Para Sempre Lidinho escrita por Érica, Mariana R


Capítulo 7
Alguém que eu conhecia


Notas iniciais do capítulo

"Este tempo, este lugar. Desperdícios, erros... Tanto tempo, tão tarde. Quem era eu para te fazer esperar? Apenas mais uma chance, apenas mais um suspiro caso reste apenas um. Porque você sabe... Você sabe que eu te amo".... (Nickelback)



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Um beijo. Ela e outro cara... A nossa música dedicada para outra pessoa. Desanimador? Muito! Devo desistir? Nunca!


“Oi, Lia!” Falo ao avistá-la.




O namorado havia se afastado e o Nando e o Gil continuavam a tocar. Ela havia ido ao bar pegar água. Aquela era a minha oportunidade de mostrar que estava de volta.




“Dinho?! Como você... Quando? O que você tá fazendo aqui?” Me pergunta surpresa.


Não respondo imediatamente. Apenas fico olhando, admirando... Ela estava diferente. Os seus cabelos não tinham mais mexas, suas roupas não eram tão rasgadas, mas continuava linda como sempre! Esperei tanto por isso, para estar perto dela. É como se qualquer palavra dita fosse profanar a beleza desse momento. Porém ela havia me feito uma pergunta. O que eu estava fazendo ali?

Vim dizer que te amo, que senti sua falta...

“A Fatinha me contou que haveria um show... Cheguei hoje e quis rever todo mundo” Digo calmamente. É decepção que eu vejo em seus olhos?

“Não sabia que você havia voltado. Mas é bem típico de você... Nunca avisa quando tá indo ou vindo.” Diz Lia indiferente. Não, acho que me enganei. Não era decepção...

Desculpe-me por ter ido embora, Lia. Pode me perdoar?

“Eu sei... Bem, esse é um erro que eu pretendo concertar. Gostei muito da apresentação e você está tocando muito bem... A música é linda. Parabéns!” Digo com falso ar inocente.

Sinto-a ficar retraída. Parecia querer controlar-se.

“Bem, eu tenho que voltar a tocar... Aproveite o show!” Fala Lia já se afastando. Não permito! Seguro sua mão.

Uma corrente elétrica perpassa por meu corpo no instante que a minha pele toca a sua. Ela sentiu também, por isso olhava-me confusa e inquiridora. Olhei seus olhos e me perdi naquela imensidão verde. Tanto tempo esperando... E agora ela era real!

“Lia... eu queria conversar com você. Sobre a gente...”.

“Conversar? A gente?! Lamento Dinho, mas não temos mais nada para conversar. E não existe ‘A gente’. Pelo que eu me lembro, não foi ‘a gente’ que foi embora, né? Foi você! E com aquela ‘Sereia dos infernos’. Tudo ficou bem claro há um ano. Então, se me der licença...” Fala olhando para a minha mão prendendo a sua.

Havia tanto ressentimento em sua voz. A culpa me atingiu como uma navalha afiada me cortando ao meio. Precisava fazê-la me escutar.

“Nada ficou claro. Você não quis me escutar também, lembra? Me mandou embora e...”

“E você foi! E isso já diz tudo... Por que Dinho? Por que quer trazer de volta uma história que ficou enterrada no passado?” Exclama exasperada.

Por quê? Porque te amo. E Tenho te amado o tempo todo... E não importa o quanto me afaste ou quanto tempo passe, você permanece em mim: na minha mente e no meu coração. Porque viver uma vida sem você junto a mim é apenas vegetar. Preciso de você, Lia... Preciso do seu sorriso, da sua voz , do seu amor. Só com você do meu lado saberei que estou vivo.

“Porque penso que merecemos isso. Uma conversa franca... Por tudo o que nós vivemos” Não podia dizer o que sentia. Não queria assustá-la e afastá-la ainda mais.

Olhe para mim, Lia... Olhe para mim e veja o que está escrito na minha alma.

