— Luceee, onde você estáá? — Procurava o foguentinho olhando aqui e ali no lado de fora da Guild.

Ele procurou no lado de lá, no lado de cá, levantou um tapete, percorreu metade do reino de Magnólia e.... Nada de Lucy. Cansado, parou onde estava e sentou-se no chão, respirando um pouco.

— Onde será que... — Ele ofegou um pouco. — Aquela loira está...?

— Oe, Natsuuuu! — Disse Happy voando em uma velocidade tão alta para ele que acabou só parando quando trombou diretamente com o rosto do Dragneel.

Logo atrás do gatinho azul, vinha Charles, que, observando o gatinho trombar com a cara de Natsu, bufou com a mão sob sua própria testa.

— Gato, por que você não pode ser NORMAL?! Não precisava voar com tanta pressa, eu disse!

— Eu sei, Charles. Mas, ah... Não faz mal. Foi só uma trombada. Agora, Natsu. — Ele segurou o rosto do Dragon Slayer na sua frente por um segundo para tomar a atenção do mesmo e depois deu um pulinho e, lá do chão, continuou. — Você por acaso viu a—

— Lucy? — Completou juntamente com o gato, que deu outro pulinho, agora de susto. — Não... — Suspirou. — Estou procurando-a faz uma hora e não vejo ela em lugar nenhum... Eu fui à lanchonete, ela não estava lá. Eu fui ao parque, ela não estava lá. Eu fui até a casa dela, também não. Corri pela maioria das ruas de Magnólia gritando “Luceeee!” e nada...

— Hum... Entendo. — Disse Charles pensativa. — Deveríamos reportar esse “sumiço” a Guild, vocês não acham?

— Sim... — Respondeu Happy também pensativo.

— Houkkooou! — Alguém gritou ali não tão perto.

— Esperem! Vocês ouviram isso? — Perguntou Natsu repentinamente se levantando com os ouvidos atentos.

— Isso o quê? — Perguntaram os Exceeds.

— E a voz da...

— Wendy, nãão! — Gritou Romeo.

— ROMEO?! — Natsu saiu em disparada e os gatos o seguiram, Happy proferindo um “Calma, Natsuu!” devido a velocidade do Dragneel e Charles apenas se agarrava ao rabinho branco-azul do companheiro Exceed.

Rapidamente Natsu e os gatos chegaram ao lugar e a primeira coisa que conseguiram avistar foi: um homem, um Dark Slayer, se alimentado do Rugido do Ar de Wendy, garota na qual agora seus olhos tremiam de surpresa.

— Gochisousama... — Disse o encapuzado passando a manga da roupa sob seu queixo.

— Mas o que diabos... — Começou Natsu e depois tomou a frente de todos, ficando cara a cara com os Dark Slayers. — O que vocês querem com a Fairy Tail? Seus... Malditos. — Ele apertou o punho. — A luta entre nós já acabou, o Mestre de vocês já não é mais um Mestre. Ele agora faz parte da Fairy Tail.... O QUE. VOCÊS. QUEREM?! — Perguntou com uma ira enorme contida dentro de si.

— O que... Nós queremos? — Perguntou o homem encapuzado que estava à frente de Natsu jogando um olhar momentâneo para seus amigos.

— Sim. — Confirmou o Dragneel com os braços na cintura, sério.

— Queremos... Poder. — Disse retirando sua capa.

O homem era metade negro, metade humano. Se parecia com um Dragon Slayer, mas Natsu hesitou em tomar conclusões precipitadas. “Não, não pode ser um Dragon Slayer...”, pensou. Seu lado negro parecia-se com o lado Dragon Slayer de Rogue, um mago da Sabertooth, em seu estado mais poderoso.

Todos os Dark Slayers começaram a retirar suas capas, cada um deles era um tipo de imitação de Dragon Slayer diferente. Como Natsu suspeitava, só uma magia de Dragon Slayer pode matar um Dragon Slayer. Mesmo que eles não fossem, ou fossem... Dragon Slayers. Só uma magia igualmente poderosa poderia derrotar aquele seu tipo magia.

