Missão A Dois escrita por Sarah Colins


Capítulo 51
Capítulo 50 - Terapia


Notas iniciais do capítulo

Oi amigos, tudo bem? ^^
Capítulo com muito #mimimi pra vocês ;) E volto a dizer que a fic está se encaminhando para seu desfecho, então se preparem rs...
Boa leitura ;)



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Dois meses depois [...]

Ir a consulta da doutora Taisa se tornou a minha parte favorita do dia! Era quase como uma religião para mim e Percy que nos recusávamos a faltar a uma sessão sequer. Mesmo nos fins de semana nós estávamos lá, firmes e fortes. Além de elas serem super agradáveis, nós sentíamos visivelmente a melhora em nosso relacionamento a casa dia que passava. E mesmo sabendo que já havíamos superado os empecilhos do passado, não quisemos parar de fazer a terapia. Ela nos fazia bem e enquanto pudéssemos pagar, iriamos continuar visitando a psicóloga que agora era considerada uma amiga por ambos. Fizemos questão até de comprar um presente para a mãe de Percy para agradecer ao conselho dela. Sem ela nós jamais teríamos chegado até ali, e talvez jamais teríamos conseguido resolver nossos problemas. Claro que não pudemos comprar nada tão caro com meu salário de estagiária mais o salário de Percy. Mas ela pareceu bastante feliz com o vaso decorado com conchas pegadas diretamente do fundo do mar que demos a ela.

Fazia tempo que havíamos deixado para trás aquelas sessões em que ocorriam discussões e até mesmo brigas. Elas, assim como todas as outras, também foram muito importantes para que chegássemos a um ponto comum e nos entendêssemos. Mas eu ficara satisfeita de já não ter que me preocupar com elas. Uma vez, durante uma das consultas, Percy e eu levantamos a voz e atacamos um ao outro. Falávamos de Caroline, obviamente. Taisa não nos interrompia quando isso acontecia. Ela apensas observava e só intervinha se as coisas começassem a sair do controle. Nesse dia, especificamente, eu relembrei o fato de que Percy havia praticamente me traído, quando beijou Caroline no acampamento. Ele não concordou, mas eu insisti dizendo que não havíamos terminado oficialmente ainda, por isso poderia ser sim uma traição. Ele não ficou nada feliz com o que eu disse e para dar o troco mencionou o beijo que eu dei em Dean enquanto ele estava desaparecido. Foi jogo sujo, eu não havia tido culpa naquilo. Claro que sabia que Percy estava vivo e desmemoriado onde quer que fosse que o acampamento romano estivesse. Mas depois de tantos meses sem saber nada sobre o namorado era para deixar qualquer um confuso e vulnerável.

Ele também não aceitou muito bem as minhas desculpas na ocasião e foi ai que começamos a brigar. Eu, seguindo o conselho de Taisa, mostrei a ele a forma como me senti naquele momento. Era o que sempre fazíamos. Segundo a psicóloga, isso era bem mais efetivo do que simplesmente atacar o outro. Disse que me senti como a pior pessoa do mundo e ao mesmo tempo que sentia raiva dele por estar fazendo aquilo, sentia raiva de mim mesma porque sabia que de alguma forma era eu que tinha causado tudo aquilo. Também disse que a minha vontade era de pegá-la pelos cabelos e arrancar todos eles. Tal revelação arrancou um sorrisinho de Percy que ele em seguida disfarçou. Para se defender, Percy disse que também se sentiu um lixo momentos depois de fazer aquilo e se pudesse voltar atrás não repetiria o erro. Quanto a Dean, ele disse que aquela história de beijo havia ficado entalada em sua garganta por anos. Ele havia relevado o fato principalmente por causa de todo o tempo que passamos separados, mas nunca havia esquecido aquilo de fato. Me ver de novo com Dean depois de ele ter me abandonado foi devastador para ele. Por isso havia tomado aquela atitude tão impensada com Caroline.