“Isso foi há muito tempo, Dinho. Mal lembro do que tivemos... do que você me fez.” Fala voltando a ficar indiferente.

Eu ainda lembro... E você também. Eu sei que sim!

“Não acredito que tenha me apagado completamente da sua vida. Não depois de tudo... Você disse que me amava... Pra sempre!” Busco seu olhar, mas ela se esquiva... Quer fugir.

“Você também disse que me amava, né? E na primeira oportunidade que teve me traiu com a Valentina. Ah... Dinho! Éramos jovens... Na verdade, ainda somos. Tudo o que dissemos foi no calor do momento. Toda a emoção, os hormônios... Você não deveria levar isso tão a serio.” Cada palavra sua estava repleta de sarcasmo!

Não faça isso, Lia! Não diminua o que tivemos... Não negue o nosso amor.

“Não diga isso Lia... Sei que é mentira.. Quer me ferir porque te magoei!” Busco seus olhos novamente. Ela começa a rir.

“Me magoou? Certo, certo... Continue acreditando nisso se o faz se sentir melhor, mais importante. Não queria dizer dessa maneira, mas você não me deixa outra alternativa: Dinho, o que a gente teve foi bom, mas acabou. Eu segui em frente e acho você deveria fazer o mesmo.” Fala com um sorriso no rosto, mas seu sorriso não alcançava os olhos.

Seguir em frente? Acha que eu não tentei? Seria fácil se não tivesse dentro de mim sua lembrança. Se pudesse esquecer meu amor por você!

“Então foi assim? Nada foi importante... Nada teve sentido? Então, diz que não me ama. Mas diz olhando nos meus olhos... Eu prometo que se você fizer isso eu vou embora e nunca mais te procuro. Você só precisa dizer: ‘Eu não te amo, Dinho’ e tá tudo acabado.”

Estava jogando alto, apostei tudo... E se ela realmente não me amar mais?

“Eu odeio você! Odeio Dinho!” Fala com os olhos chispando de raiva.

Me desculpe... Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, o Vitor chega e a abraça. Sou obrigado a soltar sua mão... Deixá-la ir para ele.

“Oi, amor... Tava te procurando. Não vai me apresentar o seu amigo?” Pergunta o cara que teve a audácia de beijar a MINHA Marretinha!

“Esse é o Din... O Adriano. Ele é alguém que eu conhecia e que tá de passagem pelo Rio de Janeiro.” Fala Lia já recuperada do seu acesso de fúria.

Alguém que eu conhecia? É isso que eu sou agora? Apenas alguém.

“Prazer, cara! Mas temos que ir. Essa Roqueira precisa voltar para o palco e arrasar com a sua guitarra. Ela toca muito, né?” Fala o Vitor ‘embasbacado’ pela Lia. Mas tenho que admitir que também estaria assim no lugar dele.

“É, ela arrasa... Na guitarra.” Falo automaticamente.

“Tchau, Adriano. Eu tenho que ir... Como meu namorado disse, o público me espera.” Ela se vai, junto dele, sem ao menos olhar para trás.

Não reajo. Permaneço parado alguns minutos tentando entender o que fizemos de nós dois. Minha vontade é ir lá e toma-la em meus braços e leva-la para bem longe... Do Vitor e de quem quer que seja. E nunca mais permitir que ela se afaste de mim. Mas não posso fazer nada... Não, por enquanto.

“Eu odeio você!” Ela disse.

Mas não disse que não me amava... E isso quer dizer alguma coisa. Isso quer dizer muita coisa! A Lia pode me mandar embora quantas vezes quiser, mas eu voltei para ficar. Vou recuperar tudo o que é meu... Inclusive, ela.



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Notas finais do capítulo

Awn... Adoro LiDinho! Mesmo com os dois de mal... Então, será que a Lia vai perdoar o Dinho? Será o Idiota capaz de reverter a situação? Gostou? Comente! Beijo...