Viciante Morte - THALICO escrita por Caroline Tarquinio


Capítulo 4
Sweet Broken Vow


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa :D nunca posto notas mas por favor deixem reviews ou morrerei ♥ e obrigada por lerem. Esse é o penúltimo capitulo. Espero que gostem o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/329897/chapter/4

--Thalia, tá acontecendo alguma coisa? – perguntou Nico com a testa franzida e eu percebi que estava completamente paralisada, olhando pra ele atônita.

-- Aham – disse eu tentando desviar o olhar – acho melhor voltarmos a dormir, o colar obviamente não funciona e eu estou cansada.

-- Thalia espera aí... – ele disse segurando meu braço e percebi que apesar de magro ele era muito forte – eu sei que o colar funciona, e eu sei porque apontou pra mim.

Fiquei sem reação, por essa eu não esperava, como pelo raio Nico sabia de tudo?

-- Olha Nico, eu to cansada e com muito sono e não sei do que você está falando temos que dormir, amanhã será um dia cansativo.

Ele suspirou como se não conseguisse acreditar que eu ainda tentava negar e depois olhou nos meus olhos e eu me senti vulnerável. Porque eu era. Nico sugava todas as minhas forças. Quando eu estava com Luke eu resistia ao máximo a qualquer tipo de intimidade ou romance ou até sentimentos mais intensos. Mas com Nico era diferente, ele não precisava fazer nada e eu queria abaixar a guarda e deixá-lo entrar. Me apaixonar por Nico era como uma queda livre mas eu nem mesmo me sentia caindo.

Nico chegou mais perto e eu tentei me afastar mas ele me segurou. Passou a mão pela minha cintura e acariciou meu rosto, fechei os olhos, ele chegou mais perto e eu pude sentir sua respiração. Seus lábios estavam a milímetros do meu e eu lutava com todas as minhas forças para não selá-los de uma vez. Eu fiz um voto, pensei. Sem meninos, ou Lady Artémis me expulsaria das caçadoras. A mão de Nico segurou meu cabelo e ele soltou o ar. Ele ia me beijar, e isso era tudo o que eu mais queria que acontecesse. Mas eu não podia deixar ou eu jamais poderia resistir. Lutando contra mim mesma eu me afastei.

-- Thalia – disse ele em súplica – fica comigo, por favor.

Porque ele precisava fazer isso? Se ele dissesse mais alguma coisa eu enlouqueceria.

-- Boa noite – eu disse segurando as lágrimas e fui deitar.

Nico se deitou no sofá e suspirou. Depois de alguns momentos tensos, nós finalmente adormecemos.

Antes que o sol nascesse completamente, acordamos e Nico me tratou normalmente. Tomamos café da manhã e pagamos a conta.

Quando saímos começamos pela floresta. Com a minha experiência com buscas e missões eu sabia que na floresta estavam as respostas, e também os monstros.

Foi então que vi o cervo de Artemis. Ele só aparecia quando ela precisava de ajuda em uma missão muito especial e aparecera agora, justamente em uma missão onde não sabíamos o que procurávamos.

-- Nico – sussurrei – Nico, olha.

-- O cervo de Artémis. O que ele faz aqui?

-- Não sei – eu disse – mas temos que segui-lo.

-- Thalia, isso pode ser uma armadilha, tem certeza? – ele perguntou curioso.

-- Nico, eu só vi o cervo uma vez e você também estava lá, mas tenho certeza de que é ele. Vamos. – segurei em sua mão lutando pra conseguir andar e o guiei para dentro da floresta seguindo o cervo.

Chegamos a um lugar onde não haviam árvores, era um espaço vazio como uma arena, com o chão coberto de neve e perto de um penhasco. Quase caindo do penhasco estava uma gaiola, enorme e de um prata meio dourado. Dentro dela estava Artemis.

-- Thalia, rápido, tire-me daqui – disse ela com urgência.

-- Lady Artémis, o que aconteceu? Quem a prendeu aqui? – perguntei desesperada.

-- Foi Selene. – ela respondeu e pela primeira vez senti preocupação na sua voz.

-- Selene? A antiga deusa da lua? Pensei que ela estivesse extinta – disse Nico.

-- Ela está... bem, estava... – respondeu Artémis – Selene se reergueu e agora quer seu posto de deusa da lua de novo.

-- Minha Senhora, diga-me o que fazer pra impedir que isto aconteça – disse eu.

-- Não há nada que você possa fazer minha querida – disse uma voz glacial atrás de nós e Nico e eu nos viramos, mas não antes de vermos a expressão de ódio atingir o rosto de Artémis.

Em nossa frente estava parada uma mulher linda, sua pele era de um dourado claro, quase prata e seu cabelo era de um tom de castanho jamais visto por nenhum deus ou semideus ou qualquer outra criatura existente. Os olhos dela refletiam o céu estrelado à noite, órbitas negras enquanto luzes dançavam dentro deles, como estrelas em uma dança esplendorosa. Atrás dela pequenas criaturas parecidas com anões mas com pele negra e viscosa formavam um exercito pronto para lutar.

