Dramione - Aprendendo A Amar escrita por Mahizidio


Capítulo 13
O sonho


Notas iniciais do capítulo

Gente, mais um cap! Depois desse, só tenho mais dois pronto, mas eu prometo que vou me esforçar pra conseguir escrever mais! Por vocês!
Obrigada pelos comentários! E espero que gostem! *-*



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Hermione estava perdida. Draco tinha mesmo uma missão para cumprir: matar Dumbledore. E ele confiava nela para fazer alguma coisa que o ajudasse. E, como se todas essas coisas terríveis não bastassem, ele havia falado que era apaixonado por ela, mas já não se lembrava mais disso.

Ela não tinha ideia de como agir. Andava sem rumo pelo castelo, com a moeda que Draco lhe deu passeando pelas mãos e com lágrimas molhando toda a frente da roupa. Tivera a melhor e pior tarde de sua vida. Não queria aceitar que Draco era um... Burra! Como você pôde esquecer de perguntar se ele era mesmo um Comensal? Ele disse que ia responder a qualquer pergunta, não que ia sair contando tudo tudo que sabia! Idiota! Para a grifinória a incerteza era pior do que saber se ele realmente era um Comensal.

Ela tinha que fazer alguma coisa, não poderia ficar o resto do ano andando sem rumo e chorando, além de que já deviam estar preocupados com o sumiço dela, principalmente sem o Mapa para poderem procurar.

xx

Hermione estava entrando no Salão Comunal, como era final de semana, provavelmente, estaria vazio. Estava certa, não precisou de muito e encontrou Harry e Gina, visivelmente aflitos. O casal veio correndo em direção à amiga, que mais uma vez apresentava o rosto inchado e vermelho pelo choro.

- Mione, onde se meteu? Te procuramos pela escola toda. - Harry perguntou, sendo abraçado pela morena que precisava urgentemente de um colo amigo. - Mione, pelo amor de Deus, o que aconteceu? Fala alguma coisa! - Ele parecia muito mais aflito. Gina agora conduzia os dois para um sofá. – Se for por causa do Rony, não precisa se preocupar. Ele já está bem, vai sair de lá em dois dias.

A monitora encarou os amigos, não sabia por onde começar, mas tinha que começar. E seria pelo começo. Ainda com algumas lágrimas rolando pela face, Hermione contou tudo o que havia acontecido entre ela e o sonserino nos últimos meses. Contou tudo, das brigas aos beijos. Dos escudos aos momentos de entrega plena. Tudo até entrar no Salão Comunal minutos antes.

Gina, que já sabia partes da história, não ficou tão chocada quanto o namorado, que fazia perguntas repetitivas do tipo : “ Você e o Malfoy, amigos... se beijando?” “ Tem certeza que foi isso mesmo o que ele falou?” “Matar Dumbledore?”

Os três ficaram algum tempo em silêncio, analisando mentalmente a situação, até que foram interrompidos por um grupo de alunos do quarto ano que fazia muito barulho.

- Acho melhor a gente sair daqui - Harry disse, virando-se para Hermione continuou: – Acha que você está em condições de falar com o Diretor

- Não, mas o quanto antes, melhor – foi sincera. – Vamos?

Hermione sabia que a reação de Harry só não havia sido pior por causa da revelação sobre Dumbledore, mas que depois teria que dar muitas satisfações ao amigo.

xx

O trio bateu na porta do escritório de Dumbledore. Ele pediu que entrassem. Não esperavam pelo que viram. Os principais membros da Ordem estavam lá, junto com Slughorn, discutindo sobre envenenamento de Rony, supuseram os jovens.

- Algum problema, meus jovens? - o diretor perguntou ao ver o olhar aflito dos adolescentes.

Alguns presentes olharam para a porta, a fim de ver quem estava ali. Molly correu em direção à Hermione quando viu o estado em que ela se encontrava.

- Hermione, minha filha, o que aconteceu? - abraçou-a.

Ótimo, além de tudo, provavelmente vou ter que contar na frente de todos eles, pensou a morena.

Harry explicou, muito por cima, o que estava acontecendo e Dumbledore, educadamente, pediu para Slughorn se retirar.

- Srta. Granger, o que exatamente está acontecendo? - Dumbledore perguntou indicando a cadeira à sua frente para que ela sentasse.

