Para Sempre Lidinho escrita por Érica, Mariana R


Capítulo 9
Eu gostaria que fosse você


Notas iniciais do capítulo

"Às vezes,eu gostaria que tivéssemos mais uma chance... Apenas mais um beijo ou uma dança. Mas não importa, nunca importa o que eu digo."... (Taylr Renee)



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Se eu tivesse coragem de dizer... Falaria “Gostaria que fosse você”. Mas sou covarde demais para dar um passo tão grande. Esquisito como, muitas vezes, a gente só se dá conta do que sente quando é tarde demais para se voltar atrás, né? Aconteceu isso comigo...

“Eu não posso Gil... Não quero passar por isso de novo. Ter que escolher entre você e ela, entre mim e o que eu sinto. Lamento, mas eu mereço mais do que uma pessoa que não sabe o que sente por mim... Eu mereço mais do quê você tem a me oferecer”. E assim ela se foi.

Ju...

A desolação do seu olhar... Eu fiz o que prometi que nunca faria: Eu a feri de uma forma imperdoável. E de novo pelo mesmo motivo: Lia! A sua melhor amiga, a minha melhor amiga... Coloquei-a entre nós e arruinei o que tinha de mais precioso. Antes eu não sabia... Eu namorava uma garota linda, inteligente, divertida e acabei trocando-a por uma fantasia.

“Telefone pra você, filho! É uma garota...” Gritou da sala a minha mãe.

Ju?! Será... Corro para atender, mas ao colocar o telefone no ouvido tenho uma decepção.

“Alô, Gil?” Não era ela e sim a Lia.

“Oi, Lia... Por que tá ligando?” Não quis ser rude, mas estava chateado demais para pensar em boas maneiras.

“Nada, na verdade... Só liguei para te convidar para tocar guitarra comigo. E antes que você pergunte... Não, ela não tá aqui!” Fala com pouco caso.

Claro que ela não estava lá... Desde que terminamos, ou melhor, desde que terminou comigo, ela me evita ao máximo e quando tenho a oportunidade de tê-la perto, me trata com total indiferença. Usa de uma civilidade fria e polida para manter as aparências. Não a julgo, sei que faz pela amiga, mas é difícil saber que mesmo perto ela está a quilômetros de distância. E a culpa é minha! A minha indecisão a afastou, minhas dúvidas criaram um abismo intransponível entre nós dois. Se eu soubesse o que sei hoje... Se, pelo menos, tivesse sido capaz de enxergar: Ju, teria sido você! Sempre foi.

“Não perguntei nada... Como se, por acaso, fosse novidade que ela desaparece toda vez que meu nome é citado”. Respondo contrariado. Escuto-a suspirar no outro lado da linha.

“Vocês dois também, viu? Ficam nesse ‘chove não molha’ quando no fundo ‘bem raso’ se amam... Por que você não fala com ela?” Me questiona Lia.

Por quê? Porque não tenho o direito de cobrar nada dela... Não depois do que fiz e disse. Porque me prendi numa fantasia relacionada com você e esqueci-me de olhar o que existia entre mim e ela. Porque eu sou ‘tapado’ demais para arriscar qualquer coisa!

“Não sei... Acho que não há nada o que falar.” Digo desanimado.

“Tá, tá... Seja orgulhoso e deixe-a escapar! Sabe, ela conheceu um cara na faculdade. Ele a convidou para sair...” Dizia sua voz insinuante.

Cara?! Que cara!

“Cara?! Que cara?!” Questiono imediatamente.

“Calma ai, grafiteiro! É só um cara... Que reação, hein? Sinal de que ainda existe amor... Então para de ser “marcha lenta” e corre atrás do prejuízo! Olha que a Ju é linda e tem ‘gavião’ rondando ela. Bem isso é tudo...”

“Hey, você não queria tocar guitarra?” Interrompo antes que ela desligue.

“Gil, meu amigo: Que se dane a guitarra! Vai atrás dela, garoto! Bem, já reparei um erro e tenho que ir. Beijo e tchau.” Encerra a ligação do outro lado.

Será?

“Acorda Gil! Vai à luta... A Ju merece. Nós dois merecemos!” Falo para mim mesmo.

“Falando sozinho é Gil?” Pergunta minha mãe da cozinha.

“Sim, mas vou encontrar alguém para conversar... Tchau, mãe a gente se fala depois.” Digo seguindo em direção à porta. Chega de meias palavras, tá na hora de eu ter uma longa conversa com a senhorita Juliana Menezes.

Quinze minutos depois...

A teoria é mais simples do que a pratica! Porém, aqui estou eu na frente do apartamento da Ju hesitando em tocar a campanhia. Não sei como começar, quais as palavras... Droga nunca fui bom com as palavras, meu lance é mesmo os grafites... Olho o elevador e penso em desistir. Não, não! Eu to aqui e vou conversar com ela nem que seja a ultima coisa que faça na vida!

Toco a campanhia e após alguns instantes ela abre a porta.

O discurso que estava ensaiando na mente desaparece e tudo o que sou capaz de fazer é olhá-la... Estava descalça, de shorts e camiseta. O longo cabelo solto caía sobre os ombros... Desejei ardentemente segurá-los, beijar lhe a boca e fazer outras coisas mais indecentes. Sem nenhum tipo de maquiagem e estava mais linda do que sempre!

“Gil?! Por que você tá aqui? Aconteceu algum problema?” Me pergunta espantada.

“Problema? Não, não... É só, e só que...” Droga! Desenhos são tão mais fáceis do que palavras.

“É só que?” Diz com uma ponta de impaciência.

Sem tempo para analisar o que deveria dizer, falo a primeira coisa que me vem à cabeça.

“É só que eu... Eu queria conversar sobre o que aconteceu com a Lia. ‘Cê’ sabe, né? Essa volta do Dinho não deve tá sendo fácil e...”

“E você tá preocupado com uma possível concorrência? Eu não sei se é muita falta de noção sua ou só ‘cara de pau’ mesmo vir aqui falar comigo sobre isso! Quer saber? Esse assunto não me diz respeito. Então, com licença, mas eu tenho mais o que fazer do quê bancar a sua conselheira sentimental! Tchau!” Fala cheia de raiva fechando a porta.

Porém, num rápido movimento boto o pé no vão da porta impedindo que ela se feche.

“Espera Ju! Não é nada disso que ‘Cê’ tá pensando... É que”. Tento falar, mas é inútil. Ela se nega a escutar.

“Gil, me faz um favor? Some daqui antes que eu chame o Bruno e mande ele te jogar na rua que é para onde você tá pedindo pra ir! Será que você já não fez o bastante? O quanto mais você quer me machucar?” Vejo lágrimas brotarem dos seus olhos.

“Não chora Ju... Eu vou embora.” Tento acalmá-la.

“Então vai... Essa história já deu pra mim. Resolve o que você sente pela Lia com ela e me deixa quieta no meu canto.” Fala ao fechar a porta na minha cara.

Havia rancor na sua voz e suas lágrimas... Suas lágrimas demonstraram o mal que eu a fiz.

Me apaixonei por uma garota linda e estraguei tudo. Se eu tivesse que dizer a verdade... Diria “Te amo Ju”, mas você não acreditaria.

Entrei no elevador e fui embora.


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Notas finais do capítulo

Ah... Mais que complicação! Mas quem mandou fazer o que não devia, né Gil? Torce por um final feliz de JuGil? Gostou? Comente! Beijo!



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