Também tiveram vezes em que brigamos por causa de Nathan. Percy admitia que ele era um cara legal e que acabou se dando mal estando no meio da nossa história. Mas ele ainda não engolia o fato de eu ter namorado com ele. Ok, essa foi a vez de ele despejar sua indignação em mim. Eu acabei admitindo que nesse ponto grande parte da culpa foi minha. Começando por aceitar ir almoçar com ele, esconder isso de Percy e depois, só porque eu estava muito empenhada em esquecer Percy, namorar o garoto. Eu nem sabia se podia realmente chamar aquilo de namoro, afinal foi uma semana de pura estranheza entre duas pessoas que simplesmente não dão certo como casal. Mesmo assim, eu me expliquei e tentei definir os motivos que me fizeram tomar aquelas atitudes. Não foi fácil, nem eu mesma sabia porque exatamente havia agido assim. Mas deixei o coração falar e disse que eu queria suprir a falta que Percy me fazia de alguma forma, ou ficaria louca literalmente. Nathan estava ali, na hora e no lugar certo. Por isso as coisas acabaram rolando com ele. Não fora planejado. Teria sido outro garoto se Nathan não estivesse lá. Lidei com a perda de Percy da forma que encontrei, talvez do jeito mais fácil e não tão nobre, mas era o que eu tinha a meu alcance. Disse que me arrependi e aquilo pareceu suficiente para Percy.

Nas vezes que falamos sobre o desfiladeiro, e esse era de longe o tema mais delicado a ser abordado nas sessões, eu tive dificuldades para manter o controle. Das primeiras vezes foi terrível. Eu apenas chorei e não consegui falar nada. Conforme o tempo foi passando, e outros assuntos foram surgindo e sendo resolvidos, eu acabei conseguindo lidar melhor com o “problema principal”. Cheguei a citar a profecia que foi dada a Percy antes de ele sair para a missão de me resgatar. Taisa não entendeu nada e eu disse apenas que era coisa nossa. Aos poucos eu consegui expor o que aquilo havia significado pra mim. Como tinha sido assistir a toda aquela cena. Percy ouviu e ficou espantado a princípio. Ele realmente não imaginava que havia sido assim tão ruim para mim. Eu confirmei e ele apenas abaixou a cabeça enquanto chorava. Eu passei a chamar aquela sessão de “ponto chave” na nossa terapia. Ela havia mesmo sido como um divisor de águas. Depois dela tudo havia ficado mais claro. Percy parecia que enfim via as coisas com meus olhos e eu com os dele.

Ele então soube que descobrir toda aquela sua história com Caroline para mim foi mais do que me sentir traída. Foi mais do que saber de uma mentira. Foi mais do que encarar a verdade. Foi como assistir de camarote a uma história onde eu não era a protagonista. Onde eu era uma expectadora e podia ver o amor da minha vida como mocinho e outra menina como mocinha. Ver que ele compartilhavam com ela algo do qual eu não tinha conhecimento e não fazia parte. Uma afinidade e um entendimento que eu jamais imaginei que existisse. Simplesmente não sabia lidar com aquilo. Foi por isso que me fechei. Era duro demais encarar e aceitar isso, então eu repudiei a verdade com todas as forças, fingi que estava tudo bem. Mas é claro que tudo seguia dentro de mim e uma hora iria explodir. Nesse momento eu me dei conta de que, se Percy talvez não tivesse me pedido em casamento, a coisa poderia ter durado muito mais e o efeito colateral seria muito pior. Se eu estava ali podendo colocar tudo aquilo para fora era graças a ele também. Mesmo assim o semideus se desculpou e me garantiu um milhão de vezes que o que sentia pela garota não passou de uma paixonite rápida e posteriormente uma amizade que pelo menos ele acreditava que fosse verdadeira. Ele só nunca me contou aquilo porque achou que realmente não tinha importância. Mentir dizendo que Silena era a menina do diário não passou de uma forma para manter tudo no escuro.

Eu entendi os motivos dele e fiquei aliviada em saber que Percy realmente nunca havia amado Caroline. Mesmo enquanto estava com ela era de mim que ele sempre gostou, pelo menos foi o que ele disse na frente de Taisa. E eu tinha uma leve inclinação a acreditar em tudo que ele dizia quando estava sendo hipnotizada por aqueles olhos verdes lacrimejados. Portanto eu o perdoei. E ele também me perdoou pelos meus erros. Com a ajuda da doutora Marques aprendemos de uma vez por todas que todos somos seres humanos comuns (certo talvez não tão comuns assim) e que todos cometemos falhas. Não obstante, todos merecemos uma segunda chance. E no caso de um grande amor pode-se adicionar ai umas três ou quatro chances a mais. Afinal, quem é que não fica um pouco mais bobo e inconsequente quando se está apaixonado? Palavras da nossa psicóloga, que acabou se relevando também uma excelente contadora de anedotas. Também palavras dela, é claro. Nem eu, nem Percy jamais falaríamos dessa forma. Mas adorávamos tirar sarro da forma como Taisa falava, não na frente dela, obviamente.

