Nossa Eterna Usurpadora escrita por moonteirs


Capítulo 83
Idênticas


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores, voltei!!
Gostaria de agradecer a cada um de vocês que continua aqui ♥ E tenho que dizer que fiquei muito surpresa com quem veio até mim da convivência da Gaby e me pediu pra eu não abandonar a fic. De verdade, não pensava que ela alcançava tanta gente ♥ E pode deixar, meninas, não vou abandonar.
Esse capitulo é bem especial, eu fiz como presente de aniversário para Jessica Ferreira que me pediu nos comentários do capitulo passado que eu desse um capitulo de presente e aqui está ele. Eu sei que não é o maior, mas foi o que eu consegui fazer em meio aos trabalhos e provas da pós graduação. Feliz aniversário adiantado, Jéssica, muitas felicidades, linda.
Boa leitura ♥



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O silêncio que tomava conta do pequeno quarto desde o instante que Carlos Daniel moveu-se da frente de Paulina, a revelando para os dois jovens, fora quebrado pelo forte grito assustado de Fernando chamando pela mãe. Com passos largos, ele chegou perto da maca onde ela estava e a puxou para seus braços, em um abraço que transbordava preocupação. Tomado pela aflição de ver a mãe debilitada, não percebeu a tensão compartilhada por Paulina e Carlos Daniel, nem suas mãos juntas. Os dois seguiam unidos, olhando fixamente para Gabriela, esperando e temendo sua reação.

A pele alva havia perdido mais cor, a palidez que dominava seu rosto era o reflexo de seu estado de choque. Os olhos verdes estavam arregalados encarando a mulher à sua frente, sua mirada observava cada detalhe daquele rosto, buscava por algo que lhe confirmasse que tudo aquilo era um sonho ou uma grande ilusão de sua mente, porém quanto mais olhava mais seu coração apertava. Gabriela sentia seu mundo girar e o chão desaparecer, as semelhanças eram indiscutíveis, mas o que ela via naquela mirada não era ódio ou desdém, era amor.

— Mãe, o que aconteceu?

Os olhos cheios de lágrimas da menina se desviaram por um instante para o namorado. Fernando deixou o abraço para avaliar se ela estava bem, ver se tinha algum machucado no corpo, conferir com seus próprios olhos se sua mãe estava bem.

— Sim, não se preocupe, estou bem.

A resposta veio no automático, seus olhos em momento algum deixaram de mirar sua pequena luz. Não era o modo certo, não era como ela havia planejado encontra-la, mas não tinha mais volta, sua filha estava há poucos metros de distância e mesmo com toda a apreensão por sua reação, o corpo de Paulina se encheu de emoção ao ver sua bebê tão linda e crescida.

Os olhares estavam conectados e os corações pulsavam no mesmo ritmo. Gabriela observava aquela íris igual a sua buscando por respostas e Paulina tentava responder em silêncio. Talvez por não conseguir traduzir o que seu coração gritava ou por achar tudo aquilo a pior das loucuras, o corpo da menina reagiu mal à forte descarga de adrenalina que corria por suas veias, sem conseguir acompanhar o ritmo de seu coração, Gabriela começou a empalidecer ainda mais, ao mesmo tempo que respirava com dificuldades.

Percebendo o estado da filha, Paulina apertou mais forte a mão de Carlos Daniel e lhe lançou um olhar de preocupação, confirmando o que ele pensava, Gabriela estava começando a entrar em pânico. O gesto, por mais rápido que tenha sido, não passou despercebido pela menina, ela conseguia sentir a forte conexão dos dois e aquilo era seu limite. Era desesperador não entender nada.

Com curtos passos para trás, ela começou a se afastar daquele lugar, não podia mais ficar ali e ver coisas sem sentido, se sentia tão pequena, como uma criança tentando fugir de um monstro imaginário. Carlos Daniel chegou até a filha a tempo de impedir que ela corresse. Segurando seus magros e trêmulos braços com delicadeza, ele tentava puxar ela para seus braços ou fazer com que ela o olhasse.

