Nossa Eterna Usurpadora escrita por moonteirs


Capítulo 68
Novas realidades


Notas iniciais do capítulo

MEUS AMORES, mil perdões pela demora, eu prometi atualizar a fic logo e demoro 1 mês e meio, to morrendo de culpa aqui. Desculpem.
Enfim, deixa eu falar pra vocês algo antes de vocês lerem o capitulo novo ( ou vocês podem me ignorar e ir ler logo o capitulo...)
Primeiramente, muito obrigada pelas respostas do capitulo passado, eu realmente me surpreendi com o tanto de gente que veio falar comigo, muito obrigada por continuarem lendo a fic e por não matarem essa escritora lerda. Em segundo lugar, A USURPADORA VOLTOU e eu estou chorosa. Fico emocionada porque essa fic começou durante a reprise de 2013 e até hoje continua ( acho que isso não é bom, mas ok), e também porque a Nossa Eterna Usurpadora foi a quarta fic se não me engano a ser postada no genero A Usurpadora aqui no Nyah, e é muito lindo ver o quanto de histórias já tem por ai e o quanto de escritoras talentosas surgiram.
Enfim, vamos acabar com esse momento nostalgia e ir direto para o capitulo não é.
Boa leitura meus amores.



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Paulina: Um dia eu disse “Uma vida inteira seria pouco para te amar”, e agora eu te pergunto, Carlos Daniel, como você não se deu conta?

Dizer que Carlos Daniel ficou sem ar é pouco, em segundos ele ligou todas as informações e percebeu que havia perdido seu mundo. Aquela frase ninguém mais sabia, aquele toque ninguém mais tinha, depois de anos ele entendeu porque não conseguia ver através do olhar de sua esposa. Seu chão sumiu quando ele percebeu o motivo de tantas atitudes estranhas da parte dela. Angustia e alivio misturaram-se ao entender o porquê do amor que ele sentia por ela ter acabado, porque de fato ele não acabou, apenas estava repousando sem rumo.

CD: Meu Deus! Paulina? Lina? Minha Lina? – Disse passando o dedo em seu rosto tentando ter certeza daquilo que estava acontecendo.

Paulina: NÃO! Sua não mais Carlos Daniel!

O toque dele a despertou para a realidade, a mirada doce que segundos atrás habitava em seu rosto deu lugar para a escuridão de uma dor que ela carregava há 15 anos. Voltando para sua postura fria, ela retirou a mão dele de sua face com certa violência, e em seguida encarou Paola.

Paulina: A sua Paulina morreu há 15 anos. Graças a você querida irmãzinha, aquela Paulina boba e doce não existe mais. Será que devo te agradecer por isso?

Rodrigo: Alguém pode me explicar o que está acontecendo?

Paulina: Haverá tempo para isso Rodrigo. Eu não estou aqui para falar do passado. Meu objetivo aqui é falar de negócios – disse dirigindo-se para a cadeira presidencial Então quer dizer que vocês levaram a fábrica à falencia de novo? Que decepção Carlos Daniel! Você não aprendeu nada comigo? Que tristeza.

Com a sobrancelha arqueada, cabeça erguida e um sorriso debochado no rosto, Paulina encarava Carlos Daniel sem se importar com mais ninguém na sala. Não interessava angustiar os outros por enquanto, seu foco principal era o aflito homem de olhos castanhos. Ver sua mirada sem rumo, seu rosto pálido e seus cabelos contantemente bagunçados por suas mãos nervosas, fizeram o sabor da vingança ficar mais doce, aqueles eram os sinais de que a sua presença e sua atitude o estavam enlouquecendo.

CD: Que tipo de joguinho é esse, Paulina?

Carlos Daniel não sabia o que pensar, o que fazer, o que falar. Poucos minutos atrás ele havia descuberto que seu mundo não passava de mentiras e que possívelmente havia perdido o amor de sua vida. O desespero por não ter percebido nada antes o corroía, ele precisava de explicações, precisava de detalhes que o ajudassem a entender como tudo aquilo havia acontecido. Porém, a única que poderia lhe dar respostas estava em sua frente sendo sádica e irônica. Paulina o estava matando com aquele jogo de frases vázias e frias.

Paulina: Não estou jogando não, estou apenas constatando um fato. E outra coisa, peço que me chame pelo meu nome. Não me chamo mais Paulina Martins, sou Paula, Paula Hernandez.

O orgulho com que ela pronunciou o sobrenome Hernandez fez-se mais forte no momento em que ela virou-se para Alejandro e pegou em sua mão. Carlos Daniel viu aquilo tudo como em câmera lenta. Uma mistura de sentimentos se apoderou de seu corpo ao ver o brilho na mirada dela ao olhar para aquele homem. Aquela forma de olhar, Carlos Daniel conhecia perfeitamente. Aquela mirada apaixonada já havia sido destinada a ele, e ver Paulina olhando do mesmo modo para outro lhe enfurecia.

CD: Vocês se casaram?