Já não me preocupava mais sobre o que falaríamos na sessão seguinte, pois tinha certeza que os maiores impasses já haviam sido resolvidos. O que eu fazia era ficar buscando novos assuntos interessantes e detalhes que ainda não havíamos mencionado. Algo pouco citado por nós foi a minha “fuga” que deu origem a tudo que acontecera nos últimos meses. Percy parecia não gostar de mencionar o fato de ter me pedido em casamento e não ter recebido resposta. Ele não havia sido rejeitado, afinal eu não dissera nem que sim nem que não. Mas talvez minha atitude tivesse sido pior que isso. No fundo eu estava desejando que ele se recuperasse logo daquele choque e voltasse a pedir a minha mão. Mas por mais que o tempo passasse e as coisas melhorassem, Percy não repetiu o pedido. Fiquei frustrada e até achei que ele talvez tivesse desistido da ideia. Que voltara atrás e que agora já não queria mais se casar.

Refletindo um pouco mais sobre o assunto eu cheguei à conclusão de que não era nada daquilo. Percy ainda queria se casar comigo sim. Dava para sentir e ver em suas próprias atitudes, mas ele não iria repetir o pedido. Afinal de contas eu ainda não havia dado nenhuma resposta, simplesmente ficara em aberto. Eu tinha quase certeza que era assim que ele estava pensando. De qualquer forma era a minha vez de tomar uma atitude. Era a minha vez de preparar algo especial para ele. Fazer uma surpresa e dizer o “sim, eu quero me casar com você” em um momento ultra especial. Aquilo me deixou empolgada e ansiosa por uma semana inteira enquanto eu fazia os preparativos. As únicas pessoas com quem decidi compartilhar meu “plano” foram Sam e Tasha. Não que eu não confiasse em Nathan, Haley ou qualquer outro de meus amigos semideuses, mas aquilo era algo extremamente íntimo e pessoal. Na verdade só tinha contado aos dois porque precisava da ajuda deles para algumas coisas.

Em uma sexta-feira do mês de dezembro, depois de muita correria e de muito esforço para Percy não desconfiar de nada, tudo estava pronto. Já nos aproximávamos das festas navidenhas e a cidade havia ganhado outra cara. O frio e a neve davam o tom romântico perfeito para o que eu havia preparado. Consegui, milagrosamente, sair do trabalho mais cedo e chegar no apartamento antes de Percy. Eu precisava procurar uma coisa sem ele saber. Era algo essencial para toda a cena que eu ia armar naquela noite. Por sorte não foi muito difícil achar, eu sabia onde ele guardava as coisas importantes. Depois corri para me arrumar e conseguir sair a tempo antes que ele chegasse. Deixei um bilhete em cima da cama de forma bem visível para que ele visse assim que entrasse no quarto. Desci pelo elevador de serviço, para não correr o risco de encontrar com Percy no meio do caminho. Sai do prédio e entrei no taxi que já estava à minha espera. Ele me levou até um hotel chique perto do lugar onde eu trabalhava. Havia conseguido um desconto muito bom para uma reserva lá.

Fui até o restaurante de comida italiana que ficava no térreo e logo me conduziram até minha mesa que eu reservara três dias atrás. Avisei que estava esperando meu acompanhante e que ainda não iria pedir nada. Só deixe avisado que era para eles trazerem o champanhe assim que Percy chegasse. Comecei a rir sozinha imaginando Percy ao chegar em casa e encontrar, ao invés de mim, um bilhete que o convocava para um jantar. Até mesmo a roupa que ele usaria eu havia escolhido. Sei que ele sabia se vestir e tinha bom gosto para tanto, mas eu quis fazer aquilo só para me sentir cuidando dele um pouco. E também queria ter o total controle daquela noite. Ela tinha que sair perfeita! Cerca de dez minutos depois meu namorado, lindo e bem arrumado, chegou. Eu o esperei com um sorriso nos lábios e fiquei satisfeita com a cara que ele fazia enquanto caminhava até mim.

– Me diga o que você está aprontando, Annie - a curiosidade do semideus era quase incontrolável - Me diga agora!

– De jeito nenhum - sorri maliciosamente.

