldispostos, mas repartiam tudo pelo o povo de Omnirion de forma justa e perfeitamente igual. Saya não comia mais do que o elfo que vivia entre as árvores, numa casa de madeira antes de começar a grande clareira, e que todos os dias arranjava o seu quintal com amor enquanto entoava, numa voz clara e límpida como o som das águas do Enyel, palavras que faziam a terra germinar. Porque é assim que os Elfos lidam com a natureza. Quando querem que ela cresça, pedem-lho através de canções e a Natureza, encantada, cresce.

Os Duendes eram muito parecidos com os Elfos e os Youkais, mas não tinham mais de trinta centímetros de altura. Podiam voar e, quando necessário, eram extramamente velozes. Eram eles que levavam os recados até Brumívium e algumas cartas urgentes. Tinham um ar mais cordial que os Gnomos e eram infinitamente mais belos. No entanto, a sua sabedoria não era grande. Gostavam de beber golinhos de vinho, comer doces, cantar e dançar pelos céus, principalmente nas noites em que as estrelas brilhavam. Gostavam muitos dos Elfos, dos Youkais e das Fadas, mas detestavam os Gnomos com as suas caras feias e modos grosseiros. Assustavam-se muito facilmente, o que por vezes os podia matar. Eram um povo alegre, a quem as desgraças do Mundo não interessavam e que não suportava a escuridão que Naraku arrastava como um manto atrás de si. Esta era-lhes mortal.

O quarto de Saya era grande e agradável, todo em tons de verde e ouro. Tinha mobílias de madeira escura, minuciosa e esplendidamente trabalhada. Havia uma grande cama de casal com um dossel dourado que duas serenas estátuas de fadas, de asas abertas, seguravam. A colcha da cama era igualmente dourada e diversas folhas presas a curvilíneos caules estavam ricamente bordadas com um fio de um brilhante verde esmeralda. Nas fronhas brancas das almofadas repousavam três folhas de carvalho, bordados a ouro. Também a escrivaninha, o toucador, o armário, a mesa onde se podiam tomar refeições e a estante de livros com bonitas encadernações tinham pintados, a verde e ouro, motivos relacionados com a Natureza. O quarto possuía o requinte de um quarto real. Duas grandes portas de vidro. cobertas por cortinas verdes e coroadas por um vitral nos mesmos tons do resto do quarto, abriam para uma grande e magnifica sacada de pedra da qual se conseguia uma vista fabulosa de Omnirion. As folhas de uma grande e velha árvore caíam por cima dela, criando um fresco e acolhedor refúgio onde repousava um elegante e comprido banco, ideal para se sentar a ler, um hábito que herdou da sua mãe.

E foi assim, nestas magníficas instalações, cuidadosa e longamente preparadas para ela, que Saya ficou a viver. Mais tarde ficou a saber que o seu quarto, em tempos atrás, fora dos seus pais.


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