Hermione começou a contar, dessa vez, apenas o necessário. Começou falando da desconfiança que Harry tinha, depois sobre a Sala Precisa, a conversa que Harry ouviu, a conversa que teve com Draco depois da volta às aulas, o quanto ele parecia abatido e desesperado naquele mesmo dia pela manhã e, por fim, a conversa de horas antes, na qual Draco confirmou todas as suspeitas – menos uma – e contou sobre o plano para a morte do Diretor.

Todos ficaram atônitos, exceto Dumbledore, que parecia já saber de tudo e... Snape? Sim, Snape não demonstrou surpresa, nem nenhum outra reação, afinal, ele estava bem envolvido com toda a história.

Dumbledore levantou-se, deu uma volta pelo escritório, analisando as expressões de cada um ali presente. Sentou-se novamente. Completo silêncio. Ajustou os oclinhos de meia-lua. Observou mais uma vez Snape, que ainda mantinha uma expressão impassível. Observou a garota em sua frente por alguns segundos antes de começar a falar:

- Acho que a senhorita se lembra o que a professora McGonagall lhe disse no começo das aulas, não? - diante de um olhar de incompreensão da monitora, continuou – Sobre seu parceiro de rondas.

- “... disse que talvez isso seja bom pra vocês dois.” - repetiu o que a diretora de sua casa havia lhe dito meses antes, como se agora tudo fizesse sentido.

- Exatamente. O professor Snape é um, como é mesmo que dizem por aí? Agente duplo? - pergunta retórica, ele sabia muito bem o que Snape era. – Como um bom cumpridor de suas obrigações, não pôde deixar de fazer o Voto Perpétuo, contudo, também não deixou de me informar sobre esse ato e, antes disso, sobre a missão do jovem Malfoy.

Todos ficaram boquiabertos diante da revelação, mas ninguém ousou dizer uma única palavra, continuaram escutando.

- Eu e o professor Snape já sabíamos dos planos para a minha morte, mas como o Sr. Malfoy está cada vez mais difícil de se abrir com Severo, ficamos a mercê da sorte - pausou por alguns segundos. – Agora, com essa informação da srta. Granger, fica tudo mais fácil. Eu e Severo temos certeza de que Draco não conseguirá cumprir com a sua missão. Por isso, quando essa invasão acontecer, eu peço que não julguem nenhuma atitude tomada por Snape. Nós já temos tudo planejado e quando estiver na hora, todos vocês saberão o que fazer.

- O senhor não está realmente esperando que alguém te mate e que nós não façamos nada, não é? - Harry perguntou visivelmente irritado, encarando Snape como se já imaginasse o que estava por vir.

- Todos morreremos um dia, Harry. Não tem como evitar - disse calmo. – Já está ficando tarde, é melhor vocês irem para o Salão Comunal. E a senhorita precisa descansar.

Os três despediram-se dos presentes e foram em direção à Torre da Grifinória.

xx

Depois de alguns minutos caminhando em completo silêncio, Harry não conseguiu mais segurar sua raiva.

- Hermione, onde você estava com a cabeça pra fazer uma coisa dessas? - ele estava parado encarando a amiga, enquanto Gina tentava, em vão, impedi-lo de continua falando. – Como você se deixou levar pelo Malfoy? Como você não percebeu que ele estava te usando?

A morena, que até aquele momento estava tentando controlar todas as emoções, entregou-se mais uma vez às lágrimas. Não imaginara que o amigo pudesse ser tão duro.

- Olha, Harry, eu não sei se você realmente sabe como é se apaixonar por alguém... Se ele estava me usando ou não, isso só diz respeito a mim. E você deveria agradecer por eu ter me deixado “ser usada”, senão, só ficaríamos sabendo de tudo quando Dumbledore estivesse morto! - Enxugou as lágrimas e antes de deixar um Harry arrependido para trás, falou: – Eu pensei que pelo menos você seria um pouco mais maduro com relação a isso, mas pelo jeito, eu estava muito enganada.

xx

Naquela noite Hermione não dormiu. Também não foi para o seu dormitório. Depois que deixou os amigos, foi para a Torre de Astronomia. Ficou lá até quase amanhecer.

Ela estava apaixonada por um sonserino projeto de Comensal da Morte, que também gostava dela. E que confiava que ela poderia ajudá-lo com uma coisa quase impossível.

Quando saiu de lá, já não tinha mais lágrimas para transbordar de seus olhos. Com todas as forças que pôde reunir, foi até a Ala Hospitalar. Como ainda era muito cedo não havia ninguém por lá e Rony ainda dormia.