— Filha, calma. Podemos explicar.

A tensão no corpo da mãe e seu olhar aflito em algum ponto atrás de si, junto a fala de Carlos Daniel, foram como um estalo em sua mente. Fernando virou-se para a namorada e se surpreendeu em vê-la daquele jeito. Sua Gabriela sempre tão forte, segura de si, que por nada nem ninguém se abalava, estava mais pálida que a neve, tremendo, com os olhos assustados repletos de lágrimas e com a respiração pesada.

Alheio ao que estava acontecendo no lugar e sem entender o que havia levado sua amada a aquele estado de nervos, Fernando decidiu se aproximar dela quando percebeu que Gabriela rejeitava o carinho do pai. Notando a aproximação do menino, Carlos Daniel o olhou desesperado, pedindo ajuda para algo que ele não estava conseguindo lidar. Entendendo a deixa do sogro, Fernando chegou perto da namorada, que não recuou, ao contrário, se jogou em seus braços, escondeu o rosto em seu peito e deixou-se levar por todo aquele choro que estava preso em sua garganta.

— Calma, meu amor, vai ficar tudo bem. — Fernando afirmava sem ter ideia do que ficaria bem e se ficaria bem na verdade, mas tinha que acalmá-la de alguma forma, seja com a proteção de seus braços, seja com palavras positivas.

O jovem de olhos castanhos olhou para Carlos Daniel buscando respostas para o ocorrido, mas não encontrou nada além de uma mirada preocupada e mãos nervosas que bagunçavam o cabelo em um ato de impotência. A mesma aflição sentida pelo pai da Gabriela, também foi notada por ele nos olhos de sua mãe. Porém, havia outra coisa. Algo que ele não entendia o motivo de estar ali, mas que ela não conseguia esconder. No olhar de Paulina, Fernando viu culpa também. Mas por que ela se sentiria culpada?

Percebendo que a respiração da namorada estava se normalizando e que seu choro estava cessando aos poucos, ele se separou dela apenas o suficiente para olhar em seus olhos e ver se ela já estava pronta para conversar.

— Meu amor, o que está acontecendo? O que te deixou assim?

Gabriela desviou a cabeça e olhou diretamente para Paulina e Carlos Daniel. Os olhos antes tristes e repletos de lágrimas, agora refletiam confusão e raiva. Culpava o pai por algo que não sabia o que era, mas tinha medo, muito medo de descobrir.

— Eu prometo explicar tudo, filha, mas é melhor que seja em outra hora e em outro lugar. — Carlos Daniel olhou rapidamente para Paulina, antes de volta-se para novamente para Gabriela — Muita coisa aconteceu e ela precisa descansar.

— Não, Carlos Daniel. — Paulina falou tentando tirar a reluzente manta térmica que a envolvia e colocando seus pés para fora da maca. — Eles merecem saber.

Antes dela concluir seu objetivo e se levantar da cama, Carlos Daniel a impede tocando em sua mão.

— Não, querida, você tem que ficar em repouso.

— Querida??

Dessa vez, a voz indignada ouvida não saíra da boca da loira, mas sim de Fernando. Não havia como não notar a forma como Carlos Daniel a tratava ou como ela o olhava. A conexão entre os dois era tão forte que chegava a ser palpável. Aquilo definitivamente não era apenas uma relação de negócios.

 — É papai, explica agora por que você está chamando ela de querida? Por que que vocês dois estavam de mãos dadas? Por que tanto carinho e cuidado? E a melhor pergunta. Explica para o meu namorado o porquê da mãe dele ser IDÊNTICA A MINHA?!


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Notas finais do capítulo

Só posso voltar a escrever semana que vem, depois de quinta, mas não se preocupem, eu sou como as reprises de A Usurpadora, quando você menos espera eu chego. kkkkk