Nossa Eterna Usurpadora escrita por moonteirs


Capítulo 65
Seis corações batendo por você


Notas iniciais do capítulo

Okay, sei que demorei, sei que vocês devem estar querendo minha cabeça, peço desculpas e como bandeira branca da paz aqui está o capitulo 65 da fic, espero que gostem.
Boa leitura



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Duas semanas. Apenas 14 dias foi o prazo estipulado para Carlos Daniel e Rodrigo prepararem todos os documentos para a reunião. O encontro entre os Brachos e os donos da rede de hoteis Hernandez seria talvez o ponto chave para a resolução dos problemas economicos da fábrica. Carlos Daniel estava empenhado em conseguir essa sociedade, faria de tudo para convencer seu futuro sócio que investir na fábrica de ceramicas da familia não era uma ideia tão sem fundamentos e desastrosa como muitos afirmavam. Era o futuro e patrimonio de seus filhos que estava em jogo. O que ele não imaginava era que a sociedade já não era mais uma possíbilidade e sim um fato, um acontecimento que mudaria suas vidas de uma vez por todas.

A correria naqueles dias foi inevitavel para Carlos Daniel, ele passava boa parte seu do dia na fábrica Bracho e praticamente só pisava em casa para dormir. Aquela reunião importante acabou servindo como desculpas para sua ausência. A verdade era que passar o dia em familia em casa já não o animava como antigamente. Diferente do passado, não havia mais harmonia e felicidade naquela casa; apenas brigas e reclamações.

Paulina não se preocupava mais com o seu bem estar ou com as condições da fábrica, nos breves momentos que os dois conversavam ela apenas falava sobre a viagem para a europa da filha mais nova. Já Isabela só tinha cabeça para futilidades, passava o dia no shopping gastando o escasso dinheiro que tinham e quando estava em casa ela se dedicava a atormentar a irmã. Gabriela, gabriela, esse era o comportamento que Carlos Daniel não estava entendendo; sua pequena luz parecia não dar importancia para as alfinetadas da irmã. Ao invés de fechar a cara e lhe dar uma resposta mal educada, ela devolvia cada provocação com um sorriso. Definitivamente havia algo acontecendo com Gaby, ela volta e meia era pega olhando para o nada com um sorriso bobo no rosto e um brilho no olhar que ele nunca havia visto. Ela não estava se vestindo mais com cores tão sóbrias, e parecia estar vivendo em uma nuvem, sempre feliz, flutuando, e às vezes suspirando. Apesar das dúvidas que pairavam na cabeça de Carlos Daniel, ele não tinha tempo para se preocupar com os assuntos familiares, preferiu acreditar na possibilidade que a fase rebelde de sua filha tivesse acabado.

E assim os dias foram se passando. Os irmãos Bracho na correria, Paulina e Isabela vivendo entre revistas de viagens e companhias aereas, e Gabriela demonstrando uma felicidade que ninguém entendia e que ela também não revelava para nenhum membro de sua familia. Embora tudo estivesse dando certo na fábrica, Carlos Daniel não conseguia parar de se preocupar com o que estava por vir e com o que significava a perda daquela sociedade.

No dia que antecedia a reunião, ele revisava cada detalhe da documentação duas vezes para evitar erros, seu desespero em salvar o patrimonio de sua familia o estava enlouquecendo. Perdido na infinidade de papeis que o rodeava em sua mesa, ele não percebeu quando a porta foi aberta fazendo com que uma bela mulher de olhos claros e cabelo loiro entrasse no escritorio. Ela ficou o observando por longos minutos, seus olhos brilhavam de orgulho por ver que mesmo com o tempo transcorrido ele não havia mudado tanto. Sim, os cabelos brancos que insistiam em dominar a lateral de sua cabeça demonstravam o tempo decorrido, mas sua essencia continuava a mesma; ele continuava sendo seu eterno amor. Notando que ele estava concentrado demais para notar sua presença ela resolveu agir batendo na porta.

XXX: Com licença senhor Bracho, posso entrar?

Carlos Daniel levantou o olhar e seguiu a doce voz que o chamava. Um sorriso pairou em seu rosto assim que a viu, ela estava tão linda. Levantando rapidamente de sua cadeira, ele não perdeu tempo em abraça-la. Era um abraço longo, carinhoso e cheio de saudades. Eles ficaram separados por tanto tempo que ele não conseguia evitar de querer que ela ficassem ali em seus braços por um longo tempo, assim como era no passado.

CD: Lizete! Filha, que saudades!

Lizete: Oi paizinho, nossa senti tanto a sua falta.

CD: Pois é, depois que você casou parece ter esquecido seu velho pai aqui.

Lizete: Não seja bobo senhor Bracho, eu nunca vou me esquecer de você.

CD: Mas me diga, como esta a vida de casada? E o Miguel onde está?

Lizete: Miguel esta em uma reunião agora paizinho, e quanto a vida de casada, nossa, sou a mulher mais feliz desse mundo.

CD: Eu percebo, você esta com um brilho no olhar filha... está tão linda.

Lizete: Obrigada paizinho.

Carlos Daniel que havia se separado só para olhar sua princesa nos olhos, não perdeu tempo e a abraçou novamente. A saudade parecia muita para ser abafada com um simples abraço, e ele não tinha a intenção de solta-la tão rapidamente. Foi essa cena de amor paternal que Rodrigo encontrou quando entrou na sala cheio de papeis nas mãos.