Natsu comprimiu sem punho novamente, felizmente se conteve outra vez.

— Por que... Desejam poder? — Perguntou Natsu sem expressão aparente.

— Não é óbvio? — Pronunciou-se um Dark Slayer tomando a frente. Ele era estranho, metade das trevas, uma aura roxa-escura o rodeava. Sua voz soava rasgada, porém aquele parecia seu tom natural. Um tom parecido com o de Snake, um mago da ______.

 Ele andava de um jeito largado, com os braços que faziam um movimento literalmente “jogado”, indo para a direção na qual ele se movia e balançavam conforme. Suas costas arqueadas, feito um corcunda. Ele também andava olhando para baixo e tinha uma cabeleira longa que lembrava a de um velho inimigo chamado “Midnight” e uma franja que naquela posição cobria seus olhos. — Para não sermos... Fracos inúteis...

— Isso não faz sentido. — Disse Natsu friamente.

O estranho Dark Slayer se espantou e ergueu sua cabeça pela primeira vez. “Olhos... vermelhos”, observou Natsu.

Sim, aqueles olhos eram mesmo vermelhos. E demoníacos.

— NÃO FAZ SENTIDO?! COMO NÃO FAZ SENTIDO?! — Perguntou estendendo suas mãos em direção ao Dragneel, querendo agarrar-lhe o pescoço. O foguento apenas rebateu com uma única mão.

O Dark Slayer se afastou furioso. Ele endireitou a posição das suas costas e estralou o pescoço, porém seus braços ainda permaneciam do mesmo jeito largado e psicótico. Ele se virou para o seu colega Dark Slayer que parecia ser o líder provisório daquele grupo e o mesmo que tinha se alimentado do rugido de Wendy.

— Craig... Posso matá-lo? — Perguntou.

— Não, ainda não. Precisamos dele para trazer o chefe de volta. — Respondeu Craig.

Romeo, esperto, já estava perto de Wendy e apenas a pegou por trás, dando um pulo e cobrindo a boca da menina com sua mão e levando-a para longe dali. A Marvel tentou falar, gritar, esgoelar alguma coisa, mas não conseguiu proferir nada entendível. Porém, era possível perceber que ela dizia alguma coisa com “Me solte! Não podemos deixar o Natsu-san sozinho com esses caras!”.

— Aí, Craig! O garotinho está tentando levar a Dragon Slayer para longe de nós! — Avisou um jovem na qual sua parte Dragon era vermelha e escamosa, como se fosse pele de dragão. O tom vermelho era exatamente o tom quase vinho de Igneel.

O Dark Slayer estranho não hesitou em ir em direção às duas crianças no primeiro momento, porém chegou a hesitar quando Natsu lançou um olhar matador à ele.

— Acredite... Você não vai querer ir atrás desses dois.

— E por que não? — Jogou o olhar matador de volta.

— Tem certeza que vai querer provar para saber? — Perguntou virando-se para o mago estranho. Sua raiva exalava à sua volta em uma aura totalmente vermelha-amarelada em chamas. Seu cachecol balançava com a brisa do vento, que passava lentamente por ali, enviando toda a tensão de Natsu aos seus inimigos. Eles não temiam, mas sentiam o poder do filho de Igneel.

O Dark Slayer psicótico sorriu e logo se afastou alguns metros para trás, não em gesto de medo, mas sim dando espaço para os grandes ataques acontecerem.

Natsu sorriu e logo sobrepôs seus punhos perto da boca.

— Karyuu no...

— Yami no...

— Houkkooou! — Disseram; e dois tipos de nuvens enormes de tipos de dois tipos de “fogo” diferentes se sobrepuseram no ar naquele momento. Uma era roxa e outra era vermelha.

Natsu e o Estranho — Juntamente com seus colegas de guilda que se encontrava por trás dele.— Acabaram sendo jogados para trás em meio a tanto poder. Exceto o homem que antes tinha engolido o rugido do Dragão do Céu, Craig, este permanecera parado no mesmo lugar de antes.

