— Cuidado, Bisca!— Gritou Alzack para sua esposa.

— Eles não param de jogar essas coisas!— Reclamou Bisca se esquivando.

— Como está aí?— Perguntou Mira a Bisca e Alzack.

— Estável!— Respondeu Alzack.

— Mesmo assim, eles não param de jogar bombas!— Completou Bisca.

Mira virou sua atenção por um instante para Laxus, que chegou perto de ser atingido por aquelas coisas.

— Não pare de desviar, Laxus!— Avisou Mira.

— Como se fosse necessário alertar...— Retrucou ele com um sorriso.

Mira riu... “Que homem orgulhoso...”.

— Cuidado Laki!— Gritou Macao em um outro ponto do local.

— Aah!— Gritou Laki, sendo atingida— Grr... Sinto que... Minha perna foi perfurada.— Disse ela segurando a perna machucada.

— Laki!— Exclamaram Laxus e Mira preocupados.

— Wakaba!— Chamou Macao.

— Sim?— Atendeu Wakaba.

— Tire a Laki daqui, eu cubro sua retaguarda!— Ordenou ele.

— Ok!— Respondeu.

Wakaba correu até Laki e tirou-a do meio daquela confusão. Cerca de cem magos estavam impedindo a entrada da Fairy Tail naquele prédio de cinco andares com aparência tão suja na qual eles chamavam de ‘guilda’. Não, não era maior do que o castelo da Lamia Scale, porém chegava perto. A decoração também era totalmente diferente, mas ninguém se importava com isso no momento. O único que havia conseguido entrar naquele prédio até o momento era o Master da nossa guilda, Makarov Dreyar. Que agora observava uma figura de capuz se virando para sua direção.

— Olá.— Disse o encapuzado rindo.— Makarov Dreyar, não é mesmo? Acredito que esteja aqui por causa do reboliço que meus magos tem causado na sua cidadezinha. Ou então, pelo meu interesse repentino pelos seus Dragonslayers— Ele soltou um sorriso torto maldoso.

— Sim.— Assentiu o velho.— E quem é você? O quê quer tanto dos meus filhos?

Ele riu.

— Ouvi falar que você chamava os membros da sua guilda de “filhos”, porém nunca achei que isso seria mais que um mero boato...— Ele andou até uma mesa perto de uma lareira, pegou um copo de vinho e sentou-se numa poltrona que havia ali.

Makarov apenas o encarava, seguindo-o com seus olhos, tentando descobrir qual era seu rosto e se o reconhecia.

— Sabe, na verdade, eu criei essa guilda por sua causa— Soltou um sorriso largo de rosto virado e de costas para o velho, e então virou-se de frente repentinamente de cabeça baixa raivoso — Se é permitido que Makarov, O PIOR DOS PIORES MESTRES TER E CONTROLAR UMA GUILDA,— Subitamente se aproximou do velho, encarando ele de perto, o movimento repentino fez com que o capuz escapulisse para trás e assim, que seu rosto se revelasse. Ele aparentemente tinha cerca de vinte e sete anos; cabelos lisos e pretos tão desgrenhados como os de Gray; uma franja negra enorme cobrindo seu olho esquerdo enquanto o direito de cor explicitamente azul-escura era mostrado.— Por quê não eu? O garoto que tentou por todos os anos de sua infância ser seu discípulo e foi totalmente rejeitado!

— N-não pode ser! Você é...!— Começou o Master da Fairy Tail.

— Akihiko Sasato! Sim, isso mesmo! Se Laxus não tivesse nascido e crescido... Aquele rebelde inútil... Eu ainda seria seu pupilo preferido!

— Não fale assim do meu filho! E ainda mais, pelo que eu soube você tinha ido embora do Reino de Fiore com sua mãe!

— Não falar assim...? Agora você se importa tanto assim com ele? E também, mãe...? Isso foi apenas um boato para que eu pudesse partir daquela mísera cidade em paz... Eu nunca tive uma verdadeira mãe. E o meu mestre favorito nem ao menos sabia disso...— Akihiko fechou seu punho e derramou uma lágrima. Para encobrir a ‘humilhação’ que fora aquela lágrima ele se vira de costas por um instante e a seca com seu braço.

— Mas... Eu não me lembro de você tentar ou ser meu pupilo.

— Eu te admirava e o senhor sempre foi meu mestre!

— Não... Eu não lembro de você assim. Você era apenas um garoto que andava por Magnolia antes de eu me tornar mestre da Fairy Tail.

Akihiko olhava para Makarov pasmo.

— Não, não! Como o senhor não pode se lembrar?! E aquela vez que você me ensinou sobre o poder da Magia e da esperança ao acreditar em algo?! E aquela vez que me disse sobre o que alguém como eu poderia fazer...?

MEMÓRIA DE AKIHIKO SASATO(FLASHBACK)

— Ei, você!

O pequeno Akihiko, ainda um garotinho qualquer e inocente com a franja de sempre cobrindo seu olho esquerdo, se escondia atrás de uma árvore.