Ficou ali por vários minutos, velando o sono tranquilo do amigo. Pensando em como as coisas seriam mais fáceis se eles ainda desfrutassem da inocente paixão infantil que tiveram.

xx

Os dias seguintes passaram rápidos. Hermione deixou que Gina – com ela e Harry presentes – contasse ao irmão tudo o que acontecera enquanto ele estava sob cuidados. Como já era esperado, ele fez um escândalo, querendo até mesmo proibir a amiga de continuar as rondas. A morena nada disse, estava cansada demais para começar uma discussão que não os levaria a lugar algum. Também não chorou, não tinha mais forças para isso.

Ruivo e moreno só não tomaram nenhuma atitude mais radial porque foram ameaçados de perder irmã, amiga e namorada.

Já era terça-feira à noite, mais uma vez. Hermione teria que se encontrar com Draco.

xx

A grifinória chegou adiantada. Estava muito impaciente nos últimos três dias.

Ao chegar viu que Draco já a esperava. O nervosismo tomou conta de todas as partes do corpo da morena. Ela parou de andar por alguns segundos. Não havia parado para pensar como seria encontrá-lo depois de sábado. Continuou andando. Percebeu que o sonserino estava pensativo, o que aumentou ainda mais o nervosismo dela. Só foi notada quando o chamou:

- Draco! - não conseguiu esconder o que sentia.

- Ah, oi. Ainda é cedo, não esperava você essa hora - desencostou-se da parede onde estava e aproximou-se dela. – Nossa, você está bem? Tá com uma cara estranha.

- Estou sim, não se preocupa - tentou ser convincente.

- Tá... Er, vamos? Ainda não está na hora, mais ai acabamos mais cedo.

Os dois caminharam em silêncio. Havia um clima estranho no ar. Apesar do silêncio, Draco não tirava os olhos de Hermione, como se quisesse entender alguma coisa. Essa atitude estava deixando-a irritada, que parou de andar para perguntar o que ele tanto olhava. Draco foi mais rápido:

- Hermione? - parecia cauteloso.

- Fala! - respondeu irritada.

- Por acaso, no final de semana, nós nos encontramos depois que você me encontrou dormindo na estufa? - foi essa a desculpa que ela deu por estarem juntos lá.

- É... hum... Oi? - ele fitava os castanhos. Pôde ver uma onda de apreensão passar por eles. – Não. Só nos vimos naquela hora, por quê?

- Hum... Estranho... Talvez tenha sido só um sonho, então - concluiu.

- Sonho? Você sonhou comigo? O que aconteceu no sonho? - falou tudo muito rápido, agora o medo estampando sua face.

- Calma. Tudo isso é medo do que eu possa ter sonhado? - ele riu, e aproximou-se alguns passos da grifinória, até ela ir de encontro à parede. – Não se preocupa, eu não lembro muito bem. Acho que o começo não foi muito bom, meio tenso, sabe? - ela não disse nada. Cinza e castanho não se desgrudavam. Draco abriu um sorriso lembrando-se da sensação boa que o preenchia desde o “sonho”. Hermione não conteve um suspiro. Ele era lindo! – Mas acabou tudo bem. Tudo muito bem.

O loiro aproximou-se um pouco mais. Pegou uma mecha de cabelo que caia sobre os olhos da grifinória e a colou atrás da orelha. Hermione, antevendo o que aconteceria, juntou todas as forças que ainda lhe restavam depois daquela proximidade:

- Vamos, Draco. Ainda não acabamos a ronda – antes de livrar-se da proximidade com o sonserino, pôde ver o olhar de decepção dele. Sem perceber, falou: – Eu sabia que isso não daria certo.

- O que não daria certo? - perguntou confuso.

- Nada! - disse rápido. Poucos segundos depois, tentando soar descontraída, perguntou: – Mas me diz, você não se lembra de nada que aconteceu nesse tal sonho?

- Não, eu não lembro de nada. Só da sensação, mas não tem nenhuma imagem.

Eles continuaram a ronda, os dois absortos em pensamentos. Draco tentava a todo custo “recuperar” alguma imagem daquilo que ele achava ter sido um sonho, impregnando-o com todas as boas sensações que ele não queria que o abandonasse. Já Hermione estava com medo de não ter feito o feitiço direito e ele lembrar-se da conversa que tiveram.

Não muitos minutos depois, despediram-se. Ambos com o desejo de – mesmo no silêncio no qual estavam – continuarem juntos.

Cada um seguiu para seu tormento pessoal. 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Comentários?
Bjss! Até o prox cap! *-*