– Ahhh qual é?! Sabe que eu não gosto de ficar ansioso. Se eu fosse você me contaria agora o que planeja fazer comigo essa noite…

– E o que te faz pensar que eu tenha algo tão especial assim planejado para essa noite?

– Nem vem, eu sei muito bem que alguma coisa tem. Acredite, sou expert em preparar jantares românticos que antecedem uma grande e inesperada surpresa.

– Então você deve saber o quanto dá trabalho preparar e manter o segredo até a hora H, certo? Portanto não me faça estragar a surpresa. Sei que consegue se aguentar.

– Hunf, ok. Você venceu. Não vou perguntar mais nada - se deu por vencido Percy assim que o garçom chegou com o nosso champanhe - Vamos fingir que essa é uma noite comum e ordinária enquanto eu finjo que não estou morrendo de curiosidade para saber seus planos malignos para mim.

– Perfeito - respondi antes de levantar a taça e propor um brinde.

Comemos muito bem, como sempre, aproveitando cada centavo daquele jantar extremamente caro. Dessa vez eu não exagerei tanto, pois não seria uma boa ideia para o que viria a seguir. Percy não teria esse problema e ele logo ia descobrir porque. Percy deu uma de espertinho tentando pagar a conta no final, mas eu já tinha cuidado disso deixando tudo pago antecipadamente. Ele pareceu frustrado com aquilo, mas não reclamou. Eu lhe disse que também tínhamos um quarto reservado para nós passarmos a noite naquele maravilhoso hotel, porém ainda tínhamos outra coisa para fazer antes de subirmos. Ele disse que preferia subir logo de uma vez, mas eu o repreendi e mandei ele se comportar porque afinal aquela era a minha vez de surpreendê-lo. Pegamos nossos casacos de volta e fomos até o lado de fora. Eu chamei um taxi e disse para o motorista nos levar as docas no porto de Nova York. Percy enrugou a testa e eu sinalizei, fingindo que fechava a boca com um zíper imaginável, que não diria uma só palavra até chegarmos ao nosso destino final.

O taxi parou perto do porto e nós fomos de mãos dadas até um dos píeres onde haviam vários barcos ancorados. Chegamos perto de um veleiro e o condutor nos ajudou a subir. Percy tentou não comentar nada a respeito mas eu podia ouvi-lo murmurando alguns “oh deuses” e “tá brincando, né?!” de vez em quando. Conforme velejávamos foi ficando claro para onde estávamos indo. Na direção em que seguíamos só havia um destino possível. Ela era grande e majestosa o bastante para deixar isso bem claro. A forma americanizada de Atena era um dos símbolos mais bonitos dos Estados Unidos. A prova concreta de que a cultura grega continuava existindo e tendo posição de destaque no mundo moderno. A “Estátua da Liberdade” como era popularmente conhecida, crescia cada vez mais enquanto nos aproximávamos. Um sentimento muito estranho me invadia toda vez que eu olhava o monumento. Um misto de orgulho e constrangimento. Fala sério, quem é que ia gostar de ter uma escultura de 46 metros da própria mãe exposta na cidade onde mora?

No entanto, era lá que eu havia decidido levar Percy para que eu pudesse lhe dar a sua surpresa. Talvez ele também achasse irônico aquela escolha. Mas seria divertido no final das contas. Chegamos a ilhota e desembarcamos. Subimos as escadas que levavam ao pé da estátua. Percy não disse nada mais me olhou de lado e deu um meio sorriso. Eu não resisti e o beijei. Aquilo era a cena mais irônica do mundo. Nós dois, filhos de Atena e Poseidon, nos beijando ao pé da estátua de minha mãe que até alguns meses atrás era contra nosso relacionamento. Por sorte ela já havia nos dado a sua benção, senão seria extremamente perigoso para nós fazermos aquela visita ao monumento. Peguei a mão de Percy e o levei para o interior da estátua. Não bastava para mim estarmos ali em frente a ela. Eu queria subir até o topo de sua cabeça. A coisa toda tinha que acontecer lá em cima para dar o tom mais dramático possível a cena. Muitos degraus depois e já sem boa parte do fôlego, chegamos a coroa de Atena.

–Tem algo muito importante que eu precisava te dizer… - comecei assim que nos aproximamos dos vidros para olhar lá pra baixo.

Estávamos de mãos dadas, um ao lado do outro olhando para frente. Então nos viramos um para o outro, ele não disse nada, apenas fez um aceno positivo com a cabeça em resposta. Então eu continuei:

– O que tenho para te dizer é… SIM.