Craig recolocou seu capuz e andou em direção à Natsu, que ajeitou seu corpo, pronto para a batalha. Porém chegando perto dele, Craig desviou e continuou andando, seu objetivo não era lutar contra o Dragneel.

— Para onde pensa que vai? — Perguntou Natsu girando seu pescoço levemente para a esquerda, mesmo que Craig estivesse atrás dele.

— Para onde eu quiser, idiota. — Respondeu parando por um instante rápido.

Natsu se dirigiu passos em direção a Craig, que apenas continuava a caminhar. Os outros Dark Slayers se entediavam, todos com suas capas vinho-escuras, batiam o pé várias vezes no chão.

— Ora... Não se esqueça de mim, colega. — Disse o Estranho com seu corpo se contorcendo por alguns segundos. Grandes asas negras surgiram nas costas do mago, que o fizeram levitar e que com a pressão proporcionada pelas mesmas, todos os presentes quase foram derrubados no chão. Os habitantes que passavam ali por perto gritaram de medo, caindo de vez no chão devido a tal ventania.

 — Asas... De dragão! — Disse Natsu surpreso com o que via, por um segundo ele voltou seus olhos para Craig, porém... Droga! Ele não poderia deixar aquele maldito de asas aterrorizando metade de Magnólia.

Romeo... Ele teria que proteger Wendy a qualquer custo.

PONTO DE VISTA ROMEO CONBOLT

Ele e a Marvel corriam direto para a Guild, Wendy tentava ainda se soltar do garoto faz um bom tempo, mas não conseguia.

Por alguns segundos ela se revoltou e Romeo acabou a soltando.

— Romeo! Eu preciso ir atrás do Natsu!

— Não, você não pode!

— É claro que eu posso! Eu sou forte e....!

— E o que, Wendy?! O que?!

— E eu posso ajudar o Natsu!

— Como?

— Lutando!

— Você não pode!

— É claro que eu posso!

— Não pode não!

— Por que?! Por que eu não posso, Romeo-san?!

— Porque senão eu não poderei te proteger!

— Eu não preciso da sua proteção!

Ele engoliu em seco.

— É o que você diz, mas nunca se sabe! Aqueles cara são realmente fortes e se um deles te machucar, eu...! Eu não sei o que eu vou fazer! Porque se eu não estiver lá para te ajudar, eu... Eu...!

— Você o que, Romeo? — Perguntou sutilmente com as bochechas rosa.

— E-eu não sei... Eu s-só... Sinto que não aguentaria.

— N-n-não aguentaria... O que?

— Saber que eu não pude impedir isso. É que...

Wendy esperou Romeo, que havia “travado” um pouco, falar.

— Eu sinto agora que... Que... É como se... Bom, eu não sei... É que...

Wendy deu um riso.

— Ora, vamos logo para a guilda. Os caras maus podem vir atrás de você à qualquer momento e.... — Começou ele já pegando a mão da azuladinha e a levando para alguns centímetros a frente de um modo total repentino.

— Não. Chega. — Ela parou se soltando e dando um risinho.

— Hã? — Disse Romeo ainda com um rastro rosa nas bochechas.

— Fale o que você iria falar antes logo. “É que...”. — Ela rastejou um pouco a sapatilha no chão coberto de mini pedrinhas. — “É que...” o que? — Perguntou com a voz num tom mais baixo.

— N-não é hora para esse tipo de coisa, temos que ir logo para a Guild e.... — Começou ele tentando levar a garotinha pelo braço de novo sem sucesso, ela se soltou novamente.

— E o que? P-por favor, diga logo o-o que pensa...

Ele engoliu em seco outra vez.

— E-eu não sei direito, mas é como se... Algo me dissesse que eu tenho que te proteger... Não deixar ninguém te ferir, nem te tratar mal, nem te fazer ficar triste, porque... Eu nunca quero te ver assim e.... Eu nem sei o que isso significa, só que... É. É-é sso aí. — Ele escondeu seu rosto no cachecol.

Wendy também sorriu e os dois olharam para trás, à alguns metros, lá estava Craig. Como uma sombra de um pesadelo. Romeo agarrou Wendy pelo braço e correu dali o mais rápido que pôde.