Ele falou em tom fraco, quase soando como um sussurro. Carlos Daniel não parava de olhar as mãos dos dois entrelaçadas, aquilo o torturava e o hipnotizava ao mesmo tempo. Ele temia a verdade, mas não conseguia evitar de querer as respostas para aquele tão real pesadelo.

Paulina: Não sei o que a nossa vida conjugal tem a ver com essa negociação - diz rispidamente voltando seu olhar para os papeis que estavam a sua frente– Alê, amor, você já revisou todo o contrato?

Alejandro: Sim, esta tudo certo.

Paulina: Perfeito!

Por fim ela assinou o contrato. Cada rubrica era observada minuciosamente por Carlos Daniel que estava enlouquecendo com aquela atitude de Paulina.

Paulina: Muito bem senhores, o negócio entre a fábrica de cerâmicas Bracho e as empresas Hernandes S.A está fechado. Minha secretária irá entrar em contato com vocês para definir a data da nossa futura reúnião, quero colocar esta empresa em ordem o quanto antes. Então, já exercendo os poderes como presidente da empresa Bracho que este contrato me dá, eu declaro o fim desta reunião. Boa tarde.

CD: Como assim? Você já vai? Paulina, precisamos conversar! – Falou exasperado.

Paulina: Paulina não, Paula! Paula, queridinho! E sim, já vou, meu marido e eu temos um compromisso familiar que não pode ser adiado. Boa tarde.

Alejandro: Boa tarde senhores.

Paulina e Alejandro vão embora de mãos dadas ignorando o fato de ter deixado para trás três pessoas aturdidas e desesperadas com aquela tão surpreendente reaparição.

Já no carro, Paulina não esboçava qualquer sentimento negativo, ao contrário, o inicio da vingança contra a familia Bracho a levava a sentir um sabor de vitoria em seus lábios, a fazendo sorrir maleficamente. Entretanto, ela surpreendeu-se ao olhar para o lado e ver que Alejandro não compartilhava da mesma felicidade que ela, ele estava calado, com feição séria e olhar focado no transito.

Paulina: Alê, amor? O que você tem? Esta calado.

Alejandro: Não tenho nada.

A rispidez em sua voz e o olhar serio diziam o contrário. Paulina entendia cada um daqueles sinais, ele estava chateado com alguma coisa, e ela já suspeitava do que se tratava.

Paulina: Ah, mas tem sim, por que ta falando assim comigo?

Alejandro: Paulina, você tem certeza que esse negócio é só por causa dos seus filhos?

Paulina: Mas é claro que é! Quero proteger o futuro econômico deles.

Alejandro: Pois não pareceu.

Paulina: O que você esta querendo dizer?

Alejandro: “Uma vida seria pouco para te amar” “Carlos Daniel, como você não percebeu?” Por favor né Paulina, o que foram aqueles olhares? Aqueles toques? Confesse, você só planejou tudo isso só para ficar próxima dele.

Paulina: Isso é um absurdo!

Alejandro: Vamos, me diga a verdade, você ainda o ama?

Paulina: Eu não acredito no que estou ouvindo. Você não confia em mim?

Alejandro: Confiar em você eu confio, mas não confio nele e muito menos na história que vocês tiveram.

Paulina: Isso é ridiculo! Você esta tendo um ataque de ciúmes sem fundamento.

Alejandro: Tão sem fundamento que você ainda não me respondeu. Você ainda o ama?

Paulina: Não! Não, pronto, já disse, não o amo mais. Era isso que você queria ouvir? Pois eu repito, eu não amo mais Carlos Daniel Bracho, esta satisfeito?

Alejandro: Sua boca diz uma coisa, mas o que vi em seus olhos quando você o olhava é algo totalmente diferente.

Paulina: Quer saber Alejandro? Eu estou cheia dessa discussão, pare o carro!

Alejandro: O que?? Parar o carro?

Paulina: Sim, é isso que você ouviu. Pare o carro que eu vou descer.

Alejandro: Você não pode fugir dessa conversa Paulina.

Paulina: Eu não estou fugindo, só quero parar de ouvir tanta besteira. A minha cabeça já esta cheia o bastante para ainda ter que aguentar seus ciúmes. Pare o carro, agora!

Alejandro: Esta bem, mas como você vai para casa?

Paulina: Eu pego um taxi, não se preocupe com isso.

Alejandro: Paulina, me desculpe, eu...

Paulina: Não! Agora eu não quero ouvir mais nada, depois conversamos. Preciso ficar sozinha e pensar, foram muitos acontecimentos impactantes hoje.

Alejandro: Esta bem...

Alejandro mesmo contrariado deixa Paulina em uma praça bastante movimentada no centro da Cidade do México. Conhecendo ela como ele a conhecia, ele sabia que ela não iria aceitar suas desculpas logo, precisava esfriar a cabeça para não aumentar ainda mais as proporções daquela briga. Vê-la sair do carro furiosa e caminhar em direção a praça sem nem ao menos olhar para trás o fez entender o tamanho da besteira que seus ciúmes provocaram. Alejandro confiava nela, mas não pode evitar de ter seu sangue fervido quando Carlos Daniel tocou em seu rosto e a chamou de “Sua Lina”.