– Sim o que?

– Sim, eu aceito - dei um sorriso, tentando não chorar.

– Aceita o q… Ahhh ok, isso - foi muito engraçado ver ele se dando conta do que eu estava falando - Confesso que levou mais tempo do que eu esperava para receber essa resposta, mas tudo bem. Valeu a pena esperar - ele sorriu e começou a chorar, o que era muito raro de se ver. Eu também já estava com os olhos cheios d’água quando tirei da minha bolsa o anel que ele havia me oferecido dois meses atrás e o coloquei no dedo.

– Eu te amo tanto - falei voltando a olhar para ele e segurando seu rosto - Mas é muito mesmo, incrivelmente demais, você nem pode imaginar o quanto!

– Posso sim - respondeu ele me envolvendo pela cintura e me apertando contra si - Deve ser algo parecido a o quanto eu amo você.

Nos beijamos. E por alguns segundos, a estátua de 200 toneladas e todo o resto a nossa volta pareceu desaparecer. Esse é o maior clichê de todos, mas era realmente o que eu estava sentindo naquele momento. Não existia nada no mundo além de Percy e eu. Sem nos importar com as pessoas ao nosso redor continuamos nos beijando e abraçando até que a coisa começou a ir longe demais e Percy teve que se afastar e dizer:

– Não é melhor a gente voltar àquele hotel caríssimo e fazer valer o dinheiro que você gastou com a reserva?

– Já ouvi ideias piores…

Com isso eu deixei o monumento em homenagem a minha mãe sendo puxada por um semideus muito empolgado e nada discreto. Ele queria atravessar o pedaço de oceano que nos separava do continente a nado, pois segundo ele assim seria bem mais rápido. Eu perguntei o porquê da pressa e morri de rir com o olhar que ele me lançou. O convenci, com certo esforço, a voltarmos de veleiro mesmo, como boas pessoas normais que éramos. A contragosto ele aceitou e voltamos para Manhattan. Pegamos novamente um taxi, que nos levou até o hotel. Não deixei que Percy continuasse me puxando como um desesperado quando atravessamos o lobby. Ficamos de mãos dadas avançando calmamente até os elevadores. Apertei o botão do andar do quarto e esperamos. Foram só as portas se fecharem para Percy vir pra cima de mim. Ele afundou o rosto em meu pescoço enquanto me empurrava contra o espelho. Mordi o lábio e me enchi de desejo. Tentei refreá-lo e dizer que alguém poderia nos ver. Percy não pareceu muito preocupado com isso. Ele sugeriu que apertássemos o botão que fazia o elevador parar.

Fiquei tentada a aceitar. Depois da prazerosa experiência de transar em um local público, como havia ocorrido há dois meses, eu sabia que provavelmente seria bom. Mas realmente estava com medo de quererem nos expulsar do hotel. Deixamos então o elevador continuar a subir e quando ele abriu as portas fomos apressados até o quarto. Deixei Percy me despir enquanto dava alguns passos para trás, tentando chegar até a cama. Fiquei só de calcinha e sutiã. O impedi quando ele tentou tirar o resto. Disse que se queríamos realmente aproveitar bem o dinheiro que eu gastei com a reserva, teríamos que tomar pelo menos um banho de banheira. Percy olhou na direção da enorme banheira de hidromassagem que estava atrás dele. Só havia uma parede de vidro para dividi-la do quarto. Ele voltou a olhar pra mim, e então olhou para a cama. Senti que sua vontade era de deixar a banheira de lado e ir direito ao que mais nos interessava. Mas ele foi forte e se conteve, aceitando minha proposta.

Enchemos a banheira com água quente e sabonete líquido, fazendo muita espuma. Depois tiramos a roupa toda, um observando o outro, e entramos em lados opostos da banheira. Oh deuses, como eu adorava aquele joguinho de sedução. A banheira era grande o bastante para eu me sentar com as pernas esticadas e quase não conseguir alcançar Percy do outro lado. Depois percebi que ele estava com as pernas encolhidas, porque quando as esticou também, seu pé chegou até o meu tornozelo. Ele passou os dedos levemente em minha perna só pra me provocar enquanto me lançava um olhar muito enigmático. Depois de cerca de um minuto ele começou a deslizar encostado na borda circular da banheira a fim de se aproximar de mim. Eu, de forma muito perversa, também deslizei sob a água e espuma que nos cobria, indo pra longe, mantendo a distância entre nós. Ele parou e me olhou embasbacado. Eu estava brincando de fugir dele e ele não estava nenhum pouco feliz com isso.