— Você aí mesmo, atrás da árvore!— Chamou Makarov novamente.

Ele deu uma leve olhada para o homem que o chamava com seu luminoso olho azul e então o mesmo apontou seu indicador pra si no intúito de confirmar se era mesmo ele na qual Makarov se dirigia.

— Sim! Venha aqui.— Disse o homem com um sorriso gentil.

Ele se dirigiu até o homem.

— Ora, ora... O que faz um garotinho tão bom em se esconder longe dos seus pais?

— E-eu... Estava te observando.— Disse o menino com uma voz tímida e infantil.

— Me observando?

— S-sim... O senhor é o melhor mago de Magnólia, Master.

— Master? O Master que eu saiba é meu irmão. Eu sou Makarov Dreyar. Não está me confundindo, garoto?

– Não, Master.

O homem soltou uma risada.

— Por quê você me considera tão bom assim? Há tantos magos incríveis por aí.

— O senhor faz tudo o que não faço, o senhor é o mais poderoso.

— Sabe amigo, olhe para aquele broto ali.— Makarov apontou para uma moita de brotos que estava ali por perto. Um deles era realmente pequeno— Está vendo?

— S-sim...— Assentiu o pequenino.

— Sua espécie é rara e ele no momento é muito pequenino, muito fraco e pode ser gravemente danificado com uma simples pisada. Ainda mais nesse solo ruim, muitas pessoas desistem de plantá-lo aqui pelo fato dele ser muito sensível.

— Ele parece um pouco comigo...— Murmurou o garoto olhando para o pequeno broto.— Mas todos os brotos são fracos assim, não é?

— Sim, mas preste atenção, aquele broto é diferente dos outros, de uma espécie única. Não há muitas sementes dele e ele é muito sensível ao Sol algumas vezes. Porém, sabe garoto, basta acreditar nele; — Makarov joga um pouco de água no broto com um regador qualquer— Regá-lo sempre, cuidar dele, amá-lo, porque quando ele crescer... Será uma linda flor. Mais bela que qualquer uma que você possa ver aqui em Magnólia, com um potencial enorme de deixar pessoas maravilhadas ou até pasmas. Ela não é parecida com você, é igual.

— Igual...? Eu sou igual a uma... Planta?— Indagou Akihiko confuso.

— Não a qualquer planta, a esta planta. Você me vê como um Master poderoso porque você é apenas um broto. Mas você tem potencial e se acreditar em si mesmo, quando crescer... Poderá ser mil vezes melhor do que eu.— Ele sorriu olhando para Akihiko.

O garoto olhou para Dreyar e o broto e então sorriu discretamente.

FIM DO FLASHBACK.

— C-como... não se lembra...?

— S-sim, eu acho que me lembro, mas... Por quê faz isso? Porquê destrói Magnolia e tenta isso contra a Fairy Tail também?

— Pelo jeito não se lembra de tudo... Pois então, vou te contar. Houve uma época em que...

MEMÓRIA DE AKIHIKO SASATO(FLASHBACK 2)

Novamente, aquele seu inocente olho direito observava a Fairy Tail. No momento, Makarov se encontrava sentado no jardim, sozinho, de cabeça baixa, com suas mãos entrelaçadas nos cabelos. Estava pensativo e ligeiramente nervoso.

—AAh... Purehito...! Como pôde...! Eu não vou conseguir...Esta tarefa... É muito árdua! Comandar a Fairy Tail...

“Eu sabia, o Master com certeza um dia realmente seria—!”

— Saia daqui, Akihiko!—Repreendeu o Dreyar— Já disse para não ficar xeretando a vida dos outros!

O garoto paralizou-se de medo.

—Já disse para sair!— Gritou Makarov se dirigindo-se àrvore.

De repente uma mão agarrou o braço do menino fortemente e uma outra cobriu sua boca.

Queria gritar “Master!”, mas não conseguiu. Os braços que o entrelaçaram eram muito fortes, e ele, o pequeno e frágil ‘broto’, era fraco. Akihiko apagou por um momento e foi levado para um estacionamento, onde haviam dois homens, um estava com uma adaga sob o pescoço de sua mãe— Pessoa que raramente ele via, ela viva fora da cidade.

— Seu filho está aqui, e agora?! Vai dizer onde está o ouro ou não?

— Não!

Um dos homens dá um tapa no rosto da mulher.

— Onde está?

A mãe de Akihiko se permanece calada.

— Onde está?!— Perguntou novamente o homem.— Me diga onde está o ouro ou nunca mais verá seu filho!

A mulher continuou calada.

— Muito bem, então...

O garoto fechou os olhos e um barulho de corte invadiu o ambiente. A mãe daquele garoto nunca fora lá muito exemplar, mas era a única pessoa que Akihiko tinha, fora o Dreyar.

FIM DO FLASHBACK

— Eu sempre estive lá por você e quando eu mais precisei... Você não estava lá por mim.— Disse Akihiko.— Mesmo que eu não amasse aquela mulher...

— Me desculpe... Akihiko...— Murmurou Makarov.