Ergui Aegis, meu escudo com o rosto da Medusa esculpido e Nico ergueu sua espada de ferro estígio. Todas as criaturas se encolheram em pânico com a visão de nossas armas mas logo se recuperaram do choque e se colocaram a postos. Haviam dezenas delas, muito mais do que Nico e eu poderíamos derrotar corpo a corpo e nessa hora agradeci aos deuses por ter meus poderes.  Nico e eu avançamos e Selene se moveu para junto do lugar onde Artémis era mantida em cativeiro. As criaturas lutavam muito bem mas suas pernas  e braços curtos e falta de poderes davam a Nico e eu uma grande vantagem. Eu convoquei raios e pulverizei muitos dos tais anões enquanto Nico apenas erguia suas mãos e os bichos se explodiam e se transformavam em pó. Algo me dizia que Nico poderia fazer aquilo com semideuses também e secretamente desejei ser filha de Hades também. Senti um corte na lateral de meu tronco e percebi que havia me distraído por tempo demais e uma das criaturas havia me atingido. Eu começara a perder sangue e isso não era bom. Nico olhou para mim e seus olhos se encheram de fúria, ele era assustador. Ele ergueu as duas mãos e todos os anões se transformaram em pó. Ele correu direto em minha direção e me amparou antes que eu caísse. Olhei na direção de Selene e ela disse:

-- Lamento crianças, amanhã assumirei minha verdadeira forma e a lua será engolida, Artémis finalmente padecerá nas dores do Tártaro. – e se foi, levando Artémis junto.

Nico e eu nos entreolhamos preocupados. Amanhã Artemis seria destruída e ela era a cola que mantinha o Olimpo junto. Consequências desastrosas para os grandes, isso era o que dizia a profecia e agora eu estava começando a entender o porque. Me senti fraca e meu corpo fraquejou. Nico me segurou e me levou para uma caverna. Não tínhamos dinheiro para mais uma noite no hotel e uma tempestade de neve se aproximava. A caverna era mais como uma pedra oca. Nico conseguiu de alguma maneira fazer uma fogueira e cobriu a “porta” da caverna com galhos para que a neve não entrasse. Ele tirou da bolsa um kit de primeiros socorros e levantou minha blusa respeitosamente para ver o corte. Era profundo. Ele derramou um pouco de água no ferimento e doeu muito, especialmente por causa do frio. Depois ele passou os dedos suavemente por toda a lateral do meu corpo e eu me arrepiei. Ele enxugou o corte com a toalha e derramou um pouco de néctar no lugar onde a faca do animal havia atingido. Contorci-me de dor e Nico passou a mão no meu cabelo tentando me acalmar. Ele enrolou gaze e ataduras no lugar ferido e de novo cautelosamente abaixou minha blusa. Tudo isso e nenhuma palavra foi dita. Nico deitou-se no chão e fez sinal para que eu me aproximasse. Decidi não lutar, deitei-me muito perto dele e ele me abraçou e foi a melhor coisa que já havia me acontecido. Todo o meu medo se foi.

-- Vai ficar tudo bem – disse ele – Selene não vai conseguir destruir Artémis, ela é a deusa mais poderosa de todas.

-- Você não pode ter certeza Nico – respondi – Parece impossível que nós dois possamos salvá-la.

-- Thalia, era impossível que um filho de Hades e uma filha de Zeus se apaixonassem e isso aconteceu – ele disse.

Fiquei chocada, ele acabara de dizer que estava apaixonado por mim, e isso não me assustou, apenas me deu mais força. Era disso que eu precisava, de Nico, ali do meu lado, e enquanto ele estivesse ali comigo, éramos capazes de tudo.

-- Eu amo você – ele sussurrou em meu ouvido – e não me importa o quanto você lute contra isso, ou o quanto os deuses desaprovam, isso não vai mudar – ele beijou minha testa e nesse momento eu soube que Nico Di Angelo era  o amor da minha vida.

-- Eu fiz um juramento a Artémis – eu disse – e amanhã quando a salvarmos eu direi a ela que renuncio à minha posição de tenente das caçadoras. Mas até lá eu não quebrarei o pacto.

-- Não me importo – ele disse – por você eu esperaria por toda a eternidade.

Eu olhei em seus olhos e ele sorriu.

-- Dorme um pouco. Amanhã temos um longo dia e eu espero que no final dele eu ganhe um beijo. – ele disse ainda sorrindo.

-- Vai ganhar – eu sussurrei pra ele – Não só um como todos. os meus beijos.

E ali nos braços de Nico Di Angelo, eu dormi o sono mais doce de toda a minha vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!