– Me diga que não está fazendo a burrice de brincar comigo assim estando numa banheira. Uma banheira cheia de ÁGUA - ele enfatizou bem a última palavra. No fundo ele tinha razão, estávamos em seu território e eu estava sendo muito idiota de querer provocá-lo ali.

– Não sei do que está falando - me fiz de desentendida, sabendo que o máximo que Percy faria era mandar as águas não deixarem eu me afastar mais dele. Ele não iria tentar me afogar nem nada do tipo. Pelo menos eu esperava que não.

– Vamos lá, Annie, sei que não quer me ver irritado - disse ele tentando parecer realmente bravo, mas a coisa mais difícil do mundo era conseguir tirar Percy do sério. Eu sabia que ele estava longe de ficar irritado comigo, então quando ele voltou a se aproximar, eu voltei a me afastar - Então é assim? ...

– Assim o que? - perguntei novamente fingindo que não fazia ideia do que ele estava falando.

– Tá certo, então. Ótimo… se é assim que você quer…

Esperei ser atacada por uma onda maior do que a própria banheira, mas tudo o que o filho do Rei dos Mares fez foi sair da banheira e enrolar uma toalha na cintura. Ele então se deitou, ainda molhado, sobre a enorme cama de casal, pegou o controle remoto e ligou a televisão. Meu queixo caiu e eu fiquei lá de boca aberta, totalmente passada, olhando para ele. Eu sabia o que ele estava fazendo. Percy pretendia virar o jogo. Queria ser o provocador e não o provocado. Mas eu não iria entregar tudo de bandeja para ele. Por mais que eu estivesse louca para pular em cima dele e deixá-lo fazer amor comigo a noite toda, eu tinha uma reputação a zelar. Afinal o papel de tentar enlouquecer o outro era meu. Pensei um pouco enquanto o olhava e tive uma ótima ideia. Me levantei e liguei o chuveiro que ficava acima da banheira. Da onde eu estava Percy conseguia me ver parcialmente, pois a parede de vidro estava me tapando um pouco. Comecei a fingir que estava tomando banho, fazendo questão de acariciar certas partes do meu corpo mais demoradamente que outras.

Olhei rapidamente para Percy e vi que ele fazia um grande esforço para não olhar na minha direção. Continuei o show esperando que estivesse conseguindo chamar a atenção dele. Quando me dei conta ele estava ao lado da parede de vidro me estendendo uma toalha. Eu o olhei sem entender nada. Então empinei o nariz peguei a toalha e me enrolei. Fiz o mesmo que ele ao me deitar ainda molhada na cama. Só tomei cuidado para nas encostar tanto o cabelo no travesseiro. Ele então voltou para cama e ao contrário do que eu esperava ele não se deitou ao meu lado e voltou a ver tevê. Em vez disso ele segurou meu pé e começou a beijá-lo. Não me atrevi a resistir. Deixei que ele continuasse até chegar na barra da toalha que estava no alto da minha coxa. Ele me olhou e deu um risinho. Eu levantei a sobrancelha em sinal de vitória, querendo dizer: “Há, eu ganhei!”.

– Essa guerra, minha futura esposa, eu faço questão de perder - falou ele enquanto levantava vagarosamente a minha toalha.

Eu ainda estava me derretendo por ele ter me chamado de “futura esposa” quando sua boca e língua entraram em ação, chupando e lambendo. Então esqueci até do meu próprio nome e me concentrei apenas naquela sensação. Meu cabelo molhado já estava sobre o travesseiro, pois eu arqueava as costas constantemente, resultado dos espasmos de prazer que Percy estava me provocando. Depois ele veio para cima de mim e me beijou. Eu me livrei de sua toalha também e o envolvi com as pernas. Percy ia começar a me penetrar, mas mudou de ideia. Me pegou no colo e me levou de volta para a banheira. Ele se sentou e me colocou montada sobre ele. Dei risada quando ele disse que aquela era a minha noite da surpresa então eu é que tinha que estar no controle de tudo. Não reclamei nenhum pouco e da forma como eu queria, no meu ritmo, fiz nós dois chegarmos as nuvens.


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Notas finais do capítulo

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