Já na praça, Paulina andava sem direção, perdida entre o passado e o presente sua mente vagava pelas lembranças daquela reunião como também pelas memórias de anos atrás. A atitude que Alejandro teve no carro a fez sentir-se culpada, contrariando o que ela mesma falou para o marido, seus ciúmes tinham fundamento sim. Carlos Daniel a deixou balançada como ela pensou que não ficaria mais. Por 15 anos ela prometeu a si mesma enterrar o amor que sentia por ele, não queria mais sentir dor e muito menos saudades, tentando congelar aquele sentimento ela terminou por se tornar uma pessoa fria e insensível, praticamente o oposto de quem era quando Paola a encontrou no litoral.

Sem prestar atenção no caminho ou em sua volta, Paulina saiu de seus pensamentos quando sentiu o corpo de uma pessoa chocando-se com o seu. O encontrão foi tão forte que fez com que aquelas duas pessoas perdessem o equilibrio indo parar logo no chão.

Paulina: Ai menina, tome cuidado!! – Disse levantando-se sem prestar muita atenção na jovem.

XXX: Ai perdão senhora, eu...

Aquela voz. Ouvir novamente aquela voz fez seu coração saltar de seu peito. No mesmo instante ela olhou para aquela menina na busca da certeza de que se tratava de sua princesinha. Olhando para aquela iris clara, ela voltou no tempo, como se um filme passasse em sua mente, Paulina recordou cada boneca, cada fantasia, cada riso, cada história para dormir. Lembrou-se de vê-la crescer e se tornar uma linda jovem, lembrou do momento que ela lhe contou que já tinha um namorado, e com lágrimas nos olhos ela lembrou-se também do momento em que compraram o seu vestido de 15 anos. Agora, sua pequena Lizete já era uma mulher, a mais linda de todas, com seus cabelos longos e com o mesmo olhar angelical que ela sempre teve.

Paulina analisava sua filha com o mais terno dos olhares e não podia deixar de se alegrar em vê-la convertida em mulher. Sua vontade era de abraçá-la e nunca mais soltar, mas não podia fazer, primeiro pelas circunstâncias em que estava e também pelo olhar assustado que tinha sua pequena, ela a havia reconhecido.

Lizete: Não, não pode ser...

Paulina: É... é...

Lizete: Mãe? Mãezinha?

Paulina: O que? Não. Você deve estar me confundindo... – Disse virando-se de costas tentando limpar as lágrimas que sem controle caiam de seus olhos.

Lizete a virou de volta para si e tocou levemente em sua face, contornando com os dedos cada curva que seu rosto.

Lizete: Eu não entendo o que esta acontecendo, mas eu tenho certeza, você é minha mãe. Minha mãe. Você é a verdadeira Paulina não é? Meu deus, mãe é você! O que esta acontecendo?

Paulina não podia mais negar a verdade para ela, não para sua filha. Paulina a amava tanto que lhe doia muito ter se separado dela. Sem conter as lágrimas, ela sorriu e acariciou o rosto de sua princesa.

Paulina: Lizete, filha...

Lizete não aguentou aquela distancia por muito tempo, em um piscar de olhos ela correu para os braços de Paulina e ali fez sua morada. Naquele abraço, mãe e filha choraram por todo o tempo que não puderam estar juntas. Não importava quem passava ao redor, ou quem olhava com curiosidade, e sim a felicidade daquele reencontro.

Paulina: Mas como você percebeu? – Disse quando conseguiu reunir forças para pronunciar algo.

Lizete: Seu olhar, seu perfume, e – respirou fundo – e o meu coração.

Paulina: Filha...

Paulina abraça mais forte sua pequena, querendo a sentir mais ainda. O choro não podia ser controlado e nem elas mesmas queriam o prender, apenas deixaram que suas emoções falassem por si naquele momento.

Sem parar de abraçar Lizete, Paulina começou a fazer carinho em seu cabelo, do mesmo modo que fazia quando ela era pequena. Foi nesse momento que ela sentiu o corpo de sua filha mais pesado, Lizete havia desfalecido em seus braços.

Paulina: Lizete! Filha, pelo amor de deus, filha acorde.

O desespero de Paulina em tentar fazer com que Lizete recuperasse os sentidos durou pouco, segundos depois a menina abre os olhos um pouco atordoada, sem entender o que havia acontecido e o motivo pelo qual sua mãe estava aflita.

Paulina: Graças a Deus! Filha, você esta bem?

Lizete: Oi? Sim, to bem. – Disse ainda um pouco aturdida.

Paulina: Meu Deus, você ainda esta palida. Vem, vou te levar ao médico.

Lizete: Não, não precisa, não se preocupe com isso, é normal.

Paulina: Normal?? Como um desmaio pode ser normal? Lizete, você está doente??

Lizete: Não, mãe – disse sorrindo – Eu estou grávida.


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Notas finais do capítulo

Confesso que chorei com esse momento mãe e filha, mas o que vocês acharam?
@deafmonteiro