Rodrigo: Lizete, que visita maravilhosa.

Lizete: Oi tio, nossa que saudade de você.

Rodrigo: E a gente de você princesa.

Lizete: Como vai a tia Patricia?

Rodrigo: Ela esta bem, com muita saudade de você também.

Lizete: E eu dela, mande um beijo meu pra ela tio.

Rodrigo: Claro.

Lizete: Tio, você se importa se eu roubar o papai pelo resto do dia?

CD: Lizete, amanhã nós temos uma reunião importante e...

Rodrigo: Claro que não Lizete, pode levar seu pai, ele esta precisando respirar um pouco. E Carlos Daniel não se preocupe, já esta tudo organizado para a reunião, pode ir sem preocupação.

CD: Obrigado irmão.

Lizete: Obrigada tio. Vem pai, vem que já estamos atrasados.

CD: Atrasados para que?

Lizete: Para buscar a Gabriela na escola pai, pra que mais seria? Eu to morrendo de saudades da minha irmãzinha.

Carlos Daniel acata a vontade de sua filha e aproveita a situação para tentar entender o porque daquela mudança de comportamento tão rapida de Gabriela. Ao longo do trajeto entre a fábrica e a escola da filha Carlos Daniel mal abriu a boca. Ele apenas ouvia com um sorriso nos lábios o que sua Lizete falava. Sua felicidade era tão grande e tão contagiosa que ele não pode e nem quis evitar que o sentimento de orgulho dominasse seu coração. Sua princesa havia crescido e agora tinha sua própria vida ao lado do marido. Vendo aquele brilho no olhar de Lizete ele lembrou-se de um passado distante quando via aquele mesmo brilho de felicidade na mirada da mulher de sua vida. Carlos Daniel já estava sendo dominado pela tristeza de saber que nada era como antes, sua vida fora mudada da água pro vinho sem que nem ele ao menos desse conta do ocorrido.

Lizete: Pai? Pai, o sinal abriu!

CD: O que? Ah sim, desculpa filha eu me distrai.

Lizete: Eu percebi. O que esta acontecendo pai?

CD: Ham? Não, nada filha, só os problemas da fábrica.

Lizete: Carlos Daniel Bracho eu te conheço, não é só a fábrica não é?!

Carlos Daniel olhou pra filha em dúvida se falava ou não dos problemas que estavam acontecendo em seu matrimonio. Percebendo que o olhar de Lizete era fixo e preocupado ele decidiu falar o que ela acabaria sabendo em uma hora ou outra.

CD: Filha, estou pensando em me divorciar da Paulina.

Lizete continuou o olhando sem pronunciar nada, sua face não expressava nenhuma emoção, nem sentimento de apoio ou desagrado, ela apenas o mirava com um olhar indecifravel.

CD: Lizete? Filha? Fala alguma coisa por favor.

Lizete: É que... não sei o que pensar pai. As coisas estão tão ruins assim?

CD: Filha, sinto que o momento que eu deveria ter feito isso já chegou e já passou. Paulina e eu não somos os mesmos. Sinto como se não a conhecesse mais.

Lizete: Ai pai sinto muito.

CD: Eu também sinto filha, principalmente por vocês, sei que a Paulina é como uma mãe pra você e pro Carlinhos.

Lizete: Pai, você sabe que a mamãe deixou de ser maternal há muito tempo. Quando eu ainda morava em casa, nós duas mal nos falavamos. Não sei, eu entendo o que você ta sentindo, mas pensei que aquela fosse uma fase passageira sabe. Pensei que ela mudaria.

CD: Esse foi o problema Lizete, a Paulina mudou. Mudou tanto que...

Lizete: Que o que pai?

CD: Nunca pensei que diria isso mas, Lizete, eu já não a amo.

Nesse momento as lágrimas de Carlos Daniel já dominavam seu rosto. Percebendo seu próprio estado, ele logo tratou de estacionar o carro no acostamento mais próximo. Assim que o carro parou sua cabeça foi ao encontro do volante e ali descarregou toda sua tristeza. Ele sofria pelo fracasso de seu casamento, sofria por ter perdido o amor de sua vida, e sofria por se sentir perdido por não a ter mais em seu coração.

Lizete estava chocada e sem saber o que fazer, ela sempre viu seu pai como o seu heroi indestrutivel e vê-lo tão destroçado com os próprios sentimentos a deixava sem chão. Sem esperar muito ela retirou o cinto de segurança que a prendia e abraçou o pai. Era um abraço de consolo, carinhoso e principalmente de apoio.

Carlos Daniel ao sentir os magrinhos braços da filha contornando seu corpo se deixou levar pela emoção. Ele tirou sua face do volante e a abraçou como se ele fosse uma criança. A verdade era que ele precisava desafogar tudo o que sentia, ele precisava do colo que alguém que ele sabia que verdadeiramente o amasse. Carlos Daniel acabou achando no abraço da filha o porto seguro que ele tanto buscava.

Lizete: Paizinho, não fica assim, tudo vai se resolver. Você pode mais não ter o amor da mamãe, mas continua tendo o nosso. Você sempre terá seus filhos para o que você precisar, e olha que somos muitos hein. Somos seis corações que batem por você paizinho.


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Notas finais do capítulo

*-* momentos que fiquei chorosa com esse momento
O que vocês acharam?
@deafmonteiro